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Unidade I Noções Preliminares I

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Planejamento 
Tributário
Noções Preliminares I
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Jose Carlos Pereira Almeida
Revisão Técnica:
Prof.a Me. Graziela de Faria Santos Soares 
Revisão Textual:
Prof.a Me. Rosemary Toffoli
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• Sistema Tributário Brasileiro
• Fontes do direito
• Tributos
É importante criarmos uma rotina de estudo para facilitar seu aprendizado e controlar suas 
atividades conforme o cronograma do curso. Assim, após a leitura desta unidade, você deve 
realizar a atividade proposta para testar seus conhecimentos. Vamos iniciar nossa aula? 
Nessa unidade vamos desenvolver os principais conceitos sobre 
o Sistema Tributário Nacional e seus Princípios Tributários 
Constitucionais. Abordaremos também, sobre os tributos 
brasileiros e suas divisões e após essa introdução, iniciaremos o 
conceito de planejamento tributário.
Noções Preliminares I
• Planejamento tributário
• Tipos de Planejamento 
• Limites do Planejamento Tributário
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Unidade: Noções Preliminares I
Contextualização
A utilização do planejamento tributário como ferramenta da gestão tributária 
eficaz e eficiente
Autor: Leonardo José Ricardo
Graduado em Ciências Contábeis pela PUC Minas e estudante de Direito. Contador e consultor de empresas, 
com experiência em auditoria, consultoria e contabilidade geral.
Por planejamento tributário entende-se a escolha da melhor alternativa de tributação para a 
empresa, com vistas a minimizar o impacto dos tributos sobre sua situação financeira, econômica 
e patrimonial. Importante ressaltar que o planejamento tributário não se limita a optar por esta ou 
aquela opção de tributação existente na legislação tributária, e sim em elaborar estudos e estratégias, 
de forma legal, que proporcionem menor desembolso com o gasto tributário.
Não há dúvida que o Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Tanto é que 
ocupa a terceira posição dos países com carga tributária elevada, ficando atrás só de países como a 
Suécia e a Alemanha, conforme estudo elaborado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento 
Tributário). A diferença é que nos países com carga tributária equivalentes à do Brasil, os contribuintes 
têm retorno do gasto com o desembolso tributário, enquanto por aqui há dúvidas em relação à 
administração dos tributos arrecadados. Um dos maiores consumidores de tributos em nosso país 
é a corrupção.
Diante dessa situação, uma alternativa importante inclusive para a sobrevivência das empresas 
e garantia da competitividade num mercado cada vez mais globalizado, é a utilização do 
planejamento tributário como ferramenta de gestão estratégica empresarial. Entretanto, quando se 
fala em planejamento tributário, nos deparamos com um universo de normas e conceitos de várias 
naturezas, de modo que fica confuso ao contribuinte optar por esta ou aquela forma de tributação. 
É neste ponto que entra o papel do profissional contábil, orientando-o a escolher legalmente a 
opção que for menos onerosa à sua capacidade contributiva.
Planejamento tributário é sem dúvida uma prática lícita. Tanto é que a distinção entre planejamento 
tributário e sonegação consiste em que este reside na legalidade, enquanto aquela reside na ilicitude. 
Por licitude do planejamento tributário entende-se a existência de previsão legal para fazê-lo. E tal 
previsão está contida na própria Constituição Federal no artigo 5.º, inciso II que diz: “[...] ninguém 
é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Todo contribuinte tem 
o direito de organizar sua vida, de modo que o imposto incidente de acordo com previsões legais 
seja menor do que seria de outra forma, ou seja, se não planejasse seus negócios.
O primeiro ponto a ser observado na elaboração do planejamento tributário é a ocorrência do fato 
gerador da obrigação tributária. Para ser considerado legítimo, todo ato de planejamento tributário 
deve ser praticado antes do fato gerador, caracterizando assim elisão fiscal no intuito de reduzir a 
carga tributária, caso contrário temos um ato de evasão fiscal, ou seja, um ato ilícito que tem como 
único objetivo a sonegação tributária mediante práticas alheias à legislação.
