Baixe o app para aproveitar ainda mais
Leia os materiais offline, sem usar a internet. Além de vários outros recursos!
Prévia do material em texto
Manual de Dietas Hospitalares do HU-UFJF Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO-CAS Hospital Universitário - UFJF Rua Catulo Breviglieri, s/nº - Santa Catarina – Juiz de Fora – MG – CEP: 36.036-110 Telefones: (32) 4009-5181 – Fax (32) 4009-5160 www.hu.ufjf.br - e-mail: nutricao@ufjf.edu.br 2 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias Índice ....................................................................................................................................................1 OBJETIVO DO MANUAL........................................................................................................5 HORÁRIO DAS REFEIÇÕES SERVIDAS AOS PACIENTES..............................................6 REFEIÇÕES DOS RESIDENTES – REFEITÓRIO...................................................................6 DIETA NORMAL......................................................................................................................8 DIETA VEGETARIANA.........................................................................................................11 DIETA LACTO-OVOVEGETARIANA..................................................................................13 DIETA LACTO-VEGETARIANA..........................................................................................14 DIETA OVO-VEGETARIANA...............................................................................................15 DIETA VEGAN.......................................................................................................................16 DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS...........................................................................................18 DIETA LÍQUIDA-COMPLETA.............................................................................................21 DIETA PASTOSA....................................................................................................................24 DIETA BRANDA...................................................................................................................27 DIETA NORMOCALÓRICA E HIPERPROTEICA.............................................................30 DIETA HIPERCALÓRICA E HIPERPROTEICA...............................................................32 DIETA HIPOCALÓRICA E HIPERPROTEICA..................................................................35 DIETA COM RESTRIÇÃO DE FIBRAS E RESÍDUOS......................................................37 DIETAS RICAS EM FIBRAS................................................................................................41 DIETA ISENTA DE LACTOSE.............................................................................................43 DIETA POBRE EM LIPÍDEOS.............................................................................................45 DIETA POBRE EM TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA LONGA (TCL) COM ADIÇÃO DE TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA(TCM)................................................................48 DIETA RICA EM LIPIDIOS..................................................................................................51 DIETA ISENTA DE GLÚTEN...............................................................................................53 DIETA POBRE EM PURINAS..............................................................................................56 DIETA HIPOSSÓDICA..........................................................................................................58 DIETA PARA ÚLCERA PÉPTICA........................................................................................62 DIETAS PARA REFLUXO GASTROESOFÁGICO.............................................................65 DIETA PARA DIARRÉIA......................................................................................................68 DIETA PARA OBSTIPAÇÃO INTESTINAL........................................................................71 DIETAS PARA OSTOMIZADOS (BOLSA DE COLOSTOMIA)........................................73 DIETA PARA DISFAGIA.......................................................................................................75 DIETA 1...........................................................................................................................................78 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 3 DIETA 2...........................................................................................................................................79 DIETA 3...........................................................................................................................................80 DIETA PARA PÓS-GASTRECTOMIA.................................................................................82 ESTÁGIO 1 ; DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS.........................................................................82 ESTÁGIO 2; DIETA LÍQUIDA-COMPLETA............................................................................84 ESTÁGIO 3 ; DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS.................................86 DIETA PARA PÓS-GASTROPLASTIA.................................................................................89 ESTÁGIO 1: DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS..........................................................................90 ESTÁGIO 2: DIETA LÍQUIDA-COMPLETA............................................................................92 ESTÁGIO 3: DIETA PASTOSA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS.................................94 ESTÁGIO 4: DIETA BRANDA SEM AÇÚCARES CONCENTRADOS..................................95 DIETA PARA INFARTO DO MIOCÁRDIO.........................................................................97 DIETA NA FASE AGUDA.....................................................................................................98 DIETA NA FASE DE REABILITAÇÃO.............................................................................101 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA.........................................104 DIETAS PARA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA..................................................................107 DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO.............................................................109 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO IMEDIATO............................................111 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO TARDIO.................................................113 DIETA PARA HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE.............114 DIETA PARA DIÁLISE PERITONEAL CONTÍNUA.......................................................119 DIETA PARA PRÉ-DIÁLISE (TRATAMENTO CONSERVADOR).................................122 DIETA PARA SÍNDROME NEFRÓTICA..........................................................................125 DIETA PARA PÓS-TRANSPLANTE RENAL....................................................................128 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL IMEDIATO...................................................130 DIETA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL TARDIO.........................................................132 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA COM TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL...................................................................................................................................134 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM TRATAMENTO CONSERVADOR ................................................................................................................................................138 DIETA PARA UROLITÍASE POR OXALATO DE CÁLCIO.............................................142 DIETAS PARA DISBETES MELLITUS.............................................................................146 DIETA PARA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA...........................................................150DIETAS DE PROVA.............................................................................................................153 DIETA PARA TESTE DE GORDURA NAS FEZES................................................................153 DIETA PARA TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE.........................................................154 DIETA PARA TESTE DE SANGRAMENTO