Buscar

“Um novo direito e a restauração de uma liberdade enxergada fora de qualquer concepção moral e tirana.” – Vinícios R.Biancamano. Visão Sobre a Obra de Étienne de Lá Boétie

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Unipê – Centro Universitário de João Pessoa 
Discente: Vinícios Ribeiro Biancamano / Matrícula: 1410032635 
Aluno do 2º Período/ Direito - Noturno/ Turma: G 
Matéria: Filosofia Geral e Jurídica 
Docente: Maria das Neves Pessoa de Aquino Franca 
Obra: Discurso Sobre a Servidão Voluntária/ Autor: Lá Boétie 
 
“Fragmentos, mais uma mera visão do Discurso Sobre a Servidão 
Voluntária” 
– Étienne de Lá Boétie 
 
 
Sobre o autor: 
 
 Humanista e Filósofo francês, Étienne de Lá Boétie morreu ainda muito jovem 
aos 33 anos de idade, em 1563. Autor do primeiro e um dos maiores hinos, a 
verdadeira obra crítica à liberdade dentre os que já se escreveram. 
 Tornou-se em 1553 bacharel em Direito tendo já escrito sua maior obra, nesta 
mesma data, o Discurso da Servidão Voluntária. 
 Ao lado dos estudos jurídicos sua imensa atividade intelectual abrangia 
também a filosofia, história, filologia e poesia. Em o “Discurso Sobre a Servidão 
Voluntária”, ele inicia sua maior obra insinuando que seus pensamentos são 
meros devaneios infantis, nos deixando previamente conectados sobre como o 
autor elaborou esse genial pensamento. 
 Após sua morte, toda sua obra fica como legado ao seu amigo pessoal e filósofo 
Montaigne que diante uma primeira publicação pirata do “Discurso” em 1571, 
viu-se obrigado a pronunciar-se a respeito da obra. 
 
 
“Um novo direito e a restauração de uma liberdade enxergada fora de 
qualquer concepção moral e tirana” 
– Vinícios Ribeiro Biancamano. 
 