Uma importante estratégia de planejamento tributário a nível federal é a comparação entre os regimes 
de tributação do IRPJ e da CSLL, quais sejam o Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e 
SIMPLES (este último destinado a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). O Lucro Arbitrado 
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não é considerado uma alternativa de planejamento tributário e ocorre quando não se conhece a 
receita bruta do contribuinte ou que tenha escrituração contábil considerada imprestável. Pelas 
modalidades do Lucro Presumido e Lucro Real é possível elaborar estudos comparativos, como 
por exemplo, comparar a margem de lucro com o percentual aplicável sobre a receita bruta do 
lucro presumido. Se a lucratividade for superior ao percentual aplicável, é conveniente oferecer esse 
montante à tributação.
Outra importante observação a ser feita no momento da opção pelo lucro real ou presumido é a 
vinculação com o sistema de tributação do PIS/COFINS. A diferença é que pelo presumido o sistema 
é cumulativo, ou seja, aplica-se a alíquota estabelecida diretamente ao faturamento, enquanto pelo 
lucro real o sistema é não-cumulativo, a alíquota é superior e aproveita-se créditos na mesma 
proporção conforme determina a legislação do PIS/COFINS.
Em tempos de Economia globalizada, com mercados cada vez mais competitivos e com grupos 
econômicos cada vez mais reduzidos, outra forma de planejamento tributário é a reorganização 
societária como instrumento de planejamento tributário. 
As opções previstas na atual legislação brasileira são a fusão, a cisão, a incorporação e a 
transformação. Porém é importante destacar que qualquer reorganização deve ser feita de forma 
legal, ou seja, não poderá ocorrer a simulação. Ainda prevalece o mecanismo da elisão fiscal para 
casos de reorganização societária, o que se não for observado, deixará de ser legal, caracterizando 
então sonegação e evasão fiscal.
Diante de qualquer forma de reorganização societária é importante que se faça uma análise dos 
impactos tributários antes e após a concretização da operação. Tal análise deve contemplar os 
reflexos fiscais não só do ponto de vista da empresa, como também dos sócios ou acionistas e 
abranger o Imposto de Renda, a Contribuição Social e demais tributos tais como IPI, ICMS, ISS, 
etc., e encargos relacionados ao quadro de funcionários bem como legislação previdenciária e 
trabalhista.
* adaptado de minha monografia apresentada para conclusão do curso de Ciências Contábeis do 
Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas.
Disponível: http://www.classecontabil.com.br/artigos/ver/1455
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Unidade: Noções Preliminares I
Sistema Tributário Brasileiro
Um sistema tributário ideal é aquele que prima por eficiência, simplicidade, flexibilidade, 
transparência e equidade (BARBOSA e BARBOSA, 2004), onde:
Características Conceito
Eficiência Quando a receita arrecadada é alocada corretamente.
Simplicidade Toda a sistemática envolvida (cálculo, cobrança e fiscalização) deve ser simples e o valor arrecadado deve ser superior ao gasto com essa rotina.
Flexibilidade O sistema tributário deve evoluir com as mudanças nas condições econômicas, de forma rápida e simples.
Transparência Conhecimento de quanto está se pagando e onde está sendo aplicado o recurso arrecadado.
Equidade Contribuir com uma quantia “justa”.
Fonte: Barbosa e Barbosa, 2004.
Infelizmente, comparando essas qualidades ao sistema tributário brasileiro, verificamos que 
estamos bem distante de um modelo ideal. Tal afirmativa é feita porque nosso sistema tributário 
é complexo, nem sempre é eficiente, muito menos transparente. Ademais o custo Brasil comtoda essa complexibilidade tributária é expressamente alto. 
Por outro lado, o Estado necessita de recursos financeiros para cumprir suas atividades. Essas 
receitas são obtidas de duas formas: receitas ordinárias e receitas derivativas, vejamos:
 
Fonte: Alexandre, 2010.
