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Artigo científico sobre Listeria monocytogenes Daniela Bethonico Rosane de Rezende Abel Aroldo LISTERIA SPP., COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EE.COLI NO LEITE CRU E PASTEURIZADO DE UMA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS, NO ESTADO DA PARAÍBA (BRASIL)1 Listeria spp. Listeria spp. é um cobacilo Gram Positivo, não esporulado, não produtor de ácidos, aeróbio e anaeróbio facultativo, de ampla distribuição ambiental, com caráter ubiquitário. Esgotos domésticos; Águas superficiais; Águas residuárias de indústrias de laticíneo e de abatedouros; Solos; Insetos; Adubo orgânico; Fezes de animais; Fezes de humanos. Listeria spp. Pode ser: L. monocytogenes; L. innocua; L. ivanovii; L. welshimeri; L. grayi; Entre outras. L. Monocytogenes L. Monocytogenes é uma patogenia que acomete o homem e diversos animais. Tem ampla distribuição ambiental devido a sua capacidade de desenvolver entre 0°C e 44°C. Embora a melhor temperatura para seu desenvolvimento seja entre 30°C e 37°C, a L. monocytogenes pode sobreviver em alimentos congelados. Tolera pH extremos de 5 a 9. Baixa atividade de água. L. Monocytogenes Todas essas características citadas anteriormente fazem com que a L. monocytogenes em especial, seja uma Listeria spp. de grande interesse na área de alimentos devido a grande dificuldade de eliminação e a possibilidade de causar uma doença grave a quem consumir alimentos contaminados. L. Monocytogenes No Brasil, existem muitos registros de presença de L. monocytogenes em leite e seus derivados. Em uma pesquisa de SILVA, HOFER, TIBANA, Foi constata a contaminação em queijos produzidos no Rio de Janeiro. Nessa pesquisa foram encontrados L. monocytogenes em 19,6% das amostras. As mesma amostras foram positivas também para L. innocua e L. grayi. L. Monocytogenes A portaria de n° 451 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde de 19 de Setembro de 1997, que estabelecia os padrões microbiológicos para produtos alimentícios à venda, na época não apresentava nenhuma referência para valores de L. monocytogenes isoladas no leite. L. Monocytogenes Já nos Estados Unidos, a USDA(1987) fixou uma tolerância zero para esta bactéria em suprimentos alimentícios de um modo geral. No Brasil, pesquisa de Listeria spp. é interessante para comparar a sua presença com a qualidade sanitária do produto, usando como indicadores coliforme totais(CT) e coliformes fecais(CF). Objetivo da pesquisa O objetivo do trabalho, foi investigar a qualidade microbiológica e principalmente, a presença de Listeria spp. no leite cru(in natura) e ao longo da linha de produção de leite pasteurizado de uma Usina de Laticínios no Estado da Paraíba, visando também detectar as condições microbiológicas do produto pronto para ser consumido. Coletas das amostras Foram coletadas para análise 75 amostras de leite, sendo 45 de leite cru(15 de Sousa-PB, 15 de Campina Grande-PB e 15 de Garanhuns-PE) e 30 de leite pasteurizado tipo C(15 coletadas na saída do pasteurizador, e 15 já ensacadas e prontas para comercialização). Coletas das amostras As amostras foram coletadas de 15 em 15 dias, no período de março a agosto de 1998, e foram transportadas ao laboratório sob refrigeração, em caixa isotérmica, e analisadas em até uma hora após a coleta. Resultados e discussão A tabela a seguir mostra que das 75 amostras de leite, 42 (56%) apresentaram Listeria spp., sendo mais freqüente no leite cru(33 das amostras, que equivale a 73,3%). Já no leite pasteurizado, o resultado foi positivo para Listeria spp. em 9 (30%) das amostras analisadas. Observa-se ainda que a L. monocytogenes foi encontrada em 26 amostras, apresentando contaminação em 61,9%. das amostras de leite analisadas. Resultados e discussão Resultados e discussão Para que fosse obtida uma melhor avaliação da Distribuição temporal dos resultados, as análises foram divididas em dois grupos de acordo com o período de coleta (março a abril/1998 e maio/agosto 1998). Esta divisão de períodos foi caracterizada pelas melhorias das condições de higienização (sanitização) da usina de laticínios. Resultados e discussão Após dois meses de iniciada a pesquisa, a usina de laticínios realizou uma ampliação na sua linha de produção, e realizou a troca de detergentes e sanitizantes por produtos específicos para a higienização de plantas de produtos láteos. O gráfico a seguir apresenta o percentual de Listeria spp. o total das amostras de leite cru, recém pasteurizado e ensacado em cada período. Apresenta também o percentual de amostras positivas de todo o período estudado. Resultados e discussão Resultados e discussão Podemos observar que após a melhoria na higienização, houve uma redução significativa na contaminação. Considerando que o processo de pasteurização continuou o mesmo, podemos atribuir a melhoria na qualidade microbiológica do leite à higienização. Vale ressaltar que o valor médio de CF encontrado nas amostras ensacadas foi praticamente o mesmo do valor médio das amostras recém-pasteurizadas, o que demonstra deficiências higiênicas no ensacamento. Resultados e discussão Outra possível via de contaminação do leite já pasteurizado está relacionado à falhas no controle da temperatura do pasteurizador, que elimina os coliformes, mas não atingiram a Listeria spp., uma vez que estas bactérias apresentam alta resistência térmica. Nesse caso, é possível que a contaminação tenha como origem as próprias embalagens, ou uma falha no poder germicida das lâmpada ultravioletas utilizadas no setor de ensacamento, o ainda inabilidade dos manipuladores. Resultados e discussão OH, MARSHAL (Infuencie of packaging method, lactic and monolaurin on Listeria monocytogenes in crawfish tail meat homogenate. Em 1995) ressalta a importância do tratamento da embalagem à base de ácido lático e ácido monoláurico sobre a L. monocytogenes, destacando que esses ácidos reduzem também a carga global de microrganismos. Conclusões Listeria spp. Apresentou porcentagens elevadas nas amostras de leite cru de todos os fornecedores, as quais também apresentaram elevados níveis de contaminação fecal. O leite cru apresentou diversas espécies de Listeria, com predominância de L. monocytogenes. A redução dos níveis de contaminação mostrou que melhorias na higienização/sanitização não foram suficientes para eliminar a presença dos microrganismos. Conclusões As amostras ensacadas apresentaram índice de CT e CF mais elevados que as recém-pasteurizadas , mostrando contaminação pós-pasteurização, podendo ser ocasionada por falhas no armazenamento após a pasteurização. A positividade para Listeria spp. demonstra que a pasteurização não foi suficiente para eliminar a contaminação, e que apesar da diminuição significativa das amostras positivas, a sanitização da usina melhorou a qualidade bacteriológica do leite, mas não eliminou a Listeria spp. Obrigada!
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