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KEDMA PORTIFÓLIO Serviço Social

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
curso de graduação em serviço social
fabiane aparecida rodrigues angela
ines quevedo de arruda fernandes
kedma Cristina Ribeiro Costa Coluti
lucimary souza de moraes
quézia mariana clemente de souza flores
MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICAS SOCIAIS PARA IDOSOS
Corumbá
2018
fabiane aparecida rodrigues angela
ines quevedo de arruda fernandes
kedma Cristina Ribeiro Costa Coluti
lucimary souza de moraes
quézia mariana clemente de souZa flores
MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICAS SOCIAIS PARA IDOSOS
Trabalho apresentado ao Curso Administração da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar, para as disciplinas: Pesquisa Social e Oficina de Formação;
Instrumentalidade em Serviço Social; Políticas Setoriais e
Politicas Setoriais contemporâneas; Movimentos Sociais..
Professoras: Rosane Ap. Belieiro Malvezzi; Amanda Boza Gonçalves, Maria Lucimar Pereira; Maria Angela Santini.
Corumbá
2018
SUMÁRIO
	1.
	INTRODUÇÃO ......................................................................................
	01
	1.1
	A participação dos movimentos sociais na implantação e implementação de políticas sociais ..................................................
	01
	2.
	DESENVOLVIMENTO ..........................................................................
	03
	2.1
	 Políticas Setoriais para idosos ................................................
	04
	3.
	CONCLUSÕES .....................................................................................
	05
	
	REFERÊNCIAS ....................................................................................
	07
1. INTRODUÇÃO
	A história dos movimentos sociais no Brasil e sua relação com a construção do arcabouço legal das polítcas sociais no Brasil precisam ser pensadas como um movimento dialético inserido historicamente.[1: Na concepção do materialismo histórico dialético o ser humano é resultado das condições materiais de produção, por isso as manifestações da cultura e sociedade - como os processos de produção - são passageiras, e a consciência humana só é possível pela relação material entre homem e natureza. (OLIVEIRA e QUINTANEIRO, 2003)]
 As políticas públicas rotineiramente partem da premissa de necessidades universais presentes nas instituições sociais como se estas necessidades fossem naturais (BAREMBLITT, 1996). Contudo é a participação dos movimentos sociais que forja as mudanças e especificidades em tais políticas tornando-as políticas públicas sociais (BRANCALEON et al, 2015). 
Configura-se como uma necessidade compreender as raízes históricas dos movimentos sociais e as relações com determinadas políticas públicas setoriais para a pessoa idosa. 
1.1 A participação dos movimentos sociais na implantação e implementação de políticas sociais
A obtenção de direitos é resultado da participação e representatividade da sociedade, gerando impactos para toda população em especial da classe trabalhadora. Tais conquistas serviram-se de pressão para que pudessem ocorrer assim a história dos movimentos sociais no Brasil (MEDEIROS, 2014).
Até a primeira metade do século XIX temos movimentos sociais localizados nas regiões do interior brasileiro, tal fato se explica pelo Brasil ter uma população majoritariamente rural. Tais movimentos sociais são desarticulados entre si, surgindo como respostas para problemas pontuais e locais (GOHN, 2011).
O segundo movimento situação na segunda metade do século XIX movimentos de abolição e após militarizado, organizado – décadas de 30 e 40 – em um Nova República os anseios expressos por meio dos movimentos sociais são tratados com violência (MEDEIROS, 2015).
Faz-se necessário apontar que os movimentos sociais estão diretamente relacionados com o contexto econômico vigente e quando este (aliado à ação estatal) se torna ineficaz para o atendimento mínimo das demandas sociais temos a expressão e mobilização social (BRINGEL e ESPIÑEIRA, 2008), conforme apontado por Lima (2011)
Diante dessa mobilização, o papel repressivo do Estado surtia
cada vez menos efeito. Havia, então, a necessidade de respostas às
demandas no sentido de atendê-las e não de reprimi-las pura e
simplesmente. As relações de exploração do trabalhador pelo sistema
capitalista, bem como os efeitos dessa forma de organização, passaram a
ser vistos com mais clareza pela população, que sentia seus efeitos no
seu cotidiano. Aqui se pode identificar o surgimento da questão social. (p. 43)
Com a figura de Getúlio Vargas os movimentos sociais ganham certa expressão mas, na década de 64 a intervenção militar – golpe – reduzem sistematicamente a participação social expressa em movimentos. No ano de 74 as comunidades Eclesiais de Base –então meio de movimento social- adquirem espaço diante do vultuoso crescimento econômico brasileiro, organizações como a Central Única dos Trabalhadores voltam a desenvolver suas atividades.
Na década de 80 houve a movimentação social em torno da redemocratização do país, via eleições diretas, conhecido como “Diretas Já” este movimento reunia e homogeneizava os anseios, por democracia, da população brasileira como um todo.
Com intensa participação social e a promulgação da Constituição de 1988 tínhamos um cenário econômico de crise no capitalismo e os direitos sociais, como a participação popular, garantidos pela nova constituição foram fragilizados (PEREIRA e ZAMBON, 2018).