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O foco da nossa disciplina são as receitas derivativas e o que podemos planejar para diminuir 
esse custo financeiro, mas antes vamos discorrer um pouco mais sobre o nosso sistema tributário.
Fontes do direito
As fontes do direito, ou seja, o nascimento da norma jurídica pode ocorrer de duas formas, 
através de (i) fontes reais ou materiais ou (ii) fontes formais.
As fontes reais são os fatores e elementos que determinam o conteúdo das normas jurídicas, 
ou seja, são os fatores políticos, sociais e econômicos que contribuem para a formação da lei. Já 
as fontes formais são as normas que compõem o ramo do direito tributário.
Sendo assim, esse conjunto de normas, que visam o bem comum, forma um conjunto único 
e harmônico. Este conjunto é estruturado, mais de uma hierarquia se estabelece o grau de 
importância para cada norma. 
A seguir apresentamos a hierarquia das normas, bem como seus conceitos:
Hierarquia Conceito
1ª
Constituição 
(principal fonte do 
direito)
Na Constituição encontra-se a matriz de todas as competências; nela se 
demarcam os limites de tributar e se estruturam os princípios, inclusive 
os de natureza especificamente tributária, que constituem as pilastras de 
sustentação de todo o sistema tributário.
2ª Emendas à Constituição
As emendas constitucionais, uma vez observado o processo previsto para 
sua elaboração e promulgação, incorporam-se à Constituição, com igual 
hierarquia. A CF não cria tributos, define competências para fazê-lo, 
assim como suas emendas
3ª Leis Complementares
Tem a função de estabelecer as normas gerais em matéria tributária, 
podendo ainda, criar tributos.
4ª Leis Ordinárias
É o veículo legislativo que cria o tributo. A lei ordinária é aprovada 
no Congresso Nacional por maioria simples (maioria dos presentes na 
votação).
5ª Leis Delegadas São elaboradas pelo Presidente da república sobre matérias específicas. Dentro da hierarquia das normas, a lei delegada se equipara à lei ordinária.
6ª Medidas Provisórias
É um ato normativo, com força de lei, de que o executivo poderá lançar 
mãos em caso excepcionais, isto é, em caso de urgência e relevância,e 
que terão força de lei.
7ª Decretos Legislativos
Servem para regular matéria de competência do Congresso Nacional 
com efeitos externos. Independem de sanção e veto do Presidente da 
República.
8ª Resoluções Estabelecem alíquotas de ICMS, alíquotas máximas de Imposto de transmissão de Causa mortis e doação.
9ª Tratados Internacionais
Serão os tratados internacionais fontes de Direito Tributário quando 
forem aprovados por decreto legislativo e promulgados por decreto do 
Presidente da República.
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Unidade: Noções Preliminares I
A Constituição Federal (CF) impôs limites ao poder de tributar e regras através dos Princípios 
Constitucionais Tributários que estão delineados nos artigo 145 e da sequência dos artigos 150 
a 153, vejamos:
a) Legalidade – Artigo, 150, Inciso I;
Todo tributo deve ser instituído ou aumentado através de legislação pertinente. 
b) Anterioridade - Artigo, 150, Inciso II, Alínea “b”;
O Princípio da Anterioridade permite aos contribuintes o conhecimento antecipado da 
criação ou majoração de um tributo. Isto porque, na instituição desse novo tributo, o mesmo 
só produzirá efeitos a partir do exercício financeiro posterior ao da sua criação.
c) Irretroatividade - Artigo, 150, Inciso III, Alínea “a”;
Este princípio conjuga com os princípios de anterioridade e da legalidade, onde somente 
através de dispositivos legais que pode ocorrer a instituição ou o aumento de tributos e, sua 
cobrança se dará a partir daquela data, sem retroagir.
d) Isonomia ou Igualdade - Artigo, 150, Inciso II;
 A lei não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
e) Capacidade Contributiva- Artigo, 145, Parágrafo 1º;
O princípio da capacidade contributiva é comparado ao princípio da isonomia, isto 
porque ressalta que se deve tratar os desiguais de modo desigual, logo os tributos devem 
levar em consideração as possibilidades econômicas de seus contribuintes no momento 
da cobrança dos impostos.
