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1 
 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS 
DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES 
 
 
 
 
 
DEFEITOS E ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E 
REABILITAÇÃO EM PAVIMENTOS ASFÁLTICOS 
 
 
5
41
2
3
 
 
José Leomar Fernandes Júnior 
Sandra Oda 
Luiz Francisco Zerbini 
 
 
 
 
 
São Carlos, Janeiro de 1999. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
SUMÁRIO ................................................................................................................................................ 2 
1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 
2 - RELAÇÃO ENTRE A MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTOS E OS SISTEMAS DE GERÊNCIA .. 6 
2.1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 6 
2.2 - AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DOS PAVIMENTOS ................................................................................ 7 
2.2.1 - Avaliação Subjetiva da Superfície de Rolamento .................................................................... 7 
2.2.2 - Avaliação Objetiva da Condição dos Pavimentos ................................................................... 9 
2.3 - LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO.....................................................................................14 
2.3.1 - Manuais para Identificação de Defeitos ................................................................................14 
2.3.2 - Métodos de Levantamento de Defeitos no Campo ...............................................................21 
2.3.3 - Equipamentos para Avaliação de Defeitos ............................................................................21 
3 - DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS E SELEÇÃO DE ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO ............27 
3.1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................................27 
3.2 - SELEÇÃO DAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO ......................................................28 
3.3 - ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO ......................................................................................................39 
3.3.1 - Remendos ............................................................................................................................39 
3.3.2 - Capas selantes......................................................................................................................40 
3.4 - ATIVIDADES DE REABILITAÇÃO .......................................................................................................41 
4 - EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTOS ..............................43 
4.1 - TRINCAS POR FADIGA.....................................................................................................................43 
4.2 - TRINCAS EM BLOCOS......................................................................................................................47 
4.3 - TRINCAS NOS BORDOS ...................................................................................................................49 
4.4 - TRINCAS LONGITUDINAIS ...............................................................................................................50 
4.5 - TRINCAS POR REFLEXÃO .................................................................................................................50 
4.6 - TRINCAS TRANSVERSAIS .................................................................................................................52 
4.7 - REMENDOS ....................................................................................................................................52 
4.8 - PANELAS ........................................................................................................................................52 
4.9 - DEFORMAÇÃO PERMANENTE NAS TRILHAS DE RODA .....................................................................54 
4.10 - CORRUGAÇÃO ..............................................................................................................................55 
4.11 - EXSUDAÇÃO .................................................................................................................................58 
4.12 - AGREGADOS POLIDOS ..................................................................................................................59 
4.13 - DESGASTE ....................................................................................................................................59 
4.14 - DESNÍVEL ENTRE PISTA E ACOSTAMENTO .....................................................................................60 
4.15 - BOMBEAMENTO ..........................................................................................................................61 
4.16 - TRATAMENTOS SUPERFICIAIS .......................................................................................................61 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................................64 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
Os pavimentos são estruturas complexas, que envolvem muitas variáveis, tais como: cargas do tráfego, 
solicitações ambientais, técnicas construtivas, práticas de manutenção e reabilitação, tipo e qualidade 
dos materiais etc. Representam parcela expressiva da infraestrutura de transportes e, portanto, 
melhoramentos marginais nos seus componentes podem resultar em grandes economias em termos 
absolutos. 
 
A gerência de pavimentos, segundo HAAS, HUDSON e ZANIEWSKI (1994), é um processo que abrange 
todas as atividades envolvidas com o propósito de fornecer e manter pavimentos em um nível 
adequado de serviço. Envolve desde a obtenção inicial de informações para o planejamento e 
elaboração de orçamento até a monitorização periódica do pavimento em serviço, passando pelo 
projeto e construção do pavimento e sua manutenção e reabilitação ao longo do tempo. 
 
Dentro de um Sistema de Gerência de Pavimentos, é de 
grande importância a execução das atividades de 
manutenção e reabilitação. Não bastam a escolha da 
melhor estratégia de intervenção e o estabelecimento da 
melhor lista de prioridades, é necessário também que os 
serviços sejam executados corretamente. As atividades 
de manutenção e reabilitação de pavimentos (Figura 1.1) 
devem ser realizadas de forma contínua, devido ao 
constante aparecimento de defeitos, causados pelas 
solicitações impostas pelo tráfego e pelo meio ambiente. 
 
FIGURA 1.1 - Equipe de manutenção de 
pavimentos trabalhando. 
 
Assim, as causas da deterioração dos pavimentos podem ser agrupadas em: 
 
 solicitações do tráfego: associadas, principalmente, à carga por eixo, ao tipo de eixo (simples, tandem 
duplo e tandem triplo), ao tipo de rodagem (simples, duplo e extralargo), à pressão de enchimento 
dos pneus e ao tipo de suspensão (feixe de molas e pneumático); 
 solicitações climáticas: principalmente variações de temperatura e de teor de umidade (Figuras 1.2 e 
1.3). 
 
 
 
4 
 
FIGURA 1.2 - Chuva sobre pavimento. FIGURA 1.3 - Água na pista. 
 
A deterioração do pavimento pode manifestar-se sob diferentes formas: trincas (por fadiga, em blocos, 
nos bordos, longitudinais, por reflexão e transversais), remendos, panelas (ou buracos), distorções 
(acúmulo de deformação permanente nas trilhas de roda e corrugação), defeitos na superfície 
(desintegração ou desgaste, agregados polidos e exsudação), desnível entrepista e acostamento e 
bombeamento (saída de água pelas trincas do pavimento sob ação das cargas do tráfego). 
 
A detecção dos defeitos nos estágios iniciais é uma das tarefas mais importantes da manutenção (Figura 
1.4). Trincas e outras fraturas no pavimento, que inicialmente quase não são percebidas pelos usuários, 
podem evoluir rapidamente e causar sérios problemas se não forem prontamente seladas. 
 
Existem outras pequenas evidências, como lama ou água no pavimento ou no acostamento (Figura 1.5), 
que podem indicar a um observador experiente que sérios problemas podem vir a ocorrer. Uma vez 
descobertos, é importante que se encontre a causa de cada problema e se inicie prontamente seu 
reparo. 
 
 
FIGURA 1.4 - Inspeção de trincas. FIGURA 1.5 - Afloramento de água na pista. 
 
 
 
5 
As técnicas de reparo que são apresentadas neste 
trabalho não são a única maneira correta de se 
executar os serviços de manutenção e reabilitação, 
mas, comprovadamente, resultam em uma melhora 
significativa e duradoura dos pavimentos. Variam 
do simples preenchimento das trincas com 
emulsões asfálticas ou com asfaltos diluídos 
(“recortados”) até a remoção completa da área 
afetada, instalação de drenagem e execução de um 
remendo profundo. 
 
FIGURA 1.6 - Exemplo de excelente trabalho de reparo. 
 
O método de reparo depende da causa da deterioração, que deve ser totalmente eliminada para o 
defeito não tornar a ocorrer (Figura 1.6). Depende, também, da extensão e severidade das formas de 
deterioração que ocorrem na seção de pavimento. 
 
Infelizmente, muitos organismos rodoviários e prefeituras de municípios brasileiros têm realizado 
atividades de manutenção e reabilitação de pavimentos à margem das recomendações técnicas, em 
função da ausência de investimentos técnico-gerenciais e do mau preparo, da falta de especialização e 
da desmotivação das equipes técnicas. Este trabalho procura contribuir para a formação dos alunos 
neste importante campo da Engenharia de Transportes (Infra-estrutura Viária) e, conseqüentemente, 
para a mudança da situação atual. 
 
Nesse sentido, discute, inicialmente, os conceitos básicos dos Sistemas de Gerência de Pavimentos, 
tratando das formas de avaliação da condição dos pavimentos, dos níveis de decisão e dos critérios para 
a definição de estratégias e seleção de atividades de manutenção e reabilitação. Apresenta um quadro 
resumo com as principais características, níveis de severidade, formas de quantificação, causas 
prováveis e atividades de manutenção e reabilitação mais indicadas para cada um dos defeitos. 
Finalmente, apresenta os processos construtivos das principais atividades de manutenção e reabilitação 
de pavimentos flexíveis. 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
2 - RELAÇÃO ENTRE A MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTOS E OS 
SISTEMAS DE GERÊNCIA 
2.1 - INTRODUÇÃO 
Os Sistemas de Gerência de Pavimentos, que visam a obtenção do melhor retorno possível para os 
recursos investidos, provendo pavimentos seguros, confortáveis e econômicos aos usuários, 
representam a possibilidade de se avançar de um esquema de manutenção baseado apenas na correção 
de problemas para um sistema de manutenção planejada, capaz de prolongar a vida útil e garantir 
padrões mínimos de serviço em toda a malha viária. Um dos objetivos principais da gerência de 
pavimentos é fornecer respostas para as questões: 
 
1. O que precisa ser feito numa determinada rede de pavimentos? (seleção da estratégia ótima); 
2. Como devem ser executados os serviços? (definição das atividades de manutenção e reabilitação 
para cada seção); 
3. Quando serão necessárias intervenções para evitar a ruptura e prolongar a vida em serviço do 
pavimento? 
4. Onde se localizam os projetos prioritários? 
 
Dentre as perguntas anteriores, trata-se, neste trabalho, principalmente da questão 2 (Figura 2.1). As 
outras são abordadas em trabalhos que têm por objeto de estudo a gerência de pavimentos, 
particularmente a tomada de decisões em nível de rede. 
 
IDENTIFICAÇÃO E
INVENTÁRIO DA REDE
Reforço
Estrutural
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO
DOS PAVIMENTOS
NÃO FAZER NADA MANUTENÇÃO REABILITAÇÃO
ReconstruçãoCorretiva Preventiva
ANÁLISE
ECONÔMICA
LISTA DE
PRIORIDADES
 
FIGURA 2.1 - Relação das estratégias de manutenção e reabilitação com as outras etapas de um sistema de 
gerência de pavimentos (MAPC, 1986). 
 
