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SUMÁRIO Vulva .................................................................................................................. 1 Monte pubiano ................................................................................................ 1 Lábios maiores (Grandes lábios) .................................................................... 2 Lábios menores (Pequenos lábios) ................................................................ 2 Vestíbulo ......................................................................................................... 3 Uretra .......................................................................................................... 3 Bulbos do vestíbulo ..................................................................................... 3 Glândulas de Bartholin ................................................................................ 4 Clitóris ............................................................................................................. 4 Vascularização e drenagem linfática da vulva ................................................ 5 Artérias ........................................................................................................ 5 Veias ........................................................................................................... 5 Drenagem linfática ...................................................................................... 5 Inervação ........................................................................................................ 6 Vagina ................................................................................................................ 7 Dimensões e relações .................................................................................... 7 Hímen ............................................................................................................. 7 Ducto de Gartner ............................................................................................ 8 Vascularização e Drenagem linfática da Vagina ............................................. 8 Artérias ........................................................................................................ 8 Veias ........................................................................................................... 8 Vasos linfáticos ........................................................................................... 8 Inervação ........................................................................................................ 8 Útero .................................................................................................................. 9 Corpo .............................................................................................................. 9 Cérvice.......................................................................................................... 10 Ligamento largo ............................................................................................ 11 Mesossalpinge .......................................................................................... 11 Mesovário .................................................................................................. 11 Mesométrio ............................................................................................... 11 Ligamento redondo ....................................................................................... 11 Vascularização e Drenagem linfática ............................................................ 12 Artérias ...................................................................................................... 12 Veias ......................................................................................................... 12 Drenagem linfática .................................................................................... 13 Inervação ...................................................................................................... 13 Tubas uterinas (Trompas de Falópio) .............................................................. 14 Suprimento vascular e Drenagem linfática ................................................... 14 Artérias ...................................................................................................... 14 Veias ......................................................................................................... 14 Inervação ...................................................................................................... 