Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemas Orgânicos 2 Histologia do Sistema Nervoso Organização geral do Sist. Nervoso O tecido nervoso apresenta dois componentes principais: os neurônios e vários tipos de células da glia ou da neuróglia, que sustentam os neurônios e participam de funções importantes para a sua atividade. Encéfalo e medula espinhal No SNC os corpos celulares dos neurônios e os seus prolongamentos concentram-se em locais diferentes sendo assim reconhecidos como: Substância cinzenta – corpos celulares e dendritos Substância branca – axônios Encéfalo Organização geral do Sistema Nervoso Central Organização geral do Sistema Nervoso Periférico NERVOS CRANIANOS (12) NERVOS RAQUIDIANOS (31) TERMINAÇÕES NERVOSAS, GÂNGLIOS E ÓRGÃOS SENSORIAIS As funções fundamentais do sistema nervoso são: (1) Receber e transmitir informações oriundas de outros neurônios e de estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; (2) Analisar, organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo, dentre as quais as motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. Assim, o sistema nervoso estabiliza as condições intrínsecas do organismo, como pressão sanguínea, tensão de oxigênio (O2) e de gás carbônico (CO2), teor de glicose, de hormônios e pH do sangue, além de participar dos padrões de comportamento, como os relacionados com alimentação, reprodução, defesa e interação com outros seres vivos. Componentes do Sistema Nervoso • Neurônios • Células das glia ou neuróglia ou gliócitos: Vários tipos celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de mielina e com a fagocitose. Astrócitos Microgliócitos Células ependimárias Oligodendrócitos Células de Schwann Glia periférica Glia central Organização geral de um neurônio Telodendro Classificação dos neurônios quanto a morfologia • Neurônios bipolares, que têm um dendrito e um axônio • Neurônios multipolares, que apresentam vários dendritos e um axônio • Neurônios pseudounipolares, que apresentam junto ao corpo celular um prolongamento único que logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para o SNC. Localização geral dos neurônios A maioria dos neurônios é multipolar; Os bipolares: Gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória. Neurônios pseudounipolares Gânglios espinais, que são gânglios sensoriais situados nas raízes dorsais dos nervos espinais, e também nos gânglios cranianos Classificação dos neurônios quanto a função Neurônios sensoriais Recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Localizados nos gânglios espinhais e cranianos Neurônios motores Controlam os órgãos efetores (fibras musculares e glândulas). Encontrados no corno anterior da medula Interneurônios São neurônios associativos. Estabelecem conexões entre outros neurônios formando circuitos complexos. Encontrados nos cornos posteriores da medula e córtex cerebral. O corpo celular – Pericário Possui grande núcleo central, geralmente redondo ou ovoide com cromatina dispersa e nucléolo evidente Citoplasma com grande quantidade de RER (reflete o estado funcional da célula), Mitocôndrias, Complexo de Golgi, filamentos intermediários e microtúbulos Corpúsculo de Nissl – ribossomos Cone de implantação ou axônico: região onde inicia o axônio Contêm grânulos de melanina e lipofuscina (cor parda), que contém lipídios e se acumula ao longo da idade. Acredita-se que ela consista em resíduos de material parcialmente digerido pelos lisossomos Neurônios piramidais Substância branca Substância cinza Dendritos • Prolongamentos numerosos e muito ramificados • Possuem a mesma constituição celular do pericário, com exceção da presença de Complexo de Golgi e do Núcleo • Função: receber os estímulos externos e internos, funcionando como principal sítio de entrada **Calcula-se que até 200 mil terminações de axônios estabeleçam contato funcional com os dendritos de uma única célula de Purkinje • A maioria dos impulsos que chegam a um neurônio é recebida por pequenas projeções dos dendritos, as espinhas dendríticas • As espinhas dendríticas são muito numerosos e um importante local de recepção de sinalização (impulsos nervosos) que chega à membrana dos dendritos • São instáveis e móveis • Se multiplicam quando o individuo é estimulado Axônio Alguns axônios são curtos, mas, na maioria dos casos, são mais longos do que os dendritos das mesmas células Tem origem no cone de implantação Axoplasma (citoplasma) pobre em organela Ausência de REG e polirribossomos Ramos colaterais em sua porção terminal Botões sinápticos Transporte de moléculas Telodendro Fluxo anterógrado Pericário moléculas proteicas sintetizadas Terminal do axônio Fluxo retrógrado Axônio moléculas diversas para serem reutilizadas Pericário Histologia aplicada: O fluxo retrógrado pode levar moléculas e partículas estranhas e prejudiciais para o corpo celular situado no SNC. É por essa via, por exemplo, que o vírus da raiva, depois de penetrar os nervos, é transportado para o corpo das células nervosas, provocando uma encefalite muito grave. Dineína e cinesina Microtúbulos e proteínas motoras são responsáveis pelos fluxos axonais. As proteínas motoras prendem vesículas, organelas ou moléculas e transitam com a sua “carga” sobre os microtúbulos. Uma delas é a Cinesina, que toma parte no fluxo anterógrado; e a outra é a Dineína, que participa do fluxo retrógado. Ambas também atuam como ATPases, que rompem uma ligação do trifosfato de adenosina (ATP), liberando energia necessária para o movimento. Sinapses Tipos de sinapses conforme a sua localização nos neurônios participantes Células da Neuróglia Não se destacam bem utilizando hematoxilina-eosina (HE) por isso utilizam-se métodos especiais de impregnação metálica por prata ou ouro Calcula-se que no SNC haja 10 células da glia para cada neurônio; no entanto, em virtude do menor tamanho das células da neuróglia, elas ocupam aproximadamente a metade do volume do tecido. O tecido nervoso tem uma quantidade mínima de material extracelular, e as células da glia fornecem um microambiente adequado em torno dos neurônios, desempenhando ainda outras funções. Tipos celulares: oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e células da micróglia. Vários autores incluem neste grupo células do SNP que exercem funções similares às da neuróglia - as células de Schwann e as células satélites de neurônios ganglionares. Funções Gerais da Glia • Suporte físico • Isolamento dos corpos e prolongamento dos neurônios facilitando a rápida transmissão dos impulsos nervosos • Reparo de lesão neuronal • Regulação do meio líquido interno (intersticial) do SNC • Depuração dos neurotransmissores das fendas sinápticas • Troca metabólica entre o sistema circulatório e os neurônios do SN Dois grandes grupos de gliócitos Microglia (Micróglias) – Origem embrionária mesodérmica – sistema reticular fagocitário; Principal função defesa imunológica Macroglia – Origem neuroectodérmica: • Oligodendroglia – Oligodendrócitos • Ependimoglia– Células ependimárias, células do plexo corióide e células pigmentares da retina • Astroglia – Astrócitos • Glia especilizada – Glia de Bergman (cerebelo); Glia de Miller (retina); Tanicitos (hipotálamo) e Pituícitos (hipófise); Glia radial (criam trilhas para migração de neurônios) • Glia periférica – Células de Schwann e células satélites Oligodendrócitos • Responsável pelo processo de mielinização dos axônios do SNC • Células pequenas e com escassos prolongamentos • Está na substância branca e cinzenta • Possui núcleo pequeno e citoplasma denso (RER, ribossomos e mitocôndrias) • Os prolongamentos de um único oligodendrócito podem mielinizar um ou vários axônios de neurônios próximos • Envolvidos na fisiopatologia da esclerose múltipla Núcleos redondos Citoplasma escasso de limites imprecisos sem prolongamentos facilmente identificáveis Halo claro perinuclear dando o clássico aspecto em “ovo frito” Células de Schwann • Estão no SNP • Envolvem axônios e produzem a bainha de mielina • Cada célula de Schwann forma uma bainha de mielina em torno de um segmento de um único axônio. Astrócito • Formato estrelado com múltiplos prolongamento; • Possuem muitos feixes de filamentos intermediários constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia (GFAP), os quais são um importante elemento de suporte estrutural dos prolongamentos; • Participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular; admite-se que esses prolongamentos transfiram moléculas e íons do sangue para os neurônios • Desenvolvem pés vasculares Astrócitos fibrosos (a): possuem prolongamentos em menor quantidade, porém mais longos e se localizam preferencialmente na substância branca. Astrócitos protoplasmáticos (b): encontrados principalmente na substância cinzenta, apresentam maior número de prolongamentos, curtos e muito ramificados. a b Os astrócitos participam da regulação de diversas atividades dos neurônios. Possuem receptores para: Norepinefrina, GABA, hormônio natriurético, angiotensina II, endotelinas e outras moléculas. Os astrócitos podem influenciar a atividade e a sobrevivência dos neurônios, graças à sua capacidade de controlar os constituintes do meio extracelular Existem evidências experimentais de que eles transportem compostos ricos em energia do sangue para os neurônios e metabolizem glicose até o estado de lactato, que é passado para os neurônios. Comunicação: Junções comunicantes formam rede de comunicação entre eles e oligodentrócitos – Por essa rede e pela produção de citocinas, os astrócitos