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APOSTILA DE PENAL 4º SEMESTRE

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APOSTILA DE PENAL 4º SEMESTRE
SUMÁRIO
	CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
	
	1.
	HOMÍCIDO
	6
	
	a.
	CONCEITO
	6
	
	b.
	OBJETO JURÍDICO
	6
	
	c.
	OBJETO MATERIAL
	7
	
	d.
	AÇÃO NUCLEAR
	7
	
	e.
	CRIME DE AÇÃO
	7
	
	f.
	FORMA VINCULADA
	7
	
	g.
	FORMA LIVRE
	7
	
	h.
	FORMA OMISSIVA
	9
	
	i.
	FORMA OMISIVA COMISSIVA
	9
	
	j.
	SUJEITO ATIVO
	9
	
	
	AUTORIAS (MEDIATA, INCERTA)
	10
	
	k.
	SUJEITO PASSIVO
	12
	
	l.
	CRIME IMPOSSÍVEL
	12
	
	
	HIPÓTESES
	13
	
	m.
	TIPO OBJETIVO
	13
	
	n.
	TIPO SUBJETIVO
	14
	
	
	DOLO
	14
	
	
	CULPA
	14
	
	o.
	CONSUMAÇÃO
	14
	
	p
	CRIME DE DANO
	15
	
	
	ITER CRIMINIS
	16
	
	
	DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
	17
	
	
	ARREPENDIMENTO EFICAZ
	17
	1.1
	HOMICÍDIO DOLOSO	
	17
	1.1.1
	HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
	17
	
	1.1.1.1 
	HIPÓTESES LEGAIS
	18
	
	
	EUTANÁSIA / ORTONÁSIA
	19
	1.1.2
	HOMICÍDIO PASSIONAL
	21
	1.1.3
	HOMICÍDIO SIMPLES
	21
	1.1.4
	HOMICÍDIO QUALIFICADO
	21
	
	1.1.4.1
	QUALIFICADORAS
	22
	
	
	FEMINICÍDIO
	28
	1.1.5
	HOMICÍDIO PRIVILEGIADO E QUALIFICADO 
	30
	1.1.6
	CAUSAS DE AUMENTO DE PENA HOMICÍDIO DOLOSO
	31
	1.2
	HOMICÍDIO CULPOSO
	33
	