15 Ovários ............................................................................................................. 15 Ligamento infundibulopélvico (suspensor) .................................................... 15 Ligamento ovariano ...................................................................................... 15 Mesovário ..................................................................................................... 16 Suprimento vascular e Drenagem linfática ................................................... 16 Artérias ...................................................................................................... 16 Veias ......................................................................................................... 16 Drenagem linfática .................................................................................... 16 Inervação ...................................................................................................... 16 O Sistema Genital Feminino é dividido em: 1. Trato genital inferior: i. Vulva; ii. Vagina. 2. Trato genital superior: i. Útero; ii. Tubas uterinas (ou Trompas de Falópio); iii. Ovários. VULVA A genitália externa feminina, ou vulva, inclui: 1. Monte pubiano; 2. Lábios maiores (ou grandes lábios); 3. Lábios menores (ou pequenos lábios); 4. Clitóris; 5. Vestíbulo; 6. Bulbo vestibular; 7. Glândulas vestibulares maiores. MONTE PUBIANO O monte pubiano é a área arredondada de pele, coberta de pelos, sobre a sínfise púbica e o osso púbis adjacente. É formado por uma massa de tecido adiposo subcutâneo. Antes da puberdade é relativamente plano e os lábios menores são malformados. Durante a adolescência, grossos pelos se formam sobre o monte pubiano, e os lábios maiores e menores se tornam mais proeminentes, semelhantes a abas. Em adultos, a cobertura de pelos grossos do monte pubiano está usualmente delimitada acima por um limite horizontal (nos homens os pelos púbicos são contínuos até o umbigo). Após a menopausa, os pelos púbicos se tornam mais delgados e o tecido labial se atrofia levemente. LÁBIOS MAIORES (GRANDES LÁBIOS) Os lábios maiores são duas pregas longitudinais de pele que se estendem do monte pubiano até o períneo. Eles formam os limites laterais da vulva. Cada lábio tem uma superfície externa pigmentada coberta com pelos e uma superfície interna lisa e rosada, com grandes glândulas sebáceas. Entre essas superfícies existem tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, misturados a músculo liso, vasos, nervos e glândulas. Os lábios são mais espessos anteriormente, onde eles se unem para formar a comissura anterior. Posteriormente eles não se unem e fundem-se com a pele adjacente, terminando próximos e quase paralelamente. A pele que faz a conexão entre eles posteriormente forma uma crista, a comissura posterior, que se sobrepõe ao corpo perineal, e é o limite posterior da vulva. A distância entre esta e o ânus é de 2,5 – 3 cm e é denominada de “períneo” ginecológico. LÁBIOS MENORES (PEQUENOS LÁBIOS) Os lábios menores são duas pequenas pregas cutâneas, desprovidas de gordura, que se encontram entre os lábios maiores.Se estendem lateralmente a partir do clitóris, obliquamente para baixo e para trás, flanqueando o orifício vaginal. Anteriormente, cada lábio menor se bifurca. A camada superior de cada lado passa acima do clitóris para formar uma prega, capuz ou prepúcio, o qual recobre a glande do clitóris. A camada inferior de cada lado passa abaixo do clitóris para formar o frênulo do clitóris. Folículos sebáceos são numerosos nas superfícies labiais justapostas. Às vezes uma prega labial extra (terceiro lábio) é encontrada em um ou ambos os lados entre os lábios menores e maiores. VESTÍBULO O vestíbulo é o espaço que se localiza entre os lábios menores. Contém os orifícios vaginal e uretral externo, e as aberturas das duas glândulas vestibulares maiores (ou de Bartholin) e de numerosas glândulas mucosas vestibulares menores. Existe uma rasa fossa vestibular entre o orifício vaginal e o frênulo dos lábios menores. Uretra A uretra se abre no vestíbulo cerca de 2,5 cm abaixo do clitóris e acima da abertura vaginal, através de uma fenda sagital com margens ligeiramente elevadas, o meato uretral. O meato é muito distensível e varia de formato. Os ductos das glândulas parauretrais (glândulas de Skene) se abrem a cada lado das margens laterais da uretra. Bulbos do vestíbulo Os bulbos do vestíbulo se localizam a cada lado do vestíbulo. Eles são duas massas alongadas