INTESTINAL/ DIETA ISENTA DE CARNE ........................................................................................................................................................156 4 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA TESTE DE SEROTONINA................................................................................158 DIETA PARA TESTE DE ÁCIDO VANILMANDÉLICO (VMA)..........................................160 DIETA PARA ALERGIAS ALIMENTARES............................................................................162 DIETA ISENTA DE LEITE.................................................................................................164 DIETA ISENTA DE TRIGO.................................................................................................167 DIETA ISENTA DE MILHO................................................................................................170 DIETA ISENTA DE SOJA...................................................................................................173 DIETA VIA SONDA..............................................................................................................175 DIETA VIA PARENTERAL.................................................................................................176 DIETA PARA BEBÊS – 0 A 12 MESES DE IDADE..........................................................179 DIETA NORMAL PARA CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR................................184 NORMAL PARA DIETA CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR.........................................188 DIETA NORMAL EM PEDAÇOS.......................................................................................192 DIETA ISENTA DE LEITE.................................................................................................194 DIETA ISENTA DE GLÚTEN.............................................................................................197 DIETA PARA DIARRÉIA....................................................................................................200 DIETA PARA DIABETES – CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS (ESCOLAR)........................204 DIETA PARA FENILCETONÚRIA....................................................................................208 DIETA CETOGÊNICA.........................................................................................................212 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 5 OBJETIVO DO MANUAL O Manual de Dietas Hospitalares tem como objetivo principal a padronização das refeições servidas no Hospital Universitário. O objetivo final é informar toda a equipe envolvida com os cuidados dos pacientes sobre a nomenclatura, as indicações e as características de cada dieta padronizada, assim como a sua adequação nutricional. A padronização estabelecida nesse Manual não tem a intenção de substituir a triagem e as avaliações nutricionais completas. Essas devem ser realizadas como parte da rotina da equipe de Nutrição, identificando os pacientes em risco nutricional ou desnutrição estabelecida. As crianças, os adolescentes, aqueles em estresse metabólico, gestantes e idosos são populações em grande risco nutricional, e devem ser avaliados e acompanhados com prioridade. Esses pacientes devem ser avaliados pelo Serviço de Nutrição até, no máximo, 72 horas da admissão, quando é determinado um plano individualizado de refeições e de educação nutricional. Em outros casos específicos, o médico ou outro profissional envolvido no cuidado, pode solicitar uma avaliação ao serviço de Nutrição. Assim como não existe nenhuma prescrição nutricional que alcance as necessidades de todos os indivíduos, não existe nenhum padrão de refeições que seja ideal a todas as instituições hospitalares. As dietas padronizadas nesse Manual obedecem ao critério de frequência de ocorrência nas instituições determinadas. Os exemplos de cardápio respeitam a disponibilidade e os hábitos alimentares da região. Foi considerada, como padrão, uma média de quilocalorias, estimada para a maioria da população atendida, com distribuição de acordo com a enfermidade ou condição metabólica. O sistema adotado para o cálculo das dietas foi o de agrupamento e substituição dos alimentos. Esse sistema facilita a variedade e permite considerações sobre o custo dos cardápios. Três listas distintas foram desenvolvidas (Pirâmide de Alimentos, Diabetes e Renal). As listas, os procedimentos e as fichas para o cálculo das dietas e avaliação da ingestão alimentar estão apresentados no final deste livro, em Apêndices. 6 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias HORÁRIO DAS REFEIÇÕES SERVIDAS AOS PACIENTES O serviço de distribuição das refeições dos pacientes inicia nos seguintes horários; Desjejum 7:00h Colação 9:00h Almoço 11:00h Lanche 14:00h Jantar 17:00 h. Ceia 19:00h REFEIÇÕES DOS RESIDENTES – REFEITÓRIO Desjejum 7:00 às 7:30hs Almoço 11:00 às 13:30hs Lanche 15:00 às 15:30hs Jantar 21:00 às 21:30hs. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 7 DIETAS NORMAIS PARA ADULTOS 8 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NORMAL Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes com ausência de alterações metabólicas significativas ou risco nutricional. Indicação para uso: pacientes adultos e idosos que não requerem modificações específicas na dieta. Gestantes e lactantes sem necessidades metabólicas específicas. Características: distribuição e quantidades normais de todos os nutrientes. Não existe restrição no tipo e no método de preparo dos alimentos servidos. Dieta nutricionalmente adequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo alimentar Alimentos recomendados Alimentos Evitados Pães, cereais, arroz e massas Grãos e seus produtos integrais e Pobre em gordura. Ricos em gordura e açúcar(ex. croissant, bolos recheados e com cobertura, folhados, etc.) Hortaliças Frescas Frituras; enlatadas com sal e/ou óleo Frutas Frescas, e a fruta em Vez de seu suco Conservas com calda de açúcar Leite, iogurte e queijo Com pouca gordura e sal Ricos em gordura e sal Carnes, aves, peixes e ovos Magros sem pele e gordura Ricos em gordura e sal, como os frios em geral (salame, mortadela, presunto etc.) Gorduras, óleos e açúcares Todos com moderação Nenhum Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 9 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina, fruta Almoço Salada,frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife a rolé, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea (ex. : pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÕES Café da manhã/Lanches Geléia por margarina Chá por café com leite Vitamina de fruta por chá ALMOÇO/JANTAR Carnes: moída Cozida em pedaços Frango Peixes Ovos Guarnição: legumes cozidos ou verduras refogadas Sopas no jantar caso seja preferência do paciente 10 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias RECOMENDAÇÕES - Evitar frituras. - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - Preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes. - Incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias vezes na semana. - Usar molhos de salada pobres ou sem gorduras. - Preferir frutas frescas e com casca. - Contar como uma porção de frutas somente os sucos 100% puros. - Retirar as gorduras visíveis das carnes. - Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor. - Limitar a quantidade de gorduras e açúcares adicionados aos alimentos no momento do preparo ou à mesa. - Dispor as preparações de forma harmoniosa. