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Disciplina: CCJ0056 - DIREITO INTERNACIONAL
Profª: Aline de Souza Vasconcellos do Valle
AULA 02: O direito internacional público: noções preliminares (sociedade internacional)
1.3.1.     Fundamentos e noções preliminares:
A) O que é a sociedade internacional? 
B)Quais forças atuam sobre ela dando-lhe seus diversos perfis ao longo da história? 
C) Quais as forças que atuam prioritariamente na contemporaneidade?
1.3.  O Direito Internacional Público 
Definição de DIP:
O Direito Internacional Público define-se como todas as regras legais que governam relações entre sujeitos independentes de Direito Internacional, que são os Estados, as Organizações Internacionais, pessoas e demais sujeitos.
1.3.  O Direito Internacional Público
1.3.1. Fundamentos e noções preliminares:
Os fundamentos são as motivações para a existência do DIP, ou seja, de onde o DIP retira a sua obrigatoriedade. Sobre os fundamentos da sociedade internacional defrontam-se duas principais concepções:
Positivista: (Cavaglieri). Também chamada de voluntarista, sustenta que a sociedade internacional teria se formado por meio de acordo de vontade dos Estados. 
Crítica: questão dos novos Estados.
Jusnaturalista: Homem é um ser social e que só se realiza em sociedade. Assim, a sociedade internacional seria o âmbito mais amplo da sociabilidade humana.
**A questão dos Estados na Sociedade Internacional**.
1.3.  O Direito Internacional Público
Alemanha Nazista: O embelezamento do mundo.
O PERÍODO ANTERIOR À GUERRA
Resultado: fim do orgulho racial
O cogumelo venenoso/ Confie num judeu tanto quanto numa raposa no mato.
Este ou este?/ A vida sem esperança/ A vida como um fardo
Uma concepção religiosa e moral da vida exige a prevenção de prole com doenças hereditárias
1.3.2. A sociedade internacional
B) Definição e conceito de sociedade internacional
Celso Mello: relações recíprocas entre estados e outros sujeitos de DI.
Fred Halliday: três sentidos (olhares) para o termo sociedade internacional:
 ***“realismo”, dentro do qual a sociedade Internacional refere-se à relação entre Estados, baseada em normas compartilhadas e entendimentos, onde cada Estado busca os seus interesses por meio de relações internacionais.
*** “transnacionalismo”, desenvolvido por Evan Luard e John Michael Featherstone, e que se refere à emergência de laços não estatais de economia, de política, de associação, de cultura e de ideologia que transcendem as fronteiras dos Estados .
*** “homogeneidade”, utilizado por Karl Max e Francis Fukuyama, e que indica uma relação entre a estrutura interna das sociedades e da sociedade internacional, investigando de que maneira, como resultado das pressões internacionais, os Estados são compelidos a conformarem seus arranjos interno aos demais. É um conceito que se refere tanto ao desenvolvimento interno quanto ás relações internacionais.
1.3.  O Direito Internacional Público
CASO CONCRETO 2
“...Precisamos nos assegurar de estarmos oferecendo às nossas forças militares e de segurança os meios para realizarem suas missões, nos locais aos quais são enviadas. É nesse aspecto que a França e o Reino Unido trabalham em parceria por intermédio de um conjunto de sistemas, o que é útil não só para nossas forças, mas também para nossas indústrias, nossas economias e nossas populações. Uma etapa importante será vencida hoje, com a assinatura de um protocolo de acordo que lança nossa cooperação sobre nossos futuros porta-aviões pelos próximos 12 meses. Mas existem também numerosos programas importantes como, por exemplo, o sistema PAAMS (Principal Anti Air Missile System), o míssil ar-ar Meteor e o avião de transporte A 400M..” (Artigo da ministra francesa da defesa,  Michèle Alliot-Marie, e do ministro britânico da defesa, John Reid, publicado no jornal “Le figaro”(Paris, 6 de março de 2006). 
Analise o texto e os aspectos que destaca, dissertando sobre as forças que atuam na relação entre as pessoas de Direito Internacional e sua importância na modelagem da sociedade internacional, em especial sobre os três sentidos de Fred Halliday para o termo “sociedade internacional” - realismo, transnacionalismo e homogeneidade.
1.3.  O Direito Internacional Público
1.3.2.1. Forças atuantes:
Ao lado dos entes, forças econômicas, culturais, religiosas e políticas influem ou influenciaram a Sociedade Internacional. São elas, segundo Celso Mello: 
* Forças culturais: constitui uma nova e importante força.