de tecido erétil, com 3 cm de comprimento, os quais flanqueiam o orifício vaginal e se unem anteriormente a ele através de uma estreita comissura do bulbo. Suas extremidades posteriores são expandidas e estão em contato com as glândulas vestibulares maiores. Suas extremidades anteriores se afilam e estão unidas por uma comissura e também ao clitóris por duas delicadas faixas de tecido erétil. Glândulas de Bartholin As glândulas vestibulares maiores são homólogas das glândulas bulbouretrais masculinas. Consistem em duas pequenas massas arredondadas ou ovais, de tonalidade vermelho-amarelada que flanqueiam o orifício vaginal, em contato com as extremidades posteriores dos bulbos do vestíbulo e frequentemente sobrepostas por estas. Cada uma se abre na parte posterolateral do vestíbulo por um ducto de 2 cm, situado no sulco entre o hímen e o lábio menor. As glândulas são compostas por tecido tubuloacinar. As células secretoras são cilíndricas e secretam um muco claro ou esbranquiçado com propriedades lubrificantes. Elas são estimuladas pela excitação sexual. CLITÓRIS O clitóris é uma estrutura erétil parcialmente envolvida pelas extremidades anteriores bifurcadas dos lábios menores. Tem raiz, corpo e glande. O corpo pode ser palpado através da pele. Contém dois corpos cavernosos, compostos de tecido erétil, envolvidos em tecido conjuntivo fibroso denso e separados medialmente por um incompleto septo fibroso pectiniforme. O tecido conjuntivo fibroso forma um ligamento suspensor que está preso superiormente à sínfise púbica. Cada corpo cavernoso está preso a seu ramo isquiopúbico por um pilar que se estende a partir da raiz do clitóris. A glande do clitóris é um pequeno tubérculo arredondado de tecido erétil esponjoso na extremidade do corpo do clitóris e conectado aos bulbos do vestíbulo por delicadas faixas de tecido erétil. Ela é exposta entre as extremidades anteriores dos lábios menores. Seu epitélio tem uma alta sensibilidade cutânea, importante em respostas sexuais. VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA DA VULVA Artérias O suprimento sanguíneo arterial da genitália externa feminina é derivado dos ramos pudendos externos superficial e profundo da artéria femoral e da artéria pudenda interna a cada lado. Veias A drenagem venosa da pele vulvar ocorre através das veias pudendas externas para a veia safena magna. A drenagem venosa do clitóris ocorre através de veias dorsais profundas para a veia pudenda interna, e de veias dorsais superficiais para as veias pudenda externa e safena magna. Drenagem linfática Uma trama de vasos conectantes se une para formar três ou quatro troncos coletores ao redor do monte pubiano, os quais drenam para linfonodos inguinais superficiais dispostos sobre a fáscia cribriforme que cobre a artéria e a veia femorais; esses nodos drenam através da fáscia cribriforme até os linfonodos inguinais profundos dispostos medialmente à veia femoral. Os linfonodos inguinais profundos drenam através do canal femoral para os linfonodos pélvicos. O último dos linfonodos inguinais profundos se localiza sob o ligamento inguinal dentro do canal femoral e é frequentemente denominado de linfonodo de Cloquet. Os vasos linfáticos no períneo e na parte inferior dos lábios maiores drenam para o plexo linfático retal. Os vasos linfáticos derivados do clitóris e dos lábios menores drenam para os linfonodos inguinais profundos e os vasos eferentes diretos podem passar para os linfonodos ilíacos internos. INERVAÇÃO A inervação para o trato genital inferior está mostrada na Tabela 1 e na figura ao lado. A inervação sensitiva das partes anterior e posterior dos lábios maiores difere. O terço anterior do lábio maior é suprido pelo nervo ilioinguinal (L1), os dois terços posteriores são supridos pelos ramos labiais do nervo perineal (S3), e a face lateral é também inervada pelo ramo perineal do nervo cutâneo posterior da coxa (S2). VAGINA A vagina é um tubo fibromuscular revestido por um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Ela se estende a partir do vestíbulo até o útero. A extremidade superior da vagina circunda a projeção vaginal da cérvice uterina. O recesso anular entre a cérvice e a vagina é o fórnice. A vagina sobe posterior e superiormente em um ângulo de cerca de 90° com o eixo uterino: esse ângulo varia com o conteúdo da bexiga e do reto. A largura da vagina aumenta à medida que ela sobe. Acima do nível do hímen, as superfícies internas das paredes vaginais anterior e posterior se encontram normalmente em contato entre si e formam uma fenda transversal. A vagina se