	
	IMPRUDÊNCIA/NEGLIGÊNCIA/IMPERICIA
	34
	
	1.2.1
	CAUSAS DE AUMENTO DE PENA HOMICÍDIO CULPOSO
	35
	
	1.2.2
	PERDÃO JUDICIAL
	36
	2
	INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
	37
	
	a.
	CONCEITO
	37
	
	b.
	OBJETO JURÍDICO
	38
	
	c.
	NÚCLEO DO TIPO
	38
	
	
	INDUZIR / INSTIGAR / AUXILIAR
	39
	
	d.
	SUJEITO PASSIVO
	41
	
	e.
	ELEMENTO SUBJETIVO
	41
	
	f.
	PENA
	42
	
	g.
	CONSUMAÇÃO
	42
	
	h.
	AUMENTO DE PENA
	43
	
	i.
	AÇÃO PENAL
	43
	
	j.
	PACTO DE MORTE
	44
	
	k.
	ROLETA RUSSA E DUELO AMERICANO
	45
	
	l.
	EMPREGO DE FRAUDE
	45
	3
	INFANTICÍDIO
	45
	
	a.
	CONCEITO
	45
	
	b.
	OBJETO JURÍDICO
	46
	
	c.
	ELEMENTARES DO CRIME
	47
	
	
	INFANTICÍDIO PUTATIVO
	47
	
	
	AGRAVANTES
	47
	
	
	INFANTICÍDIO X ABORTO
	47
	
	d.
	ELEMENTO SUBJETIVO
	48
	
	e.
	SUJEITO ATIVO
	48
	
	f.
	SUJEITO PASSIVO
	49
	
	g.
	CONCURSO DE PESSOAS
	49
	
	
	ELEMENTARES / CIRCUNSTÂNCIAS
	49
	
	h.
	AÇÃO PENAL
	52
	
	i.
	CONCURSO DE CRIME
	52
	4
	ABORTO
	53
	
	a.
	CONCEITO
	53
	
	b.
	CLASSIFICAÇÃO
	53
	
	b1.
	ABORTO NATURAL OU ESPONTÂNEO 
	53
	
	b2. 
	ABORTO ACIDENTAL
	53
	
	b3.
	ABORTO CRIMINOSO
	54
	
	b4.
	ABORTO LEGAL OU PERMITIDO
	55
	
	b4.1
	DISCRIMINATE PUTATIVA
	55
	
	b5.
	ABORTO NECESSÁRIO
	55
	
	b5.1
	REQUISITOS
	56
	
	b6.
	ABORTO MISERÁVEL - SOCIAL
	56
	
	b7.
	ABORTO EUGENÉRICO OU PIEDOSO 
	56
	
	b8.
	ABORTO SENTIMENTAL - HUMANITÁRIO
	57
	
	b8.1
	REQUISITOS
	57
	
	b8.2
	ERRO DE TIPO
	58
	
	c.
	TEORIA DA PROTEÇÃO AO DIREITO À VIDA
	59
	
	c1.
	FECUNDAÇÃO
	59
	
	c2.
	NIDAÇÃO
	59
	
	c3.
	FORMAÇÃO SNC
	59
	
	c4.
	NATALISTA
	59
	
	d.
	OBJETO JURÍDICO
	59
	
	e.
	ELEMENTO JURÍDICO
	60
	
	f.
	CONSUMAÇÃO
	60
	
	g. 
	TENTATIVA
	61
	
	h.
	FIGURAS TÍPICAS
	61
	
	h1.
	AUTOABORTO E CONSENTIMENTO P/ ABORTO
	61
	
	h1.1
	PROVOCAR ABORTO EM SI MESMA
	62
	
	h1.2
	ABORTO CONSENTIDO
	62
	
	h2.
	ABORTO PRATICADO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE
	63
	
	h3.
	ABORTO PRATICADO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE
	64
	
	h4.
	FORMA MAJORADORA
	66
	
	h4.1
	ABORTO QUALIFICADO
	67
	5
	DAS LESÕES CORPORAIS
	68
	
	a.
	CONCEITO
	68
	
	a1.
	ESTRUTURA DAS LESÕES CORPORAIS
	69
	
	b.
	OBJETO JURÍDICO
	70
	
	c.
	MEIOS DE EXECUÇÃO
	70
	
	d.
	SUJEITO ATIVO
	70
	
	e. 
	SUJEITO PASSIVO
	70
	
	f.
	CONSUMAÇÃO
	71
	
	g.
	TENTATIVA
	71
	
	h.
	ELEMENTO SUBJETIVO
	72
	
	i.
	TIPO DE LESÕES CORPORAIS
	73
	
	i.1
	LESÃO CORPORAL LEVE OU SIMPLES
	73
	
	i1.1
	CONCEITO
	74
	
	i.2
	VIAS DE FATO
	74
	
	i.3
	LESÕES GRAVES
	75
	
	i.4
	LESÕES GRAVÍSSIMAS
	76
	
	i.5
	LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE
	78
	
	i.6
	LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA
	79
	
	i.7
	SUBSTITUIÇÃO DE PENA DETENÇÃO EM MULTA
	79
	
	j.
	LESÃO CORPORAL CULPOSA
	80
	
	k.
	CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
	80
	
	l.
	PERDÃO JUDICIAL
	81
	
	m.
	VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
	81
	
	m.1
	AUMENTO DE PENA – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
	81
	
	m.2
	AUMENTO DE PENA – VIOLÊNCIA CONTRA DEFICIENTE
	82
	
	n.
	LESÃO DE CARÁTER FUNCIONAL
	83
	
	o.
	OBSERVAÇÕES GENÉRICAS RELATIVAS ÀS LESÕES CORPORAIS
	84
	6
	ABERRATIO ICTUS
	85
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
QUESTÕES IMPORTANTES:
Direito à vida – a proteção à vida, bem maior do ser humano, tem seu fundamento na Constituição Federal.
Questões:
O direito à vida é um direito fundamental absoluto? NÃO
Não temos direito absoluto!
Ex: Tira-se a vida em legítima defesa, Pena de Morte...
O Direito à vida é indisponível? SIM
Eu exerço o Direito a vida, mas o Estado Tutela.
1 - HOMICÍDIO
A – CONCEITO:
É a eliminação da vida humana extrauterina, praticada por outra pessoa. Se a eliminação for intrauterina, o crime praticado será, em tese, o de aborto. (GONÇALVES, 2012, p. 76).
Eliminação da vida humana extrauterina, ou seja, que já tenha nascido.
O homicídio é o crime por excelência, todos os direitos partem do direito de viver, pelo que, numa ordem lógica, o primeiro dos bens é a vida. (CAPEZ, 2014, p. 22).
B - OBJETO JURÍDICO:
É o bem jurídico, isto é, o interesse protegido pela norma penal. (CAPEZ, 2014, p. 22).
	Objetividade Jurídica: Qual o bem jurídico que está sendo protegido.
No Crime de Homicídio, o objeto jurídico é a vida extrauterina.
C – OBJETO MATERIAL:
É a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta. No homicídio é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão. (CAPEZ, 2011, p.24).
É a pessoa que está sofrendo a ação ou omissão
D – AÇÃO NUCLEAR
A ação nuclear da figura típica refere-se a um dos elementos objetivos do tipo penal. É expressa pelo verbo, que exprime uma conduta (ação ou omissão) que a distingue dos demais delitos. O delito de homicídio tem por ação nuclear o verbo matar, que significa destruir ou eliminar, no caso, a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução. (CAPEZ, 2014, p. 25).Ação Nuclear do Homicídio: Verbo matar, que significa destruir ou eliminar a vida humana
E – CRIME DE AÇÃO
É o comportamento positivo, movimentação corpórea, facere.
EX: empurrar a vítima para um precipício; desferir tiros com arma de fogo; desferir facadas; etc.
F - FORMA VINCULADA
O código vai dizer a maneira de agir:
Ex: Perigo de contágio venéreo 
Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado é punível detenção de 3 meses a 1 ano
G - FORMA LIVRE:
O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma específica de atuação que deva ser observada pelo agente. Desse modo o agente pode lançar mão de todos os meios, que não só materiais, para realizar o núcleo da figura típica. (CAPEZ, 2014, p. 25).
A lei não traz descrição de como a pessoa deve agir para alcançar o objetivo
H - FORMA OMISSIVA: Art 13, § 2º
É o comportamento negativo, a abstenção de movimento, o non facere. A omissão é um nada: logo, não pode causarcoisa alguma. Quem se omite nada faz, portanto, nada causa. Assim, o omitente não deve responder pelo resultado, pois, não provocou. A omissão penalmente relevante é a constituída de dois elementos: o non facere (não fazer) e o quod debeatur (aquilo que tinha o dever jurídico de fazer). Não basta, portanto o “não fazer”; é preciso que, no caso concreto, haja uma norma determinando o que deveria ser feito. Essa é a chamada teoria normativa, a adotada pelo Código Penal. O art. 13 § 2º, do CP prevê três hipóteses em que está presente o dever jurídico de agir. Ausente este, não comete o agente crime algum. (CAPEZ, 2014, p. 25).
Art. 13: O resultado de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
§ 2º: A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
Com seu comportamento anterior, criou risco da ocorrência do resultado.
Dever legal (imposto por lei)
Ex: A mãe que, tendo por lei a obrigação de cuidado, vigilância e proteção, deixa de alimentar o filho, morrendo este de inanição. Deverá responder por homicídio doloso, se quis ou assumiu o resultado morte, ou culposo, se agiu com negligência.
Dever do garantidor (derivado do contrato ou liberalidade do omitente)
Ex: A babá ou uma amiga que se oferece para tomar conta do bebê, assumindo a responsabilidade de zelar por ele, permite que caia na piscina e morra afogado.
Dever por ingerência na norma (omitente cria o perigo e torna-se obrigado a evitá-lo)
Ex: Quem joga o amigo em um rio, por ter criado o risco do resultado, está obrigado a impedir o seu afogamento.
I - FORMA OMISSIVA COMISSIVA:
Nesse caso há uma ação provocadora da omissão.
Ex: O chefe de uma repartição impede que sua funcionária que está passando mal, seja socorrida. Se ela morrer, o chefe responderá pela morte por crime omissivo por comissão. 
J – SUJEITO ATIVO - Quem pratica o núcleo (verbo) do tipo penal
É o ser humano que pratica a figura típica descrita na lei, isolada ou conjuntamente com outros autores. O conceito abrange não só aquele que pratica o núcleo da figura típica (quem mata). Como também o participe, que é aquele que, sem praticar o verbo (núcleo) do tipo, concorre de algum modo para a produção do resultado. (CAPEZ, 2014, p. 30).
Ex: O agente que vigia o local para que os seus comparsas tranquilamente pratiquem o homicídio, nesse caso sem realizar a conduta principal, ou seja, o verbo (núcleo) da figura típica, matar, colaborou com os seus comparsas lograssem a produção do resultado morte.
Pode ser cometido por qualquer pessoa, a Lei não exige nenhum requisito especial. Até por uma criança.
CRIME COMUM:
Coautor: Junto com o autor pratica o verbo (núcleo) do tipo penal;
Participe: Dá condições para outros praticarem o verbo (núcleo) do tipo penal.
ADMITE CO-AUTORIA E PARTICIPAÇÃO
CRIME DE CONCURSO EVENTUAL
Crimes Monossubjetivos, que podem ser praticados por um ou mais agentes.
Quando se utiliza de um inimputável para praticar o crime, esse não tem discernimento, não tem responsabilidade criminal.
AUTORIA MEDIATA
AUTOR
Aquele que realiza o núcleo (verbo do tipo). Ex: Isabela mata a vítima. (Isabela é autora)
Junto com o autor pratica o núcleo (verbo) do tipo penal. Ex: Fernando segura a vítima para Rogério esfaquear. (Fernando Coautor)
COAUTOR
Dá condições para outros praticarem o núcleo (verbo) do tipo penal, ele viabiliza. Ex. Marcos fica próximo ao portão vigiando enquanto José mata a vítima. (Marcos partícipe).
PARTICIPE
Posso me juntar com outro para praticar o crime, mas também posso praticar sozinho.
CONCURSO EVENTUAL
Delito cuja ação impõe a participação de mais de uma pessoa. A infração penal só se configura com o número de agentes mencionados no tipo.
CONCURSO NECESSÁRIO
O Participe tem a mesma responsabilidade do Autor e Coautor. Respondem pelo mesmo artigo.
AUTORIA MEDIATA:
O autor mediato é aquele que se serve de pessoa sem condições de discernimento para realizar por ele a conduta típica. Ela é usada como um mero instrumento de atuação, como se fosse uma arma ou um animal irracional. O executor atua sem vontade ou consciência, considerando-se, por essa razão, que a conduta principal foi realizada pelo autor mediato. (CAPEZ, 2014, p. 366)
Autor imediato: aquele que praticou o crime, porém não responderá pelo crime, o autor mediato (aquele que ordenou a pratica do crime) este responderá.
Um agente quer praticar um crime, porém utiliza de um terceiro:
Ex: Coação Moral Irresistível ou Obediência Hierárquica:
Marcos quer matar Gustavo, Marcos vai até a casa de Gabriel e ameaça matar sua irmã caso ele não mate Gustavo, então Gabriel mata Gustavo.
Autor Mediato: Marcos responderá pela coação e pelo crime praticado (homicídio);
Autor Imediato: Gabriel não responde, pois foi coagido.
NÃO EXISTE VÍNCULO ENTRE ELES
Não há autoria mediata nos crimes de mão própria, nem nos delitos culposos;
Inexiste concurso de agentes entre o autor mediato e o executor usado.
AUTORIA COLATERAL:
Mais de um agente realiza a conduta (concomitante), sem que exista liame (vínculo) subjetivo entre eles.
Ex: José e Marcos disparam simultaneamente na vítima, sem que um conheça a conduta do outro. Cada um responderá pelo crime que cometeu, ou seja, um será autor de homicídio consumado e outro, de homicídio tentado.