	Após o conflituoso período de redemocratização do país, houve um período onde as desigualdades sociais foram acentuadas resultando em uma época chamada de “década perdida”, com queda do Produto Interno Bruto, aumento da dívida pública, do desemprego, dentre outras situações.
A mobilização social foi salutar no movimento das “Diretas Já”, quando a população se mobilizou para o acesso as eleições diretas a participação popular expressou-se também na formulação da nova constituição de 1988 que ficou conhecida como a “Constituição Cidadã”, assim a Constituição Federal pode ser considerada um produto da conquista popular (PIANA, 2009).
A constituição de 1988 foi marcada pela busca da equidade social e a garantia de direitos fundamentais como saúde (LIMA, 2010) e educação, com isso, o bem-estar social –expresso em termos de saúde (BERTOLLI FILHO, 2008) e educação – é um bem inalienável dos cidadãos e não um bem a ser consumido como produto. 
Atualmente os movimentos sociais acontecem nos mais diversos contextos e regiões do Brasil e conforme apontado por Heredia e Cintrão (2006)
De uma forma geral os movimentos sociais rurais têm tido um papel importante no alavancamento de políticas públicas, como a luta pela terra na efetivação da política de assentamentos, o movimento sindical na conquista de direitos como a previdência social rural e um crédito agrícola voltado especificamente para a agricultura familiar, entre outros
exemplos. Nesse sentido, podemos afirmar que os movimentos sociais rurais, através de suas lutas, influenciaram na redução das desigualdades entre zona rural e urbana, tendo efeito positivos sobre a vida do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras rurais [...]. (p. 06)
 	A participação e controle social nas políticas públicas sociais são expressão da conquista de cidadania e democracia, sendo assegurados pela constituição. Dentre os meios de participação e controle social temos os conselhos gestores, onde membros da sociedade civil representam os anseios da sociedade propondo ações.
2. DESENVOLVIMENTO
No Brasil é considerado idoso, a pessoa maior de sessenta anos de idade, destaca-se que o crescimento da população mundial da população idosa é constante e que segundo o IBGE (2002), no ano 2020, o Brasil terá 30 milhões de idosos, representando no futuro 13% da população do país, seremos a sexta maior população de idosos do mundo, com isso a longevidade passa a ser umaconquista e um dos maiores desafios para as políticas públicas de saúde brasileiras (IBGE, 2013).
	No Brasil a Política Nacional da Pessoa Idosa (BRASIL, 1994) resgata, por meio de diversas diretrizes e estimulo de ações intersetoriais, os princípios da promoção da saúde e da qualidade de vida visando a saúde integral do idoso, o provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade de atenção à saúde da pessoa idosa, o estímulo a participação do idoso, o fortalecimento do controle social a formação e a educação permanente dos profissionais do SUS para atenção da saúde da pessoa idosa. 
	Segundo a Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1994) a busca pelo envelhecimento com qualidade começa com o planejamento das ações, o atendimento ao idoso deve visar a lógica da integralidade indicando que uma vez instituído o primeiro contato, as necessidades do usuário devem ser atendidas até o esgotamento das possibilidades e com resolutividade.
2.1. Políticas setoriais para idosos
A política nacional do idoso (BRASIL, 1994) aponta no primeiro artigo que o presente objetivo é assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida.
Constituem-se diretrizes da política nacional do idoso: a viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações (BRASIL, 1994).
Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos: prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das necessidades básicas do idoso, mediante a participação das famílias, da sociedade planejar, coordenar, supervisionar e financiar estudos, pesquisas e publicações sobre a situação social do idoso; promover a capacitação de recursos para atendimento ao idoso (BRASIL, 1994).
Na área de educação: adequar currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais destinados ao idoso; inserir nos currículos mínimos, nos diversos níveis do ensino formal, conteúdos voltados para o processo de envelhecimento, de forma a eliminar preconceitos (BRASIL, 1994).
Na área de justiça: promover e defender os direitos da pessoa idosa; zelar pela aplicação das normas sobre o idoso determinando ações para evitar abusos e lesões a seus direitos (BRASIL, 1994).
Na área de cultura, esporte e lazer: garantir ao idoso a participação no processo de produção, reelaboração dos bens culturais; propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos; incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade (BRASIL, 1994).
No âmbito estadual a política pública para idoso avança no sentido de ser articulada e estruturada também no Estado, com isso em 7 de janeiro de 2000, com a promulgação da Lei Estadual nº 2.073 (MATO GROSSO DO SUL, 2000).
A ação governamental por meio políticas, legislação e programas voltados para o idoso, só foi possível através da reanálise do conhecimento cientifico pautado na legalidade do Estado. As intervenções vão de promoção de estudos sobre o envelhecimento a atendimento especializado para o público da terceira idade (MIYATA et al, 2005).