abre externamente através de um introito sagital, posicionado abaixo do meato uretral. O tamanho do introito varia e é capaz de distensão durante o intercurso sexual e durante o parto. DIMENSÕES E RELAÇÕES A mucosa vaginal está presa à cérvice uterina em uma posição mais alta na parede cervical posterior do que na anterior. A parede anterior da vagina está relacionada à base da bexiga em suas porções média e superior, e à uretra inferiormente. A parede posterior é coberta por peritônio em seu quarto superior. Está separada do reto pela escavação retouterina superiormente e por tecido conjuntivo moderadamente frouxo (fáscia de Denonvillier) em sua metade intermediária. Em seu quarto inferior, ela está separada do canal anal pelo corpo perineal fibromuscular. Lateralmente encontram-se o músculo levantador do ânus e a fáscia pélvica. À medida que os ureteres passam anteromedialmente para atingir o fundo da bexiga, eles seguem próximo aos fórnices laterais. Ao entrarem na bexiga, os ureteres encontram-se normalmente anteriores à vagina, e neste ponto, cada ureter é cruzado transversalmente pela artéria uterina. HÍMEN O hímen é uma delgada prega de membrana mucosa localizada justamente no orifício vaginal. As superfícies internas das pregas estão normalmente em contato e a abertura vaginal aparece como uma fenda entre elas. O hímen varia grandemente de formato e dimensões. Quando distendido, ele é anular e mais largo posteriormente; ele pode também ser semilunar e côncavo em direção ao monte pubiano, cribriforme, franjado, ausente ou completo e imperfurado. O anel himenal normalmente se rompe após o primeiro intercurso sexual, mas pode se romper mais cedo durante uma atividade físicanão sexual. Pequenas carúnculas himenais arredondadas (também conhecidas como carúnculas mirtiformes) são seus remanescentes após rompimento. O hímen não tem função estabelecida. DUCTO DE GARTNER Os remanescentes do ducto de Gartner (embriologicamente, a extremidade caudal do ducto mesonéfrico), são ocasionalmente vistos ao se projetarem através dos fórnices laterais ou partes laterais da vagina; estes podem causar cistos (cistos de Gartner). VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA DA VAGINA Artérias O suprimento arterial da vagina é derivado das artérias ilíacas internas. As artérias vaginais formam dois vasos longitudinais medianos, as artérias ázigos da vagina, as quais descem anterior e posteriormente à vagina. Elas descem sobre a vagina e suprem a membrana mucosa. Ramos também são enviados para os bulbos, para o fundo da bexiga e para a parte adjacente do reto. Os ramos uterino, pudendo interno e retal médio da artéria ilíaca interna também podem contribuir para seu suprimento sanguíneo. Veias As veias vaginais, uma a cada lado, formam-se a partir de plexos laterais que se conectam aos plexos uterino, vesical e retal, e drenam para as veias ilíacas internas. Os plexos uterinos e vaginal podem fornecer uma drenagem venosa colateral ao membro inferior. Vasos linfáticos Os vasos linfáticos vaginais se unem com os da cérvice, do reto e da vulva. Eles formam três grupos, mas as regiões drenadas não são nitidamente demarcadas. Os vasos superiores acompanham a artéria uterina até os linfonodos ilíacos externos e internos. Os vasos intermediários acompanham a artéria vaginal até os linfonodos ilíacos internos. Os vasos que drenam a vagina abaixo do hímen, e a partir d vulva e da pele perineal, seguem para os linfonodos inguinais superficiais. INERVAÇÃO A parte inferior da vagina é suprida pelo nervo pudendo (S2, S3 e S4). A parte superior da vagina é suprida pelos nervos esplâncnicos (S2, S3 e às vezes S4). ÚTERO O útero é um órgão muscular de paredes espessas, localizado na pelve, entre a bexiga urinária e o reto. Ele se localiza posteriormente à bexiga e ao espaço uterovesical, e anteriormente ao reto e à escavação retouterina: ele é móvel, sua posição varia com a distensão da bexiga e do reto. Os ligamentos largos encontram-se lateralmente ao útero. O útero é dividido em duas regiões principais: 1. Corpo; 2. Cérvice. O corpo do útero forma os dois terços superiores e a cérvice forma o terço inferior. Em mulheres adultas nulíparas, a cérvice se dobra para a frente em relação ao eixo da vagina (anteversão), e o corpo do útero se dobra para a frente em relação à cérvice (anteflexão). Em 10 a 15% das mulheres, todo o útero se inclina para trás em um ângulo com a vagina e é dito como retrovertido (retroversão). Um útero que forma um ângulo para trás com a Cérvice é descrito como retrofletido (retroflexão). CORPO O