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• Dificuldade para respirar, sensação de respiração difícil, com esforço. • É subjetiva e varia de indivíduo para indivíduo. • Pode ser referida pelo paciente como: “falta de ar”, “cansaço”, fadigam “canseira”, “fôlego curto” e respiração difícil. • A dispneia como sinal é a observação objetiva de aprofundamento ou aceleração dos movimentos respiratórios, podendo haver ainda utilização da musculatura acessória e tiragem intercostal (expansão da caixa torácica com obstrução da via aérea, o ar não consegue entrar e por isso há retração do músculo intercostal. • Sempre avaliar a frequência respiratória. Causas • CAUSAS ATMOSFÉRICAS. Quando a composição atmosférica for pobre em oxigênio ou quando sua pressão parcial estiver diminuída. Nesses casos, o organismo reage, de início, com taquipneia, mas, desde que tal situação perdure, aparece a sensação de falta de ar. Pacientes com insuficiência respiratória crônica, mas compensada, ao mudarem de altitude, quase sempre se queixam de dispneia. • CAUSAS OBSTRUTIVAS. As vias respiratórias podem sofrer redução de calibre e gerarem uma resistência. A obstrução pode ser: intraluminal, parietal ou mista. Obstruções laríngeas (parietais) são ocasionadas por difteria, laringite, estenose por tuberculose. As obstruções da traqueia (por compressão) decorrem de bócio, neoplasias malignas, aneurisma da aorta e adenomegalias. As obstruções crônicas (intraluminais, parietais ou mistas). • CAUSAS PARENQUIMATOSAS. Todas as afecções que possam reduzir a área de hematose de modo intenso, tais como condensações e rarefações parenquimatosas, determinam dispneia. Gabriela Reis Viol Dispneia • CAUSAS TORACOPULMONAR. As alterações capazes de modificar a dinâmica toracopulmonar, reduzindo sua elasticidade e sua movimentação. • CAUSAS DIAFRAGMÁTICAS. Afecções que interfiram no movimento do diafragma pode ocasionar dispneia. Dentre elas: hérnias e paralisia. • CAUSAS PLEURAIS. A pleura parietal é dotada de inervação sensitiva e sua irritação provoca dor que aumenta com a inspiração. Para evitá-la, o paciente procura limitar ao máximo seus movimentos, bem como deitar sobre o lado que incomoda. • CAUSAS CARDÍACAS. Dependem do mau funcionamento do coração. A dispneia é devido a congestão passiva do pulmão. • CAUSAS DE ORIGEM TECIDUAL. O aumento do consumo celular de oxigênio uma resposta fisiológica normal ao aumento de atividade metabólica. Praticamente basta intensificar a atividade muscular para condicionar o aparecimento de dispneia (exercício físico, tetania, crises convulsivas). • CAUSAS LIGADAS AO SISTEMA NERVOSO. As de origem neurológica são alterações do ritmo respiratório, como ocorre em certos tipos de hipertensão craniana e as psicogênicas, que se manifestam sob a forma de dispneia suspirosa. Dispneia psicogêni grave (síndrome de hiperventilação) se acompanham de modificações somáticas decorrente das alcalose respiratória que provocam especialmente espasmos musculares e dormências, podendo chegar à perda de consciência. Mecanismos • NEUROMOSCULAR. Cursa com alteração do ritmo respiratório devido ao acometimento do SNC (aumentando a pressão de CO2 no sangue) ou do SNP (diminuindo a pressão de O2 no sangue). Visto em doenças degenerativas neurológicas e/ou osteomusculares. • RESTRITIVO. Cursa com aumento da carga elástica nos alvéolos (como na hiperdistenção e ruptura dos septos alveolares no enfisema pulmonar) diminuindo assim, a área de hematose. Como por exemplo, na fibrose pulmonar, enfisema pulmonar, edema pulmonar, pneumotórax e etc. • OBSTRUTIVO. Cursa com o aumento