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ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá Anatomia Ocular Dois conjuntos pares e simétricos. -Não sensorial: anexos oculares —vasos, nervos, órbitas, pálpebras, conjuntiva, aparelho lacrimal, músculos extraoculares. -Sensorial: olhos, vias ópticas e centros visuais. A) ANEXOS OCULARES - Órbitas: cavidades ósseas piramidais, onde olhos se encaixam. 4 paredes: teto (superior), lateral (temporal), inferior (assoalho), medial (nasal) 7 ossos: frontal, zigomático, maxilar, lacrimal, esfenoide, etmoide e palatino. No fundo —> canal/forame óptico: passagem ao nervo óptico (II NC) e a artéria oftálmica. Fissuras orbital superior: nervo troclear (IV NC), oculomotor (III NC), abducente (VI NC), trigêmeo (lacrimal e frontal), veia oftálmica superior. - Pálpebras: proteção e lubrificação do olho, distribuir filme lacrimal �1 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá 3 camadas: conjuntiva tarsal/palpebral (interna), septo fibroso (média) e músculo elevador da palpebra e orbicular (externa) — MUITO VASCULARIZADOS!! Lesa facilmente. Fenda palpebral: entre palpebra superior e inferior. Bordas livres das pálpebras! Ptose: fenda palpebral DIMINUIDA. - Conjuntiva: tecido mucoso que reveste a pálpebra internamente e a esclera. Conjuntiva palpebral/tarsal: reveste pálpebra internamente Conjuntiva bulbar (na esclera): reveste o branco do olho — membrana fechada. Quemose = edema conjuntival Conjuntivite = inflamação da conjuntiva - Aparelho Lacrimal: lubrificação e drenagem Glândula lacrimal + vias de excreção (pontos lacrimais, canalículos, sacos lacrimais) Lágrimas — mantém o olho limpo e límpido Glândulas —secreção da parte aquosa da lágrima, conjuntiva da parte mucosa e os cílios da lipídica. Pontos lacrimais — drenam lágrimas para os canalículos, saco lacrimal até o meato nasal inferior. - Músculos extraoculares: movimento dos olhos. 6 músculos para cada olho Retos: superior, inferior, medial e lateral — olhar para os lados, para cima e para baixo Oblíquos: superior e inferior —olhar para os lados e para cima, para os lados e para baixo, mais de um movimento ao mesmo tempo *Estrabismo = olhos não fixam o mesmo ponto ao mesmo tempo Cada músculo apresenta inervação própria Oculomotor (III): RS, RI, RM, OI — paralisia = estrabismo divergente �2 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá Troclear (IV): OS (pateta) Abducente: RL — paralisia = estrabismo convergente Facial (VII): Músculo elevador da pálpebra e músculo orbicular: mímica facial *Lesão — ptose B) APARELHO SENSORIAL - Olho: atapetado por tecidos adiposos e musculares Camadas! *Camada externa ou tunica fibrosa: esclera e cornea *Camada média *Camada interna: sensorial ou neurológica OBS = movimentos oculares — sacádicos - Córnea: lente de contato natural que transmite brilho ao olho (menisco transparente). Sua continuação é a esclera!!! *Câmara anterior *Limbo corneoescleral: entre cornea e esclera Tecido conjuntivo organizado com capacidade CONVERGENTE de raios luminosos em 45º, agindo como LENTE CONVEXA!!! Grande poder de refração Avascular e invervada! Estruturas: 1) Epitélio anterior (regeneração) 2) Membrana de Bowman ou lamina limitante anterior (caso lesão não atravesse essa camada — possível regeneração sem perda de visão. Caso atravesse — cicatrização com prejuízo da visão) 3) Estroma ou substância própria 4) Membrana de descemet ou limitante interna 5) Endotélio: superfície posterior da córnea — nutrição!! Onde ocorre o equilíbrio K/Na, metabolismo da córnea e a deixa límpida. �3 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá - Esclera: branco do olho. Formada por tecido conjuntivo fibroso