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10 A RELIGIÃO DO JUDAÍSMO

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JUDAÍSMO 
	Hoje é fundamental você saber um pouco mais sobre o Judaísmo. Os Judeus estão espalhados pelo mundo. São importantes na história da Humanidade e colaboraram muito para o desenvolvimento de todos os lugares em que passaram. Foram perseguidos em muitas situações, mas na dispersão sempre levaram a sua fé na certeza da existência de um Deus forte, que os acompanha, assim como acompanhou o povo com Moisés na fuga do Egito em direção à Terra Prometida. É uma religião intimamente ligada à história. Aqui, religião e nacionalismo se misturam, assim como acontece também no Islamismo. Queremos levar você a alguns estudos. O principal dele é entender hoje os conflitos entre judeus e palestinos, matéria apresentada diariamente pelos meios de comunicação de todo o mundo. Embarque agora nessa leitura.
HISTÓRIA
	A História do povo judaico começa por volta de 1700 a.C., com Abraão, que parte de Ur da Caldéia, na Babilônia, para Canaã, e depois para o Egito. Abraão gerou Isaque e este Gerou Jacó, que teve doze filhos homens que deram origem às doze tribos que constituíram a descendência de Abraão. Jacó se estabeleceu no Egito, onde seu filho José era o primeiro-ministro do Faraó. Após a morte de José, o povo descendente de Jacó e seus filhos foram oprimidos e escravizados. A Libertação se dá através de Moisés, líder escolhido por Deus para livrar o seu povo. Foram quarenta anos de caminhada pelo deserto até a chegada ao Monte Sinai, recebem os Dez Mandamentos ( Decálogo) e as leis cerimoniais e civis a serem observadas ( Torá).
Obs. Aqui resumimos a história. Muitos já conhecem a saga dos Judeus. Mas recomendamos uma leitura interessante. Na Bíblia você encontra a história completa no Livro de Êxodo. ( Segundo livro da Bíblia, no Antigo Testamento). 
	De 1200 a 1000 a.C., ocorre em Cannã o estabelecimento das tribos nômades hebraicas, numa espécie de ocupação da terra prometida.
	Entre 1000 a 587 a.C., ocorre a fase da monarquia, destacando-se os Reis Davi, Salomão e o Profeta Samuel. A época é difícil, pois o povo, encantado com as constantes vitórias e conquistas contra os povos vizinhos, esquece com facilidade o Deus que os protegera e criara até então. É então que surgem os Profetas, com a finalidade de recordar o povo da Aliança feita com Deus. Os Profetas denunciam os desvios dos reis e do povo, anunciando juízos divinos, numa tentativa de fazê-los retornar à fé. Neste período também é estabelecida a existência de dois reinos entre os descendentes de Jacó: o reino do Norte ou Israel, com capital em Samaria, e o reino do Sul, com capital em Jerusalém. O reino do Norte, já em 722 a.C., deixa de existir ao cair sob o poder dos assírios.
	De 587 a 539 a.C., ocorreu o chamado cativeiro babilônico. De 587 a 539 a.C., o reino do sul caiu em poder dos babilônicos e sua população foi simplesmente deportada para a Babilônia, de onde só foram libertados em 539 a.C., quando o imperador Ciro conquistou a Babilônia. Com sua volta à terra prometida, observa-se que a grande maioria era pertencente à tribo de Judá ( um dos filhos de Jacó), sendo, por isso, identificados como judeus. Seu modo de cultuar passa a ser reconhecido como judaísmo.
	O ano de 63 a.C. determina o começo do período de dominação Romana. Na ocasião, os judeus já estavam dispersos por todo o mundo conhecido. Jerusalém continuava sendo o grande centro de adoração e o ponto de referência do Judaísmo, enquanto religião e identificação do povo.
	Em 70, os romanos destruíram o templo de Jerusalém e, mais uma vez, os judeus remanescentes são dispersos, perdendo não só o seu ponto de referência, mas o completo controle da terra santa. Só em 1948 os judeus obtiveram ( pela Organização das Nações Unidas – ONU) o reconhecimento mundial e sua terra, com a criação do Estado de Israel. Jerusalém, o grande centro religioso judaico, é também centro de dois outros grandes movimentos religiosos: o cristianismo e o islamismo.
