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Confiabilidade Industrial TEP 00119 Confiabilidade ◦ Qualidade ou estado daquele ou daquilo em que se pode confiar. Confiar (lat confidere) ◦ 1 Ter confiança, acreditar, fiar-se, ter fé. ◦ 2 Entregar com segurança: Receava confiar seu dinheiro. Confiou-lhe a chave do cofre. ◦ 3 Incumbir, encarregar: Confiou-lhe a delicada tarefa. ◦ 4 Comunicar com confiança: Não é prudente confiar problemas íntimos. Confiou-lhe os planos financeiros. Venho confiar de Vossa Senhoria um segredo. ◦ 5 Entregar-se cheio de confiança: Confiava-se ao confessor. Confiemo-nos em Deus. Confiança ◦ 1 Ação de confiar. ◦ 2 Segurança íntima com que se procede. ◦ 3 Crédito, fé. ◦ 4 Boa fama. ◦ 5 Segurança e bom conceito. ◦ 6 Esperança firme. ◦ 7 Familiaridade. ◦ 8 pop Atrevimento, insolência, malcriação. ◦ 9 Ato libidinoso; licença. ◦ do Latim CONFIDENTIA, “confiança”, de CONFIDERE, “acreditar plenamente, com firmeza”. Formada por COM, intensificativo, mais FIDERE, “acreditar, crer”, que deriva de FIDES, “fé”. •CENÁRIO ATUAL •NBR 5462:1994 - Confiabilidade e mantenabilidade •Empresas buscam conhecer e aperfeiçoar a confiabilidade dos seus sistemas. •Empresas começam a exigir disponibilidade contratual dos seus fornecedores. •Diversos órgãos internacionais utilizam funções estatísticas para subsidiar estudos de confiabilidade. •No Brasil existe um anteprojeto de armazenagem de dados para a construção de banco de dados dos equipamentos usados no Brasil. Este banco de dados está sendo planejado pelo INMETRO. • CONCEITUAÇÃO INTUITIVA DA CONFIABILIDADE • Probabilidade de um sistema ou componente cumprir sua finalidade pre-fixada • Durante um intervalo de tempo pré estabelecido • Sob dadas premissas de operação. APLICABILIDADE ◦A Engenharia da Confiabilidade é aplicável a diversas áreas da engenharia, especialmente: Produtos Calcular o período de garantia; Calcular aprovisionamento para arcar com a garantia Auxiliar no desenvolvimento de produtos mais confiáveis Manutenção Prever quando e quantos equipamentos irão falhar Determinar os períodos de manutenção preventiva Prever orçamento para peças de reposição Melhorar o gerenciamento dos ativos APLICABILIDADE ◦A Engenharia da Confiabilidade é aplicável a diversas áreas da engenharia, especialmente: ◦Projetos Calcular a probabilidade da produção do projeto Calcular e estimar antecipadamente a disponibilidade do projeto (plantas industriais e produtos) Definir o uso de equipamentos redundantes ou de maior confiabilidade • Conceituação “técnica” intuitiva da confiabilidade • Probabilidade de um sistema ou componente cumprir sua finalidade prefixada • Durante um intervalo de tempo pré estabelecido • Sob dadas premissas de operação. Fundamentos de confiabilidade Os equipamentos possuem uma assinatura estatística que rege o seu desempenho durante a sua vida útil. Esta função estatística é a envoltória da distribuição em freqüência. Esta função estatística é a base dos estudos de confiabilidade. 10 Conceituação matemática da confiabilidade Variável aleatória associada : tempo (t) t ≥ 0 Seja f(t) a função de distribuição de probabilidade (fdp) de falha de um componente Probabilidade de falha do componente até um instante T é dada por F(T) é denominada função cumulativa de distribuição de falhas 0 (0 ) ( ) ( ) T P t T f t dt F T • Conceituação matemática da confiabilidade ◦ A confiabilidade R(T) é a probabilidade do componente funcionar corretamente até o instante T. ◦ Ou de não falhar até o instante T. Portanto tem-se ◦ Por definição ◦ Logo a confiabilidade pode ser expressa como 0 ( ) 1f t dt ( ) ( ) ( ) T R T f t dt P t T ( ) 1 ( )R T F T • Conceituação matemática da confiabilidade ◦ Propriedades da confiabilidade 0 0 0 (0) ( ) 1 ( ) 1R f t dt f t dt 1 ( ) ( )dR d f t dt f t dt dt ( ) ( ) 0R f t dt • Conceituação de taxa de falha Define-se a taxa de falha de um componente no instante T ao valor λ(T) , tal que Usando-se o teorema de Bayes tem-se Analisando-se tem-se no numerador e no denominador T T P t T T t T P t T t T T P t T T t T P t T ( )P t T t T T P T t T T f T T ( ) ( )P t T R T • Conceituação de taxa de falha Logo a taxa de falha λ(T) pode