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 11 DIETA VEGETARIANA Objetivo: manter o estado nutricional adequado de pacientes que preferem excluir produtos de origem animal da dieta. Indicação para uso: qualquer paciente que exclua todos ou alguns produtos de origem animal de seu cardápio, seja por crenças religiosas, preocupação com a saúde, considerações ambientais, assuntos humanitários, éticos, razões econômicas ou políticas. Características: é classificada de acordo com os produtos que podem ser consumidos. No caso dos semi-vegetarianos, são excluídos somente as carnes vermelhas. Os lacto-vegetarianos excluem todas as carnes e derivados. Os lacto-vegetarianos consomem apenas o leite como fonte de proteína animal. Os ovo-vegetarianos incluem os ovos, excluindo o leite, as carnes e os seus derivados do cardápio, enquanto que os vegans (vegetarianos restritos) ingerem apenas produtos de origem vegetal. Os exemplos de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias. 12 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados Pães, Cereais Arroz e Massas Pães e massas integrais ou enriquecidos, cereais e grãos integrais ou enriquecidos, e seus subprodutos. Lanches fritos, panquecas, produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados. Hortaliças Todas, de preferência frescas. Fritas ou amanteigadas, ou em conserva Carnes, Aves, Peixes, Ovos, Feijão e Nozes Lacto-ovovegetariano: leite e derivados, ovos ( até três a quatro por semana ). Leguminosas e oleaginosas com moderação Todos os outros alimentos de origem animal. Lacto-vegetarianos: leite e derivados. Leguminosas e oleaginosas com moderação Ovo-vegetarianos: ovos ( até três a quatro por semana . Leguminosas e oleaginosas com moderação Todos os outros alimentos de origem animal. Vegans: Leguminosas e oleaginosas com moderação Leite, Iorgute e Queijo Lacto-ovovegetarianos e lactovegetarianos: leite desnatado ou semidesnatado, e todos os produtos feitos com esses tipos de leite. Leite integral, queijos gordos ( amarelos ) Gorduras, Óleos e Açúcar Margarina, óleos ricos em ácidos graxos mono ou poliinsaturados e seus subprodutos: geléia, mel e doces de frutas. Gorduras de origem animal sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feito à base de leite integral, bala ou doces que contenham gelatina de origem animal Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 13 DIETA LACTO-OVOVEGETARIANA Exemplo de Cárdapio Café da manhã Café com leite, pão integral, margarina, fruta. Almoço Salada, polenta, omelete, arroz e feijão. Sobremesa: Fruta Lanche Chá e pão integral com margarina Jantar Salada, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa láctea ( ex.: pudim de baunilha ) Ceia Chá com crackers Ou café com leite SUBSTITUIÇÕES: Almoço / Lanche Omelete por ovos fritos ou cozidos Café da manhã / Lanche Café com leite por chá Margarina por geléia 14 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA LACTO-VEGETARIANA Café da manhã Café com leite, pão integral, margarina, fruta. Almoço Salada, polenta, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia Jantar Salada, almôndegas de soja, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea ( ex.: pudim de baunilh ). Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÃO: Carnes de soja: Quibe Vegetariano por almôndegas de soja Guarnições: legumes cozidos, verduras refogadas Purê de legumes preparado com margarina e leite Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 15 DIETA OVO-VEGETARIANA Café da manhã Leite de soja, pão integral, margarina, fruta Almoço Saladas, polentas, omelete, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Leite de soja e pão integral com margarina ou Geléia Jantar Salada, couve-flor refogada, arroz e feijão Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crachers 16 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA VEGAN Café da manhã Leite de soja, pão integral, margarina, futa Almoço Saladas, polentas, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Leite de soja e pão integral com geléia Jantar Salada, almôndegas de soja, couve-flor refogada, arroz e feijão. Sobremesa: geléia Ceia Chá com crackers Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 17 DIETAS MODIFICADAS NA CONSISTÊNCIA 18 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA DE LÍQUIDOS CLAROS Objetivo: fornecer líquidos e eletrólitos via oral para prevenir a desidratação, minimizar o trabalho do trato gastrintestinal e a presença de resíduos no cólon. Indicação para uso: preparo e pós-operatório de cirurgias do trato gastrintestinal, após período de alimentação por via intravenosa, durante infecções graves e diarréia aguda, antes ou depois de procedimentos de diagnóstico, e como primeiro passo na alimentação por via oral. Deve haver precaução com o uso dessa dieta naqueles pacientes apresentando disfagia com risco de broncoaspiração ( v. Dieta para Disfagia ) . É indicada a progressão para uma dieta mais adequada logo que tolerada pelo paciente. Característica: dieta altamente restritiva e nutricionalmente inadequada em todos os nutrientes. Não deve ser utilizada por mais que três dias, pois fornece uma quantidade limitada de quilocalorias, provenientes principalmente de carboidratos. Inclui alimentos que são translúcidos, com baixa quantidade de resíduos e que são ou se transformam em líquidos à temperatura corporal. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 19 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados Pães, Cereais, Arroz e Massas Nenhum Todos Hortaliças Caldos e sucos coados de hortaliças Nenhum, exceto as leguminisas Frutas Sucos coados Abacate, manga e outros que não produzem sucos claros Leite, iogurte e queijo Nenhum TodosCarnes, Aves, Peixes e Ovos Caldo de frango ou de Carne de gado sem gordura Ovos, oleaginosas Gorduras, Óleos e Açúcares Todos, sem exceto Nenhum EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Chá de ervas, suco de laranja coado Lanche Suco de maracujá ou limão coado Almoço Caldo de frango com hortaliças, gelatina Lanche Suco de laranja ou limão coado Jantar Caldo de Carne com hortaliças, gelatina Ceia Chá de ervas 20 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias RECOMENDAÇÕES - Podem ser utilizados: gelatina de todos os sabores, açúcar, sal, mel e bebidas como o café e o chá. - Os alimentos com altas concentrações de açúcares simples, eletrólitos e aminoácidos são hiperosmolares e podem promover sintomas gastrintestinais, como a diarréia. Portanto, esses merecem cautela na inclusão. - No caso de não haver condições de progressão da dieta, é recomendado a introdução de suplementos industrializados contendo baixa quantidade de resíduos ( v. Apêndice 10 ), para melhorar o aporte nutricional. - A ingestão de líquidos deve ser monitorada para evitar a desidratação. SUBSTITUIÇÕES: Café da manhã: Suco de limão coado Suco de laranja coado Lanche suco de maçã coado por suco de maracujá Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 21 DIETA LÍQUIDA-COMPLETA Objetivo: fornecer uma dieta oral que seja bem tolerada por pacientes que não podem ingerir alimentos sólidos. Indicação par uso: após cirurgias de cabeças e pescoços, em doenças agudas e para aqueles pacientes incapaz de tolerar alimentos sólidos ou com dificuldade de mastigação e deglutição. Deve haver precaução com uso dessa dieta naqueles com risco de brocoaspiração (v. Dieta para Disfagia). É preferencialmente, uma dieta de transição, e a progressão para alimentos sólidos deve ser completada tão rápido quanto possível. Inclui pacientes não- diabéticos e diabéticos. Características: contém alimentos na forma líquida ou que se liquefazem Á temperatura corporal. É nutricionalmente inadequada. Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1.300 quilocaloricas e 60 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados Pães, Cereais, Arroz e Massas Cereais refinados e cozidos, farinha de aveia, creme de arroz, milho e trigo Alimentos integrais, farelos, sementes. Hortaliças Caldos e sucos, sopas liquidificadas Hortaliças cruas e inteiras Frutas Sucos coados Frutas inteiras Leite, iogurte e queijo Leite integral e desnatado, bebidas lácteas, iogurte líquido, suplementos comerciais à base de leite, queijo cottage, tofu, requeijão cremoso e outros queijos macios, pudim, flan, manjar. Queijos ricos em gorduras Carnes, Aves, Peixes e Ovos Ovos, aves, peixe, carne de gado acrescida à sopas liquidificadas. Carnes ricas em gordura embutidos Gorduras, Óleos e Açúcares Todos, sem excesso. Nenhum 22 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Mingau de amido de milho Lanche Suco de laranja coado Almoço Sopa de hortaliça, frango e polenta, liquidificada e coada ou Sopa de macarrão c/ legumes e carne batida Sobremesa: gelatina Lanche Leite com suplemento nutricional industrializado em pó, ou suplemento industrializado líquido. Jantar Sopa de hortaliça, carne e arroz, liquidificada e coada Sobremesa láctea (ex.: pudim de baunilha). Ceia Mingau de farinha de arroz Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 23 RECOMENDAÇÕES - Essa dieta não é recomendada por tempo prolongado pelo fato de ser nutricionalmente inadequada. A progressão para uma dieta sólida deve ocorrer assim que possível. - No caso de não haver condições de progressão, ou com a necessidade de ajustes na própria dieta, os suplementos industrializados com baixa quantidade de resíduos, as fórmulas completas quimicamente definidas ou os módulos de nutrientes devem ser utilizados para melhorar a adequação nutricional. - Os pacientes com a mandibula imobilizada podem necessitar de uso de seringa ou canudo para facilitar a alimentação. - Podem ser utilizados gelatina de todos os sabores, acúcar, sal, mel, mar- - Garina, manteiga, geléias em pedaços, sorvetes cremosos e bebidas como o café e o chá. - Os alimentos podem ser mais facilmente liquidificados se cortados em pedaços pequenos antes de colocados no liquidificador ou processador. - A maioria dos alimentos pode ser liquidificada através da mistura de partes iguais de sólidos e líquidos. Alguns alimentos, como frutas e hortaliças, não necessitam de quantidades iguais de líquido adicionado. - Os alimentos liquidificados devem ser utilizados imediatamente, mas podem ser mantidos sob refrigeração até 24 horas, ou congelados logo - Após o preparo. 