OCORRE QUANDO NÃO HÁ LIAME SUBJETIVO (VÍNCULO), ENTRE OS AUTORES E NESTE CASO NÃO SE PODE FALAR EM CONCURSO DE AGENTES. AMBOS PRATICAM A INFRAÇÃO, UM SEM CONHECER A VONTADE DO OUTRO.
Quando não se identifica o autor
AUTORIA INCERTA (DERIVA DA COLATERAL): 
Ocorre quando, na autoria colateral, não se sabe quem foi o causador do resultado. No exemplo acima, surgirá a autoria incerta quando for impossível determinar qual dos dois executores efetuou o disparo causador da morte. Sabe-se quem realizou a conduta, mas não quem deu causa ao resultado (é certo que José e Marcos atiraram, mas se as armas têm o mesmo calibre, como saber qual o projétil causador da morte?). Nesse caso, aplicando-se o princípio in dubio pro reo, ambos devem responder por homicídio tentado.
Ex: Os garçons Rogério e Felipe, que desejando matar o freguês Joaquim, o qual os ofende todos os dias, resolvem envenená-lo, sem que um saiba da conduta do outro. Uma pura coincidência: ambos decidiram matar a vítima no mesmo dia. Um ministra raticida na cerveja e o outro na comida do ofendido, que vem a falecer. A perícia aponta a morte por envenenamento. Como não se sabe se a morte foi provocada pelo veneno da comida ou da bebida, a solução será aplicar o princípio do in dubio pro reo, responsabilizando ambos por tentativa.
A inexistência de liame (vínculo) subjetivo impede que sejam condenados pelo resultado morte. Como um não sabia da conduta do outro, não pode por ela responder.
K – SUJEITO PASSIVO (Quem pode sofrer o crime)
Pode ser qualquer ser humano após o nascimento e desde que ainda esteja vivo.
Sujeito passivo do homicídio é alguém, isto é qualquer pessoa humana, o ser vivo nascido de mulher, qualquer que seja sua condição de vida, de saúde, ou de posição social, raça, religião, nacionalidade, estado civil, idade, convicção política. Criança ou adulto, pobre ou rico, letrado ou analfabeto, nacional ou estrangeiro, branco, ou amarelo, silvícola ou civilizado – toda criatura humana, com vida pode ser sujeito passivo de homicídio. (CAPEZ, 2014, p. 30).
O moribundo tem direito a viver os poucos instantes que lhe restam de existência terrena, e, por isso pode ser sujeito passivo de homicídio. 
Se o sujeito passivo for Político ou Integrante das forças armadas, o agente responderápela Lei de Segurança Nacional, ocorrerá um homicídio funcional.
L - CRIME IMPOSSÍVEL (Tentativa Idônea, Tentativa Inadequada ou Quase-Crime) Art. 17 CP.
É aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material, é impossível de consumar-se.
Miguel Reale Jr, observa a respeito: “Enquanto no crime tentado a consumação deixa de ocorrer pela interferência de causa alheia a vontade do agente, no crime impossível a consumação jamais ocorrerá, e, assim sendo, a ação não se configura como tentativa de crime, que se pretendia cometer, por ausência de tipicidade. Trata-se de exclusão do fato típico”.
Não responderá por nada.
HIPÓTESES DE CRIME IMPOSSÍVEL: (Não responde por nada)
Ineficácia absoluta do meio: 
O meio empregado ou o instrumento utilizado para a execução do crime jamais o levarão à consumação. 
Ex: Um palito de dente para matar um adulto, uma arma de fogo inapta a efetuar disparos ou falsificação grosseira, facilmente perceptível, são meios absolutamente ineficazes.
		A ineficácia do meio quando relativa, leva a tentativa e não ao crime impossível. 
Ex: Um palito é meio relativamente eficaz para matar um recém-nascido, perfurando-lhe a moleira. Uma arma de fogo inoperante ou uma arma de brinquedo configuram homicídio impossível, mas são perfeitamente aptas à pratica de um roubo, desde que suas imitações sejam passíveis de intimidar a vítima fazendo-a sentir-se ameaçada.
Impropriedade absoluta do objeto material:
A pessoa ou a coisa sobre que recai a conduta é absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo.
Ex: Matar um cadáver.
M – TIPO OBJETIVO:
É o núcleo (o verbo) do tipo penal, e referem-se ao aspecto material do fato. No homicídio, consiste em matar uma pessoa, ou seja, tirar-lhe a vida.Tipo Objetivo: É o verbo do tipo penal: Matar, está descrito no tipo penal.
N – TIPO SUBJETIVO: (A Finalidade do Agente)
Trata-se da finalidade do agente. No homicídio simples, é o dolo (animus necandi ou occidendi), consiste na vontade livre e consciente de eliminar a vida humana alheia.
A lei não exige qualquer finalidade específica, mas tal pode configurar uma qualificadora ou uma causa de aumento de pena.
Dolo Direto: 
É quando a pessoa quer o resultado, (prevê e quer o resultado);
Dolo Eventual: 
O agente assume o risco de produzir o resultado.
O agente prevê o resultado, não quer, mas tolera, aceita o resultado.
Ex1: Participar de corrida não legalizada (racha).
EX2: Colocar veneno na bebida de alguém.
Ex3: Se eu continuar dirigindo assim, posso vir a matar alguém, mas não importa se acontecer, vou continuar dirigindo assim. (Responderá por homicídio doloso)
Culpa Consciente:
O agente prevê, não quer, não tolera e não aceita o resultado e tem certeza que com sua habilidade é capaz de impedir o resultado. 
 Ex: Se eu continuar dirigindo assim, posso vir a matar alguém, mas estou certo que isso, embora possível, não ocorrerá (responderá por homicídio culposo).
Diferença entre Dolo Eventual de Culpa Consciente: No dolo eventual, o agente tolera e aceita o resultado, enquanto na culpa consciente, o agente não tolera e não aceita o resultado.
 O – CONSUMAÇÃO: (Resultado)
O homicídio consuma-se no momento em que a vítima morre (crime material). A morte ocorre quando cessa a atividade encefálica (Art. 3º da Lei n. 9.434/97, que regula a retirada e transplante de tecidos, órgãos e partes do corpo humano com fins terapêuticos e científicos). (CAPEZ, 2014, p. 36).
Nada mais é que a última fase das várias pelas quais passa o crime (é o chamado iter criminis).
Atividade Cerebral Diferencia a Vida da Morte:
Quando há atividade cerebral, há vida
P – CRIME DE DANO
Sua caracterização pressupõe a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado: a vida (GONÇALVES, 2016, p.50).
No homicídio causa efetiva lesão ao bem jurídico, a vida é eliminada.
Crime que não precisa de dano:
A vítima não sofreu, mas poderia sofrer.
Ex: Doença contagio venérea (expôs ao perigo).
OBSERVAÇÕES:
Prova de Materialidade 
Exame de corpo de delito: direto ou indireto:
Direto: Tem o cadáver
Indireto: Não tem cadáver
Tentativa x Desistência voluntária e Arrependimento eficaz
Considera-se tentado o crime quando, iniciada a sua execução, não se verifica o resultado naturalístico por circunstâncias alheias à vontade do agente. Tratando-se de crime material, o homicídio admite tentativa, que ocorrerá quando, iniciada a execução do homicídio, este não se consumar por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Para a tentativa, é necessário que o crime saia da sua fase preparatória e comece a ser executado, pois somente quando se inicia a execução é que haverá início de fato típico. (CAPEZ, 2014, p. 38).
Elementos da forma tentada:
Que o agente tenha dado início à execução do crime;
Que não tenha conseguido a consumação por circunstância alheias à sua vontade;
Que exista prova inequívoca (não deixa dúvidas), de que queria matar a vítima.
Responde por homicídio tentado com diminuição de pena (Art. 14)
Ministério Público comprova autoria e materialidade;
Ação Pública Incondicionada (não depende de representação da vítima)
ITER CRIMINIS (QUATRO ETAPAS):
Cogitação: Nessa fase o agente apenas mentaliza, idealiza, planeja, representa mentalmente a prática do crime;
Preparação: São os atos anteriores necessários ao início da execução, mas que ainda não configuram início de ataque ao bem jurídico, já que o agente ainda não começou a realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal; (Ex: Aquisição da arma ou do veneno, a procura do local propício, o ajuste de auxiliares, a emboscada, o fazer a pontaria com a arma de fogo e o sacar o punhal);
Execução: Aqui o bem jurídico começa a ser atacado, nessa fase o agente inicia a realização do verbo do tipo e o crime já se torna punível, ao contrário das fases anteriores; (O disparo do tiro, o deitar o veneno no alimento destinado à vítima iludida, o brandir o punhal para atingir a vítima;
Consumação: Todos os elementos que se encontram descritos no tipo penal foram realizados.
Desistência Voluntária:
Trata-se de voluntária interrupção do iter criminis; o agente interrompe voluntariamente a execução do crime (após dar início), impedindo a sua consumação.
Ex: O Gabriel tem um revólver municiado com seis projéteis, efetua dois disparos contra Roberto, não o acerta e, podendo prosseguir atirando, desiste por vontade própria e vai embora. 
Gabriel responderá por disparo de arma de fogo.
Arrependimento Eficaz:
O agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do resultado naturalístico. Aqui a execução do crime é realizada inteiramente, e o resultado é que vem a ser impedido, ao contrário da desistência voluntária.
Ex1: Deu veneno e em seguida deu o antídoto, reverteu o quadro;
Ex2: Efetuou vários tiros, e levou para o hospital, salvando a vida;
Ex3: Gabriel descarrega a arma de fogo em Roberto, ferindo-o gravemente, mas, arrependendo-se, presta-lhe imediato e exitoso socorro, impedido o evento letal.
Gabriel responderá por lesões corporais de natureza grave Art. 129, § 1º CP.
Tanto na desistência voluntária quanto no arrependimento eficaz o agente impede que sobrevenha o resultado por conta própria. Desta forma, afasta-se a possibilidade de se aplicar a pena a título de tentativa, e o agente só responde pelos atos até então praticados.
Redução de pena de 1/6 a 1/3
– HOMICÍDIO DOLOSO
1.1.1 – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO: Art. 121, § 1º do CP.
O homicídio privilegiado está previsto no Art. 121 § 1º, do CP e dá direito a uma redução de pena variável entre um sexto e um terço. Trata-se de verdadeira causa especial de diminuição de pena, que incide na terceira fase da sua aplicação (cf. art. 68, caput, do CP). 
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sobdomínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Na realidade, o homicídio privilegiado não deixa de ser o homicídio previsto no tipo básico (caput); todavia, em virtude da presença de certas circunstâncias subjetivas que conduzem a menor reprovação social da conduta homicida, o legislador prevê uma causa especial de atenuação da pena. (CAPEZ, 2014, p. 52).Se o privilégio tiver sido reconhecido pelo júri popular, o juiz estará obrigado a respeitar a soberania do veredicto (CR/88, art. 5º, XXXVIII, c), não havendo que se falar em faculdade. Ficando o juiz obrigado a reduzir a pena, incidente na 3ª fase da sua aplicação. 
A redução é obrigatória, pois trata-se de um direito do réu.
Se atentar para RELEVANTE
- HIPÓTESES LEGAIS:
Motivo de relevante valor social: Diz respeito aos interesses da coletividade, “aceitos” pela sociedade.