f) Proibição de Confisco - Artigo, 150, Inciso IV;
Para que o tributo não tenha a característica de confisco, o mesmo deve ser razoável sem que 
extraia do contribuinte grande parte do valor de seus bens e renda. Assim, esse princípio tem 
como função limitar o poder de tributação e prover proteção aos contribuintes.
g) Generalidade, Universalidade e Progressividade – Artigo 153, § 2º, Inciso I
Esses princípios estão relacionados ao Imposto de Renda, o princípio da generalidade, 
generaliza os rendimentos e o aumento patrimonial do contribuinte, requer que toda renda 
deve ser tratada igual na incidência do imposto. Já o princípio da universalidade, tem o 
escopo atingir o universo de todos os ganhos ou lucros obtidos; e por último, o princípio 
da progressividade que determina tratamento igual à cobrança do imposto ao aumento da 
renda do contribuinte, logo será exigido uma carga maior de quem ganha mais
h) Seletividade 
Conforme o nome sugere, o princípio da seletividade é de selecionar a tributação com 
alíquotas superiores para produtos supérfluos e alíquotas mais acessíveis, desonerando 
assim, o preço final de produtos elencados como essenciais. 
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O princípio de seletividade é aplicado com a redução ou majoração das alíquotas de Imposto 
sobre Produtos Industrializados – IPI e do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação 
de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e 
de Comunicação – ICMS, através do artigo 153, § 3º, Inciso I para o IPI e artigo 155, § 2º, 
Inciso III para o ICMS. 
i) Liberdade de Tráfego - Artigo, 150, Inciso V;
Não pode a lei tributária limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas e bens, 
salvo o pedágio de via conservada pelo Poder Público.
j) Uniformidade Geográfica
O objetivo fundamental deste princípio é uniformizar os tributos de competência da União, 
ou seja, o tributo é uniforme sem distinção para todo território nacional.
k) não-discriminação tributária em razão da procedência ou destino
O artigo 152 da Constituição de 1988 estabelece:
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
l) Princípio da Transparência
O artigo 150, § 5º determina que o consumidor tenha ciência dos tributos que incidem sobre 
as mercadorias e serviços.
m) Tipologia Tributária
A hipótese de incidência e a base de cálculo dos tributos é que diferenciarão as várias espécies 
tributárias, logo, com a aplicação deste princípio é possível desmembrar o que é imposto, taxa 
ou contribuição de melhoria.
n) Não cumulatividade – Artigo 153 § 3º, Inciso II e 155 § 2º, Inciso I
A não cumulatividade é entendida como o tributo que deve incidir somente sobre o valor em 
cada operação, evitando assim, o efeito “cascata” do tributo. Como exemplo temos o ICMS, 
IPI e as contribuições sociais PIS e COFINS.
Após o entendimento quanto ao financiamento do Estado, bem como os limites delineados 
nos Princípios que servem de direcionadores a elaboração de leis e a cobrança de tributos, 
passamos a seguir ao entendimento quanto aos tributos e suas classificações.
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Unidade: Noções Preliminares I
Tributos
A Lei nº 5.172 de outubro de 1966, denominado Código Tributário Nacional – CTN, em seu 
artigo 3º define o entendimento de tributo, vejamos:
 Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniáriacompulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
(BRASIL, 1966).
Assim, o tributo é considerado uma receita derivada que objetiva a consecução do bem 
comum pelo Estado. Desse modo, os tributos são listados em espécies que seguem o princípio 
da estruturalidade orgânica do tributo, isto quer dizer que a espécie tributária será definida pelo 
seu fato gerador, logo, são divididas em:
Tributo Conceito
Imposto
É um tributo que custeia parte das despesas da administração e deve ser utilizado 
como investimento em obras de estrutura e serviços essenciais a população. Pode 
ser direto ou indireto e é pago tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, além 
disso, tem caráter pessoal e a capacidade contributiva é considerada para o seu 
pagamento. Imposto é de competência privativa e exclusiva de um determinado 
ente federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Taxa
Seu fato gerador é a contraprestação de um serviço público, ou seja, é o valor 
dispensado em troca de algum serviço prestado. Diferente do imposto, na taxa há 
um destino certo para a aplicação do dinheiro arrecadado. Assim, o ente público 
que presta o serviço é quem institui essa cobrança. Podemos dividir o tributo 
taxa de duas maneiras: (i) taxa de polícia, que conforme Alexandre (2010, p. 60) 
conceitua “é o exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança” e 
a taxa de serviço propriamente dita, onde segundo o mesmo autor (2010, p. 60) 
é “a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.