 
7 
O primeiro passo no desenvolvimento de um sistema de gerência de pavimentos consiste na definição 
das seções de análise, geralmente em função do volume de tráfego, do tipo de pavimento, do tipo e 
espessura de cada camada, do tipo de subleito e do estado de conservação do pavimento. Em seguida, 
procede-se um levantamento da condição atual do pavimento, registrando-se as extensões e os níveis 
de severidade de cada forma de deterioração encontrada nas seções. Com base no inventário e na 
condição do pavimento, pode-se analisar, em nível de rede, diferentes estratégias de manutenção e 
reabilitação (por exemplo, “não fazer nada”, “manutenção corretiva”, “manutenção preventiva”, 
“recapeamento”, “reconstrução”). 
 
Posteriormente, passa-se à análise em nível de projeto, que consiste na definição das atividades de 
manutenção e, quando for o caso, no dimensionamento dos reforços e na reconstrução. Finalmente, são 
realizadas as análises econômicas e de priorização. 
 
2.2 - AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO DOS PAVIMENTOS 
Conforme apresentado anteriormente, os sistemas de gerência de pavimentos dependem da 
monitorização periódica do pavimento, responsável pela obtenção de informações sobre as 
características físicas da via ao longo do tempo. A seguir, discutem-se as formas de avaliação da 
condição dos pavimentos. 
 
2.2.1 - Avaliação Subjetiva da Superfície de Rolamento 
As avaliações subjetivas fornecem o estado de deterioração do pavimento utilizando-se do conceito de 
serventia, apresentado por CAREY e IRICK (1960) quando do AASHO Road Test. A serventia é definida 
como a habilidade de uma seção de pavimento, à época da observação, de servir ao tráfego de 
automóveis e caminhões, com elevados volumes e altas velocidades. A capacidade de um pavimento 
servir satisfatoriamente ao tráfego durante um dado período é o seu desempenho, que pode ser 
interpretado como a variação da serventia com o tempo e/ou tráfego (Figura 2.2). 
NÍVEL MÍNIMO ACEITÁVELSE
RV
EN
TI
A
TEMPO E/OU TRÁFEGO
VIDA ÚTIL
0
0
 
FIGURA 2.2 - Conceito de serventia-desempenho. 
 
CAREY e IRICK (1960) consideraram as seguintes hipóteses: 
 o propósito principal de um pavimento é servir ao público que trafega sobre ele; 
 as opiniões dos usuários são subjetivas, mas se relacionam com algumas características dos 
pavimentos passíveis de serem medidas objetivamente; 
 
 
8 
 a serventia de uma seção de rodovia pode ser expressa através de avaliações realizadas pelos 
usuários; 
 o desempenho de um pavimento é o histórico de sua serventia ao longo do tempo. 
 
O método utilizado por CAREY e IRICK (1960) consiste, inicialmente, na composição de uma equipe de 
avaliadores que atribuem “notas” ao pavimento. Cada avaliador utiliza uma ficha de avaliação (Figura 
2.3) para cada seção, registrando seu parecer em uma escala de 0 (péssimo) a 5 (ótimo). A média 
aritmética dessas avaliações subjetivas de serventia é definida como Valor de Serventia Atual (VSA). 
 
ACEITÁVEL?
ÓTIMO
Sim BOM
Não REGULAR
Indeciso RUIM
PÉSSIMO
Identificação da Seção: NOTA:
Avaliador:
Data: Hora: Veículo:
0
1
2
3
4
5
 
FIGURA 2.3 - Ficha para avaliação da serventia. 
 
Em uma etapa seguinte, é feita a análise estatísticapara correlacionar o VSA com valores obtidos 
através de medidas físicas de defeitos do próprio pavimento (trincas, remendos, acúmulo de 
deformação permanente nas trilhas de roda, irregularidade longitudinal etc.). A previsão do valor do 
VSA a partir dessas avaliações objetivas é definida como Índice de Serventia Atual (ISA). 
 
As condições impostas pela norma DNER-PRO 07/94 (Avaliação Subjetiva da Superfície de Pavimentos - 
DNER, 1994) são: 
 cada avaliador deve considerar somente o estado atual da superfície de rolamento; 
 a avaliação deve ser feita sob condições climáticas totalmente favoráveis (sem chuva, nevoeiro, 
neblina etc.); 
 devem ser ignorados os aspectos do projeto geométrico (largura de faixas, traçado em planta, 
rampas etc.), assim como a resistência à derrapagem do revestimento; 
 devem ser considerados principalmente os buracos, saliências e as irregularidades transversais e 
longitudinais da superfície; 
 devem ser desprezadas eventuais irregularidades causadas por recalques de bueiros; 
 cada trecho deve ser avaliado independentemente e não deve haver troca de informações entre os 
avaliadores; 
 cada avaliador deve considerar o conforto proporcionado pelo pavimento caso tivesse que utilizá-lo 
dirigindo um veículo durante 8 horas ou ao longo de 800 km. 
 
 
 
9 
2.2.2 - Avaliação Objetiva da Condição dos Pavimentos 
A avaliação objetiva da condição dos pavimentos compreende: 
a) Avaliação da irregularidade superficial: o desempenho do pavimento, ou seja, sua capacidade de 
servir ao tráfego com conforto, segurança e economia, está intimamente relacionado com a 
irregularidade longitudinal. A irregularidade longitudinal, definida como o desvio de pontos da 
superfície do pavimento em relação a um plano de referência e medida ao longo da trajetória dos 
veículos (“trilhas de roda”), afeta a qualidade de rolamento (conforto e segurança), as cargas 
dinâmicas transmitidas ao pavimento e os custos de operação dos veículos (consumo de combustível 
e lubrificante, desgaste dos pneus etc.). Pode ser quantificada por perfilômetros (Figuras 2.4 e 2.5), 
perfilógrafos (Figura 2.6) e veículos equipados com acelerômetros (Figura 2.7) ou medidores do tipo 
“resposta” (Figura 2.8). No Brasil, tem sido utilizado pelo DNER e DERs o integrador de irregularidade 
longitudinal IPR-USP (DOMINGUES, 1993); 
 
 
FIGURA 2.4 - Perfilômetro CHLOE, utilizado no AASHO Road Test. 
 
 
 
FIGURA 2.5 - Esquema do Perfilômetro CHLOE (HAAS et al., 1994). 
 
 
10 
 
FIGURA 2.6 - Esquema de um perfilógrafo (HAAS et al., 1994). 
 
 
 
FIGURA 2.7 - Car Road Meter: equipado com acelerômetro, desenvolvido pelo FHWA (Federal Highway 
Administration). 
 
 
FIGURA 2.8 - Maysmeter: medidor de irregularidade longitudinal do tipo resposta (HAAS et al., 1994). 
 
b) Ensaios estruturais: podem ser destrutivos, mediante avaliação da capacidade de suporte in situ e 
de amostras coletadas, ou não destrutivos, envolvendo a medida de deflexões superficiais causadas 
por um carregamento conhecido. Para a avaliação estrutural não destrutiva têm sido utilizados a viga 
 
 
11 
Benkelman (Figuras 2.9, 2.10 e 2.11), os defletômetros vibratórios (Figuras 2.12, 2.13 e 2.14) e os 
defletômetros de impacto (FWD, Falling Weight Deflectometer, Figuras 2.15, 2.16, 2.17 e 2.18); 
 
FIGURA 2.9 - Viga Benkelman. FIGURA 2.10 - Execução de ensaio com Viga 
Benkelman. 
 
 
FIGURA 2.11 - Esquema da Viga Benkelman. 
 
 
 
FIGURA 2.12 - Esquema de defletômetro vibratório. FIGURA 2.13 - Dynaflect: defletômetro vibratório. 
 
 
12 
 
FIGURA 2.14 - Road Rater: defletômetro vibratório. 
 
 
FIGURA 2.15 - Esquema do defletômetro de impacto (FWD). 
 
 
FIGURA 2.16 - Dynatest: defletômetro de impacto. 
 
 
13 
Geofones
Carga
Bacia de Deflexão
L1
L2
L6 L7
ICR = L1 - L2
ICB = L6 - L7
 
FIGURA 2.17 - Ensaio com defletômetro de impacto (FWD): bacia de deflexão e índices de curvatura do 
revestimento e da base. 
 
 
FIGURA 2.18 - KUAB: defletômetro de impacto. 
 
c) Atrito superficial: a avaliação do atrito superficial pneu-pavimento, relacionada à segurança, pode ser 
obtida através de equipamentos do tipo Mu-Meter (Figura 2.19), que consiste na medida das forças 
de atrito em um reboque trafegando com as rodas travadas, a diferentes velocidades, sobre um 
pavimento molhado; 
 
FIGURA 2.19 - Mu-Meter: medidor do coeficiente de atrito pneu-pavimento. 
 
d) Identificação de defeitos superficiais: o reconhecimento do tipo de defeito, a quantificação de sua 
extensão (freqüência de ocorrência ou área do revestimento sujeita a um determinado tipo de 
defeito) e a identificação do nível de severidade (nível de deterioração dos defeitos, normalmente 
classificado em baixo, médio e alto), juntamente com a determinação das causas dos defeitos, são de 
vital importância para seleção das estratégias de intervenção e definição das atividades de 
manutenção e reabilitação. 
 
 
14 
2.3 - LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO 
Um bom levantamento de defeitos deve: 
 identificar as seções que não necessitam de manutenção imediata; 
 identificar as seções que requerem apenas manutenção de rotina; 
 identificar e priorizar as seções que requerem manutenção preventiva; 
 identificar as seções que necessitam de reabilitação. 
 
2.3.1 - Manuais para Identificação de Defeitos 
Durante os trabalhos de levantamento de campo, geralmente surgem dúvidas relacionadas ao 
reconhecimento e à forma de medição dos defeitos. Vários manuais têm sido elaborados buscando 
estabelecer e uniformizar a nomenclatura, as definições, os conceitos e os métodos de levantamento 
dos principais defeitos observados nos pavimentos. 
 