desorganizado recoberto pela conjuntiva. Parte opaca da túnica fibrosa. - Cristalino: é uma lente BICONVEXA localizada atrás da íris e responsável pelo FOCO da visão. Complementa o poder refrativo da cornea CONVERGENTE *Segmento anterior: cristalino para fora *Segmento posterior: cristalino para dentro Estruturalmente apresenta uma capsula, um epitélio e uma substância branca. - Vítreo: estrutura transparente, gelatinosa/viscosa, elástica, localizada atrás do cristalino. Preenche a parte posterior do olho. - Uvea/ tunica vascular/ tunica media: atrás da esclera Parte anterior: íris (colorido) — controla a entrada de luz. Orifício central — pupila. Parte média: corpo ciliar — musculo ciliar — sustentação do cristalino e produção de humor aquoso Parte posterior: coroide — nutrição da retina. “Túnica vascular” (maioria dos vasos). OBS: HUMOR AQUOSO = nutrição da córnea e cristalino. É renovado constantemente e seu excesso é escoado por um canal. Se canal é obstruído — excessiva pressão!!!! -> Glaucoma!! - Pupila: regula a entrada de luz. Realiza miose e midriase. - Retina: parte mais interna do olho. Estrutura neurossensorial, extensão do SNC. Composta pelos fotorreceptores: CONES E BASTONETES *Área do nervo óptico/ papila óptica/ disco óptico: zona cega, sem fotorreceptores — área de passagem do nervo óptico. *OBS: DISCO ÓPTICO = local em que neurônios da via óptica formam o nervo óptico e saem do olho. Por onde passam os vasos (artéria e veias oftálmicas). Arteria oftalmica: ramo da carótida interna — penetra no olho e subdivide-se em temporal superior e inferior, ramos nasal �4 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá superior e inferior. Veia oftálmica: veia oftalmica superior, inferior e veia central da retina. Drenam para seio cavernoso. *Área central da retina = mácula/fóvea: acuidade visual máxima — área dos CONES (cores -> vermelho, verde e azul; formas e detalhes) *Área periférica: fotorreceptores BASTONETES (preto e branco, variações de luz e sombra, nuances de luz e visão noturna). - Nervos: oculomotor, troclear, abducente, trigêmio (sensibilidade), facial. - Vias ópticas: retina -> papila óptica -> nervo óptico -> quiasma óptico -> trato óptico -> corpos geniculados lateais -> cortex occipital. Semiologia Ocular A) ALTERAÇÕES VISUAIS 1- Perda visual subita ou insidiosa? 2- Mono ou binocular? - Súbita monocular: ceratite (inflamação da córnea), uveíte anterior, glaucoma, hemorragia vítrea, neurite óptica, oclusão vascular. - Súbita binocular: acidentes automobilísticos, intoxicação neurologica, sonda elétrica sem máscara protetora. - Insidiosa monocular: catarata (opacificação do cristalino), opacidade corneanas, glaucoma. - Insidiosa binocular: qualquer doença ocular!!!!!!! 3- Transitório ou permanente? - Amaurose fugaz: oclusões da carótida interna (má perfusão da Arteria oftálmica com perda de vascularização do nervo óptico). Transitório!!! — dura de segundos a minutos (até 10 min). - Amaurose: cegueira TOTAL! 4- Perda de visão central (pré-quiasmática) ou periférica (quiasmática ou retroquiasmática)? - Toxoplasmose: perda de visão central, lesão na mácula - Glaucoma: diminuição da visão periférica — existe uma visão tubular!! ** Visão tubular: a retina central está funcionando e a acuidade visual pode estar normal. 5- Visão próxima ou a distância? 6- Melhora com óculos? �5 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá B) SINAIS 1- Fotofobia = desconforto à exposição a luz. 2- Fotopsia = percepção de flashes, mesmo em ambientes escuros ou olhos fechados. Indica alterações retinianas/ descolamento da retina. *Miopes com moscas volantes. 