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Anestésicos A primeira anestesia � Retirada da costela deAdão “Então o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numamulher ...” (Gênesis 2.21 e 22) � Eva foi condenada a dar à luz emmeio à dores (Gênesis 3.16) A dor tornou-se parte da condição humana e credencial para entrada em outra vida (expiação) As primeiras cirurgias O cirurgião perfeito naquela época... Os primeiros relatos do uso de anestésicos � Século 4 a. C.- esponja soporífera (Hipócrates)- mistura de plantas – uso até o século 17 meimendro Papaver somniferum Cannabis sativum O TERMO AN-sem ESTESIA-sensibilidade � Anos 50 d. C.- Dioscórides (“Pai da Farmacognosia”) – De materia medica - 600 plantas - 35 fármacos de origem animal- 35 fármacos de origem animal - 90 fármacos de origem mineral � 130 conhecidos no Corpus hipocraticum e � 100 ainda possuem atividade farmacológica Mandrágora: hioscina Efeitos anestésicos Outros métodos anestésicos Anos 1000 a. C.- Médicos assírios compressão da carótida e nervos (garrote) Anestésicos geraisAnestésicos gerais Pré-requisito para um anestésico � Prontamente controlável � Indução e recuperação rápidos Nível de anestesia ajustável Estado de aprofundamento da anestesia Observações com éter dietílico Estado anestésico Ação supra-espinhal (tronco encefálico, mesencéfalo e córtex cerebral) � Inconsciência � Analgesia� Analgesia Depressão das vias sensoriais e motoras supra- espinhais e espinhais � Perda dos reflexos (relaxamento muscular) � ansiólise Efeitos dos anestésicos sobre o SNC � Provável redução na liberação do transmissor � Inibe a transmissão sináptica� Inibe a transmissão sináptica � Redução da resposta pós-sináptica Teoria lipídica � Overton e Meyer (virada do séc. 20) Potência anestésica X solubilidade lipídica � 1937- “a narcose começa quando qualquer substância indiferente quimicamente tenha alcançado uma certa concentração molar nos lipídeos da célula” Efeitos nos canais iônicos � Inibem a função dos receptores excitatórios - do glutamato - da Acetilcolina- da Acetilcolina - da 5-Hidroxitriptamina � Reforçam a função dos receptores inibitórios, como o GABAA e da glicina e certos canais de K+ Anestésicos gerais inalatórios � 1800- Humphrey Davy “gás hilariante” (euforia, analgesia e perda da consciência) – sugestão do seu uso para aliviar dor na Óxido nitroso sugestão do seu uso para aliviar dor na cirurgia � Horace Wells (dentista americano) - autoindução Éter 1846- William Morton (dentista e estudante de medicina) – extração de um dente Warren (cirurgião de Massachussets) – uso do éter em cirurgia O éter nos dias de hojeO éter nos dias de hoje Obsoleto Explosivo, altamente irritante, ocorrência de náuseas pós-operatórias e complicações respiratórias. Clorofórmio durante o parto 1847- Prof. James Simpson “O clorofórmio é uma isca de Satã, oferecendo-se aparentemente para ajudar as mulheres; porém, no final ele vai endurecer a sociedade eporém, no final ele vai endurecer a sociedade e roubar de Deus os profundos e sinceros gritos de ajuda, que surgem nos momentos problemáticos.” (vozes do clero) �Parto da Rainha Vitória sob influência do clorofórmio. Farmacocinética dos anestésicos inalatórios � Velocidade com que a concentração sanguínea arterial segue às alterações na concentração sanguínea do fármaco no ar inspirado (**pulmões) Fatores determinantes desta velocidadeFatores determinantes desta velocidade � Propriedades do anestésico: coeficiente de partição sangue:gás (solubilidade no sangue); coeficiente de partição óleo:gás (solubilidade na gordura) � Fatores fisiológicos: taxa de ventilação pulmonar e débito cardíaco � CAM: concentração alveolar mínima Concentração necessária pra abolir a dor da incisão cirúrgica em 50% dos indivíduos. CAM inversamente proporcional à potência anestésica Potência Taxa de indução e recuperação ***Série dos “fluranos” Propriedades farmacocinéticas aprimoradas Menos efeitos colaterais Não são inflamáveis Óxido nitroso na prática obstétrica Halotano ocasionalmente Agentes antigos em uso Metabolismo e toxicidade anestésicos inalatórios � Clorofórmio: formação de radicais livres- hepatotoxicidade � Metoxiflurano (éter halogenado): cerca de 50% metabolizado a fluoreto e oxalato – toxicidade renal � Enflurano e sevoflurano: geram fluoreto em concentrações não-� Enflurano e sevoflurano: geram fluoreto em concentrações não- tóxicas � Halotano: metabolização substancial –cerca de 30% convertido a brometo, ácido trifluoroacético – raros casos de toxicidade hepática � Xenônio: gás inerte – metabolismo e toxicidade zero – potência relativa baixa e alto custo. Efeitos nos sistemas cardiovascular e respiratório � Diminuem a contratilidade cardíaca � Deprimem marcantemente a respiração e aumentam a PCO2 arterial.aumentam a PCO2 arterial. Exceção: óxido nitroso e cetamina � Desflurano: provoca laringo e bronco espasmo (usado somente para manutenção de anestesia) Anestésicos gerais intravenosos Tiopental � Único barbitúrico remanescente usado como anestésico � Alta lipossolubilidade � Administrado como sal de sódio (solução fortemente alcalina e instável – dissolvida imediatamente antes do uso) � Agente de indução (não é usado para manter a anestesia cirúrgica) Aspectos farmacocinéticos tiopental � IV causa inconsciência em cerca de 20 s e se mantém por 5 a 10min. � Alta solubilidade e permeabilidade da BHE � Concentração sanguínea decai rapidamente� Concentração sanguínea decai rapidamente Cerca de 80% nos 2 primeiros min devido à redistribuição para tecidos com grande fluxo (fígado, rins e cérebro) e por último para os músculos. Captação lenta pela gordura corporal (baixo fluxo sanguíneo local) apesar de favorecimento pela alta lipossolubilidade deste composto.Após algumas horas acúmulo quase total. Farmacocinética tiopental � Liga-se à albumina plasmática (85%) Fração ligada é menor quando: - há desnutrição - doença hepática - doença renal Nestes casos há redução da dose necessária para indução da anestesia. Efeitos colaterais � Profunda depressão respiratória em doses subanestésicas � Longo pós-efeito associado ao lento declínio da concentração plasmática (sonolência e depressão respiratória por horas) � CUIDADO!!! Injeção acidental de TIOPENTAL no tecido perivascular: necrose tecidual e ulceração Etomidato � Maior janela terapêutica (dose anestésica e a necessária para produzir depressão respiratória e cardiovascular) � Mais rapidamente metabolizado que o tiopental � Menor probabilidade de provocar ressaca prolongada � Movimentos involuntários durante a indução � Náuseas e vômitos pós-operatórios e dor no local da injeção CONTRAINDICAÇÃO: pacientes com insuficiência supra-renal (suprime a produção de esteróides na supra-renal) Propofol � 1983- propriedades similares ao tiopental � Rapidamente metabolizado � Recuperação rápida � Sem efeito ressaca� Sem efeito ressaca � Permite infusão contínua sem necessidade agente inalatório � Não provoca movimentos involuntários e supressão das supra-renais Outros agentes indutores � CETAMINA OU QUETAMINA Administrada IV age mais lentamente que o tiopental (2 a 5 min) Produz anestesia dissociativa:Produz anestesia dissociativa: - marcante perda sensorial - anestesia- amnésia - paralisia dos movimentos - sem perda real da consciência Edited by Foxit ReadernullCopyright(C) by Foxit Software Company,2005-2008nullFor Evaluation Only.null cetamina � Movimentos involuntários e experiências sensoriais � Pressão sanguínea e frequência cardíaca elevadaselevadas � Não afeta a respiração CUIDADO!!!Afeta a pressão intracraniana (PIC) Contraindicado em pacientes com aumento da PIC ou em risco de isquemia cerebral Desvantagens da cetamina � Alucinações, delírio e comportamento irracional são comuns durante a recuperação (menos marcantes em crianças)(menos marcantes em crianças) � Útil em procedimentos cirúrgicos pequenos em crianças associada a um benzodiazepínico Midazolam (benzodiazepínico) � Mais lento no início e fim de sua ação � Não causa depressão respiratória ou cardiovascularcardiovascular � Frequentemente usado como sedativo pré- operatório e durante procedimentos como endoscopia Enfoque prático � Produzir inconsciência rapidamente – propofol � Manter a inconsciência com 1 ou + agentes inalatórios: óxido nitroso e halotanoinalatórios: óxido nitroso e halotano � Suplemento da analgesia com analgésico IV. Ex. opióide � Paralisia muscular com fármaco bloqueador neuromuscular. Ex. atracúrio Anestésicos locais Protótipo dos anestésicos locais 1860- cocaína Proposta como anestésico local em procedimentos cirúrgicos Sigmund Freud tentou fazer uso de seu poder Erythroxylom coca Uso popular índios sul-americanos: tratamento da dor de dentes “goela adormecida” “energizante psíquico” deu um pouco ao amigo oftalmologista Dr. Carl Koller (1884 – gotas de cocaína no olho para anestesia da córnea) Anestesia com cocaína na odontologia e em cirurgia geral Farmacodinâmica- mecanismo de ação pH alcalino Atividade dependente do pH Bases fracas são melhores anestésicos locais Anestésicos- inibidores inespecíficos das vias sensoriais periféricas por BLOQUEIO FÍSICO DOS CANAIS DE SÓDIO Resistência dos tecidos inflamados à anestesia: pH ácido Procaína Tetracaína Cocaína Grupo éster: mais facilmente hidrolisáveis – esterases Inativação no **plasma Meia-vida plasmática curta Procaína é hidrolisada em ácido p-aminobenzóico (precursor do folato – interfere no efeito antibacteriano das sulfonamidas) Cocaína Lidocaína Prilocaína Bupivacaína EMLA - Lidocaína+ Prilocaína Grupo amida: mais dificilmente hidrolisável Inativação no **fígado (N-desaquilação – metabólitos ativos) benzocaína � Anestésico local incomum � lipossolubilidade muito baixa � Usada como pó para curativos em úlceras de pele doloridas e em pastilhas para garganta � Lentamente liberado � Produz anestesia de superfície de longa duração Efeitos adversos dos anestésicos locais � Quando há escape para a circulação sanguínea Efeitos sobre o SNC: agitação, confusão, tremores, evoluindo para convulsões e depressão respiratória Efeitos cardiovasculares: depressão do miocárdio e vasodilatação, levando à queda da pressão arterial Reações ocasionais de hipersensibilidade (dermatite alérgica e rara reação anafilática aguda) Incapazes de atravessar a bicamada lipídica Mais efetivos Forma protonada – ligação alta afinidade ao sítio-alvo Retidos na bicamada lipídica Usos clínicos � Queimaduras � Pequenos cortes � Injeções tratamento dentário � Bloqueio epidural e intratecal (em procedimentos obstétricos e cirurgias de grande porte)