Em virtude da necessidade de uniformização da coleta de dados, recomenda-se a adoção do manual de 
levantamento de defeitos no campo utilizado no Programa SHRP (Programa Estratégico de Pesquisas 
Rodoviárias). Estabelecido em 1987 pelo Congresso dos Estados Unidos, com uma dotação inicial de 150 
milhões de dólares, o Programa SHRP conta com a participação de mais de vinte países, inclusive o 
Brasil, que irão desenvolver pesquisas sobre pavimentação pelo período total de 20 anos. 
 
O manual do Programa de Pesquisa SHRP considera 15 tipos de defeitos em pavimentos flexíveis, 
identificando-os através de fotos e figuras. Apresenta, para cada tipo de defeito, a descrição, os níveis de 
severidade (inclusive com fotos) e a forma de quantificação da extensão, conforme apresentado na 
Tabela 2.1 e Figura 2.20 (SHRP, 1993). 
 
Existem outros manuais que são importantes como complemento ao Manual de Identificação de 
Defeitos dos Pavimentos do Programa SHRP: 
 Catálogo dos Defeitos dos Revestimentos dos Pavimentos (ARB, 1978): considera 64 tipos de defeitos 
(34 para pavimentos flexíveis), apresentando, para cada um deles, a descrição e possíveis causas; 
 AASHTO - Apêndice K: Defeitos Típicos (AASHTO, 1986): considera 17 tipos de defeitos (14 
coincidentes com o SHRP), apresentando, para cada um deles, a descrição, níveis de severidade e 
métodos de medição; 
 Manual para Identificação de Defeitos de Revestimentos Asfálticos de Pavimentos (DOMINGUES, 
1993): considera 24 tipos de defeitos, apresentando, para cada um deles, a descrição, mecanismo de 
ocorrência, localização, classe (funcional ou estrutural), níveis de severidade (fotos) e métodos de 
medição. 
 
Os manuais publicados em língua portuguesa (ARB, 1978 e DOMINGUES, 1993) podem ser utilizados, 
mas não se deve esquecer que eles também foram elaborados a partir das experiências francesa e 
americana e que apresentam limitações e deficiências eliminadas nas diversas revisõespor que passou 
o Manual do Programa SHRP (SMITH et al., 1987; CASTEDO et al., 1990). Neste trabalho consideram-se, 
portanto, as formas de deterioração utilizadas nos estudos sobre o Desempenho de Pavimentos a Longo 
Prazo (LTPP) do Programa Estratégico de Pesquisa Rodoviária (SHRP, 1993). 
 
 
15 
 
 
 
 
 
TABELA 2.1 - Identificação de defeitos nos pavimentos (SHRP, 1993). 
DEFEITO CARACTERÍSTICA NÍVEIS DE SEVERIDADE COMO MEDIR 
1 
 
TRINCAS POR FADIGA 
DO REVESTIMENTO 
 Áreas submetidas a cargas repetidas de 
tráfego 
 Forma: “couro de crocodilo” ou “tela de 
galinheiro” 
 Espaçamento inferior a 30 cm 
 BAIXA: poucas trincas conectadas, sem erosão nos bordos e sem 
evidência de bombeamento 
 MÉDIA: trincas conectadas e bordos levemente erodidos, mas sem 
evidência de bombeamento 
 ALTA: trincas erodidas nos bordos, movimentação dos blocos 
quando submetidos ao tráfego e com evidências de bombeamento 
 Registrar a área afetada (m2) para 
cada nível de severidade. 
 
2 
 
TRINCAS EM BLOCOS 
 Trincas que dividem o pavimento em 
pedaços aproximadamente 
retangulares 
 Tamanho dos blocos: 0,1 a 10 m2 
 BAIXA: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou seladas com 
material selante em boas condições 
 MÉDIA: trincas com abertura média entre 6 e 19 mm ou com 
trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa 
 ALTA: trincas com abertura média superior a 19 mm ou trincas 
aleatórias adjacentes com severidade média a alta 
 Registrar a área afetada (m2) para 
cada nível de severidade. 
3 
 
TRINCAS 
NOS BORDOS 
 Apenas para pavimentos com 
acostamentos não pavimentados 
 Dentro de uma faixa de 60 cm a partir 
da extremidade do pavimento 
 BAIXA: sem perda de material ou despedaçamento 
 MÉDIA: perda de material e despedaçamento em até 10% da 
extensão afetada 
 ALTA: perda de material e despedaçamento em mais de 10% da 
extensão afetada 
 Registrar a extensão afetada (m) 
para cada nível de severidade. 
4 
 
 
TRINCAS LONGITUDINAIS 
 Trincas predominantemente paralelas 
ao eixo, podendo se localizar dentro 
ou fora das trilhas de roda 
 BAIXA: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou seladas com 
material selante em boas condições 
 MÉDIA: trincas com abertura média entre 6 e 19 mm ou com 
trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa 
 ALTA: trincas com abertura média superior a 19 mm ou trincas com 
abertura média inferior a 19 mm mas com trincas aleatórias 
adjacentes com severidade média a alta 
 Registrar a extensão (m) das 
trincas longitudinais e os níveis 
de severidade correspondentes 
(nas trilhas de roda ou fora 
delas). 
 Registrar a extensão com selante 
em boas condições. 
 
 1. Fotografar ou filmar defeito não considerado pelo Manual; 
OBS: 2. Mapear EXSUDAÇÃO, AGREGADOS POLIDOS e DESGASTE apenas se ocorrerem em áreas localizadas; 
3. Caso contrário, registrar localização, extensão e nível de severidade no espaço destinado aos comentários, no Mapa de Localização dos Defeitos. 
 
 
16 
 
 
 
 
 
TABELA 2.1 - Identificação de defeitos nos pavimentos (continuação). 
DEFEITO CARACTERÍSTICA NÍVEIS DE SEVERIDADE COMO MEDIR 
5 
 
 
 
TRINCAS POR REFLEXÃO 
 
 Reflexão de trincas ou juntas das camadas 
inferiores 
 Recapeamento ou pavimentos novos 
(contração da base) 
 BAIXA: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou 
seladas com material selante em boas condições 
 MÉDIA: trincas com abertura média entre 6 e 19 mm ou 
com trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa 
 ALTA: trincas com abertura média superior a 19 mm ou 
trincas com abertura média inferior a 19 mm mas com 
trincas aleatórias adjacentes com severidade média a 
alta 
 Registrar, em separado, as trincas 
transversais e longitudinais. 
 Registrar o no de trincas transversais. 
 Registrar a extensão das trincas e os 
níveis de severidade. 
 Registrar a extensão com selante em 
boas condições. 
6 
 
 
TRINCAS TRANSVERSAIS 
 Trincas predominantemente 
perpendiculares ao eixo 
 Severidade de uma trinca: adotar a mais 
elevada, desde que represente pelo menos 
10% da extensão 
 BAIXA: trincas com abertura média inferior a 6 mm ou 
seladas com material selante em boas condições 
 MÉDIA: trincas com abertura média entre 6 e 19 mm ou 
com trincas aleatórias adjacentes com severidade baixa 
 ALTA: trincas com abertura média superior a 19 mm ou 
trincas com abertura média inferior a 19 mm mas com 
trincas aleatórias adjacentes com severidade média a 
alta 
 Registrar o no de trincas, a extensão e 
os níveis de severidade 
correspondentes. 
 Registrar a extensão com selante em 
boas condições. 
7 
 
REMENDOS 
 Porção da superfície do pavimento, maior 
que 0,1 m2, removida e substituída ou 
material aplicado ao pavimento após a 
construção inicial 
 Função da severidade dos defeitos apresentados pelo 
remendo 
 Registrar o no de remendos e a área 
afetada (m2) para cada nível de 
severidade. 
8 
 
 
PANELAS 
 
 Buracos resultantes de desintegração 
localizada, sob a ação do tráfego e em 
presença de água 
 Fragmentação, causada por trincas por 
fadiga ou desgaste, e remoção localizada de 
partes do revestimento 
 BAIXA: profundidade menor que 25 mm 
 MÉDIA: profundidade entre 25 e 50 mm 
 ALTA: profundidade maior que 50 mm 
 Registrar o no de panelas e a área 
afetada por cada nível de severidade. 
9 
DEFORMAÇÃO 
PERMANENTE 
 Depressão longitudinal nas trilhas de roda, 
em razão de densificação dos materiais ou 
ruptura por cisalhamento 
 Substituídos pelas medições da deformação 
permanente a cada 15 m 
 Registrar a máxima deformação 
permanente nas trilhas de roda. 
 
 
17 
 
 
 
 
 
TABELA 2.1 - Identificação de defeitos nos pavimentos (continuação). 
DEFEITO CARACTERÍSTICA NÍVEIS DE SEVERIDADE COMO MEDIR 
10 
 
CORRUGAÇÃO 
 Deformação plástica caracterizada pela 
formação de ondulações transversais na 
superfície do pavimento 
 Causada por esforços tangenciais (frenagem 
ou aceleração) 
 Associados aos efeitos sobre a qualidade do rolamento  Registrar o n
o
 de 
ocorrências e a área 
afetada (m2). 
11 
 
EXSUDAÇÃO 
 Excesso de ligante betuminoso na superfície 
do pavimento 
 
 BAIXA: mudança de coloração em relação ao restante do 
pavimento devido ao excesso de asfalto 
 MÉDIA: perda de textura superficial 
 ALTA: aparência brilhante; marcas de pneus evidentes em tempo 
quente; agregados cobertos pelo asfalto 
 Registrar a área afetada 
(m2) para cada nível de 
severidade. 
12 
 
AGREGADOS POLIDOS 
 Polimento (desgaste) dos agregados e do 
ligante betuminoso e exposição dos 
agregados graúdos 
 Comprometimento da segurança: redução 
do coeficiente de atrito pneu-pavimento 
 Níveis de polimento podem ser associados à redução no 
coeficiente de atrito pneu-pavimento 
 Registrar a área afetada 
(m2). 
13 
 
DESGASTE 
 Perda de adesividade do ligante betuminoso 
e desalojamento dos agregados 
 Envelhecimento, endurecimento, oxidação, 
volatilização, intemperização 
 BAIXA: início do desgaste, com perda de agregados miúdos 
 MÉDIA: textura superficial torna-se áspera, com perda de 
agregados miúdos e de alguns graúdos 
 ALTA: textura superficial muito áspera, com perda de agregados 
graúdos 
 Registrar a área afetada 
(m2) para cada nível de 
severidade. 
14 
DESNÍVEL 
(DEGRAU) 
 ENTRE PISTA E 
ACOSTAMENTO 
 
 Diferença de elevação entre a faixa de 
tráfego e o acostamento: camadas 
sucessivas de revestimento asfáltico; erosão 
de acostamento não pavimentado; 
consolidação diferencial 
 Substituídos pelas medições do desnível  Registraro desnível (mm) 
a cada 15 m, ao longo da 
interface pista-
acostamento. 
15 
 
 
BOMBEAMENTO 
 Saída de água pelas trincas do pavimento 
sob a ação das cargas do tráfego 
 Identificado pela deposição à superfície, de 
material carreado das camadas inferiores 
 Não aplicáveis porque o bombeamento depende do teor de 
umidade das camadas inferiores do pavimento 
 Registrar o no de 
ocorrências e a extensão 
afetada (m2). 
 