Motivo relevante pelo grupo que a pessoa convive.
Há uma motivação benéfica em prol do grupo social.
Ex1: Matar bandido perigoso;
Ex2: O agente por amor à pátria, elimina um traidor. 
Naquele dado momento, a sociedade almejava a captura deste e a sua eliminação, o agente nada mais fez do que satisfazer a vontade da sociedade.
Motivo de relevante valor moral: refere-se a sentimento pessoal do agente que demonstre uma grandeza de espírito de sua parte, é aquele nobre, aprovado pela moralidade média. Corresponde a um interesse individual.
Ex1: Eutanásia (boa morte); o agente tem comportamento ativo para aliviar o sofrimento do outro;
Ex2: Pai mata estuprador da filhaImportante valor moral para a pessoa. Leva em conta o sentimento do agente.
Eutanásia ou Homicídio Piedoso: é entendida como morte provocada por sentimento de piedade à pessoa que sofre. Ao invés de deixar a morte acontecer a eutanásia age sobre a morte, antecipando-a. Assim, a eutanásia só ocorrerá quando a morte for provocada em pessoa com forte sofrimento, doença incurável ou em estado terminal e movida pela compaixão ou piedade. Portanto, se a doença for curável não será eutanásia, mas sim o homicídio tipificado no art. 121 do Código Penal , pois a busca pela morte sem a motivação humanística não pode ser considerada eutanásia.
Ortotanásia: significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Assim, ao invés de se prolongar artificialmente o processo de morte (distanásia), deixa-se que este se desenvolva naturalmente (Ortotanásia). Somente o médico pode realizar a ortotanásia, e ainda não está obrigado a prolongar a vida do paciente contra a vontade deste e muito menos aprazar sua dor.
A ortotanásia é conduta atípica frente ao Penal, pois não é causa de morte da pessoa, uma vez que o processo de morte já está instalado.
Desta forma, diante de dores intensas sofridas pelo paciente terminal, consideradas por este como intoleráveis e inúteis, o médico deve agir para amenizá-las, mesmo que a consequência venha a ser, indiretamente, a morte do paciente. (VIEIRA, Tereza Rodrigues. Bioética e direito. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1999, p. 90.)
Sob domínio de violenta emoção: Logo em seguida a injusta provocação:
Atentar para o DOMÍNIO, tem que estar dominado e em SEGUIDA
REQUISITOS
Três Requisitos:
Existência de emoção intensa (domínio): o agente deve ter matado a vítima sob forte e perturbadora emoção, de forma a tirá-lo totalmente do sério;
Injusta provocação da vítima: Basta que a provocação seja injusta, não sendo necessária que a vítima tenha tido intenção específica de provocar tal sentimento no agente.
Ex: Xingar o agente de filho da “puta”, fazer brincadeiras de mau gosto, flagrante de adultério, etc.
Reação imediata: Logo em seguida, não há um período fixo ou um critério rígido. Assim, deve ser analisado caso a caso. O que se exige na realidade, é que não haja uma patente interrupção entre o momento da provocação e o homicídio (GONÇALVES, 2013, p. 90).
Qual a diferença entre essa hipótese de privilégio e a atenuante genérica do art. 65, III, “c”, do CPB, que também é chamada de “violenta emoção”?
São duas diferenças:
Primeira: É que no privilégio o agente atua sob o “domínio” de violenta emoção, enquanto que na atenuante genérica homônima, basta que ele esteja sob “influência” de violenta emoção.
Segunda: É que no privilégio exige reação imediata, enquanto que a atenuante não.
Emoção-choque = Privilegiadora (Reconhecida pelos jurados)
Emoção-estado = Atenuante (Reconhecida pelo juiz)
Privilégio: Agente atua sob domínio de violenta emoção, exige reação imediata. Ex: Mulher flagra marido na cama com outra, não tinha conhecimento anterior.
Atenuante: O agente agi sob influência de violenta emoção, não exige que seja imediato. Ex: Mulher pega marido na cama com outra, já tinha conhecimento que isto acontecia.
O privilégio é mais benéfico ao agente, será utilizado na 3ª fase;
A atenuante será aplicada pelo juiz na dosimetria da pena, 1ª fase Art. 59, e na 2ª fase art. 65 Atenuantes, e art. 63 Agravantes.
OBSERVAÇÕES:
Art. 30 CPB: Circunstâncias Incomunicáveis:
Todas as formas de privilégio são de caráter subjetivo, porque ligas à motivação do crime e, assim, não se comunicam aos coautores e participes que tenham agido por outro motivo.
Tem caráter subjetivo: Consideração da pessoa.
Não é porque um agente foi contemplado que valerá para todos.
No concurso de agente, verificar a motivação de cada agente.
Ex1: Pai encontra estuprador de sua filha e começa e desferir golpes para matá-lo. Nesse momento, um amigo chega ao local, sem saber que se trata do estuprador, ajuda a matar o agente. O pai responde por homicídio privilegiado e o amigo não (GONÇALVES, 2012, p. 93).
1.1.2 - HOMICÍDIO PASSIONAL: (Motivo ligado por sentimento)
É o homicídio por amor, ou seja, a paixão amorosa induzindo o agente a eliminar a vida da pessoa amada. Na sistemática penal vigente, não merece, por si só, qualquer contemplação, mas pode revestir-se das características de crime privilegiado desde que apresente as condições do § 1º do art. 121 do CP.
Ex: Marido que flagra a esposa com outro e, dominado pela violenta emoção, desfere vários tiros contra os mesmos, pode responder por homicídio privilegiado.
Nem todo crime Passional é Privilegiado.
1.1.3 – HOMICÍDIO SIMPLES:
É a figura prevista no caput do art. 121 do CP. Constitui o tipo básico fundamental. Ele contém os componentes essenciais do crime.
Art. 121 – Matar Alguém: Pena: Reclusão, de 6 a 20 anos
Pena: Reclusão, de 6 a 20 anos
HEDIONDO
1.1.4 – HOMICÍDIO QUALIFICADO: (Art. 121, § 2º CPB)
É o homicídio praticado com circunstâncias legais que integram o tipo penal incriminador, alterando para mais a faixa de fixação da pena (majoração da pena). Portanto, da pena de reclusão de 06 a 20 anos, prevista para o homicídio simples, passa-se ao mínimo de 12 a 30 anos para as figuras qualificadas.
As qualificadoras dizem respeito aos motivos determinantes do crime e aos meios e modos de execução, reveladores de maior periculosidade ou extraordinário grau de perversidade do agente.
O meio é o instrumento de que o agente serve para perpetrar o homicídio.
Ex: Veneno, explosivo, fogo, etc.
O modo é a forma de conduta do agente.
Ex: agir à traição.
HOMICÍDIO DOLOSO QUALIFICADO CONSUMADO OU TENTADO = 
CRIME HEDIONDO
Basta apenas uma qualificadora para passar o mínimo de 12 a 30 anos.
Caso tenha mais que uma qualificadora, as demais serão utilizadas na 2ª fase da dosimetria da pena, para majorar (agravantes).
Homicídio Mercenário
Motivo
1.1.4.1 - QUALIFICADORAS
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
Na paga, o recebimento do dinheiro antecede a prática do homicídio,o que não se dá na promessa de recompensa, na qual basta um compromisso futuro de pagamento. 
1ª Parte: Paga ou promessa de recompensa: HOMICÍDIO MERCENÁRIO: 
Só será reconhecido se envolver valor econômico. 
Ex1: José recebeu R$ 5.000,00 para matar Luiz (válido)
Ex2: Mariana promete favores sexuais a Rogério, caso ele mate o seu esposo Marcos. (Neste caso, não envolveu patrimônio, não será reconhecido).
Classificação: Motivação do crime = Caráter Subjetivo
Primeira Parte da Qualificadora:
Na primeira parte desta qualificadora, há a necessidade do Concurso de Agente (pelo menos 2), sendo:
 1º MANDANTE
Aquele que paga ou promete pagamento pela execução.
2º EXECUTOR
Aquele que recebe a ordem e motivado pelo dinheiro, executa o crime, dando fim a vidada de alguém
Obs: A punição de um independe da punição do outro, se, todavia, forem identificados o mandante e o executor. Surge controvérsia em torno de a qualificadora ser aplicada somente ao executor, vejamos:
Primeira Corrente:
Sustenta que a qualificadora da paga ou promessa de recompensa só se aplica ao executor, já que constitui circunstância de caráter pessoal que não é elementar, razão pela qual não se comunica ao mandante. Com relação ao mandante deve-se pesquisar sua efetiva motivação para o delito. (Há entendimento do STJ).
Ex: Manoel revoltado com Rodolfo, por este ter estuprado sua filha, contrata Joaquim por R$ 5.000,00 para tirar a vida de Rodolfo, Joaquim realiza o serviço.
Neste exemplo a qualificadora recairá somente no executor do crime, ou seja, Joaquim, enquanto que o Pai Manoel será beneficiado com o privilégio.
Elementar do Tipo Penal (caput): É essencial, sem ele não existe o crime.
Circunstâncias Subjetivas (§2º): Não se comunicam entre os agentes.
Segunda Corrente:
Sustenta que tal qualificadora (paga ou promessa de recompensa), por integrar crime de concurso necessário de agentes, comunica-se ao mandante. (Posicionamento do STF).
Ex: Manoel revoltado com Rodolfo, por este ter estuprado sua filha, contrata Joaquim por R$ 5.000,00 para tirar a vida de Rodolfo, Joaquim realiza o serviço.
Neste exemplo, Manoel e Joaquim responderão por crime qualificado, uma vez que o entendimento desta corrente é que se comunicam. 
Crime de concurso necessário de agentes: Pelo menos duas pessoas.
Segunda Parte da Qualificadora:
Por Motivo Torpe:
Torpe é motivo moralmente reprovável, desprezível, vil, que demonstra a depravação espiritual do sujeito e suscita a aversão ou repugnância geral.
2ª Parte: 
Ex1: Matar simplesmente pelo fato da vítima ser homossexual;
Ex2: Matar simplesmente pelo fato da vítima ser branca;
Ex3: Matar simplesmente pelo fato da vítima ser de outra religião;
Ex4: Matar simplesmente pelo fato da esposa recusa em fazer sexo
Classificação: Motivação do crime = Caráter Subjetivo
II – Por Motivo Fútil
Também se trata de qualificadora subjetiva, pois diz respeito aos motivos. Fútil significa mesquinho, desproporcional, insignificante. O motivo é considerado fútil quando notadamente desproporcionado ou inadequado, do ponto de vista do homo medius e em relação ao crime de que se trata. 
Não se deve confundir o motivo fútil com o motivo injusto, pois este, embora desconforme com a ética ou com o direito pode não ser desproporcionado como antecedente lógico do crime.
Por motivo pequeno, insignificante, desproporcional, etc.
Ex1: Matar por simples incidente de trânsito.
Ex2: Matar policial porque foi multado.
Obs: A vítima deve ter agido de forma culposa.
Classificação: Motivação do crime = Caráter Subjetivo
III – Com emprego de:
Trata-se de qualificadora objetiva, pois diz respeito aos modos de execução do crime de homicídio, os quais demonstram certas perversidades.
Não há uma conceituação exata do que seja substância venenosa, na medida em que certas substâncias, embora não consideradas veneno, tendo em vista a sua inocuidade, são capazes de matar em virtude de certas condições da vítima.
Ex. Enfermeira que diariamente faz o seu paciente diabético ingerir suco adoçado com açúcar comum, quando ele pensa estar ingerindo açúcar especial para diabéticos. (CAPEZ, 2014, p. 80).
Emprego de veneno = Venefício (introduzir no corpo de alguém uma substância que a leve a morte);