3- Mosca volante/ escotomia cintilante = relacionado à hipotensão postural. NÃO PATOLÓGICO! Pontos pretos contra o fundo branco. Pode estar relacionado com descolamento da retina. 4- Metamorfopsia = percepção errônea das formas (imagem destorcida). Causado por edema na retina e DM. * Degeneração macular senil (> 60 anos). 5- Halos = halos esbranquiçados em volta de um ponto luminoso. Acúmulo de água na cornea. * Lesões superficiais da córnea devido ao edema! 6- Heterocromia = umolho de cada cor! —PATOLÓGICO! 7- Diplopia = visão dupla! — desvio ocular (olhos não bem alinhados). * Paralisia do oculomotor, troclear e abducente -> início súbito com alterações neurológicas! CAUSA MAIS COMUM — estrabismo convergente = paralisia do ABDUCENTE (VI NC). * Depressão do SNC (por álcool, medicamentos). * Estrabismo divergente = paralisia do OCULOMOTOR (III NC) * Estrabismo vertical = paralisia do TROCLEAR (IV NC) — "patético" C) SINTOMAS 1- Astenopia = desconforto causado por dificuldade ao enxergar. Acompanha lacrimejamento, ardencia, cefaleia ou dor aguda (com ou sem fotofobia) 2- Hiperemia ou secreção ocular: - Lacrimejamento = estímulo reflexo devido ao olho seco. Produção excessiva de lágrima. - Secreção = aquosa, mucosa e purulenta. - Epífora = deficiência no sistema de drenagem da lágrima —> acúmulo com produção de lágrima normal. Dificuldade na excreção. - Hiperemia = olho vermelho — vasodilatação generalizada. Se limbar (ao redor da córnea) -> sinal de inflamação! - Quemose = edema de conjuntiva. *Edema hiperagudo em processos alérgicos. D) EXAME OFTALMOLÓGICO * Ectoscopia = olhar externamente — visão macroscópica * Leucocoria = reflexo pupilar branco — catarata, tumor (o normal é o reflexo vermelho) * Anisocoria = pupilas de tamanhos diferentes �6 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá * Proptose = um olho para fora * Dermoide = tecido ectópico (pele, osso) * Ectocoria = pupila descolada * Vesículas = Herpes I * Terçol/ hordeolo = processo agudo, hiperemia, sinais logísticos e dor. Drena espontaneamente! * Calásio = hordeolo fibrosado, com cápsula que envolve a glândula sebácea. Não drena sozinho e não tem dor. * Ceratocone = é uma doença não-inflamatória progressiva do olho no qual mudanças estruturais na córnea, em forma de cone. E) TÉCNICAS DE EXAME - Avaliação de movimentos oculares: simetria — teste da bandeira inglesa, teste de oclusão (diagnóstico de estrabismo) - Teste de acuidade visual: um olho de cada vez para longe (6 metros); dois olhos juntos para perto (33-40 cm). 20/20: equivale a 100% da visão 20/30, 20/40, 20/60: patológicos!! 20/40: até esse ponto a pessoa pode DIRIGIR SEM ÓCULOS. 20/200: cegueira legal. Amaurose = cegueira total! Exemplo: 20/25 = quase normal!! O paciente a 20 pés de distancia enxerga com nitidez o que uma pessoa normal enxergaria a 25 pés. 20/60 -> 20/30: o paciente melhorou sua visão. ESTUDO DA PUPILA: deve ser redonda, central, reagir igualmente dos dois lados (reflexo pupilar direto e consensual), reflexo vermelho. Regula a quantidade de luz; pupila fechada -> + FOCO - SNS = MIDRÍASE. Colírios parassimpaticolíticos (Tropicamida e Ciclopitalato). - SNP = MIOSE. Fenilefrina. �7 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá * Pupila irregular = não é redonda, consequência de uma infecção intra-ocular ou uveíte. EXAME BIOMICROSCÓPIO (o que o paciente apoia o queixo): lâmpada de fenda, avalia estruturas em grande aumento — atravessa todas as estruturas! OFTALMOSCOPIA DIRETA (Fundoscopia): 15% das estruturas do fundo do olho são observadas sem dilatar pupila!! Dilatando pupila — 50% das estruturas visíveis! * Estruturas que são observadas: camadas transparentes, pupila, cristalino, humor aquoso, nervo óptico, vasos retinianos (artérias + finas e claras e veias + calibrasas e escuras), mácula. - Mácula = temporal/lateral ao nervo óptico, sem vasos sanguíneos. Responsável pela visão central, presença de fotorreceptores. Centro da macula = fovea (só há cones — cores). Avascular!! Nutrição pela coroide. - Disco óptico/ nervo óptico = ponto cego, arredondado, bem limitado, medial. Vasos emergem do centro! (3V e 2A) Area esbranquiçada no centro = ESCAVAÇÃO TONOMETRIA: mede a pressão intraocular (normal = 8 a 20 mmHg). Humor aquoso (entre a córnea e a iris): renovado e excretado. Escoamento limitado pela hipertensão ocular — glaucoma! Pode gerar lesão do nervo óptico. Humor vitreo (entre o cristalino e a retina): não se renova!!!!!!!! TESTE DE CONFRONTAÇÃO: detecta defeitos no campo visual. Movimentar o indicador da periferia para o centro. �8 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá Fundoscopia - Visualização do seguimento POSTERIOR do olho. A) INDICAÇÕES: HAS, DM, Leucemias/ linfomas, SIDA, doenças reumatológicas, doenças oculares com ou sem comprometimento sistêmico (toxoplasmose), controle da toxicidade por farmacos (cloroquina; tuberculostáticos; (etambutol — EA: perda de visão do azul e verde); antineoplásico) B) OFTALMOSCOPIA DIRETA: método simples, requer pouco treinamento. - Luz fria - Visualização mais reduzida do fundo do olho: RETINA ATÉ EQUADOR (50% da retina com dilatação e 25% sem dilatação), porção anterior. *OBS: o equador do olho é posterior. - Imagem direta, virtual, ampliação de 13 a 15x (não é o tamanho real). - Aplicabilidade na maioria dos pacientes, principalmente com erros pequenos de refração (míope ate 4graus e hipermetrope 6) e sem catarata. - Examinar olho direito do paciente com nosso olho direito e vice-versa, com 15cm de distância. - Paciente deve estar sentado e manter ambos os olhos abertos durante o exame. C) OFTALMOSCOPIA INDIRETA: método mais difícil, requer mais treinamento. - Visualização mais ampla, de todo o fundo do olho. Visualização completa da retina (=ora serrata) - Imagem invertida, real, ampliação de 2 a 4x. - Possibilita visualização através de opacidades, como catarata, altas miopias, visualização de neovasos. * OBS: outra opção de realizar uma biomicroscopia de fundo de olho. D) PRECAUÇÕES PRÉVIAS - Para fundoscopia, primeiro o paciente deve olhar para longe que permite a visualização da pupila. Depois, olhar para a luz do oftalmoscópio para que seja visualizada a mácula. - Íris mais claras dilatam mais rápido e permanecem mais tempo dilatadas. - Avaliar amplitude e profundidade da câmara anterior: + profunda —melhor *Estreitas/ rasas — + propensão a glaucoma de ângulo estreito (o glaucoma fecha a saída do humor aquoso). *Os hipermétropes — câmara RASA, em que uma parte da íris ilumina e a outra não através da iluminação perpendicular. - Investigar HF de Glaucoma. - Verificar se há HAS (NÃO USAR COLIRIO SIMPATICO MIMETICO COM FENILEFRINA); DM (demora mais para dilatar!!); Doenças oculares como Uveíte (dificuldade para dilatar íris). �9 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá E) MIDRIÁTICOS - Ampliam area de visualização. - Ação midriática e ciclopégia - Paraefeito: dificuldade da visão para perto 1- TROPICAMIDA: primeira opção em adultos! Parassimpaticolítico Ação essencialmente midriática Pouco ciclopegico (paralisia do músculo da acomodação) Uma gota a cada 5 ou 10min por 30min. Término de ação rapido = 3h 2- FENILEFRINA: simpaticomimético (receptores adrenérgicos): início e término de ação rápidos! Essencialmente midriático Pouco ciclopégico — midríase forte CI: HAS (pode causar crise hipertensiva e aumentar FC. Uso em cirurgia de catarata, mapeamento da retina. 