 
 
18 
PLANILHA 1
LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO
IDENTIFICAÇÃO DA SEÇÃO: ________________________________
DATA DO LEVANTAMENTO (DIA/MÊS/ANO): __ __ / __ __ / __ __
TÉCNICOS: ________________,_________________,_________________
NÍVEL DE SEVERIDADE
TIPO DE DEFEITO BAIXA MÉDIA ALTA
1. TRINCAS POR FADIGA (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
2. TRINCAS EM BLOCOS (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
3. TRINCAS NOS BORDOS (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
4. TRINCAS LONGITUDINAIS (m)
4a - Nas Trilhas de Roda
Selagem (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
4b - Fora das Trilhas de Roda
Selagem (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
5. TRINCAS POR REFLEXÃO
Número __ __ __ __ __ __ __ __ __
Trincas Transversais (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
Selagem (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
Trincas Longitudinais (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
Selagem (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
6. TRINCAS TRANSVERSAIS (m)
Número __ __ __ __ __ __ __ __ __
Extensão (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
Selagem (m) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
7. REMENDOS (Número) __ __ __ __ __ __ __ __ __
Área (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
 
FIGURA 2.20 - Planilhas para levantamento de campo. 
 
 
19 
PLANILHA 2
LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO
IDENTIFICAÇÃO DA SEÇÃO: ________________________________
DATA DO LEVANTAMENTO (DIA/MÊS/ANO): __ __ / __ __ / __ __
NÍVEL DE SEVERIDADE
TIPO DE DEFEITO BAIXA MÉDIA ALTA
8. PANELAS (Número) __ __ __ __ __ __ __ __ __
Área (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
9. DEFORMAÇÃO PERMANENTE NAS TRILHAS DE RODA
(% da extensão da seção) __ __ __ __ __ __ __ __ __
10. CORRUGAÇÃO (Número) __ __ __ __ __ __ __ __ __
Área (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
11. EXSUDAÇÃO (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
12. AGREGADOS POLIDOS (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
13. DESGASTE (m
2
) __ __ __.__ __ __ __.__ __ __ __.__
15. BOMBEAMENTO (Número) __ __ __
Extensão (m) __ __ __.__
16. OUTRO (Descrever)
OBSERVAÇÃO:
REGISTRAR "0" PARA OS TIPOS DE DETERIORAÇÃO E/OU NÍVEIS
DE SEVERIDADE NÃO ENCONTRADOS.
__ __ __.__ __ __ __.__
__ __ ____ __ __
 
FIGURA 2.20 - Planilhas para levantamento de campo (continuação). 
 
 
20 
PLANILHA 3
LEVANTAMENTO DE DEFEITOS NO CAMPO
IDENTIFICAÇÃO DA SEÇÃO: ________________________________
DATA DO LEVANTAMENTO (DIA/MÊS/ANO): __ __ / __ __ / __ __
9. DEFORMAÇÃO PERMANENTE NAS TRILHAS DE RODA
TRILHA INTERNA TRILHA EXTERNA
No. Distância (m) Deformação (mm) No. Distância (m) Deformação (mm)
1 0 __ __ __. 1 0 __ __ __.
2 15 __ __ __. 2 15 __ __ __.
3 30 __ __ __. 3 30 __ __ __.
4 45 __ __ __. 4 45 __ __ __.
5 60 __ __ __. 5 60 __ __ __.
6 75 __ __ __. 6 75 __ __ __.
7 90 __ __ __. 7 90 __ __ __.
8 105 __ __ __. 8 105 __ __ __.
9 120 __ __ __. 9 120 __ __ __.
10 135 __ __ __. 10 135 __ __ __.
11 150 __ __ __. 11 150 __ __ __.
14. DESNÍVEL ENTRE PISTA E ACOSTAMENTO
Leitura Distância (m) Desnível (mm)
1 0 __ __ __.
2 15 __ __ __.
3 30 __ __ __.
4 45 __ __ __.
5 60 __ __ __.
6 75 __ __ __.
7 90 __ __ __.
8 105 __ __ __.
9 120 __ __ __.
10 135 __ __ __.
11 150 __ __ __.
 
FIGURA 2.20 - Planilhas para levantamento de campo (continuação). 
 
 
21 
Para os defeitos considerados no manual do Programa SHRP (1993), pode-se fazer uma adaptação 
do manual da AASHTO (1986) e distinguir as causas principais (Tabela 2.2). 
 
TABELA 2.2 - Causas dos principais defeitos dos pavimentos asfálticos. 
 CAUSA PRINCIPAL 
TIPO DE DEFEITO Associada ao 
Tráfego 
Materiais e Meio 
Ambiente 
1.Trincas por Fadiga X 
2.Trincas em Blocos X 
3.Trincas nos Bordos (Laterais) X 
4.Trincas Longitudinais X 
5.Trincas por Reflexão X 
6.Trincas Transversais X 
7.Remendos X 
8.Panelas X 
9.Deformação Permanente nas Trilhas de Roda X 
10.Corrugação X 
11.Exsudação X 
12.Agregados Polidos X 
13.Desgaste X 
14.Desnível Pista-Acostamento X 
15.Bombeamento X X 
 
2.3.2 - Métodos de Levantamento de Defeitos no Campo 
O levantamento de defeitos no campo pode ser realizado através de avaliação de dentro de um veículo trafegando a baixa 
velocidade (20 a 30 km/h), com cobertura de toda a rede (mas com obtenção de dados de qualidade inferior), ou mediante 
caminhamento em seções selecionadas por amostragem. 
 
O tamanho da amostra depende dos tipos de defeitos, da precisão desejada, do tempo disponível e dos 
custos envolvidos, mas geralmente varia de 10 a 25% da rede (HAAS et al., 1994). A amostragem pode ser 
aleatória, conforme recomendado pela teoria estatística, ou em intervalos pré-determinados, conforme 
ocorre em alguns organismos rodoviários estrangeiros (no Departamento de Transportes do Texas, por 
exemplo). 
 
O levantamento detalhado (quantitativo) compreende a marcação das áreas afetadas pelos diferentes tipos 
de defeitos, tomando-se o cuidado de considerar como área afetada, em planta, pelo menos 20 cm além da 
manifestação do defeito na superfície do pavimento. Os retângulos envoltórios são marcados a giz e 
transcritos para formulários apropriados (“mapeamento”), conforme apresentado na Figura 2.21. 
 
Os defeitos são representados por símbolos apropriados e identificados por um número correspondente ao 
tipo de defeito, seguido pelo nível de severidade (Baixa, Média, Alta). Assim, por exemplo, um remendo 
(defeito 7) com severidade média é identificado como “7M” (Figura 2.22). 
 
2.3.3 - Equipamentos para Avaliação de Defeitos 
Procedimentos manuais para levantamento de campo podem ser relativamente lentos, não uniformes e 
passíveis de erros de transcrição, particularmente para grandes redes viárias. Em função disso, têm sido 
desenvolvidos veículos que fotografam ou filmam os pavimentos, para posterior análise em escritório. 
 
 
22 
 
SEÇÃO: 2 
Comentários: ACENTUADA IRREGULARIDADE LONGITUDINAL. 
 
6 
4 
5 
7 
2 
3 
1 
0 
2 5 1 3 6 8 9 7 4 0 12 10 11 13 14 15 m 
6 
4 
5 
7 
2 
3 
1 
0 
20 15 25 30 m 
7,7 
7B 
7,7 
X X X X X 
 X X X X 
X 
X 
1M 
1B 
X X 
X 
X 
8M 
8A 
1B 
1M X X X X X 
 X X X X 
X X X X X 
 X X X X X X X X X 
 X X X X 
X X X X X 
 X X X X 
X 
X X 
X 
X X 
X 
PARADA DE ÔNIBUS 
FOTO 3 
 
FIGURA 2.21 - Exemplo de mapeamento de defeitos (BERTOLLO, 1997). 
 
 
23 
 
 SÍMBOLOS DOS DEFEITOS 
1. Trincas por Fadiga 8. Panelas 
B, M, A* B, M, A* 
2. Trincas em Blocos 10. Corrugação 
B, M, A* 
S: Selada 
3. Trincas nos Bordos 11. Exsudação 
B, M, A* B, M, A* 
4. Trincas Longitudinais 12. Agregados Polidos 
B, M, A* 
S: Selada 
5. Trincas por Reflexão 13. Desgaste 
B, M, A* B, M, A* 
6. Trincas Transversais 15. Bombeamento 
B, M, A* 
S: Selada 
7. Remendos 9. Deformação Permanente nas 
B, M, A* Trilhas de Rodas** 
14. Desnível Pista/Acostamento 
* Níveis de severidade: Baixa, Média e Alta 
** 
TIPO DE DEFEITO SÍMBOLO SÍMBOLO TIPO DE DEFEITO 
Não indicado nomapeamento dos defeitos 
X 
X 
X X 
X 
s 
s 
s 
s 
 
FIGURA 2.22 - Símbolos utilizados para representação dos defeitos (adaptada de SHRP, 1993). 
 