Emprego de fogo e explosivo: Atear fogo na vítima ou em local que a vítima esteja. O explosivo pode ser industrializado ou caseiro;
Asfixia Mecânica: Incapacidade de entrada de ar nas vias aéreas por esganadura, estrangulamento, enforcamento;
Asfixia Tóxica: Produzida por gases asfixiantes: Gás Carbônico, colocar a vítima em local fechado sem que haja renovação do oxigênio.
Tortura: Meio que causa uma morte lenta e dolorida (sofrimento psicológico ou físico), prolongar o sofrimento;
Por meio insidioso: Meio fraudulento, sabotagem (Ex: Sabotar paraquedas, sabotar avião, sabotar freio de veículo, etc.).
Por meio cruel: Eleição de um meio que faça com que a morte seja dolorosa;
Possa resultar perigo comum: Agente deseja matar uma pessoa, mas com o seu comportamento coloca outros em risco, (Ex: Sacar revólver em festa e atirar em uma determinada pessoa.
Homicídio e Crime de tortura (Concurso Material):Classificação: Meios Utilizado = Caráter Objetivo
É possível a existência autônoma do crime de tortura (art. 1º da Lei nº 9.455/97) em concurso material com o crime de homicídio.
Ex: Os torturadores Jose e Gabriel, empregam violência ou grave ameaça para obter informações de Matheus, e, após, conseguirem a informação visada, provoquem sua morte com disparo de arma de fogo. Nesse caso, a tortura não foi a causa da morte, e, sim, não se pode cogitar de crime de homicídio qualificado., pois, conforme já mencionado, essa hipótese só é possível quando a tortura é causa direta do óbito. Nesse caso, temos, um crime de tortura em concurso material com o delito de homicídio que pode ser qualificado.
Para que o homicídio seja qualificado pela TORTURA, esta deve ser: 
a causa da morte.
IV – À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Cuida-se de qualificadora objetiva, pois diz respeito ao modo de execução do crime. Neste inciso temos recursos obstativos a defesa do agente passivo (vítima), que crompometem total ou parcialmente o seu potencial defensivo. Tais recursos devem revestir-se de características insidiosas. O modo insidioso empregado no cometimento do crime demonstra maior grau de criminalidade, na medida em que o agente esconde a sua ação e intenção de matar, agindo de forma sorrateira, inesperada, surpreendendo a vítimaque esatava descuidada ou confiava no agente, dificultando ou impedidndo sua defesa.(CAPEZ, 2014).
À Traição: Necessita que alguém confiando, e o outro sendo confiável, estando a vítima confortável nesta relação. Há afinidade entre as partes, esta relação não pode ser fraudulenta.
À Emboscada: Agente trama algo para pegar a vítima; Ex. ex-marido inconformado com a separação, liga para a mulher e a convence saírem juntos para um determinado local para conversar, chegando lá, mata a mulher.
Dissimulação Moral: Fingir que conhece, que é amigo da vítima, consegue aproximação.
Dissimulação Material: O agente se fantasia, se passa por outro para ter acesso a vítima. Ex. Se passa por policial, se passa por funcionário da Net;
Qualquer recurso que dificulte a defesa: agente atira na vítima que está dormindo, ou amarrada, enferma, etc.
Classificação: Meio Utilizado = Caráter Objetivo
V – Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
Constituem qualificadoras subjetivas, na medida em que dizem respeito aos motivos determinantes do crime. Trata-se de motivações torpe. Torpe é o motivo moralmente reprovável, desprezível, vil, que demonstra a depravação espiritual do sujeito e suscita aversão ou repugnância geral. Em tese, essas qualificadoras deveriam ser enquadradasno inciso relativo ao motivo torpe, contudo preferiu o legislador enquadrá-las como Conexão Teleológica ou Consequencial. (CAPEZ, 2014, p. 90).
Conexão é o liame objetivo ou subjetivo que liga dois ou mais crimes, podendo ser: Conexão Teleológica ou Conexão Consequencial.
Qualificadora de conexão entre crimes.
Primeira Parte da qualificadora:
Conexão Teleológica:
Ocorre quando o homicídio é cometido a fim de “assegurar a execução” de outro crime.
Ex1: Manoel mata Joaquim esposo de Maria, para em seguida estupra-la. O agente responderá por ambos os delitos em concurso material.
Ex2: Manoel mata Joaquim esposo de Maria, para em seguida estupra-la, porém desiste de realizar o estupro. Neste caso, O homicídio poderá ser qualificado.
O que agrava a pena, na realidade, é o especial fim de assegurar a pratica de outro crime. 
Não é necessária a concretização do fim visado pelo agente. Desse modo, a desistência da pratica do outro crime, no caso o estupro, não impede a qualificação do crime de homicídio.
Classificação: Motivação (conexão) do crime = Caráter Subjetivo
Obs: O segundo crime não precisa ter sido consumado.
Segunda Parte da qualificadora:
Conexão Consequencial:
Dá-se quando o homicídio é praticado com a finalidade de:
Assegurar a ocultação do crime, o agente procura evitar que se descubra o crime por ele cometido. Para tanto, elimina a prova testemunhal do fato criminoso. Neste caso, procura-se impedir a descoberta do crime.
Ex1: Incendiário que mata a testemunha para que ela não veja o delito
Assegurar a impunidade do crime, nessa hipótese já se sabe que um crime foi cometido, porém não se sabe quem o praticou, e o agente temendo que alguém o delate ou dele levante suspeita, acaba por eliminar-lhe a vida. Neste caso a materialidade é conhecida (ou seja, o crime em si) sendo desconhecida a autoria.
Ex1: Incendiário que mata a testemunha para que esta não o denuncie como autor do delito.
Assegurar a vantagem de outro crime, procura-se aqui garantir fruição de vantagem, econômica, ou não, advinda da pratica de outro crime.
A vantagem pode consistir em:
Produto do crime (quando está ligado diretamente ao crime). Ex: Objeto furtado);
Preço do crime: Que é a paga ou promessa de recompensa;
Proveito do crime: Que é toda e qualquer vantagem material ou moral que não seja nem produto nem preço do delito.
Ex1: Eliminar a vida do coautor do delito de furto anteriormente praticado, a fim de apoderar-se da vantagem econômica indevidamente obtida.
Classificação: Motivação (conexão) do crime = Caráter Subjetivo
Obs: O segundo crime não precisa ter sido consumado, mas iniciado.
Importa notar que tanto na conexão teleológica quanto na conexão consequencial, o homicídio qualificado e o “outro crime” praticado não formam um delito complexo como no caso do latrocínio. Na realidade constituem delitos autônomos, mas há uma ligação (conexão teleológica ou consequencial) que os une, sendo aplicável no caso a regra do concurso material. Assim, responderá o agente pelos crimes de homicídio qualificado pela conexão em concurso material com o outro crime.
FEMINICÍDIO:
Conceito: É o homicídio praticado com circunstâncias legais que integram o tipo penal incriminador, alterando para mais a faixa de fixação da pena (majoração da pena). Portanto, da pena de reclusão de 06 a 20 anos, prevista para o homicídio simples, passa-se ao mínimo de 12 e ao máximo de 30 para as figuras qualificadoras.
VI – Contra a mulher por razões de condição de sexo feminino: incluído pela Lei nº 13.104 de 2015).
Estará presente: Violência doméstica familiar; Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Classificação: Motivação do crime = Caráter Subjetivo
Obs: Tem corrente de doutrinadores que classificam a violência doméstica como caráter objetivo.
Pena: Reclusão de doze a trinta anos
VII – Contra autoridade ou agente descrito nos Arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição. (Motivos) – (Subjetivos). Incluindo pela lei nº 13.142, de 2015) 
Homicídio Funcional: Integrante da Marinha, Aeronáutica, exército, ou no exercício da função ou em decorrência dela.
Linha reta até 3º grau (Pais, avós, neto, irmãos, tios e sobrinhos).
§ 2º - Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (incluído pela lei nº 13.104 de 2015).
I – Violência doméstica e familiar; (incluído pela lei 13.104 de 2015);
II – Menos prezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela lei 13.104 de 2015).
NÃO CONFIGURA QUALIFICADORA
OBSERVAÇÕES:
A premeditação não configura qualificadora por ausência de previsão legal a respeito. Assim, ela não qualifica o homicídio (STF). Conforme o caso em concreto, poderá ser levada em consideração para agravar a pena, funcionando como circunstância judicial (art. 59 CP).
Matar o próprio pai ou própria mãe (parricídio) – não qualifica o crime. Trata-se de mera agravante genérica do art. 61, III, e, do CP.
Havendo mais de uma qualificadora no caso concreto, o juiz usará uma para qualificar o homicídio (base para iniciar o sistema trifásico de aplicação da pena) e as demais como circunstâncias jurídicas (Art. 59, CP, incidindo na 1ª fase da aplicação da pena) ou agravantes genéricas (art. 61 CP, incidindo na 2ª fase da aplicação da pena). (GONÇALVES, 2012, p. 121).
O homicídio qualificado também é considerado crime hediondo, nos termos do art. 1º, I, 2ª parte da Lei nº 8.072/90.
Premeditação não qualifica o homicídio, poderá agravar a pena;
Matar o próprio pai ou própria mãe (parricídio) não qualifica o homicídio, é mera agravante;
Havendo mais de uma qualificadora, o juiz usará uma para qualificar o homicídio e as demais como circunstâncias judiciais ou agravantes genéricas.
O homicídio qualificado é considerado CRIME HEDIONDO.
HOMICÍDIO DOLOSO QUALIFICADO: É considerado crime hediondo, terá a pena mais grave, para obter o livramento condicional deverá cumprir 2/3 da pena e caso seja reincidente em crime hediondo não terá direito ao livramento condicional.
HOMICÍDIO DOLOSO QUALIFICADO, TENTADO OU CONSUMADO
É CRIME HEDIONDO
1.1.5 - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO E QUALIFICADO AO MESMO TEMPO?
Esse assunto tem sido posição predominante na doutrina e na jurisprudência a admissão da forma privilegiada-qualificada do homicídio, desde que exista compatibilidade lógica entre as circunstâncias. Via de regra, pode-se aceitar, a existência concomitante de qualificadoras objetivas com as circunstâncias legais do privilégio, que são de ordem subjetiva (motivo de relevante valor social ou moral e domínio de violenta emoção). O que não se pode acolher é a convivência pacífica das qualificadoras subjetivas com qualquer forma de privilégio, tal como seria o homicídio praticado, ao mesmo tempo, por motivo fútil e por relevante valor moral. Convivem em regra, harmoniosamente as qualificadoras dos incisos III e IV com as causas de diminuição de pena do § 1º. Não se afirmam as qualificadoras dos incisos I, III e V com as mesmas causas. Nessa linha é o posicionamento do STF.
Sim, o homicídio poderá ser considerado privilegiado e ao mesmo tempo ser qualificado.
Para que isto seja possível, o privilégio por ser de caráter subjetivo, tanto no homicídio motivado de relevante valor social ou moral, ou sob domínio de violenta emoção (logo em seguida a injusta provocação da vítima), a qualificadora terá que ser classificada pelos meios ou modos de execução, sendo elas de caráter objetivo.
