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Cap 6 Desenvolvimento Eco Nali de Jesus

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Fichamento capítulo 6
Desenvolvimento na Visão Schumpeteriana 
6.1 O Fluxo circular e seu rompimento
A economia schumpeteriana sem desenvolvimento é descrita por um sistema circular de equilíbrio, com lucros normais. Não existem inovações tecnológicas e os processos de produção são rotineiros. Dada sua dinâmica, a economia necessita apenas de pequenos ajustes em variáveis econômicas a mudanças marginais do mercado. 
O fluxo circular constitui um sistema de equilíbrio geral onde as relações entre as variáveis ocorrem em condições de crescimento equilibrado, sendo determinadas pelo ritmo da expansão demográfica. A competição elimina qualquer excedente de valor. O caminho do crescimento equilibrado implica que o nível da acumulação do capital e da expansão da renda fica determinado por pequenas variações da força de trabalho. A poupança necessária ao investimento é uma função constante do nível da renda corrente. O próprio dinheiro no fluxo circular constitui “um véu monetário” (Possas, 1987, p.173). 
6.1.1 Novas combinações 
Ele se define como uma “mudança espontânea e descontínua nos canais de fluxo, uma perturbação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente” (Schumpeter, 1982, p. 47). São os produtores que exercem mudanças relevantes; os consumidores são induzidos a consumir os novos produtos. À medida que novas combinações surgem de modo irreversível e descontínuo, há desenvolvimento. 
As combinações apresentam algumas e significativas para gerar desequilíbrios no sentido ascensional. De outra parte, as novas combinações deslocam fatores de atividades menos produtivas. A geração de lucro puro estimula novos investimentos, dando margem ao surgimento de novas fontes de lucro. 
Aspectos de demanda
A teoria schumpeteriana enfatiza o lado da oferta, negligenciando a demanda. Do lado da demanda, como monstra a teoria da base exportadora (Souza, 1982), o desenvolvimento fica explicado pela expansão ou abertura de novos mercados, que é um tipo particular de inovação. Os custos médios se reduzem, independentemente de mudanças tecnológicas. Os agentes tornam-se mais numerosos e os ambientes mais complexos. As firmas com maior poder de competição sobrevivem e ampliam sua participação no mercado, retransmitindo sua experiência às demais empresas. 
6.1.2 Papel do empresário inovador
Primeiramente, está implícita a presença de um comandante, um agente capaz de realizar com eficiência as novas combinações. Em segundo lugar, o mundo em que vive, não sendo de concorrência perfeita, mas formado por oligopólios, possibilita a obtenção de lucro puro. Terceiro lugar, mesmo na presença de oligopólios, os fundos de reservas das empresas nem sempre são suficientes para financiar as novas combinações e o empresário precisa recorrer ao crédito, fornecendo pelo capitalista. 
O administrador do fluxo circular diferencia-se do empresário do processo de desenvolvimento; este também não se indentifica, necessariamente, com o inventor ou com o capitalista. Porém, segundo Schumpeter, o risco é assumido por quem concede o crédito e não prelo empresário. A característica fundamental do empresário é a de “liderança e não de prosperidade, isto é, de capacidade de previsão e iniciativa e não da posse de capital” (Possas, 1987, p. 175) Tal liderança reflete-se também em direção dos demais produtores, que o imitam, adotando inovações. A iniciativa individual do empresário pode ser estimulada pelo apoio oficial; contudo, o empresário de sucesso geralmente é o homem de iniciativa, um individualista e autossuficiente, mas que busca sustentação em todas as frentes. 
A satisfação do empresário, como dizia Marx, ao se referir ao capitalista, reside no desejo de acumular por acumular. Seu comportamento jamais se caracteriza pelo tipo hedonista. Nessas condições, ele se apresenta também como um novo-rico, um egocêntrico e racional, cujo fim é o lucro e não o consumo (Schumpeter, 1982, p.64)
O promotor construí o agente comissionado que vincula o capitalista ao empresário. Para Marx, a força principal do processo de crescimento é a acumulação de capital, enquanto para Schumpeter o desenvolvimento se deve à inovação empresarial. Ele amplia os meios de pagamento, ao criar crédito, tornando-se o elemento chave do desenvolvimento econômico. Ele torna-se o centro por reunir capitais disseminados entre portadores de títulos de diversas espécies e depositantes, para emprestar aos empresários. 