3- CICLIPENTOLADO: anticolinérgico: início e termino de ação mais LENTOS (até 72h dilatados) Paralisia do músculo ciliar (cicloplégico) Uso em estrabismo com grau elevado, dificuldades para dilatar — quando precisa ficar por mais tempo EAs: neurologicos — confusão, sonolência, estupor. Pode ser alucinógeno! 4- ATROPINA/ HOMATROPINA: antimuscarínico: ação e permanência LONGA. F) ESTRUTURAS ENCONTRADAS NO FUNDO DE OLHO - Reflexo vermelho do fundo de olho - Córnea, humor aquoso, íris, cristalino - Nervo/ disco óptico: marcador da geografia do fundo do olho — 4 áreas, temporais superior e inferior e nasais inferior e superior. - Ponto ou mancha-cega fisiológica —> não tem fotorreceptores!! Ponto cego! - Escavação: comunicação fisiológica (não passando de 30% daárea do disco óptico). Pode variar com a presença de doença. Nos dois olhos devem ser semelhantes!!! Se não —> glaucoma, toxoplasmose, leucemia.. �10 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá - Papila do nervo óptico: área ovalada com margens definidas. Localizada medialmente para o lado do nariz. Lugar onde brotam os vasos — veias e artérias retinianas (= arcada retiniana). - Mácula (area de acuidade visual máxima): AVASCULAR! Ponto central = fovea (pode brilhar!!). Cones — cores e detalhes. Mais temporal. - Vasos retinianos: Vênulas — + espessas e + escuras, vermelho mais opaco. Arteríolas — vermelho mais rosado. Arteríolas cruzam as vênulas e vence vêtulas por transparência. Ramos da carótida interna. Sem fibras nervosas. 4 arcadas vasculares: temporal superior e inferior e nasal inferior e superior. Na HAS —> arteríolas diferentes!!! Nos idosos —> esclerose involutiva de vasos. - Fundo de retina: pigmentação varia com a idade —> + alaranjado nos JOVENS e + avermelhados em MAIS VELHOS. Coloração devido a pigmentação do EPR, sangue nos coriocapilares e vascularização da coróide. O fundo de olho do jovem tem aparência de seda molhada. - Retina (fundus): 6 tipos de células sobrepostas. Camadas: céls. ganglionares -> camada plexiforme interna -> camada nuclear interna -> camada plexiforme externa -> fotorreceptores -> epitélio pigmentar. *Na fovea: NÃO EXISTEM CAMADAS, só FOTORRECEPTORES! Negros — retina + escura!!!!!! Retina do jovem — brilha! Ametropia A) Objetivo: raios luminosos devem permear todas as estruturas do olho e chegar no plano retineano, no foco (no min. 6m de distância) *Raio luminoso = feixe luminoso penetrado nos meios transparentes. * Antes dos 6m = DIVERGENTES — após são paralelos * Não vemos UV e infravermelho B) Índice de refração = + denso o meio + índice C) CONVERGÊNCIA = vergencia POSITIVA, CONVEXA. Feixes se encontram no foco. Ex: Lente de 1° faz feixe sofrer vergência com o foco se formando há 1M DA LENTE. Maior convergência — foco mais próximo! (1°= 1m; 2°= 0,5; 3°= 0,33) Ex2: 1° de hipermetropia — paciente enxerga bem a partir de 1m de distância! Antes de 1m => dificuldades, pois lente se acomoda a partir de 1m. * Nossa lente é convergente, pois nosso olho é pequeno e busca formar o foco antes da retina. �11 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá D) DIVERGÊNCIA = vergencia NEGATIVA. Projeção do foco se mede pela projeção dos feixes. MÍOPES. E) ACOMODAÇÃO = capacidade do CRISTALINO de mudar seu poder de refração. Contração do músculo ciliar. Ação parassimpática! Tem papel passivo, pois é capaz de mudar a capacidade de convergência. Entre a cornea e o cristalino há uma convergência de 60°. —> + perto + acomodação! - Se raio passar e fizer foco além da retina o cristalino modifica seu DIAMETRO AP (fibras chamadas zônulas) através dos músculos ciliares, o que aumenta convergência. - Estimulada pela imagem borrada na retina: resposta no nervo Oculomotor (III NC), que atua sobre o cristalino. * ESTRABISMO