ser expressa como Das propriedades da confiabilidade tem-se Integrando-se, tem-se f T T R T 1 dR T T R T dT 0 0 t t dR T T dT R T 0 ln ln 0 t R t T dT R t R 0 t T dT R t e • Conceituação de taxa de falha Como Tem-se ( ) dR f t dt 0 t T dT d f t e dt 0 0 t tT dT d f t e T dT dt 0 t T dT f t t e • Conceituação de MTTF (Mean Time To Failure) ◦ O tempo médio até ocorrer falha (MTTF) é a esperança ou o valor médio da variável aleatória t com fdp f(t) ◦ Como ◦ Tem-se 0 MTTF E t t f t dt ( ) dR f t dt 0 dR MTTF t dt dt • Conceituação de MTTF (Mean Time To Failure) ◦ Integrando-se por partes, tem-se ◦ Para t=0 ◦ Quando t→∞ 0 1 0t R t 0 0 lim lim lim t t T dT t t t T dT t t R t t e e 0 0 0 dR MTTF t dt t R t R t dt dt • Conceituação de MTTF (Mean Time To Failure) ◦ Pela regra de L’Hôpital tem-se ◦ Desta forma tem-se que ◦ Reunindo-se as expressões tem-se 0 0 MTTF E t t f t dt R t dt 0 MTTF R t dt 0 1 lim lim 0 tt t T dT t R t t e Exercício ◦ Um engenheiro aproxima a confiabilidade de um equipamento de corte pela expressão ◦ Determinar a confiabilidade para o instante t0/2; ◦ Determinar o instante em que temos 80% de confiabilidade; ◦ Determinar a fdp de falha do equipamento; ◦ Determinar a taxa de falha; ◦ Determinar o MTTF; 2 0 0 0 1 , 0 0, t t t tR t t t Solução ◦ Determinar a confiabilidade para o instante t0/2; ◦ Determinar o instante em que temos 80% de confiabilidade; 2 0 11 0,25 2 2 t R 2 0 0 0 0,8 1 1 0,8 0,106 t t t t t 2 0 0 0 1 , 0 0, t t t tR t t t Solução ◦ Determinar a fdp de falha do equipamento; ◦ Determinar a taxa de falha; 2 0 0 0 1 , 0 0, t t t tR t t t 2 0 0 0 0 1 2 ( ) 1 , 0 td tdR tft t t tdt dt t 00 0 2 1 , 0 1 f t t t t R t t t t Solução ◦ Determinar o MTTF; 2 0 0 0 1 , 0 0, t t t tR t t t 00 2 3 0 0 0 0 0 0 0 1 1 3 3 tt t tt tMTTF R t dt dt t t Confiabilidade com dados discretos ◦ Considere-se N0 componentes idênticos sendo testados ◦ Seja Nf(t) o total de componentes que falharam até o instante t ◦ Tem-se que a confiabilidade em t é dada por ◦ A fdp de falha é dada por ◦ A taxa de falha é dada por 0 0 0 ( ) 1 f fN N t N t R t N N 0 1 ( ) fdN tdR f t dt N dt 0 1 f f dN tf t t R t dtN N t Confiabilidade com dados discretos ◦ Exemplo: teste de 1000 componentes Intervalo de tempo em 100hs Falhas no intervalo - dNf Falhas cumulativas Nf(t) Função Densidade de falha f(t) Distribuição Cumulativa de falha F(t) Confiabilidade R(t) Taxa de falha λ(t) 0 140 0 0,140 0 1 0,140 1 85 140 0,085 0,140 0,860 0,099 2 75 225 0,075 0,225 0,775 0,097 3 68 300 0,068 0,300 0,700 0,097 4 60 368 0,060 0,368 0,632 0,095 5 53 428 0,053 0,428 0,572 0,093 6 48 481 0,048 0,481 0,519 0,092 7 43 529 0,043 0,529 0,471 0,091 8 38 572 0,038 0,572 0,428 0,089 9 34 610 0,034 0,610 0,390 0,087 10 31 644 0,031 0,644 0,356 0,087 11 28 675 0,028 0,675 0,325 0,086 12 40 703 0,040 0,703 0,297 0,135 13 60 743 0,060 0,743 0,257 0,233 14 75 803 0,075 0,803 0,197 0,381 15 60 878 0,060 0,878 0,122 0,492 16 42 938 0,042 0,938 0,062 0,677 17 15 980 0,015 0,980 0,020 0,750 18 5 995 0,005 0,995 0,005 1,000 Confiabilidade com dados discretos 0 200 400 600 800 1000 1200 0 5 10 15 20 Falhas no intervalo Falhas cumulativas Confiabilidade com dados discretos 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0 5 10 15 20 Densidade de falhas Distribuição cumulativa de falhas Confiabilidade Taxa de falha Curva da Banheira ◦ Curva característica de sistemas de engenharia e sistemas vivos ◦ Apresenta 3 regiões distintas Região inicial Taxa de falha decrescente Falhas devido a métodos de fabricação inadequados processos de produção inadequados Controle de qualidade insuficiente Insuficiente correção de problemas Erro humano Materiais e mão de obra abaixo do padrão Burn-in test Curva da Banheira ◦ Região intermediária Taxa de falha “constante” Vida útil do componente Falhas aleatórias devido a Fatores de segurança de baixo Defeitos indetectáveis Erros humanos Abuso na operação Maior carga aleatória do que o previsto Falhas naturais Curva da Banheira ◦ Região final Taxa de falha crescente Falhas devido a Má manutenção Práticas incorretas de reparo Corrosão e fluência de material Projeto de vida curto Desgaste causado pelo envelhecimento Tempo t 1 Falhas