Buscar

Resenha Formalismo e Funcionalismo Fatias da mesma torta

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Linguística e Ensino-Aprendizagem de Português
Discente: Cecília Santos Pereira
Docente: Drª. Rosana Ferreira Alves
Disciplina: Teorias dos Estudos Linguísticos 
Resenha: Formalismo e Funcionalismo: Fatias da mesma torta
								 Luciano Amaral Oliveira
	Luciano Amaral Oliveira, doutor em Letras pela UFBA em seu artigo: “Formalismo e Funcionalismo: Fatias da mesma torta” vai abordar os debates envolvendo os paradigmas formalista e funcionalista, bem como o ponto de vista de cada teoria linguística. Em seguida, Oliveira apresenta uma abordagem de ensino de gramática do inglês, mostrando que esses dois paradigmas não devem ser vistos isoladamente, mas são complementares, auxiliando assim na compreensão dos fenômenos linguísticos. 	
	Enquanto o formalismo defende a autônoma da língua e foca nos estudos das formas linguísticas, o funcionalismo considera que a linguagem só é mental, porque há interação social, ou seja, a língua está inserido em contexto de interação social, ou seja, a língua está inserida em contexto de relações sociais desenvolvidas pelos indivíduos e grupos sociais. De acordo com o quadro comparativo de Dillinger (1991, p. 397) apresentado pelo autor do artigo, tanto o formalista como o funcionalista tem o mesmo objeto de estudo, a língua, porém cada teoria vê esse objeto de maneira diferente, o que não implica considerar que um paradigma é melhor que o outro, ou tentar compara-los. “Afinal os estudos de aspectos diferentes dos mesmos fenômenos podem dar uma contribuição muito importante para o entendimento de questões linguísticas no sentido de tais estudos serem complementares” (p.98)
	O ensino de língua estrangeira, deu início na década de 40, depois da II guerra Mundial com a necessidade de desenvolver um método para que os soldados pudessem se comunicar e aprender outras línguas, e assim surgiu o Programa de Treinamento Especializado do Exército, sendo o principal responsável Bloomfield, o que resultou na criação do Método Audiolingual, nesse método privilegia o desenvolvimento das habilidades orais, a língua se dá por meio de um processo mecânico de estímulo-resposta, e considera que a aprendizagem acontece com repetição e memorização. No final do século 50 Chomsky criticou a teoria behavorista, afirmando que ela não dava conta da aquisição da linguagem. Na década de 60 Chomsky criou a abordagem comunicativa, nessa perspectiva, o linguista defende a ideia que todo individuo já nasce com a linguagem, e que a partir de um conjunto limitado de regras, criamos um número infinito de frases. Os debates em torno dessas duas vertentes surgiram durante o ensino de línguas estrangeiras, mas perduram até os dias atuais, e o grande questionamento sobre o que devemos ensinar e qual a abordagem mais “eficiente”. Devemos trabalhar com a função ou a forma da língua? “Percebe-se aí, claramente, um paralelo com o debate em torno do formalismo e do funcionalismo: isso OU aquilo? estrutura OU uso? Será possível, na prática, substituir o OU que permeia esses debates por um E?” (p. 100)
	De acordo com Celce-Murcia e Larsen-Freema “O ensino de língua estrangeira deve englobar tanto a análise de estrutura da língua quanto a interação social com propósitos comunicativos.” (p.100). Sendo assim, não devemos ter preferência por uma única abordagem, considerá-la como mais eficaz e abandonar a outra, mas compreender tanto um paradigma como o outro, uma vez que os mesmos se complementam. A gramática não deve ser ensinada apenas pelos aspectos linguísticos, mas desse ser ensinada e compreendida também como uma gramática pedagógica, uma vez que a primeira aborda apenas os aspcetos internos da língua, ao passo que a segunda abarca tanto os aspectos internos como externos da língua. Com base nessa teoria, foi criado um instrumento pedagógico utilizado no ensino de gramática, pie chart. O pie chart, é uma espécie de gráfico de pizza, dividido em três fatias, no qual propõe que o professor de língua estrangeira trabalhe levando em consideração essas três partes, ou seja, não apenas com o sentido dá língua, mas também com a estrutura. 
“A fatia FORM (forma) do pie chart responde à pergunta “Como a estrutura é formada?”. Ela diz respeito à forma linguística que o aluno vai estudar. A fatia MEANING (significado) responde à pergunta “O que a estrutura significa?”. Ela diz respeito ao aspecto semântico do item lingüístico apresentado ao estudante. Finalmente, a fatia USE (uso) responde à pergunta “Quando e por que se usa a estrutura?”. É o aspecto pragmático do item gramatical estudado.” (p.101)
	Embora algumas vezes, possa haver dificuldade em delimitar as fatias da torta, o pie chart, tem sido um instrumento bastante eficaz para o professor de língua estrangeira, auxiliando e contribuindo como “partes de um todo ao invés de alternativa”, como afirma Celce-Murcia e Larsen-Freema. 
	Sendo assim para finalizar seu artigo, Luciano Amaral Oliveira nos traz uma reflexão acerca da proposta apresentada pelas autoras Celce-Murcia e Larsen-Freema , afirmando que da mesma forma que elas levaram em consideração o pie chart, o gráfico de pizza, no ensino de língua estrangeira, os formalistas e funcionalistas também deveriam considerar tanto os aspectos formais e funcionais da língua, ou seja, que embora as vertentes apresentem características distintas, ambas são essências e complementares na língua. “Afinal, são ambos, funcionalismo e formalismo, fatias da mesma torta”. (p.103)
Referências:
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Formalismo e funcionalismo: Fatias da mesma torta. Feria de Santana: Sitienbus, 2003.

Continue navegando