*   Forças econômicas: Manuel Wallerstein e Eric Hobsbawn afirmam que é a economia que tem a função de ligação da SI. Definem “o sistema internacional como primariamente constituído pela atividade econômica e pela disseminação das relações sociais e econômicas capitalistas em uma escala mundial". Ex: Acordo de Bretton Woods em 1944,(FMI, BIRD, OMC...) Hoje inegavelmente influente no rumo da SI contemporânea. O comercio foi uma das bases do DI.
*   Forças políticas: a luta pelo poder e pelo aumento do território estatal ocasionou fenômenos característicos da sociedade internacional (ditadura e imperialismo).    
*   Forças religiosas: catolicismo, protestantismo, o Islamismo...
1.3.  O Direito Internacional Público
 
1.3.2.2. Descrição: DEFINIÇÃO DE DIP
Definição Clássica de DIP: conjunto de princípios e normas cujo objetivo é regular as relações externas. Objetivo de regular relações entre Estados. A definição é clássica porque antes da criação da ONU, os únicos sujeitos de direito internacional eram os Estados.
Definição Moderna de DIP: conjunto de princípios e normas cujo objetivo é regular as relações externas dos sujeitos de direito internacional. Os sujeitos de direito internacional não são apenas os Estados, mas também as organizações internacionais e os cidadãos.
1.3.  O Direito Internacional Público
 
1.3.2.2. Descrição: DEFINIÇÃO DE DIP
Entes (sujeitos da sociedade internacional)
ESTADO: Para a maioria da doutrina é o ente originário e o principal sujeito. (exceção: Jean Touscoz)
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: Associação voluntária de sujeitos de DI, com capacidade jurídica própria, criada para “desenvolver da melhor maneira possível as relações entre os Estados, permitindo-lhes cumprir em conjunto, o que não poderiam cumprir separadamente, já que algumas questões exigem a colaboração dos demais membros da SI para serem resolvidas”. 
Pessoa Humana 
OUTROS:
1.3.  O Direito Internacional Público
a) a personalidade jurídica do Estado é originária e a personalidade jurídica das organizações internacionais é derivada.
b) porque o Estado tem precedência histórica, sua personalidade jurídica é derivada; e porque as organizações resultam de uma elaboração jurídica resultante da vontade de alguns Estados, sua personalidade jurídica é originária.
c) a personalidade jurídica do Estado fundamenta-se em concepções clássicas de Direito Público, formatando-se como realidade jurídica e política; a personalidade jurídica das organizações internacionais centra-se na atuação de indivíduos e de empresas, que lhes conferem personalidade normativa, assumindo feições públicas e privadas.
d) a personalidade jurídica do Estado é definida por seus elementos normativos internos, aceitos na ordem internacional por tratados constitutivos de relações nas esferas públicas e privadas; a personalidade jurídica das organizações internacionais decorre da fragmentação conceitual do Estado contemporâneo, decorrência direta de crises de ingovemabilidade sistêmica e de legitimidade ameaçada pelo movimento de globalização; não se lhes aplicam referenciais convencionais, e conseqüentemente não se vislumbram personalidades jurídicas distintas.
e) o direito das gentes não identifica a personalidade jurídica das organizações internacionais, dado que aplicado, especialmente, aos Estados, que detém natureza jurídica definida por elementos de Direito Público.
4. (TRT 7ª Região – Juiz – 2005) A propósito da personalidade jurídica do Estado e das organizaçõesinternacionais, na percepção da doutrina, especialmente em Francisco Rezek, pode-se afirmar que,
a) são sujeitos soberanos de Direito Internacional.
b) são sujeitos de Direito Internacional em decorrência das normas da Carta da ONU.
c) são sujeitos de Direito Internacional por terem capacidade jurídica própria.
d) não são sujeitos de Direito Internacional.
e) só adquirem personalidade jurídica depois de homologadas pela Corte Internacional
de Justiça.
(TRT 16ª Região – Juiz – 2005) As organizações internacionais contemporâneas,
 1.3.2.3. Características da SI
UNIVERSAL: 
PARITÁRIA:  
1.      Carta da ONU (art 1º inciso 2 );
ARTIGO 1 - Os propósitos das Nações unidas são:
“2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal”;
 
Carta da OEA (art 3º alínea b);
2.      Artigo 3 - Os Estados americanos reafirmam os seguintes princípios:
“A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade, soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional”;
3.      Constituição de 1988 (art 4º inciso V);
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
V -  igualdade entre os Estados.   
1.3.  O Direito Internacional Público
Igualdade de direito dos Estados (independentemente de suas condições econômicas, sociais ou de seu tamanho ou importância política.
	Igualdade de autodeterminação.
Direito de legação: capacidade de receber e enviar diplomatas.
Direito de convenção: direito de celebrar tratados
Direito de pleitear em Tribunais trans/supranacionais
Direito de voto nos organismos internacionais (igualitários em alguns organismos)
 1.3.2.3. Características da SI
ABERTA: todo ente, ao reunir determinados elementos, se torna membro de SI, sem que haja necessidade da manifestação de outros membros.