Precoces / Mortalidade Infantil 2 Região de taxa de falha constante / Vida útil 3 Envelhecimento / Desgaste T a x a d e f a lh a 0 Curva da Banheira ◦ Cada região pode ser modelado com uma função de confiabilidade diferente ◦ Os três distribuições de confiabilidade principais são Weibull Exponencial Log-normal ◦ Não existe uma regra definitiva na escolha da distribuição. ◦ As distribuições de Weibull e log-normal são comumente usados para modelar uma mudança na taxa de falha. ◦ A distribuição exponencial é usada para modelar uma taxa de falha constante no tempo (por exemplo, a porção de estado estacionário da curva de banheira). ◦ A distribuição Weibull é a mais popular para a mortalidade infantil. ◦ A modelagem com log-normal é frequentemente utilizado em confiabilidade de componentes eletrônicos para a região de envelhecimento. ◦ O fator decisivo na escolha de uma distribuição é selecionar a função de distribuição que melhor se ajusta aos dados. Curva da Banheira ◦ Uma outra distribuição que é comumente utilizada nas estatísticas de confiabilidade é a distribuição normal (ou de Gauss). ◦ Geralmente não é usada na modelagem da curva da banheira. ◦ No entanto, é bastante utilizada para se determinar os parâmetros de modelagem. Curva da Banheira ◦ Resumo dos quatro modelos de principais de distribuição Distribuição Weibull • Pode representar qualquer uma das três regiões banheira. • Usada principalmente em microeletrônica para a modelagem de mortalidade infantil. • São necessários 3 parâmetros para o modelo, mas apenas dois são normalmente utilizados. • Apropriado para ensaios acelerados de vida. Distribuição Exponencial • taxa de falha constante. • Descreve apenas a parte plana (steady-state) da curva da banheira. • Necessita apenas um parâmetro no modelo. Log Normal-Distribuição • Necessita 2 parâmetros para a distribuição. • Pode representar qualquer uma das três regiões banheira. • Usado principalmente em microeletrônica para modelagem de envelhecimento ou desgaste. • Substitui tempo para falhar por seu logaritmo. • Apropriado para ensaios acelerados de vida. Normal (ou Gaussiana) • Dois parâmetros no modelo de curva. • Usada para monitoramento de processos e cartas de controle. • Taxa de falha constante Seja a taxa de falha λ(T) constante expressa como A confiabilidade associada é dada por A distribuição da taxa de falha correspondente é dada por que é a distribuição exponencial, cuja função de distribuição acumulada é dada por T 0 t dT tR t e e ( ) t dR f t e dt ( ) 1 ( ) 1 tF t R t e • Taxa de falha constante Propriedade “memoryless” da distribuição exponencial de falhas 1 0 0 1 1 0 0 0 ( ) ( ) | P t T P t T P T t T P t T t T P t T P t T 11 1 1 T P t T F T e 0 1 1 0( )P T t T P t T P t T 00 0 1 T P t T F T e 00 0 T P t T R T e 0 1 1 0 0 1 0 1 0| 1 T T T T T e e P t T t T e P t T T e • Taxa de falha constante A média da distribuição exponencial de falhas é dada por A variância da distribuição exponencial de falhas é dada por 0 0 0 0 1tt t t et e dt te e dt 2 2 2 0 1 1tt e dt Variância da distribuição exponencial ◦ De forma geral tem-se 22 E x 22 E x E x 2 2 22E x x E x E x 2 2 22E x E x E x E x 2 2 2E x E x Variância da distribuição exponencial ◦ Desta forma para a distribuição exponencial tem-se 2 2 2 2 2 2 2 1 1 E x E x 2 2 2 0 0 0 2t t tE x t e dt t e t e dt 2 0 2 0 tE x t e dt 0 1tE x t e dt 2 2 0 2 2 0 tE x t e dt • Taxa de falha constante O MTTF correlacionado é dado por 0 0 0 1tt eMTTF R t dt e dt Exercício ◦ Um grupo de componentes foi testado até o último componente falhar. A intervalos de 200 hs foi anotada a quantidade de componentes que falharam no intervalo, obtendo-se a seguinte sequência de dados: 262; 115; 50; 48; 43; 39; 41; 43; 38; 34; 31; 28; 33; 47; 51; 55; 61; 63; 55; 45; 18. ◦ Pede-se: a) Traçar a curva de confiabilidade; b) Traçar a curva da fdp de falha; c) Traçar a curva de taxa de falha; d) Calcular o MTTF; e) Delimitar as regiões de mortalidade infantil, vida útil e envelhecimento da curva de taxa de falha; f) Determinar a fdp exponencial associada à região de vida útil da curva de taxa de falha; g) Se o componente funcionar 2000 hs qual a probabilidade dele funcionar mais 500 h?