Contribuições 
As contribuições são subdivididas em: contribuições de melhoria, quando são 
cobradas em uma situação que represente melhora aos contribuintes. Já as 
contribuições especiais, são instituídas em três grupos: (i) as contribuições sociais, 
(ii) as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e, (iii) as 
contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas) 
que possuem destinação específica para um determinado grupo.
Empréstimos 
Compulsórios
 São empréstimos forçados, mas restituíveis. Isto porque, em uma situação de 
guerra, calamidade pública ou conjuntura que exija a absorção temporária de 
poder aquisitivo, o contribuinte é obrigado a recolher uma determinada quantia a 
título de empréstimo para depois resgatá-lo
Fonte: Alexandre, 2010 e LOPES, 2011. 
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Interessante colocar em foco, que temos tributos diretos e tributos indiretos, onde:
Tributos Diretos: recaem sobre a pessoa (física e jurídica), incidem sobre o patrimônio e a renda e 
são de responsabilidade pessoal.
Ex.: IRPJ, IRPF, IPTU, ITR, IPVA etc.
Tributos Indiretos: Recaem sobre a produção e circulação de bens e serviços, são repassados para 
os preços dos produtos e serviços, o consumidor é o contribuinte de fato, o produtor, vendedor ou 
prestador do serviço é o contribuinte de direito responsável pelo recolhimento do tributo.
Ex.: IPI, ICMS, ISS, COFINS etc
Nesse sentido, a nossa carga tributária que é composta pelos tributos citados acima, assim o 
montante arrecadado é comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) para descobrir seu impacto. 
Por este motivo dizemos que a carga tributária atingiu em 2012, 36,27% do PIB. Ou seja, 
a arrecadação tributária aumentou R$ 104,87 bilhões em 2012, totalizando R$ 1.597,02 
bilhões (R$ 1,59 trilhão), contra R$ 1.492,15 bilhões (R$ 1,49 trilhão) em 2011 (IBPT, 2012).
 O Brasil tem uma das cargas tributárias mais pesadas entre os países emergentes e um dos 
piores em retorno ao contribuinte. Neste cenário surge a necessidade do estudo do planejamento 
tributário que visa, de forma lícita e correta, reduzir os custos financeiros tributários.
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Unidade: Noções Preliminares I
Planejamento tributário
Segundo Zanluca (2012, p.1) “planejamento tributário é a metodologia para se obter um 
menor ônus fiscal sobre operações ou produtos, utilizando-se meios legais”. Ou ainda:
Ideias Chave
Planejamento tributário é a busca, dentro das regras legais, que tem como finalidade a redução tributária.
Podemos também pontuar, como a escolha dentre as diversas opções legais buscando a redução ou 
anulação dos valores a recolher ao fisco.
 É relevante ao presente estudo, compreender que planejamento tributário prima 
exclusivamente pela ELISÃO FISCAL e nunca pela EVASÃO. Vamos compreender melhor 
sobre isso?
A elisão é um procedimento lícito, que busca a supressão do pagamento tributário, podendo 
anular, reduzir ou adiar o ônus fiscal.
Já a evasão é considerada um ato fraudulento que através de procedimentos ilegais fere o 
regulamento fiscal. Ademais é considerado um ato voluntário de omissão tributária, podendo 
inclusive sofrer sanções penais.
Você Sabia?
Que a contabilidade é a ciência que auxilia e que fornece as informações necessárias para um bom 
planejamento tributário.