 
 
 
 
 
24 
Os veículos de última geração não apenas registram as imagens do pavimento, como também permitem a 
classificação e quantificação dos tipos de defeitos com base em um gabarito pré-estabelecido, eliminando a 
subjetividade. Dentre os equipamentos existentes, HAAS et al. (1994) destacam o sistema ARAN (Figura 
2.23), que filma a superfície e registra os defeitos utilizando dois teclados (dois avaliadores por seção). 
 
Os equipamentos são transportados em um veículo que também carrega um sistema de aquisição de dados 
computadorizados e instrumentos para avaliar a irregularidade longitudinal (acelerômetros), a deformação 
permanente nas trilhas de roda (barra com sistema a laser para obtenção do perfil transversal), a condição 
da faixa de domínio (câmera de vídeo), as rampas e curvas horizontais (giroscópio) e as distâncias 
percorridas (odômetro). 
 
 
FIGURA 2.23 - ARAN: Analisador automático da superfície do pavimento. 
 
2.3.4 - Índices Combinados de Defeitos 
Os índices combinados de defeitos podem ser determinados através de avaliações subjetivas (feitas por 
painéis de avaliadores) ou calculados a partir de informações detalhadas sobre a extensão e nível de 
severidade de diferentes formas de deterioração dos pavimentos. A condição do pavimento pode ser 
quantificada, por exemplo, pelo Índice de Condição do Pavimento (ICP), que varia de 0 a 100, onde 100 
representa uma excelente condição do pavimento. Para o cálculo do ICP pode-se utilizar a equação 2.1, 
cujas variáveis Dij e fij são, respectivamente, extensão e fator de ponderação do defeito i com o nível de 
severidade j. 
 

i j
ijijxfDICP 100
 (2.1) 
 
 
25 
Como certos defeitos influem mais que outros para a perda de serventia do pavimento, cada nível de 
severidade de um determinado defeito deve ser associado a um fator de ponderação, sendo que os fatores 
de ponderação também devem ser ajustados para as condições operacionais e ambientais do local onde 
serão utilizados. 
 
Os valores dos índices combinados podem dar uma indicação sobre que estratégia de manutenção e 
reabilitação adotar, conforme apresentado na Figura 2.24. A Figura 2.25, adaptada do INSTITUTO DO 
ASFALTO (1981), apresenta um exemplo de planilha para quantificação do ICP contendo todos os defeitos 
considerados no Programa de Pesquisa SHRP. 
Reconstrução Recapeamento Manutenção
0 20 40 60 80 100
ICP 
FIGURA 2.24 - Estratégia de manutenção e reabilitação mais indicada com base no valor do ICP (INSTITUTO DO ASFALTO, 1989). 
 
 
PLANILHA PARA AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS 
 
 Rodovia ou Rua:_________________ Município ou Cidade:________________ 
 Código da Seção:_________________ 
 Extensão:_______________________ Largura:_____________________ 
 Tipo de Pavimento:_______________ Data:________________________ 
 
DEFEITOS AVALIAÇÃO 
1. Trincas por Fadiga 0-15 ___________ 
2. Trincas em Blocos 0-5 ___________ 
3. Trincas nos Bordos 0-5 ___________ 
4. Trincas Longitudinais 0-5 ___________ 
5. Trincas por Reflexão 0-5 ___________ 
6. Trincas Transversais 0-5 ___________ 
7. Remendos 0-5 ___________ 
8. Panelas 0-10 ___________ 
9. Deformação Permanente nas Trilhas de Roda 0-15 ___________ 
10. Corrugação 0-5 ___________ 
11. Exsudação 0-5 ___________ 
12. Agregados Polidos 0-5 ___________ 
13. Desgaste 0-5 ___________ 
14. Desnível Pista - Acostamento 0-5 ___________ 
15. Bombeamento 0-5 ___________ 
 Soma dos Defeitos: __________ 
 
 Índice de Condição do Pavimento: ICP = 100 - Soma dos Defeitos 
 ICP = 100 - _______________ 
 ICP = ___________ 
 
FIGURA 2.25 - Planilha para avaliação da condição dos pavimentos (adaptada de INSTITUTO DO ASFALTO, 1981). 
 
No Brasil, um índice combinado muito utilizado é o Índice de Gravidade Global (IGG), definido como um 
parâmetro numérico que permite a avaliação de deterioração de segmentos rodoviários, cuja concepção, 
além de refletir o estado de cada segmento considerado isoladamente, permite a comparação relativa 
entre os estados apresentados por segmentos distintos (PEREIRA, 1972 e 1976). 
 
 
26 
 
O cálculo do IGG é baseado na norma DNER-PRO 08/94 (Avaliação Objetiva de Pavimentos Flexíveis e Semi-
rígidos - DNER, 1994), que estabelece uma metodologia para a quantificação numérica dos defeitos. A 
avaliação da superfície é feita por amostragem e o levantamento é feito a pé, registrando-se, em uma 
planilha, os tipos e o nível de severidade dos defeitos, sem avaliação da extensão. 
 
Para o cálculo do IGG são consideradas dez ocorrências ou eventos distintos. Oito desses eventos 
representam tipos individuais de defeitos (trincas, afundamentos, corrugação, escorregamento, exsudação, 
desgaste, panelas e remendos). Os outros dois são derivados da mensuração das flechas nas trilhas de roda 
(média e variância). Dessa forma, o valor do IGG reflete o efeito conjunto de uma ampla gama de 
deficiências estruturais sobre o estado da superfície do pavimento. 
 
Cada evento considerado isoladamente corresponde a um valor específico chamado Índice de Gravidade 
Individual (IGI), estabelecido em função do peso ou “nível de responsabilidade” de cada evento. Logo, para 
cada defeito é conferido um fator de ponderação. 
 
De acordo com a norma DNER-PRO 08/94, o IGG é calculado através das Equações 2.2, 2.3 e 2.4, cujas 
variáveis n, fp, IGI, IGG, fa e fr são, respectivamente, o número de estações inventariadas, o fator de 
ponderação, o Índice de Gravidade Individual, o Índice de Gravidade Global, a frequência absoluta (número 
de vezes em que a ocorrência é verificada) e a frequência relativa (número de vezes em que a ocorrência é 
verificada em relação ao número total de estações). 
 
f
f
nr
a

100. (2.2) 
 
IGI f fr p .
 (2.3) 
 
IGG IGI
 (2.4) 
 
Com a finalidade de conferir ao pavimento um conceito que retrate o grau de degradação verificado, o 
DNER estabeleceu a correspondência indicada na Tabela 2.3. 
 
TABELA 2.3 - Intervalos de condição de pavimentos em função do IGG. 
IGG CONCEITO 
0-20 Bom 
20-80 Regular 
80-150 Mau 
150-500 Péssimo 
 
As principais limitações do Índice de Gravidade Global (IGG) são: 
 não levar em conta o nível de severidade, apenas o tipo de defeito (exceto para as trincas); 
 considerar apenas o número de ocorrências e não a extensão. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
3 - DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS E SELEÇÃO DE ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E 
REABILITAÇÃO 
 
3.1 - INTRODUÇÃO 
As atividades da gerência de pavimentos e os componentes do sistema estão caracterizados, geralmente, 
em dois níveis administrativos: gerência em nível de rede e em nível de projeto (Figura 3.1). 
 
SGP
Nível de Projeto
Programação
Planejamento
Orçamento
Dimensionamento
Construção
Manutenção
Reabilitação
BASE
DE
DADOS
Pesquisa
Nível de Rede
 
 
FIGURA 3.1 - Fluxograma dos componentes de um sistema de gerência de pavimentos em nível de rede e projeto (HAAS et al., 
1994). 
 
A gerência de pavimentos em nível de rede trabalha com informações resumidas, relacionadas a toda a 
malha viária, utilizadas para a tomada de decisões essencialmente administrativas (planejamento, 
programação e orçamento). Algumas das características ou aplicações de um sistema de gerência em nível 
de rede são: identificação de projetos candidatos para intervenções; 
 priorização dos projetos considerando as características de desempenho, tráfego, custo aos usuários e 
outros fatores locais; 
 geração de necessidades de orçamento da agência a curto e longo prazo; 
 análise de estratégias de intervenção, com avaliação da condição atual do sistema e previsão da 
condição futura, em função dos recursos aplicados em cada alternativa. 
 
As ações normalmente consideradas nas análises de estratégias de intervenção, realizadas em nível de 
rede, são: 
 
 
 
28 
a) Manutenção Corretiva: remendos superficiais, reparos localizados, impermeabilização de trincas e 
outras ações de baixo custo unitário. Para as vias em boas condições, a manutenção corretiva (ou de 
rotina) é a melhor maneira de utilização dos recursos; 
b) Manutenção Preventiva: atividades de manutenção corretiva, rejuvenescimento da capa asfáltica e 
recapeamentos delgados. Tem por objetivo conter a deterioração em seu estágio inicial; 
c) Ação Postergada: apenas execução de remendos inadiáveis. Indicada para seções que estão além do 
ponto de eficácia da manutenção preventiva, mas que ainda não atingiram a necessidade de 
reabilitação; 
d) Reforço: atividades de manutenção de rotina e preventiva, recapeamento estrutural e reciclagem. 
Devem ser objeto de estudos de priorização, uma vez que os recursos disponíveis são, geralmente, 
inferiores às necessidades; 
e) Reconstrução: remoção e substituição de toda estrutura do pavimento, melhoria ou instalação de 
drenagem e melhoramentos de traçado, de segurança e de capacidade de tráfego. Também devem ser 
objeto de estudos de priorização. 
 
A gerência de pavimentos em nível de projeto envolve o dimensionamento, construção, manutenção e 
reabilitação. Trabalha com informações técnicas detalhadas, relacionadas a seções específicas do 
pavimento, incluindo um diagnóstico detalhado dos defeitos, suas causas prováveis e métodos corretivos 
alternativos. Exemplos de atividades de gerência de pavimentos em nível de projeto são: 
 seleção das atividades de manutenção, reabilitação e reconstrução, com base em critérios estabelecidos 
pelos níveis mais elevados da gerência; 
 realimentação da base de dados com relação ao desempenho do pavimento, fornecendo dados para as 
atividades de projeto, construção e manutenção; 
 definição dos parâmetros principais de projeto, tais como: resistência do subleito, número de 
solicitações do eixo padrão e especificações para os materiais. 
 