24 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PASTOSA Objetivo: fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforço. Indicação para uso: pacientes com dificuldades na mastigação ou deglutição devido à inflamação, danos neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental severo, doença esofágica, alterações anatômicas da boca ou esõfago, e uso de prótese dentária. Não é indicada àqueles com risco de broncoaspiração (v. Dieta para Disfagia). Características: normal em todos os nutrientes. Os alimentos estão na forma de purê ou amassados, exceto se naturalmente macios. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 25 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, Cereais, Arroz e Massas Todos que possam ser transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz e outros. Pães duros ou com sementes, biscoitos amanteigados, pastelarias. O arroz pode ser difícil de ser transformado adequadamente em purê. Cereais secos, contendo passas, nozes e outras frutas oleaginosas, ou sementes. Hortaliças Purê de batata, batata doce, cenoura. Suco de hortaliças Hortaliças folhosas curas. Hortaliças com sementes e/ou casca. Frutas Todas na forma de purê, sem pele. Suco de frutas Frutas com polpas (ex. laranja, uva, abacaxi) que são difíceis de transformar em purê. Leite, iogurte e Queijo Leite, milkshake, achocolatados. Iogurte batido. Pudim, manjar. Queijos cottage ou ricota amassados. Iogurte com pedaços de frutas. Carnes, Aves, Peixes e Ovos. Carnes, peixes e aves na forma de purê, sem pele.Ovos mexidos moles ou pochê, na forma de purê. Gemada. Carnes duras, crocantes, empanadas. Ovos fritos. Gorduras, óleos e açúcares Gelatian, sorvetes, geléia, mel, açúcar, xaropes. Margarina, manteiga, creme de leite, chantilly, nata. Bacon, azeitona, coco. Temperos Todos, sem excesso Sal, pimentas, catchup e mostarda:somente com moderação. 26 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Papa de leite com pão sem casca Lanche Fruta amassada (purê). Almoço Salada de batata bem cozida amassada, frango desfiado ao molho, polenta mole, arroz-papa e caldo de feijão.Sobremesa: fruta amassada (purê). Lanche Papa de chá com pão sem casca. Jantar Salada de hortaliças cozidas amassadas, bife tenro desfiado, cenoura cozida amassada, arroz-papa e caldo de feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha). Ceia Papa de chá com bolachas. RECOMENDAÇÕES: -É mais atraente e melhor tolerado quando os alimentos são transformados na consistência pastosa em itens separados, em vez de todos misturados juntos. - Os líquidos podem necessitar de espessamento com uso de espessantes industrializados. - O leite, os molhos,a margarina, manteiga, mel ou açúcar podem ser Adicionados aos alimentos sólidos e líquidos, para aumentar o aporte calórico. - O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal. Pode ser - Utilizado o suco de três ameixas pretas em conserva liquidificada, e os chás laxativos. - As fibras devem ser incluidas gradativamente à dieta, de acordo com a tolerância do paciente. SUBSTITUIÇÕES: Café da manhã/lanche Café com leite + biscoito maisena por papa de leite com pão sem casca. Vitamina de frutas grossa por papa de pão com chá. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 27 DIETA BRANDA Objetivo: fornecer uma dieta contendo o mínimo possível de fibras que não foram abrandadas pela cocção, e uma quantidade moderada de resíduos. Indicação para uso: utilizada como transição entre uma dieta líquida e uma normal. Utilizada no pré-cirúrgico, em enfermidades do esôfago e para aqueles com dificuldades na mastigação ou deglutição, com uso de próteses Dentárias, e presença de gastrite ou úlcera péptica. Características: normal em todos os nutrientes e isenta de alimentos flatulentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteína. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pães moles, de forma bolinhos cozidos ou assados moles, biscoitos sem recheio e gordura, panquecas, torradas, cereais cozidos, arroz, massas em geral. Centeio e integrais(de acordo com a tolerância) Pães duros ou com sementes, biscoito amanteigados, pastelarias. Hortaliças Todas cozidas, exceto as flatulentas Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, couve-flor, pepino, pimentão, e outras hortaliças formadoras de gazes. Frutas Todas cozidas Todas as cruas e as citricas Leite, iogurte e Queijo Com pouco sal e gordura, queijo prato, mussarela, cottage, ricota Queijos muito gordurosos(ex. provolone) Carnes, aves, peixes e ovos. Carnes sem gordura, cozidas, moídas, desfiadas,purê, ensopadas ao molho, grelhadas ou assadas. Ovos mexidos, moles ou pochê. Carnes duras, crocantes, empanadas. Ovos fritos. Gorduras, óleos e açúcares Todos sem excesso Nenhum 28 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite, pão com margarina, fruta cozida. Almoço: Salada frango ao molho, polenta, arroz e caldo de feijão. Sobremesa: fruta cozida Lanche: Chá e pão com geléia. Jantar Salada, bife a rolê, cenoura cozida, arroz, caldo de feijão Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha) RECOMENDAÇÕES - Preferencialmente, cozinhar as hortaliças em fogo brando e com sal adicionado. - Evitar café, álcool, condimentos, pimenta, catchup, maionese, mostarda, refrigerantes,Água com gás, sucos artificiais e extratos de carne. - O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal. Pode ser utilizado o suco de ameixas pretas em conserva liquidificadas e os chás laxativos - As fibras devem ser incluídas gradativamente à dieta, de acordo com a tolerância do paciente - SUBSTITUIÇÕES: - - Café da manhã/ lanches - Biscoito maisena por pão com margarina - Almoço/ jantar: - Saladas – usar legumes cozidos - Carnes – usar carnes cozidas moídas, sem molhos - Ceia – crackers por biscoito maisena. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 29 DIETAS MODIFICADAS EM NUTRIENTES 30 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA NORMOCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes com grandes perdas ou alto catabolismo proteico Indicação para uso: pacientes adultos e idosos que não requerem modificações específicas no aporte calórico, porém com necessidades proteicas aumentadas (ex. obesos) com função renal normal. Características: dieta nutricionalmente adequada, hiperproteica. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 135 gramas de proteinas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Todos Ricos em gordura e açúcar Hortaliças Todas Nenhuma Frutas Todas Em calda de açúcar, cristalizadas Leite, iogurte e queijo Desnatados e queijos pobres em gorduras Integrais Carnes, aves, Peixes e ovos Pobre em gordura, sem a pele e sem gordura visível. Ricos em gordura Gorduras, Óleos e Açúcares Todos com moderação Nenhum Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 31 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite pão com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão .Macarrão ao alho e óleo. Sobremesa: fruta Lanche Leite e pão com geléia ou margarina. Jantar Salada,carne moída à primavera, abobrinha refogada, arroz e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Leite com crackers ou biscoito maisena ou torradas. RECOMENDAÇÕES - Evitar alimentos ricos em gordura e em açúcar. - Iniciar as refeições com os alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes e ovos). - Os molhos e temperos podem auxiliar no aumento da ingestão dos pratos proteicos, pois estimulam o apetite. - No caso de dificuldade de ingestão de alimentos sólidos (falta de apetite por exemplo) podem ser introduzidos o leite em pó adicional ou os suplementos proteicos em pó industrializados . SUBSTITUIÇÕES Almoço /jantar Carnes – moídas, cozidas Guarnições Legumes cozidos, clara de ovos. 32 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA HIPERCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: fornecer uma dieta com alto aporte calórico e proteico, para minimizar a resposta catabólica à injúria e maximizar a recuperação da desnutrição, ca cicatrização de feridas e o combate à infecção. Indicação para uso: pacientes que necessitam de maior aporte calórico e proteico. Exemplos: desnutridos pré e pós cirurgico, queimados, politraumatizados, sépticos e outros. Os pacientes com dificuldade de ingestão de alimentos sólidos podem ter indicação de uso de suplementos industrializados líquidos e/ou de dieta via sonda. Características: rica em quilocalorias e proteínas, normal em todos os outros nutrientes. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.800 quilocalorias e 140 gramas de proteínas por dia. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Grãos e seus produtos integrais Nenhum Hortaliças Todas Nenhuma Frutas Todas Nenhuma Leite, iogurte e queijo Todos Nenhum Carnes, Aves, Peixes e Ovos Todos Nenhum Gorduras, Óleos e Açucares Todos Nenhum Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 33 EXEMPLO DE CARDÁPIOCafé da manhã Mingau de fubá, café, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão Sobremesa:creme ou pudim Lanche Leite e pão com geléia; gelatina Jantar Salada, bife à rolê, couve –flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha) Ceia Mingau de aveia RECOMENDAÇÕES - Em pacientes desnutridos, introduzir a alimentação gradativamente. - Iniciar as refeições com alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes e ovos) - Os molhos e os temperos podem auxiliar no aumento da ingestão alimentar, pois estimulam o apetite. - Podem ser utilizadas frituras e outras preparações ricas em gordura, porém preferir os óleos ricos em monoinsaturados (ex. oliva, canola) - Em caso de necessidade de aumentar o valor calórico da dieta, podem ser adicionados alimentos como: mel, melado, açúcar, xarope de milho, geléias, creme de amendoim, margarina, manteiga, creme de leite, leite condensado, doce de leite, queijos, requeijão, e sorvetes cremosos, chocolate e outros. - No caso de dificuldade de ingestão de alimentos sólidos (falta de apetite, por exemplo) podem ser introduzidos o leite em pó adicional ou os suplementos proteicos em pó industrializados, misturados aos alimentos líquidos das refeições. 34 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias SUBSTITUIÇÕES Café da manhã/ lanche Mingau maisena com suplemento proteico/calórico Vitaminas de fruta com suplemento proteico/calórico Almoço/ Jantar Carnes: moída, cozida, isca de fígado,isca de bife, bife, etc. Guarniçaõ: ovos cozidos, fritos. Todos os legumes, vegetais folhosos Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 35 DIETA HIPOCALÓRICA E HIPERPROTEICA Objetivo: redução do peso corporal, melhorando os sintomas de doenças relacionadas à obesidade. Indicação para uso: pacientes em tratamento pré-operatório de cirurgia para obesidade mórbida, obesos com diabetes mellitus descompensada e função renal normal. Características: dieta reduzida em quilocalorias e rica em proteinas (para o valor calórico); nutricionalmente inadequada. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 1000 quilocalorias e 75 gramas de proteínas (29% do total das quilocalorias ofertadas). ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo alimentar Alimentos recomendados Alimentos evitados Pães, cereais, arroz e massa Grãos e produtos integrais Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados), produtos de confeitaria ricos em gordura, biscoitos recheados. Hortaliças Todas Fritas ou amanteigadas Frutas Todas Em calda de açúcar e cristalizadas Leite, iogurte, queijo Com pouca gordura e sal Leite integral, queijos Gordos (amarelos), iogurtes integrais Carnes, aves, peixes e ovos Sem pele e gordura. Até tr~es a quatro ovos por semana. Salsichas e embutidos, todas as carnes gordurosas ou fritas Gorduras, óleos e açúcares Nenhum Margarinas, manteigas, bacon, banha, azeite.Sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feitos à base de leite integral, doces cremosos, chocolate. 36 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão integral com geléia diet fruta Almoço: Salada, frango ao molho, arroz integral e feijão, chuchu refogado. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia diet. Jantar Salada, bife à rol~e,arroz integral e feijão. Sobremesa láctea diet (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers integrais. RECOMENDAÇÕES - Evitar alimentos ricos em gorduras e açúcar. - Iniciar as refeições com alimentos mais proteicos (ex. leite, carnes, ovos) - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - As hortaliças devem ser cozidas o mínimo de tempo possível, para diminuir a perda de nutrientes. - Incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias vezes na semana. - Usar molhos de salada pobres ou sem gordura. - Preferir as frutas frescas ou com casca. SUBSTITUIÇÃO LANCHE Vitamina de fruta ( porção pequena de fruta, leite desnatado) ou suco de frutas Biscoito Cream Crackers (5 unidades) no lugar de pão integral. Obs.: não usar açúcar Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 37 DIETA COM RESTRIÇÃO DE FIBRAS E RESÍDUOS Objetivo: minimizar a quantidade de resíduos remanescentes no intestino, produzidos pela digestão. Diminuir o peso e o volume das fezes, além de prolongar o tempo de trânsito intestinal. Auxiliar no alívio da diarréia, prevenindo complicações, como a desidrataçãoe a perda de peso. Indicação para uso: na progressão da dieta de líquidos claros, nas diarréias agudas e crônicas. Na fase aguda das doenças inflamatórias intestinais (ex. colite ulcerativa, doença de Crohn e diverticulite.), no tratamento de obstrução intestinal ou esofageana parcial, nos casos de fístulas do trato gastrintestinal, no pré e pós operatório de cirurgia do intestino grosso e em condições em que o movimento intestinal está contra-indicado. Características: dieta normal em todos os macronutrientes, pobre em fibras e resíduos, pobre em lactose e sacarose, fracionada em seis refeições de pequeno volume, composta de alimentos de fácil digestão. São evitados os alimentos flatulentos. O conteúdo total de fibras deve ser menor que 10 gramas por dia. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 95 gramas de proteínas e 9,5 gramas de fibras por dia. 38 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados Pães, cereais, arroz e massas Pães brancos, biscoito cream cracker, cereais refinados cozidos, macarrão, arroz branco Pão integral ou que contenham ovos e queijo, pães doces, macarrão e arroz integrais, farelos, sementes de abóbora e girassol, cereais como Al Bran e granola, biscoitos (ex. wafer ou recheados), salgadinhos, produtos fritos. Frutas Banana maçã e prata, maçã sem casca ou raspada, purê de frutas, frutas sem casca ou assadas, sucos coados Sucos de fruta ricos em açúcar. Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêra,pêssego, abacaxi, melão, uvas passas, frutas secas, coco, morango, abacate. Hortaliças Batata, cenoura, chuchu e abobrinha cozidos, em forma de purê ou creme, em sucos e sopas. Hortaliças folhosas cruas, brócolis, abóbora, milho, couve- flor, pepino, pimentão e outras hortaliças formadoras de gazes intestinais, feijão, lentilha, ervilha. Leite, iogurte, queijo Leites industrializados à base de soja, leites pobres ou isentos de lactose. Leite de vaca e derivados Carnes, Aves, Peixes e ovos Bifes tenros, frango sem pele, peixes, clara de ovo. Gema de ovo, frios, fígado, costela, preparações fritas ou à milanesa, molhos muitos gordurosos, nozes e outras oleaginosas. Gorduras, òleos e Açúcares Todos sem excesso Doces concentrados, refrigerantes comuns,sucos ricos em açúcar. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 39 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite pobre em lactose, pão branco com geléia diet, fruta (maçã sem casca) Lanche Suco de maçã diet Almoço Salada(chuchu cozido) , frango ao molho, polenta, arroz Sobremesa fruta (banana-maçã) Lanche Leite pobre em lactosee torradas com geléia diet. Jantar Peixe grelhado , cenoura refogada, arroz. Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crackers. SUBSTITUIÇÃO Lanche/café da manhã Leite desnatado por leite pobre em lactose Suco de caju por suco de maçã Almoço/ jantar Guarnição: purê de batatas por cenoura refogada. Carnes: peixe cozido por bife RECOMENDAÇOES - É recomendado comer devagar, mastigando bem os alimentos - A possibilidade de introdução de sacarose (açúcar comum) e lactose (leite) depende da tolerância de cada paciente. - A restrição de lipidios não é usualmente necessária, a menos que a gordura seja a causa da diarréia. - Os módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM), com acrescimo de ácidos graxos essenciais, podem ser utilizados para adequação da necessidade de gordura em casos de sua intolerância. - A progressão para uma dieta normal deve ocorrer o mais rápido possível. 40 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias - Em casao de dificuldade de controle da diarréia, pode haver necessidade de associação de formulações nutritivas enterais hidrolisadas, via oral ou sonda, e a nutrição parenteral. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 41 DIETAS RICAS EM FIBRAS Objetivo: promover aumento da excreção fecal e redução da pressão intracolônica. Indicação para uso: Obstipação intestinal, doença diverticular, treinamento intestinal para pacientes que sofreram trauma da coluna espinhal. Características: normal em todos os nutrientes, acrescida de suplemento de fibra em pó industrializado. A recomendação usual de fibras da dieta é entre 20 a 25 gramas por dia, ou 10 gramas para cada 1.000 quilocalorias. Uma dieta rica em fibras corresponde a uma ingestão acima de 25 gramas de fibras por dia.O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 34 gramas de fibras. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pão integral, macarrão e arroz integrais, farelos,sementes de abóbora e girassol, cereais como All Bran, granola, centeio, aveia. Cereais refinados, pão branco. Hortaliças Hortaliças folhosas, brocolis, abóbora, milho,ervilha, lentilha. Nenhuma Frutas Ameixa, kiwi, manga, laranja, pêssego, abacaxi, melão. Enlatados, cozidas e sem casca. Leite, iogurte e queijo Todos Nenhum Carnes, aves, peixes e ovos. Carne de gado magra, ovos, peixes e aves. Nenhum. Gorduras, óleos e açúcares Todos sem excesso. Nenhum 42 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÀPIO Café da manhã Café com leite, pão integral com margarina, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz integral e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão integral com geléia. Jantar Salada, bife a rolê, milho refogado, arroz integral e feijão. Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) com suplemento de fibra. Ceia Chá com crackers integrais. RECOMENDAÇÔES: - O teor de fibras deve ser aumentado gradativamente na dieta, para evitar flatulência e distensão abdominal. Estes sintomas podem ocorrer consequente à produção de ácidos graxos, voláteis,comuns quando há aumento repentino de fibras na dieta. - Deve haver um aporte adequado de líquidos (pelo menos 8 copos por dia), concomitante à ingestão da dieta rica em fibras. - Uma ingestão muito elevada de fibras (maior que 35 gramas por dia) pode levar à perdas de minerais, como cálcio, zinco, magnésio, ferro e cobre, através das fezes. Portanto, é recomendado não ultrapassar essa quantidade. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 43 DIETA ISENTA DE LACTOSE Objetivo: fornecer uma dieta que elimine todas as fontes de lactose. Indicação para uso: manejo de deficiências genéticas de lactase, danos na mucosa intestinal resultantes da desnutrição, síndrome do cólon irritável,enterite regional, colite ulcerativa, gastroenterite,ressecção no intestino delgado, doença celíaca. Características da dieta: contém alimentos sólidos e líquidos, isentos de lactose. Pode não conter quantidades suficientes de proteína, cálcio eriboflavina. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pães caseiros e comerciais feitos sem leite ou produtos lacteos,cereais sem leite adicionado, biscoitos de água e sal,arroz, massas, macarrão. Todos os pães, cereais e massas feitos com leite e seus subprodutos. Hortaliças Hortaliças frescas, congeladas ou enlatados, preparadas sem leite Todas as hortaliças preparadas comleite ou queijo. Frutas Qualquer fruta ou sucos Nenhuma Leite, iogurte e Queijo. Nenhum. Pode ser utilizado o leite se soja suplementado com cálcio Leite, bebidas lácteas e iogurtes, queijos, leites em pó Carnes, aves Peixes e ovos Todos, preparados sem leite. Nenhum Gorduras, Òleos e açúcares. Todos sem excesso Nenhum 44 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café, leite de soja, pão francês com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz e feijão. Lanche Leite de soja e pão francês com geléia. Jantar Salada, bife à rol~e, cenoura refogada, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Os rótulos devem ser lidos com atenção para determinar a presença e a quantidade de lactose no alimento. - Alguns pacientes podem apresentar tolerância à pequenas quantidades de lactose. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 45 DIETA POBRE EM LIPÍDEOS Objetivo: aliviar sintomas de diarréias, esteatorreias, flatulência e dor abdominal, consequentes à incapacidade de digestão e absorção de Gorduras. Indicação para uso: tratamento de doenças hepáticas, pancreáticas e da vesícula biliar, em síndromes disabsortivas com prejuízo na absorção, utilização e transporte da gordura proveniente da dieta. Ex. AIDS, pancreatite crônica, ressecções intestinais e doença de Crohn com má absorção de gordura. Características: é recomendada uma restrição de até 40 gramas de gordura por dia. Essa restrição n~ao é baseada na composição de ácidos graxos ou nos níveis de saturação, pois a dieta não tem o objetivo primário de reduzir os níveis de lipídeos séricos. Os alimentos formadores de gazes são evitados por não serem bem tolerados. Os módulos de triglicerídeos de cadeia média (TCM) podem ser introduzidos como substitutos de triglicerídeos de cadeia longa. O exemplo de cardápio coném aproximadamente 2.000 quilocalorias,33 gramas de lipideos e 85 gramas de proteínas. 46 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo alimentar Alimentos recomendados Alimentos evitados Pães, cereais, arroz e massas Pães brancos ou integrais, biscoitos água e sal ou outros com baixo teor de gordura: cereais integrais ou refinados cozidos, com exceção da granola, arroz: macarrão sem ovos. Pães que contenham ovos ou queijo, pães doces, panquecas, roscas, biscoitos wafer ou recheados, salgadinhos, granola, produtos fritos. Frutas Frascas, congelados, enlatados ou secas. Suco de frutas. AbacateHortaliças Todas frescas, congeladas ou enlatados, preparados sem gordura e sem adição de molhos gordurosos. Na manteiga, gratinadas, com molhos, maionese ou fritos. Sopas creme ou indutrializadas. Carnes, aves , Peixes e ovos Carnes magras, frango sem pele, peru, peixe assado ou gralhado, atum fresco ou enlatado com água e sal, clara de ovo. Preparados fritos ou à milaneza, atum ou sardinha enlatados no óleo: fígado, costela, costeletas,bisteca, lingüiça,salsicha de porco, salame, nozes e outras oleaginosas, gemas de ovo em excesso. Leite, iogurte e queijo Leite desnatado, queijo de soja (tofu), queijo cottage, ricota, requeijão light, iogurte Desnatado. Leite integral ou semidesnatado, creme de leite, leite condensado, iogurte integrasl, queijo prato,mussarela, cheddar, suíço, provolone, rqueijão ou cream cheese. Gorduras, Óleos e Açúcares Açúcar, em excesso Todas as gorduras e óleos. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 47 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão com geléia: fruta Almoço Salada sem óleo, frango grelhado, polenta, arroz e feijão. Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada sem óleo, bife grelhado, cenoura no vapor, arroz e feijão. Suco de laranja natural. Sobremesa:láctea (ex. pudim de baunilha com leite desnatado). Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - A quantidade recomendada de lipidios depende da tolerância induvidual, de acordo com a persistência ou não dos sintomas. - As saladas e hortaliças cozidas não devem ser preparadas com adição de óleo ou outra fonte de lipídio. - Devem ser evitados chocolate, pudins contendo coco, nozes ou outras oleaginosas, sorvetes cremosos, pastelarias, margarina, manteiga, azeitonas e bacon. - Os suplementos nutricionais com baixo teor de gordura podem ser utilizados para aumentar o aporte de nutrientes. 48 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA POBRE EM TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA LONGA (TCL) COM ADIÇÃO DE TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA(TCM) Objetivo: melhorar a digestão, a absorção e a utilização da gordura da dieta. Indicação para uso: ressecção intestinal, deficiência dos sais biliares, doença de íleo com esteatorréia, insuficiência pancreatica, fibrose cística, doença hepática, esteatorréia idiopática, deficiência congênita de beta-lipoproteínas, obstrução biliar,doença de Whipple. Características: Dieta pobre em lipidios, com adição de módulos de triglicerídeos de cadeia média(tcm)como substitutos da gordura, com o objetivo de melhorar a adequação nutricional e o sabor dos alimentos. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 90 gramas de lipidios (20gr de TCL e 70g de TCM). Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 49 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pão branco, integral ou de centeio, creais cozidos ou secos: macarrão, espaguete, arroz, granola, farinhas de milho ou outros sem gordura. Pães doces, pão de milho, bolachas induatrializadas, bolos recheados. Frutas Enlatadas, frescas ou na forma de sucos, com exceção da não permitida Abacate Hortaliças Todos sem adição de gordura, exceto o TCM; sopas sem adição de gordura e feitas com leite desnatado.Purê de batataaaa sem adição de gordura, batata cozida. Preparados na forma de cremes ou com gorduras não permitidas.Sopas feitas com leite integral ou com pedaços de carnes gordurosas. Leite, Iogurte e Queijo Leite desnatado, leite de soja, queijos magros, cottage, tofu, ricota, iogurte desnatado. Leite integral, achocolatados, queijo prato, mussarela, provolone, suiço; requeijão, cream cheese, creme de leite, leite condensado. Carnes, Aves, Peixes e ovos Preparações cozidas, assadas ou grelhadas com uso de TCM, ovo cozido, carnes magras (com retirada de gordura visível), aves sem pele. Carnes com gordura ou fritas, peixes enlatados em óleo, frios, salsicha Gorduras, òleos e açúcares Acúcar sem excesso. Todas as gorduras e óleos. 50 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite desnatado, pão com geléia, fruta Almoço Salada com adição de TCM, frango grelhado, polenta com adição de TCM, arroz e feijão. Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia. Jantar Salada com adição de TCM, bife grelhado, cenoura refogada com adição de TCM, arroz e feijão. Sobremesa láctea: (ex. pudim de baunilha com leite desnatado) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Os triglicerídeos de cadeia média (TCM) podem ser adicionados aos sucos de frutas, saladas, hortaliças cozidas e molhos. Eles podem ser utilizados para cozinhar e assar. - A quantidade recomendada de TCM depende da tolerância individual. - Devem ser evitados: chocolate, pudins contendo coco, nozes e outras oleaginosas, sorvetes cremosos, pastelarias, margarina, manteiga, azeitonas e bacon. - Os suplementos nutricionais com baixo teor de gordura podem ser utilizados para aumentar o aporte de nutrientes. - Oaumento da quantidade de TCM deve ser gradativo, para evitar náuseas, vômitos, dor ou distensão abdominal e diarréia. - No caso da utilização de TCM sem acidos graxos essenciais, acrescentar 10 gramas diárias de óleo vegetal para fornecer no mínimo 3% do total calórico de ácido linolêico. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 51 DIETA RICA EM LIPIDIOS Objetivo: evitar o excesso de produção de CO2, reduzir o quociente respiratório e a demanda respiratória. Indicação para uso: na decorrência respiratória decorrente da dificuldade de normalização dos níveis plasmáticos de VCO2 e de VO2. Características: Normocalórica, hiperlipídica, normoproteica, adequada em minerais e vitaminas. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 110 gramas de lipídios (50% do total de quilocalorias), 75 gramas de proteínas e 175 gramas de carboidratos. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS Grupo Alimentar Alimentos recomendados Alimentos evitados Pães, cereais, arroz e massa Pães ricos em gordura (ex. croissant) e que contenham ovos ou queijo; panquecas biscoitos recheados, salgadinhos, granola, produtos fritos. Pães integrais ou enriquecidos, biscoito água e sal ou outros com baixo teor de gordura, creais cozidos com pouca gordura. Frutas Abacate, preferencialmente Nenhuma com moderação na quantidade Hortaliças Na manteiga, gratinadas, com molhos maionese ou fritos. Sopas-creme ou industrializadas Tortas frescas, congeladas ou enlatados, preparados sem gordura e sem adição de molhos gordurosos. Carnes, aves, peixes e ovos Preparados fritos ou à milaneza, atum ou sardinha enlatados no óleo. Carnes preparadas com pouco ou nenhum óleo. Leite, iogurte e queijo Leite integral, leite condensado, iogurte integral, queijo prato, mussarela, cheddar, suíço,provolone, requeijão ou cream cheese Leite desnatado e queijos pobres em gordura. Gorduras, óleos e açucares Margarina, manteiga, óleos ricos em em gordura mono e poliinsaturada, creme de leite, nata, sorvetes cremosos, pudins à base de leite integral. Sobremesas doces,produtos de confeitaria, balas, chocolate, mel. 52 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite integral, pão com margarina; fruta Almoço Salada com maionese, frango à milanesa, polenta frita, arroz e feijão. Sobremesa: fruta com creme de leite. Lanche Chá e pão com margarina Jantar Salada com maionese, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão. Sobremesa: láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Dar preferência ao leite e derivados integrais. - Podem ser incluidos os óleos, principalmente vegetais e ricos em gordura monoinsaturada (ex. oliva e canola), margarina, manteiga, nata maionese, creme de leite, creme de amendoim e outros. - O aumento da ingestão de lipídios pode resultar em esvaziamento gástrico lento, com consequente distensão abdominal. No caso de presença desses efeitos colaterais, aumentar gradativamente a ingestão de lipídios. - A dieta não é indicada para uso prolongado, principalmente em pacientes com risco ou presença de dislipidemias. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 53 DIETA ISENTA DE GLÚTEN - Objetivo : Remissão de sintomas clínicos, normalização da função absortiva e regeneração das microvilosidades, ou prevenção de sintomas intestinais e deficiências nutricionais e secundárias à má-absorção. Indicação para uso: doença celíaca, também denominada enteropatia induzida pelo glútem, esprú não tropical ou espru celíaco. Nessa doença ocorre sensibilidade às prolaminas, uma fração protéica encontrada no trigo (gliadina), centeio (secalina) e cevada (hordeina) e seus subprodutos. Também utilizada nos casos de dermatite herpetiforme (uma manifestação da doença celíaca envolvendo a pele). Características: nutricionalmente adequada desde que os cereais excluidos sejan substituidos por outros, garantindo o aporte adequado de vitaminas do Complexo B, ferro, proteína e fibras.Quando houver intolerância à lactose e má-absorção, associar uma dieta isenta de lactose e a adição de módulos de triglicerideos de cadeia média (TCM), com suplementação de vitaminas lipossolúveis, vitamina B12, ferro, folato e cálcio. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. 54 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas. Milho, arroz, Fécula de batata, de milho, de arroz e de soja, fubá. Pão sem glúten, pães preparados com as farinhas listadas acima,bolo de arroz, alguns biscoitos que não contém gluten, cereais de arroz ou milho, pipoca, amido de milho (maisena, arrozina, cremogema, Mucilon de arroz e milho., Corn Flakes, Rice Krispies e Sugar Pops Kellogs. Produtos com trigo, centeio, cevada, como biscoitos comuns, biscoitos com gluten, sonho, panqueca, macarrão. Frutas Todas as frutas frescas e sucos Sucos e frutas em calda industrializados com composição não indicada no rótulo. Hortaliças Todas as frescas, congeladas ou cozidas, exceto as evitadas. Feijão, lentilha, grão de bico, soja. Hortaliças empanadas, bolinhos, tortas, ou aquelas com creme contendo trigo, cevada ou centeio. Leite, iogurte, queijo Leite (desde que não haja intolerância à lactose). Iogurte: Batavo polpa de fruta, pedaço de fruta, natural, cenoura e laranja; Chambourcy natural, com mel, cenoura e laranja; Danone tradicional, desnatado, morango, frutas tropicais, banana, saladas de frutas, Danoninho; Nestlé natural, com polpa de frutas; Chambinho Natural, com mel, com laranja e cenoura. Queijo Minas, leite e queijo de soja. Achocolatados com composição não indicada no rótulo, milkshake. Carnes, Aves, Peixes e Ovos. Todos Carnes preparadas com trigo, centeio ou cevada (ex.:bifes à milanesa, a dorê, suflés) Gorduras, Óleos e Açúcares Todos, sem excesso Nenhum Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 55 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite,pão de milho com margarina; fruta Almoço Salada, frango ao molho, arroz e feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão de batata com geléia. Jantar Salada, bife à rolé, cenoura cozida, arroz e feijão. Sobremesa: gelatina Ceia Leite e sequilhos de amido de milho. RECOMENDAÇÕES - Os sinais clínicos e sintomas associados são reversíveis geralmente após três a seis dias da remoção do glúten da dieta. - Ler os rótulos dos produtos industrializados, evitando aqueles que tenham a inscrição Contém Glúten ou o símbolo internacional com um ramo de trigo. No caso de os ingredientes estarem listados, entrar em contato com o fabricante para obter informação sobre a composição do produto quanto ao glúten, antes de utiliza-lo. - Orientar quanto aos cuidados necessários ao ingerir alimentos preparados em restaurantes e lanchonetes, que podem conter os cereais proibidos na sua composição. - Adieta é introduzida de acordo com o tempo de diagnóstico e condições intestinais. Em caso de comprometimento (diarréia prolongada), pode haver necessidade de restrições alimentares adicionais, como leite e derivados (lactose), assim como o uso de uma dieta hidrolosada, completa ou suplementar, durante períodos variáveis de tempo. 