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FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA Faculdade Dom Bosco Disciplina: Farmacologia Profa. Dra. Thalyta Marina Benetti 2018 Farmacocinética “Medida e a interpretação formal de alterações temporais nas concentrações de um fármaco em uma ou mais regiões”. “Absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e a eliminação dos fármacos” Farmacocinética: “O que o organismo faz com o fármaco” Farmacodinâmica: “O que o fármaco faz com o organismo”. Qual a importância do entendimento e utilização dos princípios farmacocinéticos? Ampliar a probabilidade de sucesso terapêutico Reduzir a ocorrência de efeitos adversos dos fármacos no organismo. QUAL A IMPORTANCIA DA FARMACOCINÉTICA? Elaborar os regimes terapêuticos Via de administração Quantidade e frequência de cada dose e a duração do tratamento As propriedades farmacocinéticas vão determinar a velocidade do início da ação, a intensidade do efeito e a duração da ação do fármaco RESPOSTA CLÍNICA EFICÁCIA TOXICIDADE EFEITO FARMACOLÓGICO FARMACODINÂMICA Farmacocinética Farmacocinética Dependem do transporte através das membranas celulares Obstáculos ao transporte • Única camada de célula (epitélio intestinal), • Várias camadas de células / proteínas extracelulares (pele). Características dos fármacos preveem seu transporte / disponibilidade nos locais de ação: - Peso molecular, - Conformação estrutural, - Grau de ionização, - Lipossolubilidade, - Capacidade de ligação. Determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (hidro ou lipossolubilidade, ionização) e pelos objetivos terapêuticos) 6 Vias de Administração de Fármacos Via oral Determinada por fatores: • Área disponível à absorção, • Fluxo sanguíneo na superfície, • Estado físico (solução, suspensão ou preparação sólida) • Hidrossolubilidade • [ ] no local de absorção Absorção é facilitada: • Fármaco na forma não ionizada mais lipolítica • Fármacos ácidos (pH 1-2) – estomago • Fármacos pH 3-6 – segmentos proximais intestino Vias de Administração de Fármacos Via Enteral • Grego enteron (intestino) • São as vias oral, sublingual e retal. Via Parenteral • Vem de para (ao lado), mais enteron. • Via que não é a enteral. • São as vias intravenosa, intramuscular, subcutânea, respiratória e tópica, entre outras. Vias de Administração de Fármacos Definida como a passagem de um fármaco de seu local de administração para a corrente sanguínea Não confundir administração de drogas / absorção de drogas. Uma droga pode ser ingerida e não ser absorvida, isto é, não chegar até a corrente sanguínea. VELOCIDADE E A EFICIENCIA DA ABSORÇÃO DEPENDEM: Ambiente onde o fármaco é absorvido Características químicas e via de administração Absorção dos Fármacos Só há uma possibilidade na qual estes conceitos se equivalem: quando se administram drogas via intravenosa 15 Absorção dos Fármacos a partir TGI Biodisponibilidade Fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica. Objetivo: determinar quanto de determinado fármaco é absorvido no organismo. ASC (AUC) Medida quantidade de fármaco que penetra na circulação sistêmica. [ ] plasmática do fármaco/ tempo. Calculada por integração matemática e é expressa pelo produto da concentração pelo tempo (Tmax) Biotransformação - efeito de primeira passagem Ações metabólicas, sofridas antes de atingir a circulação sistêmica Via oral: parede intestinal, sistema porta ¨ redução da biodisponibilidade, resposta terapêutica Fatores que influenciam a biodisponibilidade Meia vida dos fármacos Termo farmacocinética “Tempo que leva determinada concentração da droga para reduzir-se à sua metade. “ • O conhecimento da meia vida da droga é útil para se conseguir a concentração plasmática media constante, após doses repetidas Manutenção da concentração plasmática media constante Distribuição de Fármacos Depois de administrada e absorvida a droga é distribuída, isto é, transportada pelo sangue e outros fluidos a todos os tecidos do corpo. Passagem do fármaco do plasma aos tecidos depende: Débito cardíaco (fluxo bombeado) + fluxo sanguíneo regional, Permeabilidade capilar, Volume do tecido Grau de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas Barreiras fisiológicas à distribuição de fármacos Barreira hemato-encefálica - estrutura ↑↑ permeabilidade seletiva. Protege SNC substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue. Essencial para função metabólica normal do cérebro. Barreira Hematoencefálica Essa diferença na facilidade em penetrar o SNC depende, em parte das propriedades físico químicas da molécula da droga; drogas apolares, lipossolúveis de tamanho molecular reduzido. Embora o cérebro receba 1/6 do debito cardíaco, a distribuição de drogas para o tecido cerebral é restrita. Biotransformação de fármacos Processamento drogas - São governadas por enzimas ou sistemas enzimáticos existentes em vários órgãos ou tecidos. Fígado - órgão central do metabolismo das drogas. Outros órgãos: rins, pulmões, pele, mucosa intestinal e plasma sanguíneo. Objetivo: torna-las mais polares, mais solúveis em água, para serem mais facilmente eliminadas pelo rim – principal via de eliminação. Caso contrário - Retidas indefinidamente no organismo Excreção de fármacos Absorvidas e distribuídas → Eliminadas. Excreção, drogas/metabolitos - voltam à corrente sanguínea Excreção: rins, pulmões, bile, suor, lagrimas, saliva, leite, secreção nasal, etc. Embora os fármacos também possam ser eliminados através de outras vias (p. ex., intestino, saliva, suor, leite materno e pulmões), a contribuição geral dessas vias geralmente é pequena. Farmacodinâmica Farmacodinâmica: “Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e