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Resposta Endócrino-Metabólica ao Trauma Cirúrgico

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Resposta Endócrino-Metabólica ao Trauma Cirúrgico		Rafael Bócoli XLIII
Trauma cirúrgico: é representado pela agressão sofrida pelo indivíduo quando é submetido a um procedimento cirúrgico. A essa agressão o organismo responde com alterações nas suas funções basais
1. Principais componentes biológicos do trauma:
i. Componentes primários:
Lesão de tecidos e órgãos: incisão, tração, exposição de vísceras
Perdas sanguíneas: diminuição do volume circulante
Edema traumático: sequestro de líquidos no local do trauma.
ii. Componentes secundários:
Alterações endócrinas
Alterações hemodinâmicas: DC, PA, redistribuição do sangue
Infecção/abscessos: choque séptico-falência de órgãos.
Falências orgânicas: pulmões = diminuição da expansibilidade; rins = diminuição da diurese; coração = falência cardíaca.
iii. Componentes associados:
Alteração do ritmo alimentar: aumento do metabolismo lipídico e protéico.
Imobilização prolongada: atrofia muscular ; acúmulo de secreção pulmonar
Perdas de água e eletrólitos: queimaduras, taquipnéia, febre, sng, diarréia, íleo paralítico.
Doenças viscerais intercorrentes: diabetes, icc, ira
2. Resposta hormonal ao trauma
 i. Hormônios anabolisantes:
Insulina: inibição da secreção
 diminuição da meia vida
 bloqueio da ação periférica
 diminuição da tolerância à glicose
 diminuição da síntese proteica muscular
 diminuição da lipogênese 
Hormônio do crescimento: normal ou aumentado
 aumento da síntese protéica 
 aumento do metabolismo lipídico
 reajuste insulina/glicose
 ii. Hormônios catabolisantes:
 glicocorticóides: aumentados
 aumento da gliconeogênese 
 aumento da lipólise
 inibição da síntese protéica 
glucagon: aumentado
 aumento da gliconeogênese 
Catecolaminas: aumentadas
 aumento da gliconeogênese 
 aumento da glicogenólise 
 aumento da hidrólise protéica 
iii. Hormônios que atuam no equilíbrio he:
hormônio anti-diurético: aumentado
 retenção de água
aldosterona: aumentada
 retenção de sódio
 excreção de potássio.
3. Fases da resposta metabólica
I- injúria:
Duração: 2 a 4 dias
Clínica: desinteresse, apatia, anorexia, taquicardia, febrícula, aperistalse, perda de peso, dor na ferida, sem ambição e sem força.
Alterações endócrinas: aumento da adrenalina, noradrenalina, acth, 17-hoh urinários, queda dos eosinófilos, aumento da aldosterona e do adh.
Alterações metabólicas: balanço negativo de nitrogênio e potássio, retenção de água e sódio, aumento do consumo energético.
Controle: pouca água, alimentação parenteral, sódio apenas para substituir.
II – supressão:
Duração: 1 a 2 dias.
Clínica: interesse, lucidez, atividade, apetite, pulso e temperatura normais, peristaltismo, dor diminuta, com ambição e sem força.
Alterações endócrinas: retorno ao normal.
Alterações metabólicas: queda do nitrogênio urinário, balanço positivo de potássio, diurese normalizando.
Controle: administração de proteínas e vitaminas.
III – Anabolismo protéico:
Duração: 2 a 5 semanas.
Clínica: desejo de ir para casa, excreção normal, ganho de peso, com ambição e com força.
Alterações endócrinas: aparentemente funções de crescimento.
Alterações metabólicas: balanço nitrogenado e potássico positivos.
Controle: dieta protéica e exercícios físicos.
IV – anabolismo lipídico:
Duração: meses.
Clínica: vida normal e ganho de peso.
Alterações endócrinas: nenhuma.
Alterações metabólicas: nenhuma.
Controle: impedir ganho excessivo de peso.

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