56 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA POBRE EM PURINAS Objetivo: reduzir os níveis de ácido único no sangue e na urina. Indicação de uso: gota, nefrolitíase de ácido úrico. Características: restritas em purinas, preferencialmente pobre em gorduras, normal em todos os demais nutrientes. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Todos os pães e cereais refinados. Arroz, cevada e macarrão. Todos os grãos e produtos integrais (pães e cereais), germe de trigo, farelo de trigo, aveia. Alimentos ricos em gordura(ex.) sonhos, biscoitos, rocambole, etc.) Hortaliças Todas, exceto aquelas evitadas. Cogumelos, espinafre, aspargo, couve-flor, ervilha verde, feijão. Frutas Todas as frutas e seus sucos. Abacate Leite, iogurte e queijo Pobres em gordura Ricos em gordura Carnes, aves, Peixes e ovos Ovos, até quatro por semana . Ricos em gordura Gorduras, óleos e açúcares Todos, sem excesso Molhos de carne, levedo de cerveja Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 57 EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina; fruta Almoço Salada, omelete, polenta, arroz Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolé, couve flor gratinada, arroz Sobremesa: lactea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com crackers. RECOMENDAÇÕES - Limitar o uso de alimentos ricos em gorduras (frituras, cremes, chips), pois podem contribuir para a formação de cálculos. - Eliminar alimentos que contenham 150 miligramas de purina ou mais por porção de 100 gramas de alimento. - Moderar o consumo de proteína, principalmente carnes. - O consumo de líquidos deve ser suficiente para formar 2 a 2,5 litros de urina por dia. - Devem ser evitadas grandes refeições ao anoitecer, para evitar a precipitação de ácido úrico nas vias urinárias. 58 Manualde Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA HIPOSSÓDICA Objetivo: fornecer uma dieta com restrição de sódio. Indicação para uso: doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, retenção hídrica, ascite, edema, cirrose hepática, hipertensão portal, tratamentos com cortisona. Características: Teor de sódio intríseco e extrínseco entre 1 a 3 gramas por dia, normal em todos os outros nutrientes.Oexemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 1,2 gramas de sódio (sem sal de adição) por dia. Nota: cloreto de sódio (sal) contém aproximadamente 40% de sódio (100mg de cloreto de sódio = 40mg de sódio); 1 mEq de sódio = 23mg de sódio, ou 1.000 mg de sódio = 43,5 mEq de sódio. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 59 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pães e biscoitos sem sal. Macarrão, cereais, arroz, bolos caseiros sem adição de sal. Bolacha água e sal, salgadinhos industrializados e pastelarias, pães com coberturas salgadas. Frutas Todas Nenhuma Hortaliças Todas as não processadas Chucrute, milho, ervilhas, picles, azeitonas,cogumelos, e outras hortaliças processadas. Leite, iogurte e Queijo Queijos como cottage, ricota e requeijão Queijos como o parmesão, roquefort, camembert, provolone, cheddar cremoso, mussarela, prato. Carnes, aves peixes e ovos Carnes assadas, cozidas e gralhadas, empanadas e preparadas sem sal. Presunto, apresuntada. Gorduras, óleos e açúcares Todos, com moderação e sem sal. Nenhum, exceto a queles com sal adicionado Temperos Cominho, salsinha, cebolinha, sálvia, manjerona, manjericão, (alfavaca), alecrim ,louro, estragão, colorau,páprica, orégano, cravo da índia, Noz moscada, gengibre Coentro, extrato de baunilha, extrato de amêndoas, canela, aniz. Temperos industrializados (ex. Arisco, sazon, aji-no- moto), sopas desidratadas e enlatadas, caldos e extratos de carne ou galinha concentrados, amaciantes de carne, catchup, mostarda. 60 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Café com leite, pão com margarina sem sal, fruta Almoço Salada, frango ao molho, polenta, arroz, feijão Sobremesa: fruta Lanche Chá e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê, couve-flor gratinada, arroz e feijão Sobremesa láctea (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá com bolacha doce. RECOMENDAÇÕES: - Utilizar hortaliças frescas ou congeladas. - As refeições devem ser preparadas sem a adição de sal. - No caso de maior quantidade recomendada de sódio, são fornecidos sachês de sal no almoço e no jantar. - È recomendado o uso e molho vinagrete, sem adição de sal, contendo ervas e especiarias. - Não é recomendado a utilização de substitutosde sal, à base de cloreto de - potássio, em algumas situações de enfermidades renais, por exemplo. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 61 DIETAS PARA CONDIÇÕES ESPECIAIS 62 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias DIETA PARA ÚLCERA PÉPTICA Objetivo: evitar elevações extremas de secreção de ácido gástrico e irritação direta da mucosa do estõmago, em conjunto com a farmacoterapia, reduzindo os sintomas da doença e promovendo a cicatrização da ferida. Indicação para uso: pacientes com diagnóstico de úlcera péptica crônica, em fase de exacerbação da doença. Características: normal na distribuição dos nutrientes e restrita em alimentos irritantes (embora a tolerância seja individualizada) como pimentas, chocolate, alcool, menta, bebidas carbonatadas e café (com ou sem cafeína). A dieta branda , embora possa não trazer benefícios ao tratamento dos sintomas, pode ser mais confortável ao paciente. O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias e 80 gramas de proteínas. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 63 ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pães simples, cereais, biscoitos, panquecas, feitos com pouca gordura. Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados) produtos de confeitaria ricos em gorduras, biscoitos recheados. Frutas Frescas ou congeladas, conforme a tolerância. Laranja, limão, tangerina, abacaxi, morango e sucos cítricos (conforme a tolerância). Hortaliças Todas, de preferência frescas e preparadas sem gordura. Feijão com moderação. Fritas, amanteigadas, em conserva. Produtos do tomate (massa, extrato, etc.) Leite, iogurte, queijo Leite desnatado ou semidesnatado, e derivados. Leite integral, queijos gordos (amarelos). Carnes, aves, peixes e ovos Carnes magras, aves sem pele, peixes, ovos. Nozes e outras oleaginosas com moderação. Salsichas e outros embutidos, todas as carnes gordurosas ou fritas. Gorduras, óleos, açúcares Sobremesas feitas com pouca gordura, gelatinas, sobremesas à base de frutas (daquelas recomendadas) molhos sem maionese Margarinas, manteigas, bacon,azeites, gorduras de origem animal, sobremesas muito doces, produtos de confeitaria, sorvetes, pudins ou cremes feito à base de leite integral, doces cremosos, chocolate. 64 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias EXEMPLO DE CARDÁPIO Café da manhã Leite desnatado, pão com margarina, fruta Almoço Salada, frango grelhado, polenta, arroz, feijão Sobremesa : fruta Lanche Chá de ervas e pão com geléia Jantar Salada, bife à rolê (sem bacon), cenoura refogada, arroz e feijão. Sobremesa láctea com leite desnatado (ex. pudim de baunilha) Ceia Chá de ervas com crackers. RECOMENDAÇÕES : - São recomendados refeições pequenas, evitando grandes intervalos de tempo entre elas. - Evitar refeições muito frequentes, próximas ao horário de dormir à noite, para prevenir aumento de secreção gátrica. - Evitar, ou usar somente com moderação, as bebidas que estimulam a secreção de ácido gástrico, como o café. Essas não devem ser tomadas com o estômago vazio e antes de dormir. - Evitar qualquer tempero que cause desconforto. Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias 65 DIETAS PARA REFLUXO GASTROESOFÁGICO Objetivo: diminuir os sintomas associados ao refluxo de líquidos do estômago para o esôfago. Indicação para uso: pacientes apresentando refluxo gastroesofágico (RGE) ou suas complicações, úlcera esofágica, estenose do esôfago e do estomago, pirose. Características: pobre em lipídios, normoproteica e restrita em alimentos irritantes, como pimenta, chocolate, álcool, menta, bebidad carbonatadas, sucos cítricos, tomate e seus subprodutos, e café (com ou sem cafeína)O exemplo de cardápio contém aproximadamente 2.000 quilocalorias, 80 gramas de proteínas e 84 gramas de lipídios. 66 Manual de Dietas Hospitalares / Nutricionista Maria Amélia Ribeiro Elias ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS GRUPO ALIMENTAR ALIMENTOS RECOMENDADOS ALIMENTOS EVITADOS Pães, cereais, arroz e massas Pães simples, cereais, biscoitos, panquecas, feitos com pouca gordura e amolecidos, quando houver necessidade. Pães e cereais preparados com muita gordura (croissant, sonhos, folhados),
Compartilhar