 A manipulação é a virtude do tirano. Um poder exercido por um só homem 
sobre os outros é ilegítimo. Único e de pura dualidade, tão genial e tão pobre 
que iguala-se em atitudes à mera mentalidade da formiga rainha sobre a cigarra 
em meio ao inverno, tão presente nas fábulas dos contos infantis. 
 A adesão deste conto aparece com uma fundamental importância em meio ao 
meu discurso. Para entendermos a concepção de um pensamento genial como 
a do autor, é necessário conhecer ou ter ouço falar sobre este conto para uma 
visão menos rebuscada. Todos sabemos desse conto sobre a “Cigarra e a 
Formiga”, que conta que a rainha das formigas diz para a cigarra em meio sua 
liberdade que “se por acaso ela não mudar de vida, não mudar o comportamento, 
no inverno ela há de se arrepender”. 
 Me chama atenção no conto que até nas espécies mais frágeis de insetos o ser 
humano insere um tipo de tirano como exemplo de poder para produzir o que 
acreditamos ser a liberdade. 
 Poderíamos nos comparar a cigarra, não pela forma como ela levava a vida, 
mas pela inteligência que nela existia e existe, pela naturalidade dos fatos que 
ocorreria caso não fosse manipulada, dominada por costumes. 
 A visão do autor é que nos compara a futura cigarra após sua mudança de 
comportamento, um inseto que não se insere ao grupo das formigas na 
generalidade, mas serve politicamente aos tiranos da mesma maneira para 
fortalecimento do seu poder. 
 As formigas procuram alimentos para sobreviver a chegada do inverno. Essa 
visão do tirano resume-se no pensamento mesquinho formado com base em 
nossas necessidades, na construção de grandes migalhas para nos alimentar, 
saciar uma massa que acredita na liberdade que é produzida pela alienação do 
poder de um tirano. 
 Eles nos alimentam quando estamos necessitados, prestes a passar fome 
(como os atuais líderes atuam sobre nós, com aumento fajuto porcentual de um 
salário-mínimo ou décimo-terceiro) e nos enche de falsos prazeres, desses que 
são insaciáveis para produzir um sentimento de satisfação momentânea e 
acomodação, ou seja, produzindo dessa forma uma razão que nos faz reféns 
dessa tirania, com a atitude de nos alienar com migalhas que saciam essa massa 
carente. Em busca do nosso apoio como cidadãos, nos fazem de “falsos 
espertos” mesmo sabendo que tudo é política e a dominação do homem parte 
desse instrumento genial de manipulação que ela é. 
 Podemos enxergar o verdadeiro exemplo da ação de uma servidão voluntária 
produzida em nosso psicológico à partir do momento que os tiranos nos 
proporciona o encontro com a felicidade na falsa liberdade, nos tornando assim 
com esse pensamento verdadeiros responsáveis por nossa própria prisão, pois 
poderíamos escolher entre ser livre e ser escravo, mas pecamos ao nos 
decidirmos pela “falta de liberdade” e preferindo o jugo, ou seja, aceitando o seu 
mal e a procura por todos os meios que lhe favoreça momentaneamente. 
 Esses rastros da visão genial de La Boétie com a sua obra “O Discurso Sobre 
a Servidão Voluntária”, é portanto até hoje a resposta e pensamento mais bem 
elaborado para entendermos a prisão psicológica em que nós, seres autônomos 
nos inserimos à partir dos costume de enxergarmos apenas a moralidade como 
parâmetro para vivermos bem seguindo uma norma, conduta imposta que 
esconde por trás da sua aplicação interesses de um tirano. 
 Essa visão crítica do autor nos faz refletir sobre o real sabor da liberdade, a 
verdadeira felicidade corrompida por migalhas, as verdadeiras propinas ou 
mendigarias que põe países, estados e bairros como escravos de um poder 
ilegítimo. 
 La Boétie é crítico e apesar de não esconder a sua admiração por tamanha 
inteligência contida nos homem, considera um poder ilegítimo e tirano toda forma 
como ele aliena uma determinada massa, como ele consegue chegar ao pódio 
e administrar sua permanência nele. Não existe legitimidade na atitude de um 
tirano, não existe valores para a liberdade, nem existe valor que pague a 
legitimidade de um poder. 
 Se somos comprados e dominados por um poder que nasce em fruto de uma 
manipulação da razão, da carência dos nossos anseios e satisfação moral, esse 
não é legitimado, é uma mera ação, um dos tipos de alienação tirana. Como na 
frase: “Não existe nada mais caro para o homem do que readquirir seu direito 
natural e, por assim dizer, de animal voltar à ser homem.” 
 A intelectualidade do autor exige uma reflexão fora da concepção moral para 
que possamos entender nossos hábitos sobre a falsa liberdade, atingindo ainda 
hoje de maneira cruel a nossa realidade, essa massa dominada por tiranos, 
resumindo-nos a seres dominados e cegos sobre as correntes da prisão em que 
nos colocamos e defendendo a ideia da desobediência como o único meio para 
acabar com a tirania. 
 Para Lá Boétie, “é natural no homem o ser livre e o querer sê-lo; mas está 
igualmente na sua natureza ficar com certos hábitos que a educação lhe dá.” 
Essa frase marca como tese de seus pensamentos sobre o que é herdado da 
nossa cultura moralista, apelidando a maneira aplicada como um verdadeiro 
adestramento. 
 Portanto, quem se arrisca ao entendê-lo e apoiá-lo em seu pensamento, 
também enxerga que o primeiro passo à seguir é uma quebra de parâmetros, 
devendo fugir do que hoje consideramos moral, ou seja, defendendo a ideia de 
que o poder que um só homem exerce sobre os outros é ilegítimo e aceita que 
a única maneira de saírmos desta prisão psicológica é aceitando nosso estado 
de natureza adotando uma espécie de desobediência civil como resposta para o 
fim da tirania, se rebelando dessa forma um novo direito, o de natureza, o direito 
natural, o verdadeiro direito da reflexão e execução das nossas opiniões, que 
presa as nossas vontades, a restauração da nossa liberdade física e psicológica.

Continue navegando