	No decorrer de toda a sua história, o povo judeu desenvolveu a convicção de ser o povo eleito, o povo do Deus que sempre dirigiu os seus escolhidos mesmo nos momentos mais críticos. É especialmente a partir do cativeiro babilônico que se desenvolveu no judaísmo uma forte esperança de um futuro melhor. Será quando Deus mesmo governará o seu povo através do Messias. Muitos judeus ainda hoje, aguardam a chegada desse momento.
PONTOS PRINCIPAIS
	
Deus criou e governa todos os seres;
Deus é uno;
Deus não tem corpo;
Deus é eterno;
Deus deve ser o único a ser adorado;
Todas as palavras dos profetas são verdadeiras;
Moisés é o maior dos profetas;
Toda a Torá ( conjunto de leis) é a que foi dada a Moisés;
Esta Lei não pode ser alterada;
Deus conhece todas as ações e todos os pensamentos dos homens;
Deus recompensa os que observam os seus mandamentos e pune os que os transgridem;
Deus fará vir o Messias;
Deus fará reviver os mortos.
QUATRO TENDÊNCIAS
	O judaísmo de hoje está marcado por quatro grandes tendências:
o judaísmo ortodoxo: observa toda a Torá, conforme foi dada a Moisés;
o judaísmo conservador: a Torá deve ser adaptada conforme os tempos e situações;
o judaísmo reformador: A Torá é apenas fonte de ética, não revelação divina; a era messiânica começou com a criação do Estado de Israel;
o judaísmo liberal: o Reino de Deus na terra deve se realizar pelo exemploo de vida do povo de Israel.
O Judaísmo é de fundamental importância para o Cristianismo, pois este entenderá que o Messias prometido aos judeus é Jesus Cristo, que, na realidade, vem estabelecer um reinado divino não terreno, mas espiritual.
Texto do professor Ronaldo Steffen, extraído do Livro O Homem e O Sagrado.
COSTUMES
	Os judeus têm costumes muito antigos relativos ao ciclo da vida. Leia:
CIRCUNCISÃO
	É feita oito dias após o nascimento. Somente os meninos são circuncidados, de acordo com a Torá: “Deveis circuncidar a pele do prepúcio, e este será o sinal da aliança entre nós. A cerimônia é acompanhada pelos padrinhos. Junto são feitas orações numa cerimônia de alegria e celebração.
BAR MITSVÁ 
	Aos treze anos o menino judeu passa a ser um Bar Mitsvá. A expressão significa “filho do mandamento”. A Cerimônia acontece na sinagoga ( Templo Judaico) no primeiro Sábado após o seu 13o aniversário. Antes, ele recebe aulas com um rabino para aprender as leis e os costumes judaicos. Também aprende a ler um trecho da Torá, que será lido no Sábado. A partir daí, o menino passa a ser membro da congregação, com todas as responsabilidades.
	A menina se torna automaticamente uma Bar Mitsvá quando completa doze anos. Por volta dos quinze anos as menina aprendem história e costumes judaicos, principalmente as regras alimentares, que passam a ser responsabilidade da mulher.
CASAMENTO
 	A Família, como não poderia deixar de ser, desempenha um papel especial no judaísmo. O casamento é considerado o modo de vida ideal, instituído por Deus. É o único tipo de coabitação que existe. É tradição que um judeu case com uma judia, apesar de que hoje é comum vermos casamentos mistos. A cerimônia do casamento chama muito a atenção, especialmente pelo seu ritual. O contrato de casamento é chamado de Ketubá. Ele é lido durante o ritual. Nele estão registrados todos os deveres do noivo para com a noiva. O casamento começa com a leitura de sete bênçãos especiais; depois disso o casal toma vinho. O Noivo então quebra uma taça com o pé, em memória da destruição do templo. Após o casamento os noivos são levados a um quarto particular, onde podem quebrar o jejum e ficar a sós.
	O divórcio é permitido se sancionado por um tribunal rabínico e selado pelo marido, que dá à esposa a carta de divórcio.
