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Distância Focal de um Espelho Côncavo - Luis Sandro Menegetti e Marilene Vieira – Laboratório de Física III– Departamento de Física Universidade Federal de Santa Maria e-mail: ordnas.sm@gmail.com, marilenevie@hotmail Resumo. Este experimento tem como objetivo determinar a distância focal de um espelho côncavo, através da variação da posição do objeto em relação ao espelho. Então, foi possível observar experimentalmente o comportamento da imagem antes e depois do foco. Palavras chave : Espelhos, côncavo, óptica, geométrica, foco, esféricos. Introdução Espelhos Côncavos são caracterizados como sendo um espelho esférico, e pode ser encontrado em qualquer superfície interna na forma de uma calota esférica, trata-se de uma superfície que apresenta na parte interna o seu lado refletor, o espelho côncavo é um pedaço de esfera, essa fatia é chamada de calota esférica como mostra a figura abaixo: Figura 1: Representação de um espelho côncavo “Os feixes de luz em um eixo do espelho côncavo refletem no espelho e convergem para um determinado ponto P’. Esses raios, então, divergem do ponto P’ como se houvesse um objeto neste ponto. Esta imagem é chamada de imagem real, pois a luz, de fato, é emanada do ponto imagem” (TIPLER,pg 398). Esta imagem pode ser observada se colocarmos um pequeno anteparo na frente do espelho, desta forma a imagem será projetada no anteparo, então determinando ponto em que ela é mais nítida, podemos dizer que é o ponto de formação da imagem. Em espelhos côncavos a imagem é real quando o objeto está afastado do foco do espelho, quando o objeto está no foco não tem formação da imagem. Desta forma, através deste experimento podemos determinar a distância do foco para este espelho. O foco é o raio de curvatura de um espelho côncavo. Procedimento Experimental Podemos obter uma imagem nítida apenas com raios de pouca inclinação em relação ao eixo do espelho, neste caso dizemos, que trata-se de raios paraxiais. Para determinar a posição do objeto, imagem e foco podemos utilizar a equação dos espelhos, a qual vamos deduzir a parir da figura: Figura 2: Relação entre foco e distância da imagem e objeto. Na Figura acima, observamos que o ângulo OCP é um ângulo externo do triângulo PCI, e vale α+β. Podemos escrever que o ângulo vale o arco subtendido pelo ângulo (PV) dividido pelo raio do círculo (R), temos que, em radianos: α + β = PV 𝑅 (1) Para que α e β sejam sempre pequenos, PV deve ser pequeno em comparação com o raio: basta usarmos uma calota esférica pequena em relação ao tamanho da esfera. Nessa denominada aproximação paraxial, para qualquer ângulo θ podemos fazer senθ ~ θ e então: 𝑜−𝑅 𝑅 = 𝛽 𝛼 (2) 𝑅−𝑖 𝑅 = 𝛽 𝛼 + 2𝛽 = 𝛼/𝛽 1+2𝛽/𝛼 (3) Substituindo as equações e dividindo os termos, e como 𝑓 = 𝑅 2 chegamos finalmente na equação dos espelhos: 1 𝑖 + 1 𝑜 = 1 𝑓 (4) Em que i é a distância da imagem, o é a distância do objeto e f é o foco. Com base nesses fatos, montamos o aparato experimental representado na Figura 3. Figura 3: Aparato experimental Através deste, é possível determinar o foco do espelho, pois conforme variamos a distância da vela (se ela estiver afastada do foco) ela irá projetar uma imagem real no anteparo. Então basta medir a distância da imagem real e sabendo a distância do objeto podemos determinar o foco. Em espelhos côncavos, se o objeto estiver exatamente sobre o foco a imagem não é produzida; se estiver entre o foco e o espelho, a imagem será imaginaria, ou seja, ela se localiza atrás do espelho. Determinando uma distância inicial de 2m entre o espelho e o objeto e medimos a distância em que a imagem foi formada. Em seguida aproximamos o objeto do espelho em intervalos de 10cm. A cada aproximação, fomos determinando a que distância estava imagem nítida. Desta forma, obtemos os dados apresentados na tabela 1. Resultados e Discussão Depois de efetuar todas as medidas em intervalos de 10cm, chegou um ponto em que não foi mais possível projetar a imagem real no anteparo, ou seja, esse ponto é o foco do espelho. Depois que o objeto passou pelo foco, podemos perceber que a imagem dele estava no espelho, então a imagem passou a ser imaginaria. A partir desse ponto não é mais possível medir a distância da imagem. Os dados coletados estão presentes na tabela: Com base nesses dados e considerando a equação 4 podemos determinar o foco do espelho, então isolando f em 4 temos: 𝑓 = 𝑜𝑖 𝑜 + 𝑖 Efetuando os cálculos, obtemos os valores para o foco presentes na coluna 3 da tabela 1. Então calculamos o valor do foco médio e determinamos o desvio padrão da média, o qual será: 𝜎 ≈ ±0,0048 Como foco médio é ≈ 0,248, temos que o foco para este espelho côncavo é de: 0,248 ± 0,0048 Para todas as configurações feitas, a imagem sempre foi invertida e podemos notar através do experimento que a relação entre os tamanhos de imagem-objeto aponta que quanto maior for o Tabela 1: Dados experimentais das distâncias do objeto, imagem e foco Distância Objeto 𝑜 (𝑚) Distância Imagem 𝑖 (𝑚) Foco 𝑓 (𝑚) 2 0,290 0,253 1,9 0,288 0,250 1,8 0,288 0,248 1,7 0,294 0,25 1,6 0,299 0,252 1,5 0,303 0,252 1,4 0,306 0,251 1,3 0,306 0,248 1,2 0,312 0,248 1,1 0,319 0,247 1,0 0,323 0,244 0,9 0,337 0,245 0,8 0,357 0,247 0,7 0,377 0,245 0,6 0,411 0,244 0,5 0,460 0,242 0,4 0,570 0,235 0,3 1,20 0,24 0,2 ----- 0,1 ----- afastamento do espelho em relação à fonte de raios luminosos, menor será o aumento da imagem. Conclusão Os dados obtidos são coerentes com o esperado, pois em distâncias menores que 30 cm, não conseguimos mais observar a imagem real no anteparo e em aproximadamente 25cm começamos a perceber a formação da imagem no espelho. Então o foco teria que estar entre essas distâncias, o que corresponde com o valor que obtemos. É importante ressaltar que erros experimentais devidos a imprecisão em determinar quando a imagem formada é a ideal podem causar distorções significativas nos dados coletados. Referências TIPLER, Paul Allen, MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol. 2 - Eletricidade e Magnetismo, Ótica, 6ª edição. LTC, 07/2009. [Minha Biblioteca]. CEDERJ, Espelhos esféricos, disponível em: http://www.if.ufrj.br/~marta/cederj/otica/03-10.pdf Data de acesso: 25 abr, 2017.
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