Os meios de execução, são compatíveis com o privilégio. Assim teremos um homicídio privilegiado e qualificado ao mesmo tempo.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
CAUSA DE AUMENTO DA PENA § 2º
I – Motivos – Subjetivo
II – Motivos– Subjetivo
III – Meios – Objetivo
IV – Modo – Objetivo
V – Conexão (Motivo) – Subjetivo
VI – Feminicídio (Motivo) – Subjetivo
VII – Motivo - Subjetivo
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA § 1º
Valor Social - caráter subjetivo
Valor Moral – caráter subjetivo
Domínio Viol. Emoção – caráter subjetivo
Para identificar se a qualificadora é subjetiva ou objetiva, analise se ela se encaixa em:
Por que = Motivo = Subjetivo
Como = Meios e Modo = Objetivo
Exemplo de um homicídio privilegiado e qualificado ao mesmo tempo.
O pai que mata o estuprador da filha, utilizando de asfixia (esganadura).
Obs: O pai agiu em função de motivo de relevante valor moral (refere-se ao sentimento dele), sendo de caráter subjetivo, porém utilizou de asfixia (qualificadora de Meio utilizado), sendo de caráter objetivo.
APLICAÇÃO DA PENA EM HOMICÍDIO PRIVILEGIADO E QUALIFICADO AO MESMO TEMPO:
Para aqueles que entendem que o privilégio pode coexistir com a circunstância qualificadora objetiva, a aplicação da pena será feita da seguinte forma: (Art. 68, CP).
1ª Fase: No momento da aplicação da pena (art. 68, CP), se foi reconhecida a qualificadora, a pena-base será fixada entre o limite de doze a trinta anos de reclusão;
2ª Fase: Na segunda fase, analisam-se as circunstâncias agravantes e atenuantes;
3ª Fase: Nessa fase, aplicam-se as causas de diminuição do § 1º do art. 121, cabendo redução de um sexto a um terço da pena, somente para quem entende que é possível o privilégio com a qualificadora, a redução varia conforme a relevância do motivo de valor moral ou social, ou a intensidade da emoção do agente e o grau de provocação do ofendido.
O privilégio prevalece sobre as qualificadoras.
Aplica-se a qualificadora na 2ª fase.
Aplica-se o privilégio na 3ª fase
1.1.6 - CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO DOLOSO:Independente se o crime é qualificado
- Art. 121, § 4º, 2ª parte:
§ 4º; (...) sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003).
Independente se o homicídio for qualificado ou não, estando a vítima entre as idades citas acima, haverá aumento da pena em 1/3.
Se a vítima for menor de 14 anos, ou maior de 60 anos, a pena será aumentada em 1/3.
Art. 121, § 6ºAumenta em 1/3 a 1/2
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a ½ (metade), se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012).
O homicídio privilegiado não é crime hediondo. O homicídio simples, sobre o qual pode ser aplicado o privilégio, só é considerado hediondo quando cometido em atividade típica de grupo de extermínio, circunstância incompatível com as do art. 121, § 1º, do CP. Não é possível que alguém, logo em seguida a injusta provocação e sob domínio de violenta emoção, pratique um homicídio em atividade típica de grupo de extermínio, cuja frieza e premeditação são imprescindíveis. (CAPEZ, 2014, p. 61).
Milícia Privada: Grupo Organizado de Pessoas que se unem para prestar segurança para a comunidade.
Crime praticado por Milícia Privada não será considerado hediondo por este motivo, somente se houver qualificadora que classifique como tal.
A simples formação de Milícia já caracteriza crime.
Obs. Milícia não precisa ter vínculo policial.
Homicídio praticado por grupo de extermínio, mesmo sendo simples será considerado crime hediondo.
Grupo de Extermínio: é composto por pelo menos 03 (três) pessoas, as quais se juntam com o objetivo de: (exterminar, limpar, pessoas com certa vulnerabilidade social), não se confunde com quadrilha, ou bando.
 A finalidade é especial em relação ao delito previsto no Art. 288 do CP, qual seja, a de eliminar fisicamente um grupo específico de pessoas, pouco importando estejam ligadas por um laço racial ou social, sendo suficiente que estejam ocasionalmente vinculadas.
Ex: No episódio conhecido como “Massacre de Vigário Geral”, ocorrido no Rio de Janeiro. As vítimas estavam, eventualmente, alocadas uma perto das outras, sem um liame necessariamente racial a uni-las.
Art. 121, § 7º - Aumento de pena para o Feminicídio:Aumentada em 1/3 a 1/2
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a ½ (metade) se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104 de 2015).
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104 de 2015)
Se o agente matar a gestante e o feto sobreviver, será utilizado este critério de aumento de pena. 
Se o agente matar a gestante e também o feto, não será utilizado este critério de aumento de pena. Será utilizado o concurso de crimes.
Para homicídio cometido durante o período de gestação.
II – contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
A deficiência poderá ser física ou mental.
III – na presença de descendente ou ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
Se for na presença dos pais ou filhos da vítima.
Pena de 01 a 03 anos
1.2 - HOMICÍDIO CULPOSO: Art. 121, § 3º CPB
CONCEITO:
Ocorre homicídio culposo quando o agente não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la, mas dá causa a ela por imprudência, negligência ou imperícia. 
Na conduta culposa há uma ação voluntária dirigida a uma finalidade lícita, mas pela quebra do dever de cuidado a todos exigidos, sobrevém um resultado ilícito não querido, cujo risco nem sequer foi assumido.
Ex1: Gabriel na direção de seu automóvel imprime maior velocidade para chegar mais rápido ao seu trabalho. Verifica-se aqui que há uma ação dirigida a uma finalidade licita, qual seja, chegar mais cedo ao trabalho, contudo por estar imprimindo velocidade excessiva em seu automóvel (quebra do dever objetivo de cuidado através de uma conduta imprudente), não consegue freá-lo a tempo de impedir o atropelamento de Felipe. Veja que o resultado atropelamento não coincidiu com a finalidade inicial do agente que era licita. (CAPEZ, 2014, p. 95).
Desta maneira, são três as hipóteses caracterizadoras da culpa em sentido estrito: Imprudência, Negligência e Imperícia.
O dolo e a culpa são elementos subjetivos da conduta
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Culpa: Quando o agente age com:
Negligência, Imprudência ou imperícia.
Imprudência: É a pratica de um ato perigoso, não tomar cuidado.
Ex1: Limpar uma arma de fogo carregada;
Ex2: Aplicar uma injeção em pessoa alérgica, provocando assim, um choque anafilático;
Ex3: Dirigir em excesso de velocidade.
Negligência: É a ausência de uma precaução, deixar de aplicar o que sabe;
Ex1: Deixar uma arma de fogo ao alcance de uma criança e não vigiá-la;
Ex2: Deixar o filho trancado dentro do carro, enquanto a mãe vai às compras no supermercado;
Ex3: Médico que demora para prestar atendimento.
Imperícia: É a falta de aptidão para o exercício de uma determinada função;
Ex1: Age com imperícia o motorista que, ao desistir de uma manobra de ultrapassagem já iniciada, acaba por retornar à sua faixa, perdendo o controle do veículo, que passa a ziguezaguear até cair numa ribanceira, e, com isso, resultando lesões corporais ou as mortes das vítimas (CAPEZ, 2013).
Ex2: Engenheiro que errou no cálculo da estrutura de uma determinada construção, vindo está a desabar.
OBSERVAÇÃO:
Homicídio culposo no trânsito, não mais se aplica o tipo penal do § 3º do art. 121 do CP ao homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, em via pública, pois o CTB (Lei nº 9.503/97), no art. 302, estipulou um tipo penal incriminador específico. (GONÇALVES, 2013, p. 134).
O Código de Trânsito é Lei Especial em Relação ao Código Penal, por consequênciaprevalece o especial (Código de trânsito).
1.2.1 - CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO CULPOSO: Art. 121, § 4º, 1ª PARTE.
§ 4º: No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante, (...) (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003).
Ex1: Médico que esquece instrumental dentro da paciente. (Relacionado a Inobservância de Regra Técnica Profissão)
Ex2: Malabares utilizando fogo. (Relacionado a Arte)
Ex3: Motorista sem ter a intenção, atropela pedestre e foge do local sem prestar socorro. (Relacionado a prestar imediato socorro)
HOMICÍDIO CULPOSO: AUMENTA EM 1/3
Haverá aumento de pena em 1/3 (um terço), se ocorrer uma das situações:
Se o crime resulta de inobservância técnica de profissão;
Se o crime resulta de Arte ou ofício;
Ser o crime resulta de deixar de prestar imediato socorro à vítima.
1.2.2 - PERDÃO JUDICIAL: Art. 121, § 5º CPBSomente no Homicídio Culposo
Cuida-se de causa extintiva de punibilidade, de aplicação restrita aos casos expressamente previsto na Lei (CP, art. 107, IX).
CONCEITO:
O perdão judicial se consubstancia na clemência do estado, que deixa de aplicar ao agente a pena prevista para determinados delitos, contudo, somente em hipóteses expressamente previstas em lei. Esta é uma das situações que autoriza a concessão do perdão judicial.
Trata-se o perdão judicial de um instituto que tem aplicação nas hipóteses em que alguém se envolve em um acidente, no qual além de o agente provocar a morte da vítima, acaba ele próprio sofrendo intensamente as consequências de seu ato, e nesses casos, seria desnecessária a fixação da pena como forma de reprimenda. As situações mais comuns são aquelas em que em razão de um acidente o próprio agente sofre lesões muito graves ou, ainda, quando a vítima do homicídio culposo é seu parente ou pessoa muito querida. (GONÇALVES, 2012, p. 132).
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências de a infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela lei nº 6.416, de 24.05.1977).
Ex1: Pai que esquece o filho dentro do carro e vai para o trabalho, quando percebe o ocorrido, o filho está sem vida.
É possível somente em crime culposo.
Poderá ser concedido quando as consequências da infração forem mais graves que a própria pena.
2 – INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO: ART 122 CPB
PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO
Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça.
PENA: Para quem induziu, instigou ou auxiliou:
De 2 (dois) a 6 (seis) anos
No caso de morte (o crime está consumado)
Se resulta de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (o crime está consumado)
De 1 (um) a 3 (três) anos
Se a vítima sofre lesão leve ou nenhuma lesão
O Fato Será Atípico
NÃO HAVERÁ PUNIÇÃO
O SUICÍDA NÃO SOFRE SANÇÃO, NÃO SE PUNE A AUTOLESÃO
A PENA É DUPLICADA, NOS SEGUINTES CASOS:
I – Se o crime é praticado por motivo egoístico;
II – Se a vítima é menor (entre 16 e 17 anos) ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Motivo Egoístico: José participa no suicídio de Matheus, com intenção de assumir o seu cargo na empresa.
Marcos participa no suicídio de Gabriel, sendo que este tem apenas 17 anos e 10 meses.
 