ENTERRO
	O enterro deve ocorrer o mais rápido possível depois da morte em consideração às condições do corpo. São contrários à cremação. Não se usam flores nem música na cerimônia. Note que os cemitérios judaicos não sãoornamentados. Mesmo assim, são bem cuidados , pois lá os corpos descansarão até a ressurreição.
FESTAS JUDAICAS
	As festas judaicas estão ligadas ao calendário judaico e são fundamentadas em acontecimentos históricos. O calendário se apóia no ano lunar e tem doze meses de 29 ou trinta dias, com 354 dias ao todo. Acrescenta-se um mês extra sete vezes durante cada ciclo de dezenove anos, para alinhar o ano lunar pelo ano solar. Desta forma, as datas festivas mudam a cada ano. O tempo é contado em relação à criação do mundo, a qual, segundo o nosso calendário, ocorreu em 3761 a.C. 
O Ano-Novo: ( Rosh há-Shaná, em hebraico) é celebrado em setembro ou outubro. Diferente do nosso ano novo, os Judeus comemoram a passagem do ano judaico. É a momento de refletir sobre a vida, sobre as ações e uma oportunidade para melhorar o que não saiu muito bem. Nesta passagem de ano é feita uma grande refeição preparada em casa, com diversos pratos simbólicos. Não faltam as orações de arrependimento. A festa de Ano-Novo também comemora Deus como Criador e Rei.
O Dia do Perdão: Iom Kipur ( Dia da expiação) . Termina o período de dez dias de arrependimento iniciado no Ano-Novo. O dia da Expiação era o único dia do ano em que o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, o recinto mais sagrado do templo. Isso se dava após o sacrifício de um carneiro, como sinal de expiação pelos pecados do povo. Hoje o sacrifício já não é mais feito. Os pecados são confessados na sinagoga e o indivíduo pede perdão a Deus depois de Ter se reconciliado com seus semelhantes.
A Festa dos Tabernáculos: Sukot (festa das tendas). Acontece poucos dias depois do dia do perdão. A festa acontece em memória das tendas onde os judeus moraram durante a peregrinação no deserto e do cuidado que Deus dedicou a eles. Para comemorar a data, os judeus constróem cabanas de folhas no jardim da casa ou próximo à sinagoga. No último dia se conclui o ciclo anual da leitura da Torá, e um novo ciclo se inicia, recomeçando a leitura a partir do Gênesis.
A Festa da Inauguração ( Chanuká) . É comemorada em novembro ou dezembro durante o período de oito dias. A festa acontece em comemoração a uma grande vitória dos judeus ocorrida em 165 a.C., quando inauguraram novamente o Templo de Jerusalém, depois que os invasores sírios os haviam profanado e proibido o culto judaico.
A Páscoa : Em hebraico é chamada Pessach, que significa “passar por cima”. É uma referência ao relato da Torá sobre o anjo do Senhor que, ao levar a décima praga ao Egito, “passou por cima” das casas dos israelitas e, desse modo, só os primogênitos egípcios morreram. Esta festa é comemorada em março ou abril o êxodo os judeus da escravidão do Egito. Como ritual, antes da festa, os judeus devem fazer uma limpeza na casa, usam um serviço especial de pratos para a comida e não podem comer nem beber nada que contenha grãos ou farinha fermentada. Os pratos feitos para a refeição da Páscoa têm um significado simbólico. São mergulhados ramos de salsa numa tigela com água salgada, simbolizando as lágrimas dos judeus no Egito. As ervas amargas lembram a infelicidade da escravidão sob o domínio do faraó.
Festa das Semanas: ( Slavuot) . A Festa de Pentecostes. Comemorada em maio ou junho. É a lembrança do momento em que a Torá foi dada ao povo no monte Sinai.
Veja como a cultura judaica tem fatos interessantes. Anualmente vemos em jornais e revistas matérias sobre os costumes judaicos. Bom é entender o porquê deste ritual. Vale a pena lembrar que os judeus levam muito a sério estas comemorações. Toda a família participa, um fator de integração. Como os judeus hoje estão espalhados pelo mundo, é claro que encontramos estes mesmos costumes entre nós, aqui no Brasil.

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