CONVERGENTE = atuação exacerbada do estímulo de acomodação. O Oculomotor atua na acomodação do cristalino, pode causar um estrabismo convergente na tentativa de melhorar o foco. UNICO TIPO QUE MELHORA COM OCULOS — não precisa cirurgia. * TRÍADE DA APROXIMAÇÃO (Reflexo para perto) — acomodação + miose + convergência do olho * TABELA DE JEGER — até J6! J1 enxerga bem para perto. F) EMETROPIA: visão 100% (20/20 há 6m). Não precisa usar sistema de acomodação quando olha para longe. Foco no ponto retiniano. - Na periferia não temos boa visão, pois há espaçamento dos fotorreceptores. - Fóvea = MAIOR área de acuidade visual (cones amontoados) - Teste de acuidade visual: tabela há 6m para o foco entrar de maneira paralela no olho. 1. ERROS REFRATIVOS A) HIPERMETROPIA: raio luminoso entra e se forma além do plano retiniano (depois da retina). - Dificuldade para enxergar de perto - Sistema de convergência fraco - Indivíduo usa acomodação para trazer o foco mais para perto e torna o CRISTALINO MAIS CONVERGENTE (olhos com até 22mm) - Limite de acomodação: + idade - capacidade de acomodação. - Sintomas astenotópicos = cansaço, peso nos olhos, dor de cabeça. - Criança: hipermetropia fisiológica. - Herança genética autossômica recessiva. - TTO —> Lente convergente, convexa ou positiva. - Estrabismo acomodativo �12 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá - Quando pessoa tem hipermetropia somar o GRAU DA HIPERMETROPIA + ACOMODAÇÃO DO OLHO NORMAL. Ex: há 33cm o olho normal precisa acomodar 3°. Se paciente tiver hipermetropia de 2°, a acomodação total será de 5°. B) MIOPIA: raio luminoso se forme antes da retina (entre retina e cristalino) - Dificuldade visão de longe - Não necessita acomodação quando olha para longe, ou acomoda pouco. Olho não consegue acomodar para longe, pois duas lentes não possuem poder de divergência (córnea e cristalino). - É falso dizer que todo míope quando olha para perto não precisa acomodar. - Miopia de baixos graus necessitam de acomodação - Quando se olha um objeto de perto, o raio entra de maneira divergente e forma o foco para trás. + próximo objeto + divergente feixes luminosos, corrigindo o problema de refração. - Início geralmente na pré-adolescência - Paciente que tira óculos para ler é míope. - Causas: * Refracional ou de índice: índice de refração maior é mais convergente. * Axial simples ou degenerativo: crescimento dos olhos. Correção não satisfatória, pois há degeneração (pode chegar até 28mm). Maior risco de descolamento retiniano, maculopatia miópica, membrana neurovascular. - TTO —> Lente divergente, côncavas ou negativas. Ex: há 33cm o olho normal precisa acomodar 3°. Se paciente tiver miopia de 2°, acomodação total será de 1°. Lente convexa = convergente = positiva = hipermetropia Lente côncava = divergente = negativa = miopia C) ASTIGMATISMO: dois meridianos de curvas distintas, um mais curvo (+ convergente) e outro menos curvo (menos convergente). - Alterações na curvatura da cornea. - Córnea produz focalização da imagem em diferentes pontos devido a diferentes eixos. - Visão borrada - Pode causar sintomas de astenopia (fadiga ocular) - Pode evoluir ou involuir. - Tipos: * Regular (90%): hipermetrópico em que os dois focos estão além da retina; miópico, em que os dois focos estão antes da retina; misto, em que um foco está antes e outro depois da retina. * Irregular: trauma na cornea, não obedece um padrão (ceratocone). OBS —> CERATOCONE = cornea na sua forma + grave, geralmente alto grau de miopia!!!! Pode causar astigmatismo. - TTO —> Lentes cilíndricas. - �13 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá D) PRESBIOPIA: vista cansada, diminuição da capacidade de acomodação do