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Codificação no Brasil Imperial

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Codificação no Brasil Imperial 
 
Por codificação entende-se: “o processo de atividade que tem como seu produto 
final um código.”1, entretanto a palavra “código” tem vários significados. Uma das 
definições mais gerais e atemporais é de Max Weber e refere-se, à “intervenção (...) 
especialmente do imperium do príncipe, na vida jurídica que em todos os lugares 
contribuiu para a unificação e sistematização do direito (...)”. 
O código brasileiro só ficaria pronto em 1916, sendo que após a sua 
independência, o Brasil adotou modelos derivados de inspirações estrangeiras, 
principalmente a partir do filtro da cultura jurídica portuguesa. Essa inspiração em 
Portugal se deu, porque antes da independência, a então colônia brasileira utilizava todo 
o arsenal jurídico da sua metrópole. 
Dessa forma, em 20 de outubro de 1823, promulgou-se uma lei que determinava 
que continuassem em vigor as Ordenações, leis, regimentos, alvarás, decretos e 
resoluções promulgadas pelos reis de Portugal até 25 de abril de 1821, enquanto não se 
organizasse um novo código. Até que ficasse pronta, a codificação passou por várias 
etapas, teve várias influências e alguns nomes que contribuíram de forma direta ou 
indireta para sua consolidação, entre eles o de Teixeira de Freitas, encarregado de 
pensar uma codificação civil para o Brasil no Século XIX. 
A influência de Teixeira na construção do Código Civil de 1916 se deu com a 
sua obra “Consolidação das leis civis” (1857), elaborada com base nas Ordenações 
Filipinas de 1602. A obra excedeu todas as expectativas, constituindo marco decisivo na 
evolução do direito civil brasileiro. 
 Entretanto, alguns fatores fizeram com que a sua proposta não fosse aceita, 
entre eles a negação do estabelecimento de uma disciplina jurídica para manter a 
escravidão dos negros. As convicções de Teixeira de Freitas entravam em choque com 
os interesses das elites, inviabilizando o sucesso de seu projeto. 
 Outras tentativas de codificação da legislação civil que ocorreram ainda no 
Brasil imperial foram: a de Nabuco de Araújo (1872) e a de Felício dos Santos (1881) 
que acabaram barradas quer pela rejeição do Ministério da Justiça e do parlamento, quer 
pelo final do regime imperial em 1889. 
 
1
 CAPPELLINI, Paolo. Codificação: uma introdução (mimeo), p. 1 
Um dos grandes impasses para a consolidação do código era a questão do 
estabelecimento de universidades e instituições jurídicas no Brasil. Essas universidades 
e instituições eram consideraras uma ameaça ao domínio colonial e tiveram a sua 
construção coibida, sendo que somente após a independência foram criados os primeiros 
cursos jurídicos no Brasil em Olinda e São Paulo (lei de 11 de agosto de 1827). 
Finalmente, em 1899 Clóvis Beviláqua foi encarregado de preparar o anteprojeto 
de Código Civil Brasileiro a pedido do então presidente Epitácio Pessoa. Somente 
depois de dezesseis anos de discussões, em 1º de janeiro de 1916, o seu anteprojeto era 
transformado no Código Civil brasileiro, libertando-nos, afinal, das Ordenações do 
Reino, que tinham vindo da época colonial. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Texto-base: CAPPELLINI, Paolo. Codificação: uma introdução (mimeo) 
 
Texto-Complementar: FONSECA, Ricardo Marcelo. Os Juristas e a cultura jurídica 
brasileira na segunda metade do século XIX. In: Quaderni fiorentini, XXXV (2006). 
 
Internet: 
 
- Celso Bitar Junior e Thiago Fernando Crivellari - BIOGRAFIA DE AUGUSTO 
TEIXEIRA DE FREITAS, disponível em: 
http://historiadodireitocivil.blogspot.com.br/2010/10/augusto-teixeira-de-freitas.html 
 
- Marcos Katsumi Kay - CÓDIGO CIVIL DE 1916 - Importância do anteprojeto de 
Teixeira de Freitas, disponível em: http://direito-privado-
ufpr.blogspot.com.br/2008/08/codigo-civil-de-1916-anteprojeto-de.html 
 
- Jonas Tavares Fernandez de Borba - CLÓVIS BEVILÁQUA, disponível em: 
http://historiadodireitocivil.blogspot.com.br/2010/11/clovis-bevilaqua.html

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