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FORMAÇÃO PSICO HOSPITALAR

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A Psicologia Hospitalar surgiu em 1818, no Hospital McLean, em Massachussets, onde formou-se a primeira equipe multiprofissional que incluía o psicólogo. Nesse mesmo hospital foi fundado, em 1904, um laboratório de psicologia onde foram desenvolvidas pesquisas pioneiras sobre a Psicologia Hospitalar. (Ismael, 2005; Bruscato, Benedetti & Lopes, 2004).
No Brasil, os serviços de um psicólogo hospitalar surgiu na década de 30, como propostas alternativas à internação psiquiátrica, inaugurando assim seu exercício profissional na instituição de saúde. Os relatos de inserção do psicólogo em hospitais começam na década de 50, com Matilde Neder instalando um Serviço de Psicologia Hospitalar no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, todavia, boa parte destes profissionais passou a reproduzir práticas do consultório psicológico em sua atividade no hospital, ou mesmo a trabalhar como assessor de Psiquiatras, pois a própria psicologia como ciência estava ainda se consolidando em países mais desenvolvidos e assim não tendo ainda produzido modelos experimentados e bem sucedidos. Contudo, Matilde Neder, ao ser convidada para o trabalho, procurou fazer uma adaptação técnica de seu instrumental teórico, acoplando-o à realidade institucional. Houve então a criação de modelos teóricos de atendimentos que visavam agilizar esses atendimentos afim de torná-los adequados à realidade hospitalar. 
Na década de 70, Bellkiss Wilma Romano Lamosa é convidada para implantação do Serviço de Psicologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o que possibilitou o primeiro curso de Psicologia Hospitalar do país oferecido pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1976, sob responsabilidade de Bellkiss.
Em 1979, Regina D’Aquino inicia, como coordenadora, o Programa de Estudos e Pesquisas em Tanatologia da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.em Brasília, após criar um trabalho junto a pacientes terminais, tornando-se um dos grandes marcos da atuação mediante a morte e suas implicações. 
Foi na década de 80 que surge o primeiro curso de Especialização em Psicologia Hospitalar, no Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo, sob a responsabilidade de Valdemar Augusto Angerami-Camon, e também os primeiros setores de psicologia em instuições de saúde, como o Setor de Psicologia do Serviço de Oncologia Ginecológica da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência e o Setor de Psicologia do Serviço de Pediatria do Hospital Brigadeiro.
Em 1983 acontece o I Encontro Nacional de Psicólogos da Área Hospitalar, promovido pelo Serviço de Psicologia do Hospital das Clínicas da USP, sob responsabilidade geral de Bellkiss W.R. Lamosa, onde reuniu os diversos psicólogos que atuavam na área. 
Durante muito tempo, a psicologia hospitalar utilizou-se de recursos técnicos e metodológicos de outras áreas do saber psicológico, que nem sempre se mostraram adequados ao contexto hospitalar. A inexistência de um paradigma claro que pudesse definir estratégias dificultou a oportunidade de legitimação do espaço psicológico nas instituições de saúde.A partir da pluralidade evidenciada no exercício da psicologia no contexto hospitalar, iniciou-se um direcionamento de pesquisas e publicações a respeito dessas práticas a fim de se fortalecer a identidade do profissional dessa área. (Angerami-Camon, 2002).
Na década de noventa, com o lançamento do livro “Psicologia e Saúde: repensando práticas”, publicado em 1992, a reflexão sobre a inserção da Psicologia nas instituições brasileiras de saúde ganhou uma maior visibilidade. Nesse período que começou a ser produzido literaturas sobre o que se denominou de Psicologia Hospitalar, muitas dessas obras sob autoria do psicólogo Valdemar Augusto Angerami, mais conhecido comoCamon, se tornando um dos autores mais influentes do assim denominado campo da Psicologia Hospitalar.
Contudo, somente em 2000, a Psicologia Hospitalar foi reconhecida como uma especialidade pelo Conselho Federal de Psicologia. Desde então fundação da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), vem fortalecendo a área no cenário brasileiro, a fim de ampliar o campo de conhecimento científico e promover o crescimento profissional. 
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, R., HISTÓRICO DA PSICOLOGIA HOSPITALAR. Disponível em: http://psicoterapiaepsicologia.webnode.com.br/products/historico-da-psicologia-hospitalar/.
MAIA, E., Silva, N., Martins, R., SEBASTANI, R. PSICOLOGIA DA SAÚDE-HOSPITALAR: DA FORMAÇÃO A REALIDADE. UFRN, 2005.
MARCON, C., LUNA, I., LISBOA, M. O PSICÓLOGO NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES: CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS. Psicologia ciência e profissão, 2004.
BROOKS, W. B., FINESTONE, D. H., JORDAN, J. S., TILLOTSON, E. G. E NEELON, F. A. THE COMBINED MEDICAL SPECIALITIES UNIT AFTER FIVE YEARS. North Carolina Medical Journal, 49, 11-16, 1988.

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