corpo do útero tem um formato piriforme e se estende do fundo superiormente até a cérvice inferiormente. Próximo à sua extremidade superior, as tubas uterinas entram no útero a ambos os lados nos cornos uterinos. Inferoanteriormente a cada corno encontra-se o ligamento redondo e inferoposteriormente está o ligamento ovariano. O fundo em formato de cúpula encontra-se superiormente aos pontos de entrada das tubas uterinas e é coberto por peritônio. O fundo está em contato com as alças do intestino delgado e ocasionalmente com o colo sigmoide em estado distendido. As margens laterais do corpo são convexas, e a cada lado seu peritônio é refletido lateralmente para forma o ligamento largo, o qual se estende como uma lâmina em direção à parede pélvica. A cavidade do corpo do útero normalmente mede 6 cm a partir do óstio externo da cérvice até a parede do fundo e é achatada anteroposteriormente. Em corte coronal, ela é triangular, larga acima do local em que as duas tubas uterinas se unem ao útero e estreita abaixo do óstio interno da cérvice. Podem haver: 1. Uma falha na fusão dos ductos paramesonéfricos (de Müller) = Útero não piriforme; 2. Um septo no meio da cavidade uterina = Útero septado; 3. Uma fenda parcial dividindo o útero = Útero bicornual; 4. Um septo até a vagina (exemplo mais extremo), apresentando duas cérvices e dois úteros distintos, cada um com uma tuba = Útero didelfo. CÉRVICE A cérvice de uma mulher adulta e não grávida é mais estreita e mais cilíndrica que o corpo do útero, e tem tipicamente 2,5 cm de comprimento. O óstio interno da cérvice fica na extremidade superior, comunicando a cérvice com o corpo do útero. O óstio externo fica na extremidade inferior e se abre na vagina. Duas cristas longitudinais em suas paredes anterior e posterior, originam pequenas pregas palmadas oblíquas que sobem lateralmente. As pregas nas paredes opostas se interdigitam para fechar o canal cervical. O istmo, uma porção mais estreita, forma o terço superior da cérvice. Embora inalterado no primeiro mês de gestação, ele é incorporado pelo corpo do útero durante o segundo mês para formar o “segmento uterino inferior”. A extremidade externa da cérvice entra na extremidade superior da vagina, o que a divide em partes supravaginal e vaginal. A parte supravaginal é separada anteriormente da bexiga por tecido conjuntivo frouxo bastante celularizado, o paramétrio. LIGAMENTO LARGO As pregas laterais ou ligamentos largos se estendem a cada lado a partir do útero em direção às paredes pélvicas laterais. A borda superior é livre e a borda inferior é contínua com o peritônio. Uma tuba uterina se encontra na borda livre superior a cada lado. O ligamento largo é dividido em um mesossalpinge superior, um mesovário posterior e um mesométrio inferior. Mesossalpinge O mesossalpinge está preso acima à tuba uterina e posteroinferiormente ao mesovário. Superior e lateralmente ele está preso ao ligamento suspensor do ovário, e medialmente está preso ao ligamento ovariano. As fímbrias do infundíbulo da tuba uterina se projetam a partir de sua extremidade lateral livre. Entre o ovário e a tuba uterina, o mesossalpinge contém anastomoses entre os vasos uterinos e ovarianos, o epoóforo e o paraoóforo. Mesovário O mesovário se projeta da face posterior do ligamento largo, do qual ele é a parte menor. Ele está preso ao hilo do ovário e carreia vasos e nervos para o ovário. Mesométrio O mesométrio é a maior parte do ligamento largo se estende do assoalho pélvico até o ligamento ovariano e o corpo do útero. A artéria uterina segue entre suas duas camadas peritoneais. Entre a pirâmide formada pelo infundíbulo da tuba, o polo superior o ovário e a parede pélvica lateral, o mesométrio contém os vasos ovarianos e os nervos dispostos dentro do ligamento suspensor fibroso do ovário (ou ligamento infundibulopélvico). Esse ligamento se continua lateralmente sobre os vasos ilíacos externos como uma prega distinta. O mesométrio também envolve a parte proximal do ligamento redondo do útero, além de músculo liso e tecido conjuntivo frouxo. LIGAMENTO REDONDO Os ligamentos redondos são estreitas faixas, um pouco achatadas, de 10-12 cm de comprimento. Cada um está preso medialmente à parte superior do útero, logo abaixo e anteriormente aos cornos laterais. Daqui cada um segue lateralmente dentro da parte superior do ligamento largo até a parede pélvica lateral. Próximo ao início da artéria epigástrica inferior, o ligamento redondo entra no anel inguinal profundo. Ele atravessa o canal inguinal e se divide em faixas que se fundem com o tecido conjuntivo