3.2 - SELEÇÃO DAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO 
Todos os materiais utilizados em pavimentação apresentam alguma forma de deterioração, resultado das 
solicitações do tráfego e das condições climáticas (temperatura e teor de umidade) a que são submetidos. 
Os pavimentos deterioram-se mais lentamente nos anos iniciais, mas à medida em que se aproximam do 
final de sua vida em serviço, a taxa de deterioração aumenta. 
 
Para corrigir os defeitos, proteger os investimentos e proporcionar aos usuários uma superfície de 
rolamento confortável, segura e econômica, são realizadas as atividades de manutenção e reabilitação 
(M&R). Existe estreita relação entre o desempenho dos pavimentos, as estratégias de intervenção, as datas 
de realização das atividades de manutenção e reabilitação e os custos. 
 
Conforme exemplificado na Figura 3.2, atrasos nas atividades de manutenção e reabilitação quase sempre 
resultam em gastos adicionais, pois as estruturas dos pavimentos sofrem deterioração acelerada à medida 
em que ocorrem os adiamentos das intervenções. A gerência de pavimentos visa minimizar esse problema, 
integrando a avaliação dos pavimentos com a definição das atividades de manutenção e reabilitação. 
 
 
29 
 
TEMPO (ano)
Índice de Serventia
0
5 75 %
17%
40%
40%
R$ 1,00
gasto neste
ponto ...
custará
R$ 4,00
se adiado
até este
ponto
 
FIGURA 3.2 - Exemplo de inter-relação entre desempenho dos pavimentos, estratégia de manutenção e reabilitação, data da 
intervenção e custos (FHWA, 1989). 
 
Existem diferenças entre as atividades de manutenção e as atividades de reabilitação de pavimentos. A 
manutenção tem por objetivo preservar ou manter o período de projeto do pavimento, aumentando pouco 
o nível de serventia, mas evitando a deterioração precoce. A reabilitação, por sua vez, tem o propósito de 
prolongar a vida em serviço do pavimento, elevando o nível de serventia próximo ao valor máximo e 
criando condições para um novo ciclo de deterioração. 
 
As atividades de manutenção podem ser divididas em duas categorias: preventivas e corretivas. A 
manutenção preventiva consiste no grupo de atividades realizadas para proteger o pavimento e reduzir a 
sua taxa de deterioração, enquanto as atividades corretivas têm como objetivo eliminar um determinado 
tipo de defeito e suas conseqüências sobre o desempenho do pavimento. Deve-se destacar que algumas 
atividades servem às duas categorias. 
 
Embora as atividades de manutenção ajudem a prolongar a vida em serviço, os pavimentos precisam, mais 
cedo ou mais tarde, de atividades de reabilitação. Quando o período de projeto é excedido, seja na idade 
ou no número de repetições das solicitações do tráfego, há necessidade de atividades de reabilitação, que 
consistem de trabalhos mais efetivos, visando a recuperação, o reforço ou a adaptação de pavimentos 
deficientes. 
 
A Tabela 3.1 apresenta um resumo das causas dos defeitos e as principais atividades de manutenção e 
reabilitação recomendadas. 
 
FERNANDES JR. e PANTIGOSO (1998) propõem “árvores de decisão” para a seleção de atividades de 
manutenção e reabilitação de pavimentos. Consideram como fatores os tipos de defeitos (nível de 
severidade e extensão) e o volume de tráfego (quando este influencia a ocorrência do defeito) e adotam as 
seguintes atividades de manutenção e reabilitação: 
 
 Não fazer nada; 
 
 
30 
 Capa selante; 
 Lama asfáltica; 
 Tratamento superficial; 
 Selagem de trincas; 
 Preenchimento de buracos; 
 Remendo; 
 Regularização; 
 Drenagem; 
 Reciclagem; 
 Recapeamento; 
 Reconstrução; 
 Recomposição do acostamento; 
 Aplicação de areia quente. 
 
Os critérios para definição dos níveis de severidade, extensão e tráfego são indicados na Figura 3.3. 
 
Severidade do Defeito 
 1 2 3 
Severidade Baixa Média Alta 
 
Extensão do Defeito 
 1 2 
Extensão Pequena Grande 
 
Tráfego (VDM) 
VDM (x 1000) 1 - Leve 2 - Médio 3 - Pesado 
Tráfego < 1 1 - 5 > 5 
FIGURA 3.3 - Critérios para classificação dos fatores utilizados nas árvores de decisão (FERNANDES JR. e PANTIGOSO, 1998). 
 
 
 
31 
 
 
 
 
TABELA 3.1 - Resumo das causas dos defeitos considerados no Programa SHRP e principais atividades de manutenção e reabilitação. 
DEFEITO CAUSAS DOS DEFEITOS ATIVIDADES DE M&R 
1 
 
TRINCAS POR FADIGA DO 
REVESTIMENTO 
 Problema estrutural (espessuras inadequadas) 
 Enfraquecimento estrutural durante o período de chuvas 
 
 Manutenção: remendos (reparo permanente, no caso de problemas localizados) 
ou tratamento superficial e lama asfáltica (reparos temporários) 
 Reabilitação: recapeamento (reforço estrutural, no caso de áreas extensas) 
 Reconstrução: novos materiais ou reciclados 
 Obs: geralmente associadas à saturação do subleito, sub-base ou base, as trincas 
por fadiga podem exigir a remoção do material saturado e a instalação de 
drenagem. 
2 
 
 
 
TRINCAS EM BLOCOS 
 Contração de origem térmica (revestimento formado por misturas 
asfálticas com agregados finos e alto teor de asfalto com baixa 
penetração) ou de variação doteor de umidade (camadas inferiores), ou 
ainda em razão do envelhecimento (perda de elasticidade do 
revestimento causada por oxidação em virtude de tempo de mistura 
muito longo, temperatura de mistura elevada ou período de 
armazenamento muito longo) 
 Contração de bases tratadas com cimento ou com utilização de solos 
tropicais 
 Manutenção: aplicação de selante (emulsão asfáltica seguida por tratamento 
superficial, lama asfáltica ou recapeamento delgado) 
 Reabilitação: reciclagem ou recapeamento (nos estágios avançados) 
 
3 
TRINCAS NOS BORDOS 
 
 Compactação insuficiente 
 Drenagem deficiente 
 Selante para evitar entrada de água e consequente enfraquecimento estrutural 
4 
 
TRINCAS LONGITUDINAIS 
 Má execução de juntas longitudinais de separação entre duas faixas de 
tráfego (menor densidade e menor resistência à tração) 
 Contração do revestimento 
 Manutenção: trincas com abertura menor que 3 mm não precisam ser 
preenchidas; trincas com abertura entre 3 e 20 mm devem ser limpas e receber 
aplicação de selante (asfalto modificado com borracha ou elastômeros) e 
lançamento de areia sobre o selante 
 Reabilitação: trincas com abertura maior que 20 mm devem ser reparadas com 
remendo ou, no caso de estar previsto um recapeamento, devem ser preenchidas 
com concreto asfáltico de granulometria fina 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
TABELA 3.1 - Resumo das causas dos defeitos considerados no Programa SHRP e principais atividades de manutenção e reabilitação (continuação). 
DEFEITO CAUSAS DOS DEFEITOS ATIVIDADES DE M&R 
5 
 
 
 
 
 
TRINCAS POR 
REFLEXÃO 
 Movimentação de placas rígidas subjacentes (pavimento rígido, bases 
tratadas com cimento ou cal, bases de solos arenosos finos lateríticos) 
 Manutenção: remendos e tratamento superficial ou lama asfáltica (reparos 
temporários) 
 Reabilitação: recapeamento (reforço estrutural: têm sido utilizadas 
geomembranas entre o pavimento antigo e o reforço para absorção do 
movimento horizontal das camadas inferiores; outra técnica consiste na 
reciclagem das porções mais superficiais do pavimento antigo, de modo a eliminar 
o padrão das trincas e, dessa forma, ao menos retardar o aparecimento das trincas 
por reflexão) 
 Obs: trincas com abertura menor que 3 mm não precisam ser preenchidas; trincas 
com abertura entre 3 e 20 mm devem ser limpas e receber aplicação de selante 
(asfalto modificado com borracha ou elastômeros) e lançamento de areia seca 
sobre o selante; trincas com abertura maior que 20 mm devem ser reparadas com 
remendo ou, no caso de estar previsto um recapeamento, devem ser preenchidas 
com concreto asfáltico de granulometria fina. 
6 
TRINCAS 
TRANSVERSAIS 
 Contração térmica do revestimento e hidráulica das outras camadas  Selante para evitar entrada de água e consequente enfraquecimento estrutural 
 
7 
REMENDOS 
 
  Obs: o simples preenchimento de panelas é chamado de "tapa-buraco" 
8 
 
PANELAS 
 
 Falha estrutural (revestimento com pequena espessura ou baixa capacidade 
de suporte das camadas inferiores) 
 Segregação da mistura (falta de ligante asfáltico em pontos localizados) 
 Problema construtivo (drenagem inadequada) 
 Manutenção: remendos (reparo permanente) 
 Reabilitação: recapeamento (reforço estrutural) após a execução dos remendos 
 Obs: as atividades de M&R devem, sempre, ser precedidas de instalação de 
drenagem 
9 
 
 
 