 Isso mesmo! A contabilidade através de seus controles permite um estudo detalhado sobre ações 
futuras buscando a anulação, redução ou adiamento do ônus tributário.
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Tipos de Planejamento 
O planejamento tributário pode ocorrer de 3 maneiras: (i) preventivo, (ii) corretivo ou (iii) 
especial, vejamos suas características:
Características Conceito
Preventivo
Sua aplicação é continua isso porque trabalha de modo preventivo evitando 
pagamentos indevidos ou a maior, organizando também as rotinas fiscais.
Corretivo
O fato já ocorreu, mas por algum motivo foi verificado um erro de procedimento. 
Assim, busca-se a correção evitando o menor desembolso possível.
Especial
Seu estudo é elaborado para uma determinada ação, para um caso específico, por 
exemplo, a abertura de uma filial, reestruturação societária, etc. 
Limites do Planejamento Tributário
Podemos delinear um limite para o que é considerado planejamento tributário. Lembrando, 
que esse planejamento tributário lícito é aquele que se beneficia das leis para uma redução 
tributária.
Qualquer ato fora desse contexto é considerado uma sonegação fiscal. Nessa esteira, pode-se 
elencar:
a) Simulação: onde cria-se uma aparente situação para alcançar vantagens tributárias;
b) Fraude: procedimentos intencionais violando a legislação pertinente, inclusive sendo 
caracterizado como ato voluntário, consciente.
c) Abuso de personalidade jurídica: são criadas empresas com os mesmos sócios ou 
com “laranjas” buscando benefícios fiscais caracterizado pelo desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial, realizando transações comerciais duvidosas.
Agora que já sabemos o que é planejamento tributário e compreendemos claramente a 
questão de elisão e evasão fiscal, em nossa 2ª unidade vamos conhecer as formas de tributação, 
suas vantagens e desvantagem.
Mas antes, vamos realizar alguns exercícios para aplicar o conhecimento adquirido nessa 
unidade.
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Unidade: Noções Preliminares I
Material Complementar
Você sabia que o “IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) atua desde 1992 
para diminuir o impacto dos impostos sobre as empresas e racionalizar a arrecadação de tributos 
nos níveis municipais, estaduais e federal. O objetivo é o aumento da lucratividade empresarial 
o crescimento da economia e da sociedade como um todo, além de contribuir para uma 
governança tributária mais eficiente e inteligente para as empresas, governos e organizações.” 
João Eloi Olenike – presidente do IBPT.
Acesse o site do IBPT é veja a quantidade de informações que esse instituto elabora, é muito 
interessante!
• http://www.ibpt.com.br/
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Referências
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
São Paulo: Método, 2010. 
AMARAL, Gilberto Luiz do. OLENIKE, JoãoEloi. AMARAL, Letícia Mary Fernandes do. Carga 
Tributária Brasileira 2012 – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). 
4 març. 2013. Disponível em: < http://www.ibpt.com.br/img/uploads/novelty/estudo/559/
CargaTributaria2012IBPT.pdf> Acesso em: 01 mai. 2013.
BARBOSA. Fernando de Holanda. BARBOSA. Ana Luiza Neves de Holanda. Economia do 
Setor Público no Brasil. In: BIDERMAN, Ciro. ARVATE, Paulo (Coord.). O sistema tributário 
no Brasil: reformas e mudanças. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 290-317.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso em: 19 
jan. 2013.
______.Lei nº 5.712, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional 
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível 
em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: 26 de jan. 2013.
LOPES, Andréia Lemos. Temas Relevantes de Direito Tributário e de Contabilidade. In: ZOUAIN, 
Renato Sorroce (Coord.). Crimes contra a ordem tributária. São Paulo: Ônixjur, 2011. p. 
18-52. 
ZANLUCA, Júlio César. O contabilista e o planejamento tributário. [2013]. Disponível 
em:< http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/planejamentofiscal.htm>. Acesso 
em: 23 de jun. 2013
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Unidade: Noções Preliminares I
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