circunjacente antes de terminar no monte pubiano, acima do lábio maior. Próximo ao útero, o ligamento redondo contém uma considerável quantidade de músculo liso, porém este gradualmente diminui, e a porção terminal é puramente fibrosa. O ligamentoredondo contém vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM LINFÁTICA Artérias O suprimento arterial para o útero advém da artéria uterina. Esta se origina como um ramo da divisão anterior da artéria ilíaca interna. A partir de sua origem, a artéria uterina cruza o ureter no ligamento largo antes de se ramificar à medida que atinge o útero na junção cervicouterina. Um ramo principal sobe pelo útero tortuosamente dentro do ligamento largo, até que ele atinja a região do hilo do ovário, onde se anastomosa com ramos da artéria ovariana. Outro ramo desce para suprir a cérvice e se anastomosa com ramos da artéria vaginal para formar as artérias ázigos da vagina. As árvores arteriais esquerda e direita se anastomosam através da linha mediana. Muitos ramos arteriolares espiralados seguem para o interior do endométrio. Sua aparência específica muda durante o ciclo menstrual. Na fase proliferativa, as arteríolas espiraladas se tornam menos proeminentes, enquanto na fase secretora elas crescem em comprimento e calibre e se tornam cada vez mais tortuosas. Veias As veias uterinas se estendem lateralmente nos ligamentos largos, seguem adjacentes às artérias e passam sobre os ureteres. Elas drenam para as veias ilíacas internas. O plexo venoso uterino se anastomosa com os plexos venosos vaginal e ovariano. Drenagem linfática Os vasos linfáticos uterinos existem nas partes superficial (subperitoneal) e profunda da parede uterina. Vasos coletores derivados do corpo do útero e da cérvice seguem lateralmente no paramétrio para três principais grupos de linfonodos: 1. Linfonodos ilíacos externos; 2. Linfonodos ilíacos internos; 3. Linfonodos obturatórios. Os linfonodos ilíacos internos e externos circundam as artérias correspondentes. Os linfonodos obturatórios se localizam na fossa obturatória entre os vasos ilíacos externos e internos; o nervo obturatório segue através da parte inferior desse grupo de linfonodos. Os vasos linfáticos derivados do fundo do útero e das tubas podem acompanhar a drenagem linfática dos ovários para os linfonodos para-aórticos. A região que circunda o istmo da tuba pode ser drenada ao longo do ligamento redondo para os linfonodos inguinais superficiais. INERVAÇÃO O suprimento nervoso para o útero é predominantemente derivado do plexo hipogástrico inferior. Alguns ramos sobem com as artérias uterinas no ligamento largo, ou próximo a estas. Eles suprem o corpo do útero e as tubas uterinas, e se conectam com nervos tubários derivados do plexo hipogástrico e com o plexo ovariano. Os nervos uterinos terminam no miométrio e no endométrio, e usualmente acompanham os vasos. Os nervos para a cérvice formam um plexo que contém pequenos gânglios paracervicais. As fibras simpáticas eferentes pré-ganglionares são derivadas de neurônios nos últimos segmentos torácicos e no primeiro segmento lombar; os locais de suas sinapses pós-ganglionares são desconhecidos. As fibras parassimpáticas pré se originam de neurónios do segundo ao quarto segmentos espinais sacrais, e fazem sinapse com os gânglios paracervicais. A atividade simpática pode produzir contrações uterinas e vasoconstrição, e a atividade parassimpática pode produzir uma inibição uterina e vasodilatação; entretanto, essas atividades são complicadas pelo controle hormonal das funções uterinas. TUBAS UTERINAS (TROMPAS DE FALÓPIO) As tubas uterinas estão presas à parte superior do corpo do útero e seus óstios se abrem na cavidade uterina. A tuba segue lateral e superiormente, e consiste em quatro partes principais: 1. Segmento intramural; 2. Istmo; 3. Ampola; 4. Infundíbulo. O segmento intramural tem 0,7 mm de largura, 1 cm de comprimento e se localiza em meio ao miométrio. Ele é contínuo lateralmente com o istmo, o qual tem 1,5 mm de largura e 3 cm de comprimento, tem contorno arredondado e consistência muscular firme. O istmo é contínuo lateralmente com a ampola, a porção mais larga da tuba, com um diâmetro luminal máximo de 1 cm. A ampola tem 5 cm de comprimento e apresenta parede delgada e superfície luminal tortuosamente pregueada. Tipicamente, a fertilização ocorre em seu lúmen. A ampola se abre no infundíbulo, em forma de trompete ou funil, no óstio abdominal. As fímbrias, numerosas pregas digitiformes da mucosa, com 1 mm de largura, estão presas às extremidades do infundíbulo e se