DEFORMAÇÃO 
PERMANENTE 
 Dimensionamento inadequado (espessuras insuficientes) 
 Dosagem da mistura (falta de estabilidade, que resulta em deformação 
plástica em razão de elevado teor de ligante, excesso de material de 
preenchimento e uso de agregados arredondados) 
 Compactação inadequada e posterior consolidação pelas cargas do tráfego 
 Cisalhamento (fluência plástica) causada por enfraquecimento em razão de 
infiltração de água 
 Reabilitação: reciclagem, recapeamento delgado (nas fases iniciais, precedido pelo 
preenchimento das depressões com concreto asfáltico) ou recapeamento espesso 
(reforço estrutural) 
 Reconstrução: novos materiais ou reciclados 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
TABELA 3.1 - Resumo das causas dos defeitos considerados no Programa SHRP e principais atividades de manutenção e reabilitação (continuação). 
DEFEITO CAUSAS DOS DEFEITOS ATIVIDADES DE M&R 
10 
 
 
 
CORRUGAÇÃO 
 Falha estrutural 
 Dosagem da mistura (falta de estabilidade, em razão de excesso de asfalto, ligante 
asfáltico pouco viscoso, excesso de agregados finos, agregados arredondados, com 
textura lisa ou granulometria inadequada) 
 Problema construtivo (fraca ligação entre base e revestimento) 
 Manutenção: remendos 
 Reabilitação: reciclagem (fresagem dos revestimentos com 
espessura superior a 5 cm, seguida de aplicação de capa selante ou 
concreto asfáltico); recapeamento delgado (sobre superfície 
regularizada: escarificação e mistura com material da base e 
compactação antes do lançamento da nova camada de 
revestimento) ou recapeamento espesso (reforço estrutural) 
 Reconstrução: novos materiais ou reciclados 
11 
 
EXSUDAÇÃO 
 Excesso de ligante betuminoso 
 Baixo índice de vazios da mistura asfáltica 
 Compactação pelo tráfego (má dosagem) 
 Manutenção: tratamento superficial (reparo temporário) ou 
aplicação de areia quente, que deve ser imediatamente 
compactada e varrida após o resfriamento 
 Reabilitação: reciclagem 
12 
AGREGADOS POLIDOS 
 
 Ação abrasiva do tráfego, que elimina as asperezas e angularidades das partículas 
 Seleção dos materiais (agregados com pequena resistência à abrasão, como por exemplo, 
agregados de rochas calcárias) 
 Manutenção: tratamento superficial ou lama asfáltica 
 Reabilitação: reciclagem ou recapeamento delgado 
 Reconstrução: novos materiais ou reciclados 
13 
 
 
 
 
DESGASTE 
 Dosagem da mistura (falta de ligante) 
 Problema construtivo (superaquecimento da mistura; falta de compactação, que resulta 
em envelhecimento precoce; agregados sujos, úmidos ou com pequena resistência à 
abrasão; segregação: com a ausência de agregados miúdos, há apenas poucos pontos de 
ligação entre partículas da matriz de agregados graúdos, facilitando a oxidação) 
 Perda de adesividade ligante-agregado por ação de produtos químicos, água ou abrasão 
 Abertura ao tráfego antes de o ligante aderir ao agregado 
 Execução sob condições meteorológicas desfavoráveis 
 Manutenção: capa selante (reparo temporário), tratamento 
superficial ou lama asfáltica 
 Reabilitação: reciclagem ou recapeamento delgado 
14 
DESNÍVEL (DEGRAU) ENTRE 
PISTA E ACOSTAMENTO 
 
 Erosão do acostamento 
 Consolidação do acostamento 
 
 Recomposição do acostamento 
 
15 
BOMBEAMENTO 
 Existência de água nos vazios sob o revestimento 
 Pressão exercida pelas cargas do tráfego 
 
 Drenagem 
 
 
 
 
34 
As árvores de decisão criadas por FERNANDES JR. e PANTIGOSO (1998), para cada tipo de defeito, são 
mostradas a seguir: 
 
1) TRINCAS POR FADIGA DO REVESTIMENTO 
 
Tráfego Atividade de M&RSeveridade
Leve
Médio
Pesado
Leve
Capa Selante
Capa Selante
Médio Capa Selante
Pesado Lama Asfáltica
Baixa
Grande
Não fazer nada
Não fazer nadaPequena
Extensão
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Não fazer nada
Capa Selante
Remendo
Capa Selante
Lama Asfáltica
Tratamento Superficial
Média
Pequena
Grande
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Capa Selante
Remendo
Remendo + Drenagem
Tratamento Superficial
Recapeamento
Reconstrução + Drenagem
Alta
Pequena
Grande
 
 
 
 
35 
2) TRINCAS EM BLOCOS 
 
Atividade de M&RSeveridadeExtensão
Baixa
Não fazer nada
Capa Selante
Pequena
Grande
Média
Capa Selante
Selante + Lama Asfáltica
Pequena
Grande
Alta
Selante + Tratamento Superf.
Reciclagem ou Recapeamento
Pequena
Grande
 
3) TRINCAS LATERAIS 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa Não fazer nada
Média Selante
Alta Remendo + Drenagem
 
 
4) TRINCAS LONGITUDINAIS 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa Não fazer nada
Média Selante
Alta Remendo
 
 
 
 
36 
5) TRINCAS POR REFLEXÃO 
 
Tráfego Atividade de M&RSeveridade
Baixa
Leve
Médio
Pesado
Não fazer nada
Não fazer nada
Capa Selante
Média
Alta
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Capa Selante
Selante + Lama Asfáltica
Selante + Tratamento Superf.
Selante + Tratamento Superf.
Remendo + Lama Asfáltica
Recapeamento
 
 
6) TRINCAS TRANSVERSAIS 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa
Média
Alta
Não fazer nada
Selante
Remendo
 
 
7) REMENDOS 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa Não fazer nada
Média Selante + Tratamento Superf.
Alta Remendo
 
 
8) PANELAS 
 Atividade de M&RSeveridade
Baixa buracosPreenchimento de
Média Remendo
Alta Remendo + Drenagem
 
 
 
 
37 
9) DEFORMAÇÃO PERMANENTE NAS TRILHAS DE RODA 
 
Tráfego Atividade de M&RSeveridade
Baixa
Média
Alta
Leve
Médio
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Não fazer nada
Não fazer nada
Regularização
Regularização
Reciclagem
Recapeamento
Reciclagem
Recapeamento
Pesado Reconstrução
 
 
 
10) CORRUGAÇÃO 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa Não fazer nada
Média Reciclagem ou Recapeamento
Alta Reconstrução
 
 
 
11) EXSUDAÇÃO 
 
Atividade de M&RSeveridade
Baixa Não fazer nada
Média Aplicação de Areia Quente
Alta Tratamento Superficial
 
 
 
 
38 
12) AGREGADOS POLIDOS 
 
Tráfego Atividade de M&RSeveridade
Baixa
Média
Alta
Leve
Médio
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Não fazer nada
Não fazer nada
Lama Asfáltica
Lama Asfáltica
Reciclagem
Tratamento Superficial
Reciclagem
Tratamento Superficial
Pesado Recapeamento
 
 
 
13) DESGASTE 
 
Tráfego Atividade de M&RSeveridade
Baixa
Média
Alta
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Leve
Médio
Pesado
Não fazer nada
Não fazer nada
Lama Asfáltica
Lama Asfáltica
Reciclagem
Tratamento Superficial
Reciclagem
Tratamento Superficial
Recapeamento
 
 
 
14) DESNÍVEL ENTRE PISTA E ACOSTAMENTO 
Recomposição do acostamento com material não erodível e boa capacidade de suporte. 
 
 
15) BOMBEAMENTO 
Drenagem e capa selante, tratamento superficial ou recapeamento. 
 
 
39 
3.3 - ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO 
Consistem, geralmente, em remendos, selagem de trincas e capas selantes. A detecção e o reparo dos 
defeitos nas fases iniciais representam o trabalho mais importante desempenhado pela equipe de 
manutenção, ou seja, aquele que resulta na melhor utilização dos recursos disponíveis. As trincas, por 
exemplo, se não seladas logo, podem evoluir rapidamente para sérios defeitos e, conseqüentemente, 
aumentar os custos de operação dos veículos e os custos de manutenção e reabilitação. 
 
3.3.1 - Remendos 
Os remendos constituem o método de reparo mais utilizado na manutenção de rodovias e ruas porque 
todos os pavimentos, uma hora ou outra, vão apresentar buracos, resultado da ação combinada de 
umidade e tráfego ou em virtude da abertura de trincheiras para construção e execução de reparos das 
redes de água, gás, esgoto, telefone, energia elétrica etc. 
 
Os buracos ou panelas devem ser imediatamente reparados, pois comprometem a segurança e o conforto e 
aumentam os custos operacionais. Além disso, permitem a entrada de água, que enfraquece a estrutura e 
acelera a deterioração. Em qualquer operação de remendo dos buracos, os dois elementos principais são a 
seleção de materiais e os procedimentos de reparo. 
 
Quanto ao tipo de material, podem ser usadas misturas usinadas a quente (CBUQ), no caso de reparos 
permanentes, ou pré-misturados a frio (PMF), no caso de reparos emergenciais, executados sob condições 
climáticas desfavoráveis. 
 
O procedimento recomendado para a execução de remendo permanente (Figura 3.4) consiste em: 
 remoção de água e sujeira e instalação de drenagem, se a presença de água for a causa do defeito; 
 corte da área retangular a ser remendada, 20 a 30 cm além das extremidades do buraco e até atingir 
uma profundidade com material consistente; 
 aplicação de imprimadura de ligação nas faces verticais da escavação; 
 aplicação de imprimadura impermeabilizante no fundo, caso o material seja granular; 
 lançamento da mistura asfáltica (para evitar segregação, deve-se lançar a mistura asfáltica contra as 
paredes verticais dos cortes e esparramar da extremidade para o centro); 
 compactação com equipamento adequado, menor do que a área do remendo (rolo compactador 
pequeno ou placa vibratória). Quando a profundidade for superior a 15 cm, a compactação deve ser 
realizada em camadas, devendo resultar numa superfície perfeitamente nivelada com o pavimento 
adjacente. 
 
