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TEMPOS E MÉTODOS AULA 3 Prof. Douglas Soares Agostinho 2 CONVERSA INICIAL Caros alunos, bem-vindos a mais uma aula de Tempos e Métodos. Nesta aula, veremos como analisar o ritmo de trabalho do operador, os tipos de interrupções de trabalho, as concessões aplicadas sobre o tempo cronometrado e, ainda, faremos alguns exercícios com o cálculo do tempo padrão. Segue a sequência dos temas que serão estudados. 1. Avaliação de desempenho; 2. Interrupções no trabalho; 3. Tolerâncias concedidas; 4. Conversão de tempos; 5. Exercícios sobre o conteúdo. TEMA 1 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Na aula anterior, vimos a definição da expressão avaliação de desempenho, e vimos que é a combinação entre habilidade e esforço. Por exemplo: se você observar dois trabalhadores executando a mesma tarefa por um longo período, será que ambos terão a mesma habilidade? Estarão gastando a mesma energia? Possivelmente não, embora um método de trabalho bem elaborado visa à unificação e à padronização de movimentos, evitando que operadores diferentes obtenham resultados diferentes. No seu trabalho diário, você consegue manter o mesmo ritmo durante o dia todo? Durante a cronometragem de uma determinada operação, o responsável pela tomada de tempos, o cronoanalista (usaremos esse termo em nossas aulas, porém pode ser o cronometrista ou pessoal de terceiro) deve estar atento à performance do operador, pois todo trabalho realizado por um ser humano sofre alterações de ritmo por diversas causas, tais como falta de treinamento, excesso de confiança do operador, nervosismo, distração, fadiga, interferências externas entre outras. Como corrigir isso? Primeiramente, o responsável pela tomada do tempo da operação deverá conversar com o operador e tranquilizá-lo em relação ao trabalho a ser feito, se necessário, treiná-lo ao novo método e se, mesmo assim, o operador não seguir 3 o método estabelecido, ou se mostrar muito nervoso, ele não deve ser cronometrado, pois o resultado não será confiável. Em segundo lugar, deve-se analisar se o ritmo de trabalho desempenhado pelo operador durante o período de tomada de tempo é possível de ser mantido por 8 horas de trabalho diário. Em caso afirmativo, podemos considerar como sendo um ritmo normal (dizemos 100%), mas se for um ritmo difícil de manter ou muito fácil, deve-se fazer uma correção no tempo cronometrado (> ou < que 100%). Por causa disso, essa tarefa de avaliar o ritmo do operador é uma das mais difíceis do cronoanalista, pois exige muito treinamento e senso de observação. Existem algumas técnicas usadas para se fazer tal avaliação. 1. Sistemas de avaliação de desempenho 1.1. Bedaux – padrões estabelecidos em “B” (minuto-padrão), é avaliado o esforço, a habilidade por meio de uma tabela de fadiga. Um trabalhador normal deve realizar 60 “B”/ hora. 1.2. Westinghouse – análise de quatro fatores que são avaliados individualmente (habilidade, esforço, condições e consistência). A soma algébrica desses valores é aplicada sobre o tempo cronometrado. Veja a Tabela 1. Tabela 1 – Exemplo de Westinghouse HABILIDADE ESFORÇO + 0.15 A1 Super-hábil + 0.13 A1 Excessivo + 0.13 A2 + 0.12 A2 + 0.11 B1 Excelente + 0.10 B1 Excelente + 0.08 B2 + 0.08 B2 + 0.06 C1 Bom + 0.05 C1 Bom + 0.03 C2 + 0.02 C2 0.00 D Médio 0.00 D Médio - 0.05 E1 Regular - 0.04 E1 Regular - 0.10 E2 - 0.08 E2 - 0.16 F1 Fraco - 0.12 F1 Fraco - 0.22 F2 - 0.17 F2 CONDIÇÕES CONSISTÊNCIA + 0.06 A Ideal + 0.04 A Perfeita + 0.04 B Excelente + 0.03 B Excelente 4 + 0.02 C Boa + 0.01 C Boa - 0.03 E Regular - 0.02 E Regular - 0.07 F Fraca - 0.04 F Fraca 2. Avaliação sintética do ritmo: consiste em comparar o tempo cronometrado com valores tabelados, para o maior número de elementos possíveis. Assim, deve ser calculado fator a ser aplicado sobre o tempo cronometrado. 