estendem a partir de sua circunferência interna para além da parede muscular da tuba. Uma dessas fímbrias, a fímbria ovariana, é mais longa e mais profundamente ramificada do que as outras, e encontra-se tipicamente aplicada ao polo tubário do ovário. SUPRIMENTO VASCULAR E DRENAGEM LINFÁTICA Artérias O suprimento arterial para as tubas uterinas é derivado das artérias ovariana e uterina. O terço lateral da tuba é suprido pela artéria ovariana. Os dois terços mediais da tuba são supridos pela artéria uterina. Veias A drenagem venosa é similar ao suprimento arterial. A drenagem venosa dos dois terços laterais da tuba uterina ocorre através do plexo pampiniforme das veias ovarianas, que se abrem na veia cava inferior do lado direito, e na veia renal do lado esquerdo. Os dois terços mediais da tuba drenam através do plexo uterino para a veia ilíaca interna. INERVAÇÃO A tuba uterina é inervada por fibras autônomas que estão distribuídas principalmente com as artérias ovariana e uterina. A maior parte da tuba tem um duplo suprimento, simpático e parassimpático. Fibras parassimpáticas pré-ganglionares são derivadas do nervo vago para a metade lateral da tuba e de nervos esplâncnicos pélvicos para a metade medial. O suprimento simpático é derivado de neurônios do décimo segmento torácico até o segundo lombar espinais. As fibras aferentes viscerais seguem com os nervos simpáticos e entram na medula através das raízes dorsais correspondentes. A mucosa da ampola contém corpúsculos de Pacini modificados. OVÁRIOS Os ovários se localizam a cada lado do útero, próximos à parede pélvica lateral e suspensos na cavidade pélvica por uma dupla prega de peritônio, o mesovário. Eles são de tonalidade branca pardacenta e consistem em tecido conjuntivo fibroso denso no qual os ovócitos estão embebidos. Antes que a ovulação regular se inicie, eles apresentam uma superfície lisa; porém, logo em seguida, suas superfícies são distorcidas por causa da formação de tecido cicatricial que se segue à degeneração de sucessivos corpos lúteos. A superfície lateral do ovário se encontra em contato com o peritônio parietal na fossa ovariana. A superfície medial está voltada para o útero e para os vasos uterinos no ligamento largo, e o recesso peritoneal aqui é denominado de bursa ovariana. Acima da extremidade superior estão as fímbrias e a porção distal da tuba uterina. A borda anterior está voltada para o folheto posterior do ligamento largo e contém o mesovário. O mesossalpinge se localiza abaixo da tuba uterina. O ligamento ovariano está inferior e medialmente. O mesovário e o ovário se localizam inferiormente em sua extremidade fimbrial. LIGAMENTO INFUNDIBULOPÉLVICO (SUSPENSOR) O ligamento suspensor ou infundibulopélvico do ovário é uma prega peritoneal que está presa à parte superior da superfície lateral do ovário. Ele contém os vasos e nervos ovarianos. LIGAMENTO OVARIANO O ligamento ovariano prende a extremidade uterina (inferomedialmente) do ovário ao ângulo lateral do útero, posteroinferiormente à tuba uterina. Ele se localiza no folheto posterior do ligamento largo e contém algumas células musculares lisas. Ele é contínuo com a borda medial do ligamento redondo, ambos remanescentes do gubernáculo. MESOVÁRIO O mesovário é uma curta prega peritoneal que prende o ovário à parte dorsal do ligamento largo. Ele conduz vasos sanguíneose nervos para o hilo do ovário. SUPRIMENTO VASCULAR E DRENAGEM LINFÁTICA Artérias As artérias ovarianas são ramos da aorta abdominal e se originam abaixo das artérias renais. Veias As veias ovarianas emergem do ovário como um plexo (plexo pampiniforme) no mesovário e no ligamento suspensor. Duas veias emergem do plexo e sobrem com a artéria ovariana e desembocam na veia cava inferior, do lado direito, ou na veia renal, do lado esquerdo. Drenagem linfática A principal drenagem linfática dos ovários ocorre ao longo de vasos que seguem as veias ovarianas para os linfonodos para-aórticos localizados próximos à origem das artérias renais. INERVAÇÃO A inervação ovariana é derivada de plexos autônomos. A parte superior do plexo ovariano é formada por ramos dos plexos renal e aórtico, e a parte inferior é reforçada pelos plexos hipogástricos superior e inferior. Esses plexos consistem em fibras simpáticas e parassimpáticas pós-ganglionares, e fibras aferentes viscerais. As fibras simpáticas eferentes são derivadas dos 10º e 11º segmentos espinais torácicos e são provavelmente vasoconstritoras, ao passo que as fibras parassimpáticas, derivadas dos plexos hipogástricos inferiores, são provavelmente vasodilatadoras.