 – CONCEITO
SUICÍDIO:
É a supressão voluntária e consciente da própria vida.
É a deliberada destruição da própria vida.A participação em suicídio será considerada, em situações que a vítima seja determinada, não podendo ser aleatório.
SUICÍDA:
Segundo o Direito é somente aquele que busca direta e voluntariamente a própria morte. Apesar de o suicídio não ser um ilícito penal, é um fato antijurídico, dado que a vida é um bem público indisponível, sendo certo que o art. 146, §3º, II, do Código Penal prevê a possibilidade de se exercer coação contra quem tenta suicidar-se, justamente pelo fato de que a ninguém é dado o direito de dispor da própria vida. (CAPEZ, 2014, p. 121).
Para que seja considerado participação em suicídio, o suicida deve ser maior de idade e ter discernimento de seus atos, ter capacidade de resistência. Caso contrário quem participou será enquadrado no homicídio.
Observação:
Se o suicida for submetido a violência ou grave ameaça por parte de outrem, o crime será de homicídio. A violência ou grave ameaça exclui a voluntariedade e, por consequência, não há de se falar em suicídio.
Ex: Roberto aponta uma arma para a cabeça do filho de Rogério, e determina, caso Rogério não se jogue do 8º andar, o seu filho será assassinado.
Neste caso, houve uma grave ameaça, não esteve presente a voluntariedade de Rogério, sendo assim, não ocorreu um suicídio e sim um homicídio por parte de Roberto.
FRAUDE:
A fraude exclui a consciência quanto ao suicídio, portanto ocorrerá homicídio, respondendo o autor da fraude por esse delito. 
Ex: Colocar veneno na bebida da vítima e convencê-la a tomar. (CAPEZ, 2011).
- OBJETO JURÍDICO:
Tutela o direito à vida e sua preservação. A ninguém é dado o direito de ser cúmplice na morte de outrem, ainda que haja o consentimento deste, pois a vida é um bem indisponível. (CAPEZ, 2011, p. 122).
NÚCLEOS DO TIPO (VERBO)
É composto por três verbos; induzir, instigar ou auxiliar. Trata-se de um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou conteúdo variado). O agente, ainda que realize todas as condutas, responde por um só crime.Trata-se de um tipo misto alternativo, crime de ação múltipla ou conteúdo variado.
A participação em suicídio pode ser:
Mediante induzimento ou instigação
MORAL
É realizada por meio de auxílio.
MATERIAL
O delito em estudo é também classificado como crime de ação livre, pois não exige o tipo qualquer forma especial de execução do delito, podendo este ser praticado por qualquer meio, comissivo ou omissivo. (CAPEZ, 2014, p. 123).
Ex: Fornecer a arma para que a vítima se suicide, fornecer o veneno, ou então;
 Ex: Diretor de prisão que intencionalmente não evita que o condenado morra devido à greve de fome;
Ex: Pai que não impede que a filha seduzida ponha termo a sua vida em virtude desse fato desonroso. 
TRÊS SÃO AS AÇÕES PREVISTAS PELO TIPO PENAL:
INDUZIR:
Dar ideia a alguém que ainda tinha pensado em suicídio, ou seja, criar a ideia de suicídio na cabeça da vítima.
Ex: Fanáticos Religiosos;
Ex: Alguém que tenha perdido o emprego
Participação Moral
INSTIGAR:
Reforçar, estimular a ideia suicida preexistente na mente da vítima.
Encorajar um desejo já existente. Na instigação, o sujeito ativo potencializa a ideia de suicídio que já havia na mente da vítima.
Ex. Induz o pai que, ciente do desígnio suicida da filha seduzida, lhe conta que assim também agiu determinada mulher, revelando honra e brio.
Participação Moral
AUXÍLIAR:
O agente colabora com a própria prática do suicídio.
Consiste na prestação de ajuda material, que tem caráter meramente secundário. O auxílio pode ser concedido antes ou durante a pratica do suicídio.
Ex: Fornecer corda, arma, veneno, etc.
Obs: O auxílio é eminentemente acessório, limitando-se o agente a fornecer meios, ministrar instruções sobre o modo de emprega-los, a criar condições de viabilidade do suicídio, frustrar a vigilância de outrem, a impedir ou dificultar o imediato socorro.
Participação Material
QUESTÃO:
O crime do artigo 122 pode ser praticado por omissão?
Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça.
R: SIM, quando existir o dever jurídico de impedir o resultado.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissãosem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Se o agente tem o dever de impedir o resultado e a sua omissão acaba sendo causa para a produção do evento, então é possível o auxílio através de uma conduta omissiva.
Ex: O pai que deixa o filho, sob o pátrio poder (poder familiar), suicidar-se, 
Ex: O parente obrigado a alimentos que não impede que o assistido movido por necessidade ou miséria, se mate.
– SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa que tenha alguma capacidade de discernimento e resistência.
Nos casos de ausência de capacidade de entendimento da vítima (louco, criança), o agente será considerado autor mediato do delito de homicídio, uma vez que a vítima, em face da ausência da capacidade penal, serviu como mero instrumento para que o agente lograsse o seu propósito criminoso, qual, seja, eliminar a vida do inimputável. (CAPEZ, 2014, p. 126).
Ex: Fornecer uma arma a um louco e determinar que este atire contra si próprio.
A vítima será determinada, ainda que haja mais de uma. A instigação, a indução ou o auxílio de caráter geral, que atinjam pessoas incertas, por meio de livro, discos, espetáculos, não tipificam a conduta de que se cuida.
– ELEMENTO SUBJETIVO
O elemento subjetivo do delito de participação em suicídio é somente o dolo (direto ou eventual), consiste na vontade livre e consciente de concorrer para que a vítima se suicide.
DOLO DIRETO
Consiste na previsibilidade do suicídio da vítima
DOLO EVENTUAL
Observação: 
Deve haver seriedade na conduta; (NÃO É ACEITO DE FORMA DE BRINCADEIRA);
Dolo Direto: É a vontade de conseguir a morte de alguém, não pelas próprias mãos, mas pelas dele, o que constitui a essência do crime. 
Ex: Se Isabela, em tom jocoso (engraçado), diz a Rogério que ele deve matar-se, e Rogério vem a consumar o suicídio, é obvio que Isabela não deverá responder pelo delito do art. 122, na medida em que ele não quis concorrer de modo algum para tal evento.
Não há previsão legal de forma culposa no tipo do artigo 122 do Código Penal.
– PENASe resultar em Lesão Leve:
Não haverá punição, fato atípico.
No caso de morte, a pena será de 2 (dois) a 6 (seis) anos de reclusão; se a vítima sofrer lesão grave, de 1 (um) a 3 (três) anos de reclusão.
Conclui-se que o legislador não quis punir as outras hipóteses, como a lesão leve e a forma culposa.
Só será penalizado, se houver morte ou lesão corporal grave/gravíssima.
– CONSUMAÇÃO
Ocorre quando a vítima morre ou sofre lesões graves. Consideram-se a lesão grave ou a morte, elementares do crime (estas geralmente se encontram no preceito primário, mas no crime do artigo 122 do código penal, estão no preceito secundário).
Estamos diante de um crime material que exige a produção do resultado morte ou lesão corporal grave/gravíssima para a sua consumação. Se houver lesão corporal leve ou a vítima não sofrer nenhuma lesão, o fato não é punível, será atípico.
Se a vítima morre
O crime está consumado
O crime está consumado
Se a vítima sofre lesão grave/gravíssima
Se a vítima sofre lesão leve, ou nenhuma lesão
O fato será atípico
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
 