podem interagir com oligodendrócitos e influenciar a renovação da mielina, tanto em condições normais como patológicas. Corte de cérebro impregnado por prata para demonstração de astrócitos fibrosos. Os prolongamentos dessas células, chamados de pés vasculares, apoiam-se sobre capilares sanguíneos (setas). (Microscopia óptica. Método de Del Rio Hortega. Pequeno aumento.) Astrócito -> Glia limitante Os astrócitos protoplasmáticos nas superfícies do cérebro e da medula espinal estendem seus prolongamentos (pés subpiais) até a lâmina basal da pia-máter para formar a glia limitante, uma barreira relativamente impermeável que circunda o SNC Histologia e clínica: Gliose reativa – formação de cicatriz no SNC Lesão no SNC Ativação dos astrócitos próximos da lesão: Divisão, hipertrofia acentuada, aumento do número de prolongamentos que ficam densamente embalados com filamentos intermediários GFA e, por fim, formação da cicatriz O nome do processo é gliose reativa A gliose reativa varia amplamente quanto a duração, grau de hiperplasia, período de tempo da expressão da imunocoloração da GFAP O tipo de célula glial que responde durante a gliose reativa depende da estrutura cerebral que é danificada Lesão no SNC Ativação da população de células microgliais. Exibem acentuada atividade fagocítica. Pesquisas na regeneração do SNC concentram-se na prevenção ou inibição da formação de cicatrizes gliais. Micróglia As células da micróglia são pequenas e ligeiramente alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares, geralmente emitidos em ângulos retos entre si. Núcleos alongados e escuros (os núcleos das outras células são arredondados) Tem função fagocitária e de apresentação de antígeno - são consideradas pertencentes ao sistema mononuclear fagocitário Participam da inflamação e da reparação do SNC; Secretam diversas citocinas reguladoras do processo imunitário e remove os restos celulares que surgem nas lesões do SNC. Histologia aplicada: Na esclerose múltipla, as bainhas de mielina são destruídas por mecanismo ainda não completamente esclarecido, causando diversos distúrbios neurológicos. Nessa doença, os restos de mielina são removidos pelas células da micróglia, que têm função semelhante aos macrófagos. Os restos de mielina fagocitados por essas células são digeridos por enzimas lisossômicas. Células ependimárias As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de maneira semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinal Em alguns locais, as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR) ***Não confundir: Canal Medular com Canal Central da Medula Organização do Sistema Nervoso Central Uma análise macroscópica do cérebro, do cerebelo e da medula espinal revela que, quando esses órgãos são seccionados a fresco, mostram regiões esbranquiçadas, chamadas, em conjunto, de substância branca, e regiões acinzentadas, que constituem a substância cinzenta. Essa diferença de cor se deve principalmente à distribuição da mielina, presente nos axônios mielinizados – principais componentes da substância branca, junto com os oligodendrócitos e outras células da glia. Na substancia cinzenta temos corpos celulares dos neurônios, dendritos, porções iniciais não mielinizadas dos axônios e células da glia. A substância cinzenta é o local do SNC onde ocorrem as sinapses entre neurônios. Os núcleos são ilhas de substância cinzenta. Substância cinzenta Substância branca Organização do córtex cerebral Composto por 6 camadas CC: córtex cerebral PM: pia mater VS: vaso sanguineo SB: substância branca NN: núcleos neurogriais CG: células granulares CP: células piramidais CF: células fusiformes Molecular ou Plexiforme Granular externa Piramidal externa Granular interna Piramidal interna Fusiforme Impregnação por prata Corte histológico do córtex cerebral Organização do cerebelo Córtex cerebelar composto por 3 camadas (A) Substância cinzenta (B) Substância branca A A A A Camada molecular Camada de Cél. de Purkinje Camada granulosa Substância branca Substância cinzenta Camada molecular Cél. de Purkinje Camada granulosa Organização da medula espinhal Corte transversal da medula espinal humana tratado pelo método da prata de Bielschowsky. Parte externa - substância branca, que contém as fibras nervosas que formam os tratos ascendente e descendente. Parte interna (H medular) - substância cinzenta, que contém os corpos das células nervosas e as fibras nervosas associadas. Cornos ventrais (CV) Cornos dorsais (CD) Comissura cinzenta (CC) Fissura ventral (FV) Meninges - Tecido Conjuntivo do Sistema Nervoso Central Três membranas sequenciais de tecido conjuntivo, as meninges, cobrem o cérebroe a medula espinal • Dura-máter: Camada mais externa. •Aracnóide-máter: Situa-se abaixo da