cristalino. - Início entre os 40-50 anos —> biomarcador de idade = “hipermetropia do idoso” - Diminuição da acuidade visual para perto - Causa é esclerose do cristalino - Ocorre precocemente nos hipermetropes e tardiamente nos míopes - TTO —> Lente convergente. Quando tratar erros refrativos?????? - Tratar todos os míopes. - Hipermetropia depende: avaliar quando ao grau e a idade. - Visão prejudicada - Adultos - Quanto mais se afasta menos precisa acomodar F) TRATAMENTO DEFINITIVO: - Fotoablação com excimer: laser - LASIK: aparelho retira “tampa da córnea” e o laser atua no estroma! Indolor, rápido e com anestesia local. - PRK: raspa o epitélio da córnea e aplica o laser, colocando-se lente de contato para servir de epitélio e não causar dor. Indolor, mais rápido, anestesia local, pós-op mais dolorido devido a repitelização. - Fotoemulsificação refrativa - Aneis intracorneanos: ceratocone �14 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá - Lente intraocular: implantada atrás da córnea, corrige hipermetropias e miopias muito altas que não são corrigidas a laser. - Lentesde ARTESAN: lente intraocular que fica fixada entre a córnea e a íris. Retinopatia Hipertensiva A) HAS A NÍVEL OCULAR: 1- Vasoconstrição: estreitamento local ou generalizado. Estados mais severos com obstrução de arteríolas e exsudamos algodonosos. 2- Extravasamento por comprometimento na permeabilidade dos vasos e rompimento da barreira hematorretiniana. 3- Arterioesclerose: causa espessamento da parede dos vasos, observável nos cruzamentos arteriovenosos. Enrijecimento da parede arteriolar. B) REPERCUSSÕES OFTALMOLÓGICAS DA HAS 1- Coroidopatia hipertensiva. O coroide “atapeta a retina” 2- Neuropatia óptica hipertensiva ou isquêmico 3- Retinopatia hipertensiva C) FISIOPATOLOGIA 1- Fase vasoconstritora: resposta vascular ao aumento da PA, redução do calibre dos vasos, arteríolas mais finas que as vênulas (mais perceptível em jovens). Em idosos, a rigidez das arteríolas é consequência à esclerose involucional dos vasos — isso impede o mesmo grau de estreitamento observado em artérias de pacientes jovens. **** Relação NORMAL entre calibre vênulas e as arteríolas: 3/2. Com vasoconstrição: 3/1. 2- Fase exsudativa: extravasamento dos elementos figurados do sangue (hemorragias ou exsudatos) —> quebra na barreira hematorretiniana!! Isquemia da retina! 3- Fase arterioesclerótica: enrijecimento da parede dos vasos por depósito de lipídios. Resulta em oclusões, micro/macroaneurismas. D) ETIOLOGIA + afrodescendentes + mulheres Genética NÃO existe correlação com o tabagismo (só com DPOC!) Relação com nefropatia e microalbuminúria -> coroidopatia hipertensiva tem relação com insuficiência renal. Status cardíaco: correlação com hipertrofia ventricular esquerda e RH. Aumento da leptina plasmática E) ALTERAÇÕES DE FUNDO DE OLHO - Ocultamento da coluna de sangue: não se vê a vênula abaixo da arteríola por transparência (parede arteriolar se enrijeceu e houve diminuição do lúmen arteriolar —relação entre arteriosclerose e vasoconstrição). - Estreitamento arteriosa (V/A 3/1) �15 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá - Hipertrofia das camadas média e adventícia das arteriosas - Enrijecimento: sinais de compressão da arteríola; arteriosclerose + em idosos - Vasos mais tortuosos = estenose venosa - Aumento do reflexo da arteríola: enrijecimento -> brilho alaranjado -> cristais de colesterol -> vasos em fios de cobre * Fases mais avançadas: vasos em fio de prata — vasos brancos. Sem lúmen, com áreas de isquemia. - Exsudato algodonosos (moles): pequenas áreas de infarto isquêmico na retina (por causa da vasoconstrição!). Aspecto brancacento/ acinzentado na retina. Não são