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Parada Cardiorrespiratória na Gestação CARLA ANDREUCCI POLIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Caso Clínico 1 K.F., 35 anos; G2PN1A0, 38 semanas. Encaminhada ao PA de obstetrícia do hospital por queixa de falta de apeFte e alteração de humor. Paciente pouco comunicaFva, expressão depressiva. Ao E.F.: PA: 120x70mmHg; FC.: 70bpm; Sat 98%. BCF.: presente. Ao término da anamnese e EF, paciente evolui com confusão mental, rebaixamento de nível de consciência e PCR, além de bradicardia fetal Caso clínico 2 Gumercinda, 43 anos, G5Pn4A0, IG.: 36sem e 4 dias, chega à maternidade com queixa de sangramento vaginal. Pré-‐natal sem intercorrências, sorologias ok 4 gestações anteriores sem intercorrências Obesa (IMC: 32,1); Migrânea; Sem alergias Nega tabagismo, eFlismo ou uso de outras substâncias Necessidade de internação com 27 semanas por sangramento. USG revelou placenta prévia marginal (recobrindo borda do oriccio interno) Caso Clínico 2 Sangramento abundante na admissão hospitalar à Cesárea de emergência Exames: Hb.: 10,7g/dL; Ht.: 30,9%, O+, série branca e plaquetas normais Realizada cesárea com RN masculino, saudável. ReFrada PPrévia 20 min após à evolui com PAS= 70mmHg, FC: 30-‐39bpm, satO2: 80%, relatando “dor no peito” Evoluiu com perda de consciência e lábios esbranquiçados Tinha aFvidade elétrica no ECG, porém sem pulsos radiais e carondeos palpáveis Pergunta: O que fazer????? Parada Cardiorrespiratória na Gestação Poucos dados epidemiológicos 0,14-‐6 em cada 1.000 nascimentos (Brasil)à Colapso materno (excluídos estado epilépFcos e pós-‐ictais) Fatores: Falta de conhecimento ou de habilidades na reanimação Taxa de sobrevivência 58,9% Fatores causais Morbidade materna: Relacionadas à gravidez vs. Pré-‐gestacionais; Fatores Causais BEAU-‐CHOPS (AHA) 4H´s e 4 T´s (RCOG) Fatores Causais TRATAR A CAUSA SIMULTANEAMENTE COM A REANIMAÇÃO ◦ PE grave/EclâmpsiaHELLP: Sulfato de magnésio ◦ Hemorragias: Placenta prévia, acreFsmo, DPP, rotura uterina, gravidez ectópica ◦ Sepse: Estreptococos (grupo A, B e D), pneumococo e E.coli ◦ Doenças cardíacas à Avaliação conjunta Obstetra+Clínico+Cardiologista ◦ Embolia por líquido amnióFco ◦ Complicações anestésicas Alterações fisiológicas na Gestação Influenciam na resposta e nos procedimentos de reanimação -‐ Aumento de 15-‐20 bpm -‐ Aumento de 40% do débito cardíaco -‐ Aumento de 50% do volume plasmáFco e de 25% do volume globular (anemia fisiológica da gravidez) -‐ Aumento de volume uterino: Diminuição da capacidade residual funcional respiratória, elevação do diafragma Alterações fisiológicas na Gestação Influenciam na resposta e nos procedimentos de reanimação -‐ Progesterona: diminui sensibilidade ao oxigênio nos centros respiratórios e relaxa musculatura intercostal: Aumento de VC e hipervenFlação compensatória -‐ A parFr da 20ª semana: Em posição supina: compressão uterina da cava e da aorta à Hipotensão supina e redução em até 50% da eficácia das compressões em caso de PCR -‐ Compressão aórFca (aumento da pós-‐carga) e compressão cava (diminuição retorno venoso) Alterações fisiológicas na Gestação Influenciam na resposta e nos procedimentos de reanimação -‐ Aumento da filtração renal -‐ Mecanismos compensatórios renais à alcalose respiratória (hipervenFlação) -‐ Alteração metabolismo de drogas Princípios da Reanimação (Basic Life Suport-‐BLS) 1º passo: Chamar por ajuda!! 