dura-máter. Porção parietal •Pia-máter: Camada delicada que repousa diretamente sobre a superfície do cérebro e da medula espinal. Porção visceral. *Pia-Aracnóide = Pia máter + Aracnoide mater *Desenvolvem-se a partir da mesma camada de mesênquima Dura-mater – características histológicas • Epitélio pavimentoso simples • Tecido conjuntivo denso • Aderida ao periósteo da caixa craniana • Na medula espinhal apresenta-se separada do periósteo das vértebras , formando entre os dois o espaço peridural **Espaço peridural contém • Veias de parede delgada • Tecido conjuntivo frouxo • Tecido adiposo • A conexão entre a dura-mater e aracnoide é de fácil clivagem: acumulo de sangue em um espaço subdural (não existe em condições normais) Aracnóide-mater • Epitélio simples pavimentoso • Constituída de duas partes: - Contato com a dura-máter sob a forma de membrana - Constituída por traves (tec. conj. frouxo com fibroblastos alongados) que ligam a aracnoide à pia-máter (espaço subaracnóideo) **Espaço subaracnóideo: -Contém líquido cefalorraquidiano (LCR) -Comunica-se com os ventrículos cerebrais (sem comunicação com o espaço subdural) Histologia aplicada: O espaço subaracnóideo, cheio de líquido, constitui um colchão hidráulico que protege o SNC contra traumatismos Vilosidades aracnóides Em certos locais aracnoide forma expansões que perfuram a dura-máter e provocam saliências em seios venosos, onde terminam como dilatações fechadas. Função: transferir LCR para o sangue. Assim, o líquido atravessa a parede da vilosidade e a do seio venoso até chegar ao sangue. Pia – Máter • Muito Vascularizada • Aderente ao tecido nervoso • Astrócitos formam um revestimento entre a Pia-mater e os elementos nervosos • Externamente é revestida por epitélio pavimentoso simples originadas do mesênquima embrionário • Espaços Perivasculares – tuneis onde os vasos penetram no tecido nervoso • Capilares revestidos por prolongamentos dos astrócitos. Barreira hematencefálica É uma barreira estrutural e funcional que dificulta a passagem de diversas substâncias, como antibióticos, agentes químicos e toxinas, do sangue para o tecido nervoso. • Devido à menor permeabilidade dos capilares sanguíneos do tecido nervoso • Principal componente estrutural: junções oclusivas entre as células endoteliais • Endotélio NÃO fenestrado • Raras vesículas de pinocitose • Prolongamentos dos astrócitos podem fazer parte da barreira Plexos coróides • São pregas da pia-máter ricas em capilares fenestrados e dilatados. tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são transportadoras de íons • Localizados no Interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos ventrículos laterais • Secretam o LCR que ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. Ele é importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos ***O LCR é absorvido pelas vilosidades aracnóides, passando para os seios venosos cerebrais Histologia e clínica: Hidrocefalia A obstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja a causa, resulta no distúrbio denominado hidrocefalia. Causas: Diminuição na absorção de LCR pelas vilosidades aracnóideas Tumor do plexo coróide que produz excesso de LCR (casos raros) Dilatação dos ventrículos do encéfalo produzida pelo acúmulo do líquido. Fibras, nervos e gânglios Fibra nervosa é a denominação dada ao conjunto formado por um axônio e sua bainha envoltória. Conjuntos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos de fibras nervosas do SNC e os nervos do SNP • Fibras mielínicas • Fibras amielínicas Fibras mielínicas • São fibras mielinizadas • Quanto mais calibroso o axônio, maior o número de voltas e, portanto, mais espessa a bainha de mielina • Durante o enrolamento, o citoplasma da região de cada volta é comprimido e excluído, de modo que resta em torno do axônio praticamente só um conjunto de membranas plasmáticas muito próximas entre si Os Nódulos de Ranvier do SNC são recobertos por prolongamentos de astrócitos Os Nódulos de Ranvier do SNP são recobertos por prolongamentos de Cél. de Schwann Histologia e clínica: doenças desmielinizantes • Dano preferencial à bainha de mielina • Sintomas relacionados com a redução ou perda da capacidade de transmitir impulsos elétricos ao longo das fibras nervosas • Diversas doenças mediadas por mecanismo imunológico afetam a bainha de mielina: 1. Síndrome de Guillain-Barré (polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda) ataca o SNP -Grande acumulo de linfócitos, macrófagos e plasmócitos ao redor das fibras nervosas dentro dos fascículos nervosos -Exposição de grandes segmentos de bainhas de mielina à matriz extracelular -Paralisia muscular ascendente, perda da coordenação muscular e perda da sensibilidade cutânea 2. Esclerose múltipla é uma doença