3. Avaliação objetiva do ritmo: consiste em apenas avaliar a velocidade em relação a uma velocidade padrão, sem considerar demais dificuldades. 4. Avaliação do grau de rendimento: consiste em analisar o operador em todos os aspectos, concentrando sua avaliação em habilidade e esforço. Esse método de análise é que será empregado em nossa disciplina, uma vez que um observador bem treinado tem condições de avaliar corretamente o ritmo desempenhado pelo operador. Aplicando o grau de rendimento sobre o tempo cronometrado “Tc”, teremos o Tempo normalizado (Tn). 1.1 Conceitos desse método Habilidade: determinada pela destreza e agilidade, na medida que esta é necessária para a execução do trabalho. Habilidade é baseada em dom e é formada com treino, prática e adaptação. "Ela se mostra na segurança e precisão dos movimentos do corpo e/ou membros." Esforço: intensidade com a qual o trabalhador procura superar as dificuldades relacionadas à execução de trabalhos sob determinadas condições. É o efeito que surte a carga de trabalho sobre o homem em função de suas qualidades e aptidões individuais. Vide quadro orientativo para análise desse índice. Quadro 1 – Orientações para mensurar esforço e habilidade HABILIDADE GRAU DE RENDIMENTO ESFORÇO 5 FRACA: Operador não adaptado ao trabalho, comete erros e seus movimentos são inseguros. ABAIXO DE 100 % FRACO: Falta interesse ao trabalho e utiliza-se de métodos inadequados. REGULAR: Operador adaptado relativamente ao trabalho, comete menos erros e seus movimentos são quase inseguros. REGULAR: as mesmas tendências, porém com menos intensidade. NORMAL: Trabalha com uma exatidão satisfatória, o ritmo se mantém razoavelmente constante. = 100 % NORMAL: Trabalha com constância e se esforça satisfatoriamente. BOA: Tem confiança em si mesmo, ritmo constante com raras hesitações. ACIMA DE 100 % BOA: Trabalha com constância e confiança e muito pouco ou nenhum tempo perdido. EXCELENTE: Precisão nos movimentos, nenhuma hesitação e ausência de erros EXCELENTE: Trabalha com rapidez e com movimentos precisos. SUPERIOR: Movimentos sempre iguais (mecânico) comparáveis ao de uma máquina. Até 130% EXCESSIVO: Lança-se em uma marcha impossível de manter. (NÃO RECOMENDADO PARA SER CRONOMETRADO). Esse método é o mais usado, pois faz com que o cronoanalista tenha uma visão sistêmica de toda a operação, porém exige muito treinamento e dedicação. 6 TEMA 2 – INTERRUPÇÕES NO TRABALHO Durante a análise de tempos em uma determinada operação, várias interrupções aparecerão e o cronoanalista deverá saber se as mesmas deverão ou não fazer parte do tempo padrão. Algumas perguntas devem ser respondidas antes de o cronoanalista tomar uma decisão: A interrupção ocorreu em virtude da própria estrutura organizacional? Essa interrupção poderia ser evitada? É uma interrupção inevitável, ou seja, inerente ao processo produtivo? Deve-se considerar como um elemento acíclico? Entretanto, quando o fluxo normal de trabalho é interrompido, as causas estão diretamente ligadas a: manutenção corretiva; troca de ferramentas por desgaste ou quebras; regulagem ou aferição do equipamento; falta de material; falta de meios; falta de energia; preparação do posto; quando o executante está vestindo ou retirando equipamento de