§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
– AUMENTO DE PENA: ART. 122, PARÁGRAFO ÚNICO, CPB.
Parágrafo Único: A pena é duplicada:
Aumento de Pena:
I – Se o crime é praticado por motivo egoístico;
É aquele que diz respeito a interesse próprio, à obtenção de vantagem pessoal. 
O sujeito visa tirar proveito, de qualquer modo, do suicídio.
Ex: Recebimento de herança.
II – Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência;
Funda-se na menor capacidade de resistência moral da vítima à criação ou estímulo do propósito do suicida por parte do agente.
Menor: Pessoa que não tenha condições inibidora a esse comportamento.
HÁ, PORTANTO TRÊS CATEGORIAS:
Crime Simples de Participação em Suicídio
Vítima tem 18 anos ou mais
Vítima menor de 18 anos e maior de 14 anos, com alguma capacidade de entendimento.
Crime Participação em Suicídio com aumento de Pena (duplicada)
Vítima menor de 14 anos
Crime de Homicídio
– AÇÃO PENAL
Ação Penal Pública Incondicionada
Ação Penal Pública Incondicionada será promovida por denúncia do Ministério Público – e não é preciso a autorização ou representação de ninguém. O promotor de Justiça não tem um querer, mas um dever de promover a denúncia.
PACTO DE MORTE:
Ocorre quando duas pessoas resolvem suicidar-se juntas, em razão de dificuldades que não conseguem superar. O caso mais comum é o da sala ou do quarto com gás aberto, que apresenta as seguintes hipóteses e consequências: (CAPEZ, 2014, p. 132).
Quem abriu a torneira, responde pelo crime de homicídio (art. 121 do CP), pois realizou o ato executório de matar;
Quem não abriu a torneira, responde pelo crime previsto no art. 122 do CP. (Participação em Suicídio)
Se os dois sobrevivem, havendo lesão corporal de natureza grave:
Quem abriu a torneira, responde pelo crime de homicídio tentado (art. 121, caput, c/c o art. 14, II, do CP);
Quem não abriu a torneira, responde pelo crime previsto no art. 122 do CP.
Se os dois sobrevivem, e não há lesão corporal de natureza grave:
Quem abriu a torneira, responde pelo crime de homicídio tentado (art. 121, caput, c/c o art. 14, II, do CP);
Quem não abriu a torneira, não responde por nada, pois se trata de fato atípico;
Se os dois sobrevivem, e ambos abriram a torneira:
Respondem por homicídio tentado (art. 121, caput, c/c o art. 14, II, do CP)
ROLETA-RUSSA E DUELO AMERICANO
Na roleta-russa há uma arma, com um só projétil, que deverá ser disparada sucessivamente pelos participantes, rolando o tambor cada um em sua vez. No duela americano, tem-se duas armas e apenas uma delas está carregada. Em ambos os casos, os sobreviventes respondem por participação em suicídio. (CAPEZ, 2014, p. 132).
Emprego de fraude:
Se houver fraude indutora de erro no procedimento da vítima (o agente leva a vítima a disparar arma contra sua cabeça por fazê-la supor descarregada), haverá, na exata medida em que não se terá pelo ofendido o propósito imanente ao ato suicida (a voluntária e consciente supressão da própria vida: a vítima, nesse caso, não quis se matar), o agente responderá por homicídio. (CAPEZ, 2014, p. 132).INFANTICÍDIO
3 – INFANTICÍDIO – ART 123 CPB
Art. 123 – Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
CONCEITO
Podemos definir o infanticídio como a ocisão (eliminação) da vida do ser nascente (está nascendo) ou do neonato (recém-nascido), realizada pela própria mãe, que se encontra sob a influência do estado puerperal. Possui o mesmo núcleo do tipo de homicídio, matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. (CAPEZ, 2011, p. 134).
Trata-se de uma espécie de homicídio privilegiado, cujo privilegium é concedido em virtude da “influência do estado puerperal” sob o qual se encontra a parturiente. É que o estado puerperal, por vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto inibição, levando-a a eliminar a vida do infante. (CAPEZ, 2014, p. 135).
PENA – DETENÇÃO: DE 2 (DOIS) A 6 (SEIS) ANOS.
Sãoaqueles que só podem ser cometidos por determinadas pessoas. (Neste caso a Mãe)
CRIME PRÓPRIO: 
Os que podem ser praticados de qualquer modo pelo agente, não havendo, no tipo penal, qualquer vínculo com o método.
FORMA LIVRE
No infanticídio cabe a tentativa
PROVAÇÃO DO ESTADO PUERPERAL
Para se constatar o infanticídio, deve-se verificar o estado puerperal da mãe.
Estado Puerperal: é o conjunto de alterações psíquicas que podem ocorrer no organismo da mulher em razão do fenômeno do parto. O estado puerperal não se presume; tem que ser provado por perícia médica, mas, se os médicos ficarem em dúvida sobre a existência e o laudo for inconclusivo, será presumido o estado puerperal, aplicando-se o in dubio pro reo. (CAPEZ, 2011, p. 136-137).
Se os médicos ficarem em dúvida sobre a existência do estado puerperal, e os laudo for inconclusivo, será presumido o estado puerperal, aplicando-se o in dubio pro reo.
PUERPÉREO CARÁTER BIOLÓGICO
ELEMENTAR
OBSERVAÇÕES:
Se o crime acontecer:
ANTES DO PARTO
ABORTO
INFANTICIDIO
DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO
APÓS CERTO TEMPO DE NASCIDO
HOMICÍDIO
OBJETO JURÍDICO
Tutela a norma penal o direito à vida, contudo a vida humana extrauterina, assim como no delito de homicídio. Preocupa-se o Estado em preservar a vida do indivíduo desde o começo de seu nascimento. (CAPEZ, 2011, p. 135).
OBJETO JURÍDICO: A VIDA 
ELEMENTARES DO CRIME
A ação nuclear (verbo) da figura típica é o verbo matar, (matar o próprio filho) assim como no delito de homicídio, que significa destruir a vida alheia, no caso a eliminação da vida do próprio filho pela mãe.
Matar, aplicam-se as regras do homicídio quanto a esse verbo: Consumação, tentativa, etc.
OBSERVAÇÕES:
Se o sujeito passivo já se encontrava morto, se trata de crime impossível. Com base nesses dados é possível afirmar que a morte do ser nascente pela mãe sem que se logre constatar que ele se encontrava biologicamente vivo quando da pratica do ato, constituirá crime impossível pela absoluta impropriedade do objeto (CP, art. 17). (CAPEZ, 2014, p. 137).
Se a mãe matar um adulto sob influência do puerpério, responderá pelo delito de homicídio.
INFANTICÍDIO PUTATIVO
Se a mãe, por erro, matar outra criança sob influência do estado puerperal, haverá infanticídio putativo. (artigo 20, § 3º, do CP, erro quanto a pessoa).
A mãe que, sob influência de estado puerperal, e logo após o parto, mata o neonato de outrem, supondo ser o próprio filho, responderá pelo crime de infanticídio, aplicando-se o constante no art. 20, §3º, do Código Penal.
AGRAVANTES:
Não incidem as agravantes previstas no art. 61, II, e (e h) do CP (crime cometido contra descendentes e contra criança), vez que integram a descrição do delito de infanticídio.
Caso incidissem, haveria bis in idem.
INFANTICIDIO X ABANDO DE RECÉM-NASCIDO QUALIFICADO PELA MORTE (ART. 134, § 2º, CPB)
No infanticídio existe o dolo de matar e a mulher age em razão do estado puerperal, enquanto no abandono, o dolo é apenas abandonar o recém-nascido para ocultar desonra própria, e o evento morte decorre da culpa.
Se a mãe abandona o recém-nascido em lugar ermo (deserto), sob condições que o farão perecer, com o fim de provocar sua morte, haverá dolo direto ou eventual de dano, e, portanto, crime de dano. Se a conduta se der logo após o parto e sob influência do estado puerperal, haverá o infanticídio, na ausência de tais circunstância haverá o homicídio.
ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo: Crime pode ser praticado pelo agente a título de dolo direto ou eventual.
1ª Corrente:
Damásio de Jesus, entende que, estando a mulher sob a influência do estado puerperal, a genitora não responderá nem por infanticídio e nem por homicídio, não se pode exigir dela uma conduta de cuidado (cuidado do homem comum) e prudência, sendo, portanto, atípico o fato (incompatibilidade entre a conduta culposa e o estado puerperal). (CAPEZ, 2011, p. 139).
2ª Corrente:
Assim, se a morte da criança resulta de conduta culposa da mãe, mesmo que esta esteja sob a influência do estado puerperal, o crime será de homicídio culposo. É o que defende, Nelson Hungria, Mirabete, Bittencourt e Magalhães Noronha.
SUJEITO ATIVO
É a mãe sob estado puerperal. O infanticídio é crime próprio.
Somente a mãe puérpera, ou seja, a genitora que se encontra sob influência do estado puerperal, pode praticar o crime em tela.
MÃE sob estado puerperal
Nada impede, contudo, que terceiro responda por esse delito na modalidade de concurso de pessoas (coautoria ou participe).
– SUJEITO PASSIVO
O código faz expressa referência ao filho, “durante o parto ou logo após”. Haverá o delito de infanticídio se for constatado que o feto nascente estava vivo. Não se cuida aqui de sua vitalidade, ou seja, a capacidade de viver fora do útero materno, pois, tal indagação é indiferente. Basta que esteja vivo, tenha apresentado o mínimo de atividade funcional. 
FILHO “ser nascente” ou “neonato”
– CONCURSO DE PESSOAS
O crime de infanticídio é composto pelos seguintes elementos: Art. 123 do CP.
Sujeito Ativo
Elementar
Ser mãe
Núcleo (verbo)
Elementar
Matar
Sujeito Passivo
Elementar
O próprio filho
Elementar
Durante o parto ou logo após
Elementar
Sob a influência do estado puerperal
ELEMENTAR:
São os elementos que fazem parte da estrutura do crime, de tal maneira que se retirada ou retiradas tornará o fato atípico ou ocorrerá a tipicidade relativa. Em via de regra estão descritas no caput do artigo. (existem exceções, sendo encontradas elementares fora do caput ex. art. 312, § 1º peculato). 
CIRCUNSTÂNCIAS:
Não fazem parte da estrutura do crime, se verificadas (agregadas ao crime) tem o condão de aumentar ou diminuir as consequências jurídicas. A ausência de uma circunstância não torna o fato atípico, 
Ex1: No crime de furto: 
Subtrair para si, coisa alheia móvel
Elementares do crime
Se eu subtraio coisa própria, ou seja, a elementar ALHEIA está fora, o fato deixa de ser típico, não será crime.
Ex2: No crime de furto:
à noite
Subtrair para si, coisa alheia móvel
ELEMENTAR
CIRCUNSTÂNCIA
Se o agente subtrair para si, coisa alheia móvel a noite, esta circunstância noite irá aumentar a pena.
Obs: As qualificadoras, são circunstâncias que agregadas ao tipo principal (elementar) e aumentam a pena.
Ex3: Crime de homicídio: art. 121 do CP
Elementar
Matar Alguém
Se o agente mata um cachorro, faltou a elementar alguém, não responderá por homicídio. (poderá responder por outro delito).
Utilizando veneno
Matar Alguém
Circunstância
Elementar
Se o agente matar alguém, utilizando de veneno, esta circunstância veneno, irá aumentar a pena.
É possível concurso de pessoas (coautoria ou participação) no infanticídio?
Excluído algum dos dados constantes do infanticídio, a figura típica deixará de existir como tal, passando a ser outro crime (atipicidade relativa). Portanto os componentes do tipo, inclusive o estado puerperal, são elementares desse crime. Sendo elementares, comunicam-se ao coautor ou participe (CP, Art. 30), salvo quando este desconhecer a sua existência, a fim de evitar a responsabilidade objetiva. Diferentes, porém, poderão ser as consequências, conforme o terceiro seja autor, coautor ou participe. Há três situações possíveis: (CAPEZ, 2014, p. 142).
SIM, É POSSÍVEL O CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO. 
O infanticídio alcança os coautores e partícipes. 
AS ELEMENTARES SE COMUNICAM
Mãe que mata o próprio filho, contudo com o auxílio de terceiro:
A mãe é autora de infanticídio, e as elementares desse crime comunicam-se ao partícipe, que, assim, responde também por infanticídio. A circunstância de caráter pessoal (estado puerperal), na verdade, não é uma circunstância, mais elementar (faz parte da estrutura do crime), logo, comunica-se

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