da resistência das vias aéreas por diminuição do calibre do trato respiratório. Dentre os exemplos estão: broncoespasmo, asma, bócio, enfisema (perda da elasticidade). Gabriela Reis Viol • MISTO. Mecanismos restritivo + obstrutivo. Sequela da tuberculose e DPOC são exemplos mas comuns. Evolução DISPNEIA CRÔNICA • Presente por meses até anos. • Crônica estável: por sequelas de doenças pulmonares ou pleurais. Intensidade constante durante o tempo. • Crônica progressiva: piora com o tempo, como na fibrose pulmonar em que a exposição contínua a partículas vão lesando aos poucos o parênquima pulmonar. • Crônica com períodos de exacerbação: ocorre no DPOC e na insuficiência cardíaca. DISPNEIA EPISÓDICA • Ocorre episodicamente, sendo o indivíduo totalmente assintomático entre as crises. • Exemplo: asma. DISPNEIA AGUDA • Presente por dias ou semanas com evolução progressiva. Gabriela Reis Viol • Como nas pneumonias e edema agudo de pulmão. DISPNEIA SÚBITA • Diferente da aguda, que é progressiva, essa tem início súbito - poucos minutos. • Ocorre na embolia pulmonar e pneumotórax. Intensidade • A dispneia crônica pode ser classificada quanto a intensidade de acordo com os esforços: 1. DISPNEIA A GRANDES ESFORÇOS (grau 1): atividades que antes não eram acompanhadas de dispneia, como subir escadas, andar depressa, praticar atividades ou esportes. 2. DISPNEIA A MODERADO ESFORÇO (grau 2): andar no plano em passos normais, subir alguns degraus. Comum na ICC. 3. DISPNEIA A PEQUENOS ESFORÇOS (grau 3): tomar banho, trocar de roupa, pequenas mudanças de posição, falar mais depressa. 4. DISPNEIA DE REPOSO: ortopneia (dispneia de decúbito na ICC) e platpneia (dispneia em posição ortostática na cirurgia torácica). Fatores Determinantes e Agravantes POSIÇÃO (para dispneia de repouco) • ORTOPNEIA. Aparece em decúbito dorsal e melhora ao sentar ou ao ficar em pé. Característico da IC, DPOC e pode aparecer durante a gravidez, ascite e na obesidade. • DISPNEIA PAROXÍSTICA NOTURNA. Acorda o paciente durante a noite com sensação de sufocação e pressão torácica. Característico da IC, DPOC, edema agudo de pulmão, e pode ocorrer na asma Gabriela Reis Viol • TREPOPNEIA. Aparece em decúbito lateral ao deitar sob o pulmão saudável. Característico de patologias unilaterais como derrame pleural unilateral, tumores e compressões. • PLATIPNEIA. Aparece assentada ou em pé, melhora ao deitar. Característico de doenças congênitas, hepáticas e com formação de “shunts". EXPOSIÇÃO • Poeira, mofo, pelos, infecção das vias aéreas, odores, ar frio, medicamentos (AAS, IECA, beta bloqueadores). • De natureza alérgica. EMOCIONAL • Asma. • Dispneia psicogênica. Sinais e sintomas associados DISPNEIA AGUDA • PULMONAR 1. Asma: dispneia episódica acompanhada de broncoespasmo, tosse seca, chiado ou sibilo com piora noturna e ao exercício. 2. Derrame pleural: dor pleurítica unilateral. 3. Pneumonia: dispneia aguda acompanhada de dor torácica ventilatória-dependente, tosse progressiva purulenta, febre com calafrios e sudorese, astenia, anorexia e mialgia. 4. Pneumotórax: dor súbita de forte intensidade. • CARDÍACA 1. Edema pulmonar e IAM: dor precordial e sudorese. • SNC 1. Lesão central (medular): paralisia, coma. Gabriela Reis Viol DISPNEIA CRÔNICA • PULMONAR 1. DPOC: dispneia crônica com períodos de exacerbação acompanhada de broncoespasmos, tosse crônica seca ou produtiva que piora no período da manhã. Ortopneia e dispneia paroxístico noturna, sibilos e baqueteamento digital. 2. Fibrose pulmonar: tosse crônica, cianose. 