Ex: Palestina Estado não membro observador na ONU.
Diferença entre ator e sujeito internacional:
Ator: também chamados entes, estruturas, corpos. Todos os que agem no cenário internacional, o influenciando, são atores internacionais. Contudo, nem todos os atores são também sujeitos de direito internacional. Ex: Ong’s internacionais ainda não são consideradas sujeitos de direito.
Sujeito: todos os sujeitos de direito internacional são atores no cenário internacional, pois atuam neste âmbito. O que diferencia os sujeitos de direito internacional é que estes têm personalidade e capacidade jurídica internacional. Tem deveres e direitos internacionais. Ex: as corporações transnacionais não se submetem ao rol de direitos e deveres internacionais, logo não são sujeitos de direito internacional. Ex: para ser sujeito de direito o Estado tem que ter povo, governo e território. A Palestina é agente mas não é sujeito de direito internacional porque não tem território definido. Os organismos internacionais (ONU, OEA, CIJ) são sujeitos de direito.
1.3.  O Direito Internacional Público
NÃO POSSUI UMA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL COM A SOCIEDADE INTERNA. A SI não é um super-Estado. Não possui poderes centralizados. Segundo Celso Mello, há certa hierarquização, quando o Estado está abrindo mão de parte de sua soberania em benefício da cooperação. Predomina a autotutela.
GOVERNANÇA: especialização (OMC, OIT, FMI...). 
 Governança não é governo. Os Estados soberanos reunidos participam da criação de organizações internacionais que se especializam em assuntos importantes internacionalmente.
O DIREITO QUE NELA SE MANIFESTA É ORIGINÁRIO, já que o DIP não se fundamenta em outro ordenamento positivo.
TEM POUCOS MEMBROS e assim não se pode enfrentar os problemas com base em categorias gerais, como faz o direito nacional. 
CASO CONCRETO 1
Considere o texto abaixo feito a partir da compilação de obras de importantes doutrinadores:
O eminente jurista Celso de Albuquerque Mello via no pensamento de Ignácio Ramonet a melhor descrição da sociedade internacional após a queda do muro de Berlim. Segundo esta descrição:
“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais de 17 milhões de refugiados. As 225 maiores fortunas do globo representam 1000 bilhões de euros, que é o equivalente à renda anual de 45% dos mais pobres da população mundial (2,5 bilhões de pessoas). As pessoas estão mais ricas que os Estados. As 15 pessoas mais ricas ultrapassam o PIB da África Subsaárica. Em 1960 os 20% da população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda 30 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 1995 a renda é 80 vezes superior.
Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto é, o que os habitantes dos EUA e União Européia gastam por ano em perfume e menos do que gastam em sorvete. Morrem anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma política, uma arma de guerra e cria o "charité business". As fusões de empresa têm permitido diminuir o número de empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais vende mais do que exporta cada um dos 120 países mais pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o Brasil. Elas controlam 70% do comércio mundial.(Cf. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57).”
CASO CONCRETO
CASO CONCRETO 1
Considere o texto abaixo feito a partir da compilação de obras de importantes doutrinadores:
O eminente jurista Celso de Albuquerque Mello via no pensamento de Ignácio Ramonet a melhor descrição da sociedade internacional após a queda do muro de Berlim. Segundo esta descrição:
“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais de 17 milhões de refugiados. As 225 maiores fortunas do globo representam 1000 bilhões de euros, que é o equivalente à renda anual de 45% dos mais pobres da população mundial (2,5 bilhões de pessoas). As pessoas estão mais ricas que os Estados. As 15 pessoas mais ricas ultrapassam o PIB da África Subsaárica. Em 1960 os 20% da população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda 30 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 1995 a renda é 80 vezes superior.
Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto é, o que os habitantes dos EUA e União Européia gastam por ano em perfume e menos do que gastam em sorvete. Morrem anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma política, uma arma de guerra e cria o "charité business". As fusões de empresa têm permitido diminuir o número de empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais vende mais do que exporta cada um dos 120 países mais pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o Brasil. Elas controlam 70% do comércio mundial.(Cf. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57).”
O texto acima descreve as consequências danosas de uma inserção internacional assimétrica feita a partir de relações verticalizadas com relação aos centros mundiais de poder, representados pelos países desenvolvidos. É melancólica aquela imagem dos gastos com perfumes e sorvetes no mundo desenvolvido em comparação com as necessidades básicas de saúde, educação e alimentação no mundo periférico. Igualmente forte, o registro de que as pessoas estão mais ricas do que os Estados nacionais. Tudo isso a refletir a complexa sociedade internacional contemporânea.