exsudatos verdadeiros! Adjacente à um vaso de calibre maior (justavascular) - Exsudato duro: resultado do extravasamento de plasma em áreas fragilizadas dos capilares e arteríolas — depósito ou acumulo de lipoproteínas ao redor de áreas extravasadas. Indica EDEMA E INCOMPETÊNCIA VASCULAR. Branco-amarelado, com bordas definidas e se assemelham a um pingo de cera. HEMORRAGIAS - Hemorragia puntiforme: hemorragias nas camadas mais superficiais da retina decorrentes de rupturas da barreira sangue/ retina, normalmente presentes no polo posterior perivascular em formas de “ponto”. Comum na arcada temporal superior! - Hemorragia em taça: GRAVES! Incompetência vascular, tóxico a nível ocular. Mais próximas do vítreo (+ superficiais) - Hemorragia em forma de chama de velas: congestão retiniana! Camadas + profundas da retina, seguem o trajeto das fibras nervosas retinianas, adquirindo aspecto de chama de vela. + GRAVES E MAIORES! Comum na intimidade da retina (+ profundas). “Pincelada com tinta vermelha” OBS: Quanto + próximo a coroide for da hemorragia, menor é a hemorragia! Quanto + próximo do humor vítreo for a hemorragia, menor é! - HAS crônica: geralmente sem queixas de acuidade visual (exceto se neuropatia isquêmica ou ruptura de vasos (fenômenos tromboembólicos). Prejuízo sério de visão não é usual!!!!!!!! Oscilações com baixa na acuidade visual podem ocorrer em pacientes em transição de situação de hipertensão para normotensão (mudança de perfusão na retina). F) ALTERAÇÕES NOS CRUZAMENTOS ARTERIOVENOSOS 1- Sinal de Sallus: compressão venosa com deflexão do trajeto — mudança de trajeto da vênula 2- Sinal de Gunn: AFINAMENTO das veias distalmente ao cruzamento. Arteríola + rígida! 3- Sinal de Bonnet: ELEVAÇÃO das veias distalmente ao cruzamento. Represamento da veia que parece perder a continuidade. Congestão venosa!!! Vênula “desaparece” G) MANCHAS DE ELSCHNIG = áreas pálidas ou avermelhadas no fundo do olho que indica má perfusão da coróide — coroidopata �16 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá hipertensiva! “Exsudato algodonoso na periferia da retina”. Pacientes com microalbuminúria e má função renal. H) PAPILEDEMA OU EDEMA DE PAPILA = borramento dos limites da papila do nervo óptico. "Desaparecimento" ou atenuação de sua escavação reflete hipertensão intracraniana. * Pode estar presente em casos muito severos e descontrolados de HAS! I) ANGIOGRAFIA FLURESCEÍNICA (exame) —> verificar retinopatia hipertensiva. J) ACIDENTES VASCULARES RETINIANOS: causa de perda subita de visão. - Oclusão de ramo da veia da retina, veia central da retina ou da artéria central da retina. CLASSIFICAÇÃO RETINOPATIA HIPERTENSIVA 1) Classificação de GANS: divide alterações retinias entre as hipertensivas (H) e ateroscleróticas (A). 2) Classificação de Keith- Wagener - Barker: OBS: órgãos- alvo: rins, pulmão, coração, cérebro e olho. I) Alterações reversíveis. Função renal normal e sem comprometimentos órgãos alvo �17 ATM 2021/2 Sâmia Badwan Mustafá II) Sinal de SALLUS presente. Pequenos depósitos exsudativos e hemorragias. Alterações controláveis e função renal boa. III) Arteríolas desaparecem em algum ponto. Sinal de GUNM e BONNET. Alterações irreversíveis, órgãos alvo comprometidos e piora da sobrevida. IV) Alterações irreversíveis e sobrevida menor. OBS2: Papiledema = perda da escavação do disco óptico. Limites da papila apagados!! ALTERAÇÕES PERCEPTÍVEIS DA RETINOPATIA HIPERTENSIVA 1) Relação de calibre de 2/3 para 1/3 — arteríola diminui calibre. Perda de transparência da vênula. OBS: No cruzamento arteriovenoso, arteríola sempre está em cima da vênula. 2) Sinal de SALLUS 3) Sinal de GUMN �18
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