2º passo: Posicionamento da paciente -‐ Inclinação à esquerda (Nível C) vs Deslocamento uterino para esquerda; Iniciando RCP (BLS) Nova abordagem (AHA 2010) -‐ “C-‐A-‐B” simultâneo; -‐ Compressões de alta qualidade: 100 compressões/min; 5cm de profundidade, retorno total do tórax após cada compressão e mínimo de interrupções; -‐ 1 ciclo= 30 compressões:2 venFlações -‐ Seguir com desfibrilação (se desfibrilador já presente, garanFr ao menos 1 ciclo de compressões); Carga: 360 J monofásico ou 120-‐200 J se bifásico; Lembrete: Desfibrilar se ritmo “chocável”. Ou seja: TV ou FV. Não checar o pulso e reiniciar RCPà 5 ciclosà Verificar ritmo. BLS Vias aéreas e Respiração -‐ Gestante: Maior risco de hipoxemia; -‐ Estrogênio leva a um acúmulo de água intersFcial à edema e dificuldades venFlatórias; -‐ DisposiFvo bolsa-‐máscara de O2 a 100% (15L/min) -‐ Checagem: movimentos torácicos. Resumo BLS ACLS Medidas invasivas: via aérea avançada e medicação; -‐ “Quem se move ganha MOV” – Monitor, Oxigênio e Veia; -‐ Compressões torácicas devem conFnuar; -‐ IOT assim que possível; -‐ Checagem: ausculta em epigástrio e campos pulmonares E e D; Capnografia; -‐ 2 acessos venosos calibrosos (ou IO); Medicação Uso vai depender do ritmo: 1. FV/TV sem pulso: -‐ Epinefrina (1mg IV ou IO ou 2-‐2,5mg endotraqueal) -‐ Vasopressina (40 UI IV ou IO ou 80UI endotraqueal) -‐ Amiodarona (300mg bolus1ª dose e 150mg na 2ª dose) 2. Intervalo QT longo – Torsade de pointes -‐ Sulfato de magnésio: 1-‐2g. 3. AESP/Assitolia: Epinefrina ou Vasopressina Se paciente es@ver recebendo magnésio pré-‐parada: Interromper sulfatação e administrar cloreto de cálcio 10mL a 10% ou gluconato de cálcio 30mL a 10% Vitalidade Fetal Caso não ocorra reversão do estado materno em até 4 minutos: Considerar cesárea de emergência . Conceito Cesarea perimortem (1961); -‐ Considerar quando: -‐ Fundo uterino palpável em cicatriz umbilical ou acima; -‐ IG mais do que 20 semanas; ObjeFvos: -‐ Descompressão aorto-‐cava; -‐ ReFrar concepto de ambiente em anóxia; -‐ Independe da viabilidade fetal; -‐ Material necessário: Bisturi -‐ Local: Onde esFver sendo realizada a reanimação. -‐ Tempo: ReFrar concepto até 5ºmin. -‐ Se a injúria materna Fver sido fatal, não é necessário esperar para realização do procedimento; -‐ Poucas evidências sobre via de parto vaginal; Cuidados Pós-‐ Parada Encaminhar à UTI Frequência venFlatória 10-‐12irpm Manter SatO2 em 94% Manter PAS acima de 90mmHg Hipotermia (entre 32-‐34 ºC) ECG Exames subsidiários conforme a causa Monitorizar vitalidade fetal: BCF e Cardiotocografia; Referências UpToDate (2013) -‐ Management of Cardiopulmonary arrest in pregnancy; Cardiac Arrest in Pregnancy. Circula(on. 2015;132:00-‐00. AHA. Review Ar7cle. Maternal Cardiac Arrest: A prac@cal and Comprehensive Review. Emergency Medicine InternaFonal, 2013. Case 40-‐2012: A 43-‐Year-‐Old Woman with Cardiorespiratory Arrest aer a Cesarean SecFon. Case Report. N Engl J Med 2012;367:2528-‐36. Colapso materno – Conduta da parada cardíaca na gravidez (ArFgo de revisão)-‐ FEMINA | Julho/Agosto 2012 | vol 40 | nº 4. Cardiac arrest in pregnancy: best prac@ces are needed. Acta Obstet Ginecol Port 2014;8(2): 164-‐168 ABC of Resuscita7on. Resuscita@on in pregnancy. BMJ VOLUME 327 29 NOVEMBER 2003 Cardiopulmonary Resuscita@on in the Pregnant Pa@ent – An Update. IMAJ 2011; 13: 306–310