A partir da leitura do texto, disserte acerca das características da sociedade internacional que são idealmente apontadas pela melhor doutrina do direito internacional e que encontram respaldo na Carta na ONU e em outros documentos internacionais. 
Gabarito:
O professor poderá discorrer inicialmente acerca das características da sociedade internacional apontadas pelo próprio Professor Celso Albuquerque de Melloe que são as seguintes: universal, paritária, aberta, não possui uma organização institucional com a sociedade interna, o direito que nela se manifesta é originário e tem poucos membros.
E assim é que a sociedade internacional é universal porque abrange todos os entes do globo terrestre; é paritária, porque existe a igualdade jurídica; é aberta, pois todo ente ao reunir determinados elementos se torna um membro da sociedade internacional sem que haja necessidade de os membros já existentes se manifestarem sobre o seu ingresso. Já a falta de uma organização institucional significa que a sociedade internacional não consubstancia um superestado com os três poderes (legislativo, executivo e judiciário) por cima dos Estados nacionais (nesse sentido a sociedade internacional é descentralizada). Finalmente, como bem salienta o autor, o DIP é originário exatamente porque não se fundamenta em nenhum outro ordenamento.
Com relação aos documentos positivados, o professor poderá explorar os seguintes comandos normativos:
1.      Carta da ONU (art 1º inciso 2 );
ARTIGO 1 - Os propósitos das Nações unidas são:
“2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal”;
Carta da OEA (art 3º alínea b);
2.      Artigo 3 - Os Estados americanos reafirmam os seguintes princípios:
“A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade, soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional”;
3.      Constituição de 1988 (art 4º inciso V);
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
V -  igualdade entre os Estados.                                                            
O importante é salientar que as assimetrias econômicas, sociais e geopolíticas não afastam, pelo menos no plano teórico, a igualdade dos Estados nacionais perante a sociedade internacional. Com efeito, dentro da atual sociedade internacional, como bem demonstra a leitura do texto, a idéia de paridade e de igualdade soberana entre os Estados deve ser interpretada de forma progressista que projete as diferenças reais no plano econômico-social, porém sempre fundada na idéia de igualdade soberana e jurídica, ou seja, direitos e deveres iguais para todos os membros da sociedade internacional (os Estados nacionais são juridicamente iguais). Cada Estado nacional desfruta dos direitos à plena soberania, integridade territorial e independência política. Não se pode negar, no entanto, que o processo de globalização tende a reduzir o conceito de soberania estatal pela desconstrução do Estado interventor (Welfare State) em prol do fortalecimento das estruturas internacionais mediante a consolidação de organismos multilaterais de cooperação internacional, o que evidentemente conduz à revalorização da concepção de Estado Mínimo.
Finalmente, a título facultativo, o professor poderá abordar as idéias de DI do Desenvolvimento e do interno da humanidade (Georges Abi-Saab), tal qual examinado por Celso de Mello.  
O texto acima descreve as consequências danosas de uma inserção internacional assimétrica feita a partir de relações verticalizadas com relação aos centros mundiais de poder, representados pelos países desenvolvidos. É melancólica aquela imagem dos gastos com perfumes e sorvetes no mundo desenvolvido em comparação com as necessidades básicas de saúde, educação e alimentação no mundo periférico. Igualmente forte, o registro de que as pessoas estão mais ricas do que os Estados nacionais. Tudo isso a refletir a complexa sociedade internacional contemporânea.
A partir da leitura do texto, disserte acerca das características da sociedade internacional que são idealmente apontadas pela melhor doutrina do direito internacional e que encontram respaldo na Carta na ONU e em outros documentos internacionais. 
Comparando-se as instituições do direito internacional público com as típicas do direito interno de determinado país, percebe-se que, no direito internacional, 
a) há uma norma suprema como no direito interno.
b) há órgão central legislativo para todo o planeta.
c) há cortes judiciais com jurisdição transnacional.
d) há um governo central, que possui soberania sobre todas as nações.
OAB/Exame Unificado-2009.2
1- Qual a definição de DIP?
2- Sobre os fundamentos da sociedade internacional defrontam-se duas principais concepções, a jusnaturalista e a positivista. Quais as caraterísticas de cada uma delas?
3 – Qual o termo mais adequado no DIP, sociedade ou comunidade internacional? Explique:
4 – Segundo Fred Halliday qual é o sentido “realista” para o termo sociedade internacional:
5 - Segundo Celso Mello quais as forças atuantes na sociedade internacional?
6- Qual a diferença entre a definição clássica de DIP e a definição moderna de DIP?
7- Quem são os sujeitos da sociedade internacional?
Estudo Dirigido:
8- Quais são as características da Sociedade Internacional?

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