O custo dos remendos normalmente é associado apenas ao custo dos materiais, embora o custo total 
dependa de outros fatores (mão-de-obra e equipamentos). Devem ser considerados, também, os atrasos 
associados à interrupção do tráfego para a execução de remendo e o custo de operação dos veículos 
(função da condição do pavimento). Alternativas com maior custo de construção, mas que proporcionam 
uma aplicação mais rápida e maior durabilidade, podem ser vantajosas a médio e longo prazo em razão da 
 
 
40 
diminuição do custo de mão-de-obra e equipamentos, redução da necessidade de novos remendos num 
mesmo local e manutenção do pavimento em boas condições por um período de tempo maior. 
 
Um trabalho desenvolvido pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos em 1981, comentado 
por EVANS et al. (1993), chegou à conclusão de que os procedimentos para execução de remendos 
permanentes apresentam um custo da ordem de três vezes menor que o custo do simples “tapa-buraco”. 
Portanto, para a execução dos remendos, a principal atividade realizada pelos organismos rodoviários e 
prefeituras municipais consiste na adoção de procedimentos de reparos permanentes ou, eventualmente, 
no lançamento de mistura asfáltica sobre uma superfície limpa e seca, seguido de compactação pelo 
próprio caminhão que transporta o material. 
 
Remoção do
revestimento e base
até atingir suporte
adequado
2
Aplicação de
pintura ligante nas
laterais e no fundo
do buraco
3
5
Preenchimento
com mistura
asfáltica e
compactação
4
Panela
1
 
FIGURA 3.4 - Procedimentos para execução de um remendo permanente. 
 
A prática do simples lançamento de mistura asfáltica, sem cuidados prévios (limpeza e drenagem) ou 
posteriores (compactação), não deveria constar do elenco de atividades de manutenção e reabilitação de 
pavimentos. 
 
3.3.2 - Capas selantes 
São atividades que consistem na aplicação apenas de ligante asfáltico ou de ligante com agregados, 
continuamente sobre a superfície do pavimento, com a finalidade de rejuvenescer o revestimento asfáltico, 
restabelecer o coeficiente de atrito pneu-pavimento, selar trincas com pequena abertura, impedir a 
entrada de água na estrutura do pavimento e retardar o desgaste causado por intemperismo. 
 
 
 
41 
Os tipos mais comuns de capas selantes são: 
 
 selo asfáltico impermeabilizante (“fog seal”): leve aplicação de emulsãoasfáltica de cura lenta, diluída 
em água e sem agregado mineral, usada para rejuvenescer revestimentos asfálticos oxidados (coloração 
cinza claro no lugar da coloração preta ou cinza escuro, exceto quando são utilizados agregados de 
rochas basálticas) e para selar trincas com pequena abertura (severidade baixa) e vazios superficiais. 
Normalmente, aplica-se uma taxa de 0,45 a 0,70 l/m2 de material diluído (50% de água). Essa alternativa 
é viável para vias que podem ser fechadas ao tráfego durante o período necessário para a ruptura da 
emulsão e desenvolvimento de atrito suficiente entre pneu e pavimento (4 a 6 horas). Apresenta baixo 
custo e é capaz de retardar a necessidade de tratamento superficial em um ou dois anos; 
 
 tratamentos superficiais (“chip seals”): camadas formadas por aplicações de ligante e agregados, em 
que a dimensão máxima do agregado de cada camada sucessiva é, geralmente, a metade da dimensão 
máxima do agregado da camada subjacente. A espessura total é, aproximadamente, o diâmetro máximo 
das partículas da primeira camada. Normalmente, aplica-se o ligante (cimento asfáltico ou emulsões, 
pois os asfaltos diluídos, muito usados no passado, têm sido pouco utilizados em razão de preocupações 
ambientais) e, em seguida, lança-se o agregado, que deve ser compactado imediatamente. Um 
tratamento superficial múltiplo contribui para a resistência do pavimento (impermeabiliza e resiste à 
abrasão superficial causada pelo tráfego). Entretanto, não se considera esse acréscimo em termos de 
aumento do número estrutural; 
 
 lama selante de emulsão asfáltica ou lama asfáltica (“slurry seal”): mistura homogênea de emulsão 
asfáltica de ruptura lenta, agregados miúdos bem graduados (passando totalmente na peneira de 4,8 
mm e com 5 a 15% passando na peneira de 0,075 mm) e material de preenchimento mineral (“filler”, de 
preferência cimento Portland ou cal, passando 100% na peneira de 2,0 mm e de 65 a 100% na peneira 
de 0,075 mm), com adição de água para produzir a consistência fluida (de lama). A mistura é feita, 
geralmente, em equipamentos especiais (caminhão com silos para os componentes e um misturador), 
que aplicam um material com espessura entre 1,5 e 3 mm (existem três graduações de lama asfáltica, 
utilizadas para diferentes propósitos: preenchimento de trincas, selagem de revestimento com textura 
média e duas aplicações sobre revestimento muito áspero). 
 
3.4 - ATIVIDADES DE REABILITAÇÃO 
Dentre as atividades de reabilitação mais utilizadas estão a fresagem, a reciclagem, o recapeamento 
estrutural (espesso) e a reconstrução: 
 
a) Fresagem: com o desenvolvimento de equipamentos durante a década de 80, nos Estados Unidos e 
países da Europa, a fresagem já é a principal forma de remoção do revestimento antigo, tanto para 
reciclagem como para acerto da superfície a ser recapeada; 
 
b) Reciclagem: técnica utilizada para renovar e rejuvenescer misturas asfálticas envelhecidas. Serve, 
também, para corrigir outros defeitos, como pequenas corrugações, agregados polidos e exsudação. 
 
 
42 
Não é efetiva para corrigir defeitos como trincas por fadiga ou panelas. O revestimento asfáltico é 
escarificado, aquecido no local, misturado, lançado e compactado. Normalmente, são adicionados 
agentes recicladores ou ligantes, que têm por função garantir as propriedades da nova mistura. Se 
forem adicionados agregados para ajuste da curva granulométrica e cimento asfáltico novo à mistura, 
esta poderá ser utilizada como revestimento. Caso contrário, a camada asfáltica resultante será apenas 
uma camada de ligação (“binder”). O aquecimento e a escarificação do revestimento existente inibem 
a reflexão de trincas e proporcionam forte ligação entre o pavimento antigo e o recapeamento; 
 
c) Recapeamento estrutural: construção de uma ou mais camadas asfálticas sobre o pavimento existente, 
incluindo, geralmente, uma camada para corrigir o nivelamento do pavimento antigo, seguida de 
camada (ou camadas) com espessura uniforme; 
 
a) Reconstrução: necessária quando o pavimento não é reabilitado a tempo e começa a deteriorar-se 
rapidamente. Muito frequentemente a causa dos defeitos é a drenagem inadequada, com a 
reconstrução representando a única opção para a melhoria do sistema de drenagem. No passado, a 
reconstrução consistia apenas na utilização de novos materiais, mas, recentemente, tem sido muito 
utilizada a reciclagem. Neste caso, a reciclagem (tanto a quente, para volume de tráfego pesado, como 
a frio, para volume de tráfego leve) consiste na utilização da mistura antiga (ligante e agregados) 
combinada com ligantes novos e agentes recicladores para produzir uma base asfáltica, que deve ser 
revestida por concreto asfáltico ou tratamento superficial duplo. 
 
 
 
43 
 
 
 
 
4 - EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO DE PAVIMENTOS 
 
Apresentam-se procedimentos para execução de serviços de manutenção e reabilitação de pavimentos 
flexíveis que comprovadamente resultam em uma melhoria significativa da condição dos pavimentos. 
Deve-se destacar, no entanto, que não há uma única maneira correta para execução dos serviços, pois os 
métodos de reparo dependem da extensão, do nível de severidade e da causa da deterioração. Além disso, 
os organismos rodoviários enfrentam, quase sempre, restrições orçamentárias e problemas relacionados à 
disponibilidade de equipamentos e materiais. 
 
4.1 - TRINCAS POR FADIGA 
As trincas por fadiga do revestimento são trincas conectadas, que formam uma série de pequenos blocos, 
semelhantes ao couro de crocodilo ou tela de galinheiro (Figura 4.1). A causa das trincas por fadiga está 
relacionada com as deformações repetidas provocadas pelas cargas do tráfego, aliadas à existência de uma 
ou mais camadas instáveis, conseqüência de base granular e subleito saturados ou pavimento com 
espessuras de camadas insuficientes para suportar as cargas. 
 
Existem dois métodos para reparo de trincas por fadiga: 1) correção permanente (remendo profundo) e 2) 
reparo temporário. Para a execução de um remendo profundo, deve-se fazer um corte retangular, com as 
faces ou lados verticais (Figura 4.2). As faces devem ser paralelas (longitudinais) ou perpendiculares 
(transversais) à direção do tráfego. Deve-se remover o revestimento e a base (e, eventualmente, parte do 
subleito) até atingir boa capacidade de suporte, estendendo-se em planta até 30 cm além das extremidades 
da área trincada. Se a causa estiver associada à presença de água, a correção permanente deve incluir a 
remoção do material úmido e a instalação de drenagem. 
 
 
FIGURA 4.1 - Trincas por fadiga do revestimento asfáltico. FIGURA 4.2 - Remoção do revestimento e da base. 
 
Aplica-se nas faces verticais, posteriormente à remoção do revestimento e/ou base, uma pintura asfáltica 
de ligação (“imprimadura ligante”, geralmente emulsão asfáltica ou, eventualmente, asfalto diluído, Figura 
4.3). Para a garantia da durabilidade dos remendos, a área escavada deve ser preenchida com concreto 
 
 
44 
asfáltico usinado a quente, com granulometria fechada (densa), sendo colocado em toda a profundidade, 
desde o subleito (Figura 4.4). 
 
Durante o lançamento do concreto asfáltico, espalha-se cuidadosamente a mistura para evitar a ocorrência 
de segregação (Figura 4.5). Se a escavação tiver mais de 15 cm de profundidade, deve-se compactar em 
camadas iguais. Os equipamentos adequados para o trabalho são: placa compactadora vibratória, para 
pequenos remendos (Figura 4.6), e rolo compactador, para grandes áreas. Se o concreto asfáltico for 
colocado diretamente no subleito, não é preciso aplicar ligante asfáltico (“imprimar”), mas, se for utilizada 
base granular, deve-se

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