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Elementos constitutivos do estado

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TEMA: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO MODERNO
 1 – SOBERANIA
Expressão máxima do poder do Estado
Supremacia jurídica
Autonomia do poder: monopólio do poder
Autolimitado pelo Direito
Gregos: Aristóteles – o governo é soberano, pois é o exercício direto dos cidadãos baseado na igualdade e na pluralidade de opiniões. 
“Não cabe apenas ao arquiteto que construiu uma casa apreciar-lhe o conforto, porém aquele que dela se serve o julgará ainda melhor; esse é o chefe de família (...) o soberano não é um juiz, um senador, ou um componente da assembleia, porém o tribunal, o senado e o povo. Cada indivíduo não é senão uma parcela desses três corpos; compreendo por uma parte cada senador, cada cidadão, cada magistrado. É justo, portanto, que a multidão tenha um poder maior, visto que é ela quem constitui o povo, o senado e o tribunal. Além disso, a renda de todos é superior à de cada indivíduo tomado à parte, ou de um pequeno número dos que exercem as grandes magistraturas.
Idade Média: Pequena ideia. Divisão de poderes – Rei, Igreja e Nobres. 
Quem escreveu as leis, que ordena a conduta deles: Deus. Não faltava obediência, e sim a concretude de quem ficava com o poder soberano.
Fragmentação da soberania medieval: o Senhor que exercia seu poder num território, como nos feudos. 
Senhor do feudo -> Rei -> Papa -> Deus
Hobbes: Homem é mau, e precisa de Estado absolutista. Por meio do pacto, ficariam subordinados a uma autoridade comum. (Soberania interna). 
Transição Idade Média para a Moderna: fatores que influenciaram: 
a – Reforma Protestante – divide poder da Igreja
b – Mercantilismo – o homem deixa de valer pelo sangue (perda do poder da nobreza), contato com o estrangeiro.
c – Individualismo
Os governantes precisam ter virtudes para justificar o poder soberano, deixa de se fundamentar em Deus.
Súditos, e não mais servos.
Guerra dos 30 anos: Reforma Protestante x Contrarreforma católica. 
Paz de Westfália: igualdade entre Estados, liberdade religiosa dos Estados e soberania.
Nascimento do Direito Internacional Público: relações entre Estados soberanos. Não podem passar por cima do outro.
Soberania una, indivisível, inalienável e imprescritível.
Jean Bodin: poder absoluto e perpétuo de uma república cuja qualidade e atributo primordial são o poder de dar as leis, anulá-las e interpretá-las sem limitação e nenhum obstáculo.
Jean Bodin: soberania é inalienável, basta identificar o soberano, e indivisível, o poder do comando desaparece e vira anarquia. 
Interna(jurídica): limites para os habitantes. Mantida pela PC, PM e PF.
Externa(política): Mantida pelas forças armadas. Estado se manter independente dos demais.
Rousseau: soberania reside no povo, e não nos representantes.
Supremacia necessária para que o Estado possa concretizar o bem comum.
Hugo Grocio: igualdade entre estados. Paz de Vestfália.
Teoria democrática(da soberania popular): povo justifica o poder soberano.
Teoria da soberania nacional: originária do povo nacional (povo+nação como corpo vivo). Exercem soberania somente os nacionais, com cidadania. 
Soberano seria o próprio povo.
Teoria divina: o poder vem de Deus e se concentra na pessoa sagrada do soberano.
Teoria da soberania estatal(Escola alemã e de Viena): provem do Estado como entidade jurídica dotada de vontade própria. Soberania vem do direito e todo direito provém do estado, então, toda coação estatal é legítima.
Povo delega a algumas pessoas o poder da representação, da soberania.
Mesmo com tanto poder, os direitos fundamentais estão acima dos direitos do Estado. (pós guerra)
Intervenção da Proteção de Direitos Humanos da ONU pode enfraquecer essa soberania.
Para o jusnaturalismo, os direitos naturais também limitam a soberania. O direito positivo só encontra legitimidade se baseado no direito natural.
Limita a soberania, também, o direito grupal. Fim do Estado= bem comum. Tem que respeitar a natureza de cada grupo menor. 
2 – TERRITÓRIO
Nomadismo -> Sedentarismo
Relação afetiva com a terra
Fixação naquele território
Onde o Estado vai poder agir
Base fixa do Estado
Âmbito de validade da ordem jurídica(Kelsen)
Preparar sua defesa (Forças Armadas+ Forças de segurança) 
Explorar recursos naturais. Ex: pré-sal
Limite: separação de distintas jurisdições estatais. Distinção entre a soberania, idioma, moeda etc. Mais definido. Definido legalmente por tratados, acordos.