Enquanto as políticas públicas são planejadas e estruturadas, em diferentes níveis da administração pública, o acesso aos direitos sociais preconizados se tornam acessíveis no âmbito municipal. No que diz respeito ao tratamento do poder público municipal dispensado a idosos temos na cidade de Corumbá-MS uma Estrutura que inclui uma assembleia geral responsável pela deliberação e controle da política municipal do idoso; diretoria que representativa; comissões; secretaria executiva formado por dez conselheiros governamentais: cinco servidores do poder público municipal e cinco conselheiros não governamentais da sociedade civil (PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ, 2012).
3. CONCLUSÕES
	Com a etapa conclusiva deste portfólio que teve como objeto compreender a questão histórica dos movimentos sociais e a construção do arcabouço legal das políticas sociais no Brasil; possibilitou relacionar a capacidade operativa, teórica e política do assistente social com a efetivação de políticas públicas e o acesso a direitos civis, conforme a Constituição de 1988 e ao projeto ético político da profissão.
	 Apontam-se assim alguns mecanismos, dentre eles a intersetorialidade, para a criação de novas perspectivas, através do trabalho em rede proporcionado pela municipalização. A participação do município inclui a ação popular no intuito de fortalecimento do controle social no gerenciamento das políticas sociais, em particular as políticas ligadas a seguridade social, desta forma a sociedade pode exercer seu poder diretamente.
	A participação da população configura-se como nova visão dos cidadãos, onde estes passam a ter contato com diversas esferas estatais, um ponto estratégico para fortalecimento e ampliação das políticas públicas e direitos sociais. 
É salutar apontar que a democratização da administração e gestão, possibilitadas pela municipalização, se traduzem também em compartilhamento de poder, onde a participação popular ganha representatividade e o assistente social ocupa um lugar de destaque na articulação dos diferentes atores envolvidos.
Neste sentido, é preciso enfatizar que o assistente social precisa estar consciente de sua atuação política ao atuar como via de acesso aos direitos disponibilizados pelo Estado, trazendo para o visível uma população, por vezes, ignorada.
REFERÊNCIAS
BAREMBLITT, G. Compêndio de Análise Institucional. Rio de Janeiro: 3a. ed., Rosa dos Tempos, 1996.
BRASIL. Política Nacional do Idoso, Lei nº. 8.842, de 4 de janeiro de 1994.
BRASIL. Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro. 2002.
BERTOLLI FILHO, C. História da saúde pública no Brasil. São Paulo: Ática, 2008.
BRANCALEON, B. B.; et al. Políticas Públicas. Universidade de São Paulo-
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto
Programa de Pós-Graduação em Administração de Organizações. Abril-2015.
BRINGEL, B.; ESPIÑEIRA, M. V. Movimentos sociais e política – releituras contemporâneas. CADERNO CRH, Salvador, v. 21, n. 54, p. 419-422, Set./Dez. 2008. Disponível em <<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792008000300001>> Acessado em 06/04/2018
GOHN, M.D. Movimentos Sociais na Contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, nº. 47, pp. 331-362, 2011. Disponível <<www.scielo.com>> Acessado em 15/04/2018.
HEREDIA, B. M. A. de; CINTRÃO, R. P. Gênero e acesso a políticas públicas no meio rural brasileiro. Revista Nera – ano 9, n. 8 – janeiro/junho de 2006.
MATO GROSSO DO SUL - Assembleia Legislativa. Política Estadual do Idoso. Lei nº 2.073. Campo Grande –MS, JANEIRO DE 2000.
MINAYO, M. C. de S.; CAVALCANTE, F. G. Suicídio entre pessoas idosas: revisão da literatura. Rev Saúde Pública 2010; v. 44, n.4, p. 750-757.
LIMA, J. C. F. A política nacional de saúde nos anos 1990 e 2000: na contramão da história? In: Ponte, C. F. (org.) Na corda bamba de sombrinha: a saúde no fio da história. Rio de Janeiro: Fiocruz/COC; Fiocruz/EPSJV, 2010. Disponível em: <<http://observatoriohistoria.coc.fiocruz.br/local/File/livro-na-corda-bamba-desombrinha.pdf>>. Acesso em 07/04/2018.
LIMA, P. S. O serviço social e a doutrina da proteção integral: limites e possibilidades da atuação profissional. Dissertação de mestrado em Serviço Social. UFSC. – Florianópolis- SC, 2011.
MEDEIROS, A. M. Breve Histórico dos Movimentos Sociais no Brasil. 2015. Disponível em <<http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/breve-historia-dos-movimentos-sociaisno-brasil/>>Acessado em 01/04/2018
MEDEIROS, A. M. Movimentos Sociais. 2004. Disponível em <<http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/movimentos-sociais/>> Acessado em 01/04/2018
PEREIRA, M.L.; ZAMBON, R.E. Políticas setoriais e políticas setoriais contemporâneas. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2018.
PIANA, M. C. As Políticas Sociais no Contexto Brasileiro: natureza e desenvolvimento. São Paulo: Editora UNESP, 2009. Disponível em
<<http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-02.pdf>> Acessado em 01/04/2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ –Gabinete Do Prefeito. Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. Lei nº 2.254. Corumbá – MS, junho de 2012.
  
OLIVEIRA, M. G. M. de; QUINTANEIRO, T. Toque de clássicos: Karl Marx. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

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