seus efeitos no organismo” “Mecanismo de ação dos fármacos” “Influências de suas concentrações nas respostas farmacológicas” Farmacodinâmica: “O que o fármaco faz com o organismo”. Farmacocinética: “O que o organismo faz com o fármaco” Farmacocinética: “Alterações temporais nas concentrações de um fármaco em uma ou mais regiões”. “Absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e a eliminação dos fármacos” Dependendo de suas propriedades ou da via de administração Um medicamento pode atuar apenas em uma área específica do organismo A interação com o sítio-alvo geralmente produz o efeito terapêutico desejado, Interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar nos chamados efeitos adversos e colaterais 2 8 Farmacodinâmica Efeitos dos fármacos são atribuídos à sua interação com os receptores – alvo farmacológico – Resposta celular. Fármacos não CRIAM efeitos no organismo! Eles MODIFICAM uma função JÁ EXISTENTE! 1. Estimulação: Provoca aumento de atividade das células atingidas. Ex: cafeína estimula a atividade cerebral, a acetilcolina estimula o sistema nervoso parassimpático e a adrenalina, o sistema simpático. 2. Depressão: Observa-se diminuição da atividade das células atingidas pelo fármaco. Ex: Barbitúricos deprimem o sistema nervoso. 2 9 Tipos gerais de ação das drogas no organismo. 3. Irritação: Os diversos graus da irritação podem ir desde moderada ação até a inflamação, corrosão e necrose. Ex: Os purgativos ou catárticos irritam as células da mucosa intestinal, estimulando o peristaltismo e provocando evacuação. 4. Reposição: Na reposição ou terapêutica de substituição. Ex: Hipotireoidismo/ deficiências de estrógenos. Hormônios naturais ou sintéticosno tratamento de doenças devido a alguma insuficiência hormonal. Tipos gerais de ação das drogas no organismo. 5. Anti-infecção: Drogas anti-infecciosas Destruição de organismos patógenos, do tipo de bactérias, fungos, riquetsias e vírus. Tipos gerais de ação das drogas no organismo. Receptor – Macromolécula - Se localiza na superfície celular - Compartimentos intracelulares (ex. núcleo) - Ligação a estruturas especializadas existentes em seres vivos e conhecidas como RECEPTORES - O complexo fármaco-receptor (FR) inicia alterações na atividade bioquímica e/ou molecular da célula por meio de um processo denominado transdução de sinal Fármaco Absorção Atuação no Receptor Efeito O que é um Receptor? • Qualquer molécula biológica à qual um fármaco se fixa e produz uma resposta mensurável. Tipos de receptores: Proteínas – Maior classe - Receptores para ligantes reguladores endógenos.Hormônios, Fatores de crescimento, Fatores de transcrição, e Neurotransmissores Enzimas –Vias metobólicas/ Vias regulatórias Acetilcolinesterase Proteinas transportadoras – Na+, K-, ATPase Canais Iônicos Receptores nucleares/ DNA 4 famílias: • Canais iônicos disparados por ligantes • Receptores acoplados à proteína G • Receptores ligados a enzimas • Receptores intracelulares O que é um Receptor? Receptores • Agonista Ligam-se ativando o receptor de alguma maneira - direta ou indiretamente - faz surgir o efeito. Ligação fármaco/ receptor → efeito Abertura canal iônico / ativação da atividade enzimática • A intensidade do efeito depende da concentração de fármaco no local do receptor / dose do fármaco administrado/ perfil farmacocinético 3 8 Agonista À medida que a concentração de um fármaco aumenta, a intensidade de seu efeito farmacológico também aumenta. Agonista: Relação Dose Resposta Medida - quantidade do fármaco necessária para produzir – efeito/ dada intensidade variação do fluxo/ tempo Determinada CE50 – Dose do fármaco que causa 50% da resposta máxima. É usada para comparar compostos de mesma classe farmacológica. Grandemente afetada pelas propriedades farmacocineticas do farmaco. Agonista: Potência •Habilidade do fármaco de provocar a resposta farmacológica quando interage com um receptor. •Depende do nº de complexos farmaco-receptor formados e da eficiencia do acoplamento desde a ativação do receptor até a resposta celular. Agonista: Eficácia Agonista total: produz a resposta biológica máxima. Tem em geral boa afinidade e boa eficácia. Agonistas parciais: tem eficácia maior que zero, mas menor que de um agonista total. Não conseguem produzir um efeito máximo. Agonista se liga ao receptor e produz uma resposta biológica. Tipos de Agonista: Ligando-se ao receptor, ou a parte do receptor, não desencadeia resposta. • Apresenta afinidade e não apresenta eficácia. • Agem como bloqueadores dos receptores, • ↓ respostas dos neurotransmissores, presentes no organismo. O antagonismo pode diminuir ou anular o efeito do agonista. (Antagonista Parcial / Antagonista Total) Classificados: - Antagonistas competitivos - Antagonistas não competitivos Antagonista Fármaco 1 ATIVAÇÃO Fármaco 2 BLOQUEIO Receptor Biológico AGONISTA ANTAGONISTA Antagonismo competitivo Antagonista compete pelo mesmo receptor do agonista Ex. Receptores colinérgicos memb ME Antagonista Antagonismo não competitivo • Diminuir ou anular o efeito do agonista • Impedir - sinais celulares gerados pela ativação de um receptor pelo agonista. • Impedimento - ativação de um outro receptor que cause efeito contrário. Referências DALE, M. M.; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J. Rang & Dale: Farmacologia. 6. Ed. Rio de Janeiro, RJ. Guanabara Koogan, 2007, 829 p. HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L.E.; GOODMAN E GILMAN: As bases farmacológicas da terapêutica. 9. Ed. Rio de Janeiro, RJ. Mac Graw Hill do Brasil, 1996. benetti.thalyta@gmail.com Obrigado pela atenção!!!
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