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Peça direito penal sua petição S1

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Rondonópolis/MT.
Gabriel, Brasileiro, portador do CPF XXXXX e RG, XXXX, Casado, residente e domiciliado na Rua XXXX, n ° XXXX, Bairro Verdes Mares na cidade de Rondonópolis/MT.
Vem por meio de seu advogado, procuração anexo, requerer a Vossa Excelência o pedido de Relaxamento de Prisão. Com fulcro no Art. 302 do CPP, sua prisão não encontra amparo em nenhuma das hipóteses cabidas no referido Art.
Dos Fatos:
No dia 03 de março de 2018 por volta das 20:00 horas Gabriel após um longo dia de trabalho chegando em sua residência se deparou com sua esposa Maria, com que é casado há 12 anos sentada em um bar com um desconhecido, Gabriel muito enciumado em ato de impulso se sentou junto a eles, Gabriel insistiu para que Maria fosse embora com ele para que ela pudesse explicar o que estava acontecendo, no ato Maria lhe apresentou o rapaz que estava junto a ela e disse a Gabriel que o rapaz se chamava Marcos, com quem Maria estava em um relacionamento extraconjugal a cerca de 08 meses, momento no qual a mesma . Surpreendido e muito envergonhado com o vexame que Maria estava fazendo Gabriel passar o mesmo informou que nunca daria a separação.
Gabriel para não prolongar a situação decidiu se recolher em sua casa.
 Ocorre que no mesmo dia por volta das 23:00 horas Gabriel se deparou com a chegada de Maria acompanhada de Policiais Militares em sua residência, que por base na narrativa de Maria decidiu por conduzir Gabriel para Delegacia.
Ao chegar na Delegacia o Delegado Ferreira após ouvir rapidamente o relato de Maria ( de que a mesma teria sido ameaçada por Gabriel na frente de todas as pessoas do bar) o Delegado de pronto deu voz de prisão para Gabriel lavrando em respectivo auto de prisão em flagrante delito da forma estabelecida com fulcro no Art. 147 do CP e o encaminhou ao Juiz competente no prazo legal.
Do Direito:
Ora excelência a prisão do Gabriel foi totalmente descabida tendo em vista que não se enquadra em nenhuma das previsões previstas no Art. 302 incisos I, II, III e IV do CPP.
Conforme dispõe:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração
Ocorreu ilegalidade na prisão de Gabriel, uma vez que o caso não corresponde a norma que regulamenta o flagrante.
Ademais, a CF em seu Art. 5° XI, conclui-se que a prisão ocorreu dentro de um domicílio protegido por uma garantia constitucional de inviolabilidade. 
Ora excelência, não fora verificado a incidência de qualquer uma das hipóteses que permitiriam a violação do domicílio de Gabriel.
ART 5° XI. CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
É notória a ilegalidade desta prisão, tornando assim a sua prisão ILEGAL.
Dos Pedidos:
Ante o exposto, requer a vossa excelência, uma vez provada a inexistência da prisão em flagrante, determinar o Relaxamento da prisão.
Com base no Art. 5° LXV. Que aduz:
 LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
E também que seja concedido o Alvará de Soltura.
Nesses termos, 
Pede e Espera Deferimento.
Cuiabá 20 de agosto de 2018. 
ADV: XXXXXXX OAB: XXX