Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Abordagem à insônia Insônia é a queixa subjetiva de sono insuficiente (quantidade) ou inadequado (quantidade). É um sintoma cujo significado clínico depende da sua etiologia, qualidade, gravidade e cronicidade, de suas consequências na vida diurna, bem como de outros sinais e sintomas que podem estar associados. Pode-se caracterizar como: Inicial: dificuldade de iniciar o sono De manutenção: sono interrompido várias vezes ao longo da noite Despertar precoce: ocorre cedo na madrugada sem reestabelecimento do sono Também se caracteriza por um sono que não foi reparador e envolve consequências que estão presentes durante o dia, como o cansaço, a falta de energia, a dificuldade de concentração e a irritabilidade. Insônia Aguda A queixa é considerada transitória quando dura menos do que três a quatro semanas e está associada a uma situação circunstancial na vida da pessoa, como eventos traumáticos ou de extremo estresse, doença aguda, modificações ambientais e biológicas. Insônia Crônica A insônia persistente ou crônica tem duração superior a um mês e frequentemente se relaciona a condições médicas ou psiquiátricas crônicas ou ao desenvolvimento de uma expectativa negativa quanto à própria capacidade de obter novamente um sono normal. Os pacientes com insônia crônica queixam-se de sonolência excessiva, fadiga, dificuldade de concentração e memória, dores musculares e depressão. Manejo da Insônia Higiene do Sono Refere-se ao conjunto de comportamentos benéficos para o desenvolvimento de um sono saudável e reparador. Exemplos: dormir o quanto necessário para restaurar, mas não mais que o suficiente; horas fixas para o sono; prática de exercícios físicos. Manejo de Problemas Subjacentes O tratamento da insônia, na maioria das vezes, implica tratamento da condição patológica que a está originando. Tratar depressão, evitar consumo de estimulantes e álcool antes de dormir. Quando problemas de ordem emocional parecem importantes, encaminhamento para psicólogo ou psiquiatra deve ser considerado. Manejo Farmacológico As medicações hipnóticas como o flunitrazepam e o midazolam têm sido prescritas por tempo indeterminado para pessoas que apresentam queixas de insônia. Essa prática é responsável pelo desenvolvimento de inúmeros casos de dependência a benzodiazepínicos, que resultam em exacerbação e cronicidade da insônia. O uso para insônia deve ser restrito a uma semana. Os hipnóticos apenas melhoram os sintomas e ocasionam o aumento do tempo total de sono por uma média de 30 minutos. Quando for necessário o manejo farmacológico, a dose mais baixa possível é recomendada. O uso deve ser intermitente quando possível (a cada três noites para reduzir o risco de tolerância), e a medicação deve ser diminuída gradualmente. Em alguns casos, pode ser necessário o encaminhamento para psicoterapia para a realização desse descondicionamento. Quando a insônia é situacional ou transitória, o emprego de um hipnótico pode ser recomendado com a ressalva de que seu uso não deve se prolongar além de quatro semanas. O hipnótico ainda é da classe dos benzodiazepínicos, que produzem aumento na latência e na duração total do sono. O benefício de seu uso, em termos de qualidade de vida e satisfação com o sono, no entanto, não é tão bem documentado. Embora existam variações farmacocinéticas entre os diferentes benzodiazepínicos, o efeito final é basicamente igual para todos. Portanto, o principal a se considerar é a meia vida e consequentemente a duração da sua ação. Aqueles que apresentam meia vida longa ou média (acima de 48h) têm potencial de acúmulo de dose, ocasionando ressaca no dia seguinte. No entanto, apresentam uma vantagem sobre os de meia vida curta, por terem menor potencial para desenvolvimento de tolerância e dependência. Os benzodiazepínicos de curta duração são mais adequados como hipnóticos, com meia vida menor de 15h. O diazepam é o fármaco de escolha quando a preocupação maior é a retirada. As doses iniciais devem ser baixas e, de preferência, o uso não deve ser diário, para evitar acúmulo. A síndrome de dependência de benzodiazepínicos é atualmente uma questão fundamental tanto no diagnóstico como no tratamento da insônia. Os sintomas de retirada são, em geral, opostos ao efeito do fármaco: aumento da ansiedade, insônia e inquietação. Esses sintomas são mais pronunciados e ocorrem mais precocemente com os fármacos de curta duração. Em geral, os sintomas desaparecem de duas a quatro semanas após a suspensão do medicamento. O tratamento, embora ainda inadequadamente fundamentado, consiste na retirada gradual da dose. Além disso, alternativas para os benzodiazepínicos são o uso de agonistas de receptores de benzodiazepínicos de meia vida, como zolpiden, zopiclona ou zaleplon e o uso de um sedativo anti-histamínico como a difenidramina ou a prometazina. Plano de cuidados para M. Antonia Tentativa de realização da melhor anamnese possível, tentando uma aproximação com ela e uma construção de vínculo e uma relação de confiança Encaminhamento para o psicólogo Informar sobre o CREAS, Delegacia da Mulher, seus direitos Acompanhamento Caso não exista lesões que confirmem a suspeita de violência e agressão nem ela confirme a existência disso não há como preencher a notificação compulsória Informar, discutir, conversar com a ESF sobre o caso Conversar com M. Antonia sobre a ação do rivotril, suas consequências, seus efeitos colaterais e seus riscos, em caso de insistência, prescrever diazepam com doses baixas e em dias alternados e orientá-la sobre o uso (uso limitado) e solicitação de retorno para acompanhamento.
Compartilhar