3. Tuberculose: febre, hemoptoico (tosse com sangue), emagrecimento. • CARDÍACA 1. ICC: dispneia crônica com período de exacerbação acompanhada de edema, ascite, hepatomegalia, turgência jugular, tosse seca, dispneia paroxística noturna e ortopneia (casos graves). • GERAL 1. Anemia: pele e mucosas descoradas, sinais deeprdas, dor em MMII. Ventilação • Eupneico: respiração sem esforço. • Hiperpneia: respiração profunda. • Normopneico(16 - 20). • Bradipneiro (<16). • Taquipneico (>20). • Cheyne-Stokes: padrão respiratório de hiperpneia (baixa de CO2) a apneia (aumento de CO2) — sensível ao CO2. • Kussmaul: padrão respiratório peixe fora d’água. Evidente em AVE, TCE, diabetes descompensada. • Biot: arritmia respiratória onde não há padrão respiratório. Gabriela Reis Viol • Coloração azulada da pele e das mucosas. • Pode ser percebida nos lábios, leito ungueal (unha), extremidades e região malar. • A cianose ocorre devido ao aumento da hemoglobina reduzida (hemoglobina sem oxigênio). • A cor azulada se deve a hemoglobina desoxigenada em grande concentração, por isso, pacientes com anemia intensa (deficientes de hemoglobina) não terão cianose. • Em melanodérmicos a percepção só é nítida com variações maiores. Tipos (etiologia) CIANOSE CENTRAL • É decorrente de uma troca gasosa ineficaz, por isso, todo o sangue circulante no corpo é pobre em O2 e rico em CO2. • É difusa. • É sempre bilateral e responde a oxigenoterapia. • Tende a piorar com esforço físico. • DIMINUIÇÃO DA TENSÃO DE OXIGÊNIO NO AR INSPIRADO: grandes altitudes. • OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS PULMONARES: broncoespasmos, pneumonia, tumor e corpo estranho. • DIFICULDADE DE DIFUSÃO ALVEOLO-CAPILAR (HEMATOPOESE): edema de pulmão, pneumonia, enfisema pulmonar. • ÁREAS PULMONARES COM VENTILAÇÃO SEM PERFUSÃO: tromboembolia pulmonar (TEP). • COMUNICAÇÕES COM MISTURA DE SANGUE ARTERIAL E VENOSOS: cardiopatias congênitas. Gabriela Reis Viol Cianose CIANOSE PERIFÉRICA • É decorrente de uma hipoperfusão tecidual periférica. • Ocorre entre o coração e a cianose (oclusão arterial, IC esquerda, vasoconstrição, falha de bombeamento). • Não há deficiência de troca gasosa no pulmão. • O sangue do restante do corpo encontra-se normal. • Pode ser uni ou bilateral, sempre em áreas distais, como MMII e sempre acompanhada de pele fria. • Não responde a oxigenioterapia e ocorre em repouso, não sofrendo influência do esforço físico. • ESTASE VENOSA devido a ICC: a estase venosa periférica retarda a circulação nos capilares que se encontram dilatados. • ESTASE VENOSA na trombose. • DIMINUIÇÃO FUNCIONAL OU ORGÂNICA DO CALIBRE DOS VASOS. • HIPOFLUXO PERIFÉRICO por vasoconstrição: SN autônomo, exposição ao frio. • MAIOR EXTRAÇÃO DE OXIGÊNIO PELOS TECIDOS DO CORPO com lentificação da circulação, como ocorre na IC e na insuficiência vascular periférica. OBSERVAÇÃO: a Síndrome de Raynaud causada pela exposição ao frio e emocional, cursa com palidez, seguida de cianose e rubor. É bilateral, com sintomas por 2 anos, sem causas orgânicas e metabólicas relacionadas e ausência de gangrena. O fenômeno é a palidez (vasoconstrição) - cianose - rubor (para compensar a cianose, substâncias vasodilatadoras são liberadas). A doença é quando o fenômeno aparece em decorrência de uma doença. CIANOSE MISTA • Associação entre a cianose central e periférica. • Ocorre, principalmente na insuficiência cardíaca congestiva grave, onde há congestão pulmonar que impede a troca gasosa adequada (cianose central), além da estase venosa periférica com grande perda da oxigenação dos tecidos periféricos (cianose periférica). Gabriela Reis Viol
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