Fronteira: área de contato, inter-relação de dois ou mais Estados. Trocas e relações. Trocas culturais, econômicas, militares etc.
Exemplo da distinção: fronteira agrícola – áreas mais ou menos definidas onde a agropecuária avança sobre as áreas naturais.
Limites: naturais – acidentes geográficos ou artificiais – latitude e longitude.
Limite difere de fronteira.
Extensão: ar, águas, terras. (tridimensional)
Mar territorial: faixa costeira
Plataforma continental: leito e subsolo de áreas submarinas.
Exemplo da extensão: Lei 8. 617 de 4 de janeiro de 1993
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Jurisdição também no espaço aéreo
Permite circulação de aviões nas épocas de paz
Faz parte do planejamento das rotas usuais.
Proibição do trânsito de aviões militares.
Exemplo: A investigação e retirada de restos do avião da tragédia da Chapecoense foi feita pelo Governo Colombiano, pois estava em solo colombiano. 
Elemento de liberdade: Onde o nacional pode exercer sua autonomia e se encontrar em segurança. 
Território-patrimônio: território é do Estado. Já extinta.
Território-objeto: do Estado + do cidadão. Também extinta.
Território-espaço: só tem poder no território porque tem poder em quem vive nele. E as áreas desabitadas?
Território-competência: onde o Estado exerce competência jurídica. Onde não exerce, não é território.
Território pode ser modificado, variar ao longo do tempo ou passar para outro domínio.
Não é um suporte para as atividades.
O Estado vai ter jurisdição sobre todos nesse território que seja habitante ou não. 
Exceções: extraterritorialidade (navios de guerra) e a imunidade dos agentes diplomáticos.
3 – POVO
Difere de população.
População é um termo demográfico, quantitativo.
Pessoas que a conduta é regulada por uma ordem jurídica nacional.
Submetidas ao Estado, ligadas pela cidadania. 
Participa da comunidade política enquanto constitui uma unidade cultural e histórica. 
Difere de nação.
Nação é o pertencimento, identificação com uma cultura, forma de vida.
Ex: Hutus x Tutsis(Ruanda). Separação da Catalunha.
Perceber ao Estado é aceitar e se submeter a uma autoridade.
Nacionalidade: condição de membro do Estado. 
Nacionalidade: jus solis + jus sanguinis
Cidadania: participação ativa, titularidade do direito de participar do governo.
Cidadania pressupõe nacionalidade
Diferenças de direitos entre brasileiro nato e naturalizado
Por fim, povo é:
Rousseau(contrato social): “Quanto aos associados, recebem eles, coletivamente, o nome de povo e se chama, em particular, cidadãos, enquanto participes da autoridade soberana, e súditos enquanto submetidos às leis do Estado”
Jellinek: objeto de poder do Estado(sujeitos de deveres) + membros de Estado(sujeitos de direito)
Resumo: Estado Moderno= conjunto de pessoas(povo), fixados em um determinado espaço geográfico(território), com o poder de autodeterminação para produzir e fazer valer o direito(soberania).
FINS DO ESTADO
Razão da existência do Estado.
Kelsen: Fim do jurídico. Garantir e proteger o Direito. 
São Tomás de Aquino: bem comum. 
Aristóteles: felicidade na vida.
Federalista: segurança e felicidade da sociedade.
Bibliografia
ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martin Claret, 2001
BARROS, A. R. G. O conceito de soberania no Methodus de Jean Bodin. São Paulo: Discurso, 1996.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. São Paulo:Malheiros Editores, 2000.
DIAS, Reinaldo. Ciência Política. 2. Ed. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2013. 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 31 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
PAIVA, Paulo. Soberania: conceituação e exercício durante o decurso da história. Consilium, Revista Eletrônica de Direito. Brasília: Centro Universitário Unieuro. Vol. 1, n. 2, maio/agosto 2006, 24p.
RODRIGUES, Alessandra Mahé Costa; CARVALHO, David França Ribeiro de; DINIZ, Luciano dos Santos. Uma abordagem sobre a compreensão da soberania no decurso da história. In: XVI Congresso Nacional do CONPEDI, 16, 2007, Belo Horizonte – MG. Anais do XVI Congresso Nacional do CONPEDI. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2008. Disponível em: <https://conpedi.org/manaus/arquivos/anais/bh/anais_na_integra.pdf> Acesso em: 14 set. 2017

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