que ataca a mielina no SNC -Desprende a mielina do axônio o que à leva a ser destruída -Destruição dos oligodendrócitos (responsável pela formação e manutenção da mielina) -A proteína mielínica básica parece ser o principal alvo autoimune nessa doença -Alterações químicas nos constituintes lipídicos e proteicos da mielina produzem múltiplas placas irregulares por toda a substância branca do cérebro -Os sintomas dependem da área no SNC na qual a mielina é danificada -O tratamento de ambas as doenças está relacionado com a diminuição da resposta imune causadora Fibras amielínicas Axônios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma única dobra da célula envoltória, constituindo as fibras nervosas amielínicas ou amielinizadas. Mielínica Amielínica O SNP consiste em nervos periféricos com terminações nervosas e gânglios especializados contendo corpos de células nervosas que residem fora do sistema nervoso central Nos nervos calibrosos as fibras nervosas estão divididas em feixes de diferentes espessuras, separados por lâminas de tecido conjuntivo Nervos delgados, geralmente posicionados no interior de órgãos, são revestidos pelo tecido conjuntivo que forma o estroma do órgão, isto é, não têm revestimento próprio Componentes de tecido conjuntivo de um nervo periférico Um nervo periférico é um feixe de fibras nervosas mantidas juntas por tecido conjuntivo Endoneuro: Tecido conjuntivo frouxo circundando cada fibra nervosa individual Perineuro: Tecido conjuntivo especializado circundando cada fascículo nervoso Epineuro: Tecido conjuntivo denso irregular que circunda o nervo periférico e preenche os espaços entre os fascículos nervosos. Aspectos microscópicos dos nervos Nervos mielínicas • Epineuro e perineuro visíveis (endoneuro raramente visível) • Fibras mielínicas possuem aspecto espumoso e vacuolado, devido à extração da mielina pelo processamento histológico • Nódulos de Ranvier visíveis (setas, figura b) O centro de cada fibra é ocupado por um axônio (A), em torno do qual há um espaço claro, previamente ocupado por mielina (M). Em alguns locais, observa-se o citoplasma da célula de Schwann (C) Nervo periférico Corado com azul de toluidina e fixado com ósmioAxônios (A) Mielina mostrada na altura da incisura de Schmidt-Lanterman (*) Epineuro (Epi) Nó de Ranvier (NR) Incisura de Schmidt- Lanterman (SL) Nervos amielínicos Geralmente são delgados e não envolvidos por epineuro, somente por perineuro Não apresentam espessos axônios envolvidos por um halo claro (de mielina extraída), mas, sim, células de Schwann com pequenas vesículas, que representam os túneis nos quais estão contidos os axônios Nervo amielínico em corte transversal. Trata-se de um delgado nervo revestido por perineuro, contendo no seu interior células de Schwann. No interior das células há vários compartimentos (setas), onde se localizam delgados axônios, de difícil observação nesta figura. A maioria dos núcleos é de células de Schwann, mas alguns são de células endoteliais de capilares sanguíneos. Tipos de nervos Nervos sensitivos - Fibras aferentes Transmitem impulsos dos órgãos receptores até o SNC Nervos motores – Fibras eferentes Transmitem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetores Nervos mistos – possuem fibras aferentes e eferentes. Os mais comuns no organismo. Gânglios • Os acúmulos de pericários de neurônios localizados fora do SNC são chamados de gânglios • Alguns gânglios reduzem-se a pequenos grupos de células nervosas situados no interior de determinados órgãos, principalmente na parede do sistema digestório, constituindo os gânglios intramurais • Conforme o tipo de informação que retransmitem, os gânglios podem ser sensoriais ou do sistema nervoso autônomo (SNA) Gânglio sensorial • Revestido por uma delgada cápsula de tecido conjuntivo • Contem pericários (pseudounipolares) envolvidos por células satélites (setas) • As células satélites promovem um isolamento elétrico em torno do neurônio Gânglios do sistema nervoso autônomo • Os gânglios do SNA são, geralmente, formações bulbosas ao longo dos nervos • Alguns localizam-se no interior de determinados órgãos, principalmente na parede do tubo digestivo, formando os gânglios intramurais • Estes contêm menor número de pericários e não apresentam cápsula conjuntiva, sendo seu estroma a continuação do próprio estroma do órgão em que estão situados • Nos gânglios do SNA, em geral os neurônios são do tipo multipolar, e nos cortes histológicos, às vezes pode ser percebido um aspecto estrelado • Frequentemente, a camada de células satélites que envolve os neurônios desses gânglios é incompleta, e os gânglios intramurais têm apenas raras células satélites. Histologia aplicada: Degeneração e regeneração do tecido nervoso
Compartilhar