6.1.3 Natureza e função de crédito
Como o empresário não é, necessariamente, o proprietário dos meios de produção, que pode estar disseminando entre inúmeros acionistas, nem possui recursos próprios suficientes para realizar investimentos e adotar novas combinações, o crédito bancários. Em outras palavras, na ausência de desenvolvimento, no fluxo circular, funciona a lei de Say, não havendo necessidade de crédito. Crédito bancário gera-se graças à criação de moeda escritural, a partir de certa base monetária, construída pela poupança depositada nos bancos e pelo afluxo de dinheiro do exterior. A medida que um empreendimento é financiado, criam-se depósitos adicionais pelo multiplicador bancáro, possibilitando a realização de novos financiamentos. 
Em outras palavras, os empresários deverão ser capazes de retirar do fluxo circular adicional os elementos para sua reprodução no período seguinte. Novos créditos somente se justificarão para os novos processos de produção, fabricação de novos produtos, abertura de novos mercados, isto é, para a adoção de novidades no processo de produção. Os lucros gerados pelo desenvolvimento vão construir os recursos próprios, os quais, adicionados em parte ao novo crédito, tornarão possíveis os investimentos relacionados com as novas combinações. 
Consequências do crédito
Como as empresas não inovadoras desaparecem ou crescem a um ritmo mais lento, instaura-se um processo de destruição criadora. Pelo maior poder de mercado adquirido com as novidades, as empresas inovadoras expandem sua produção a preços crescentes. Por adorem novas combinações e produzirem novos produtos, as firmas inovadoras adquirem posição oligopolista no mercado. Assim, elas estabelecem preços com mark up sobre os custos médios. Essa situação perdura enquanto não surgirem concorrentes produzindo bens similares. A poupança forçada e o lucro puro, decorrente das inovações, elevam a capacidade de autofinanciamento das empresas, reduzindo proporcionalmente a demanda por crédito bancário. Os críticos de schumpeter argumentam que os bancos normalmente concedem créditos de curto prazo e que os investimentos de capital fixo são financiados com capitais próprios ou emissões de títulos. No entanto, mesmo que os bancos somentem financiem os gastos de curto prazo, requeridos pelas inovações, não estará descartada a relação entre crédito e inovação, porque haverá liberação de recursos própios para investimento de longo prazo. 
A função do mercado de capitais é fornecer crédito para o desenvolvimento e este cria e alimenta o primeiro ao expandir o volume de negócios da economia 
6.2 Apresentação formal da economia schumpeteriana 
O processo de produção schumpeteriano envolve a combinação de forças produtivas formadas pelo meios de produção, K,pelo trabalho, I, pelos recursos naturais, N, pelas inovações tecnológicas, S, e pelas instituições, E, A função de produção especifica-se como: Y = f (K, N, I, S, E)
Os meios de produção, K, diferem da noção schumpeteriana de capital. Este é um fundo de poder de compra e se compõe de dinheiro e ativos líquidos, calculados em dinheiro. O capital em dinheiro, em papéis ou títulos, com liquidez imediata, e o crédito desempenham um papel essencial em uma economia schumpeteriana em desenvolvimento. 
No fluxo circular vale a lei de say, pois a tecnologia e o meio sociocultural não influenciam o produto. Ao afetarem o produto com o auxilio do credito, e pela ação do empresário inovador, instaura-se o processo de desenvolvimento e a economiacrescerá acima da expansão demográfica. Enquanto o crescimento econômico não produz nenhuma novidade, apenas processos normais de adaptação, as variáveis do desenvolvimento apresentam-se como um fenômeno novo, estranho ao fluxo circular, deslocando o ponto de equilíbrio para um novo patamar. 
À luz da experiência histórica, constata-se que o crescimento econômico não se produz de maneira uniforme no tempo. Ele acelera-se com a introdução de novos produtos e novos processos de produção, pela ação do empresário inovador. O surgimento de inovações, de crédito e de empresários inovadores não é linear, provocando o crescimento econômico em ritmo superior à tendência histórica, limitada pelo estoque de recursos e técnicas tradicionais. 
A acumulação de capital liga-se ao desenvolvimento pelas inovações tecnológicas. Com técnicas velhas, a acumulação mantém-se lenta e os lucros são normais. De sua parte, as modificações institucionais (dE/dt) dependem do relacionamento temporal com o estoque de conhecimento (S) e com a situação presente das instituições (E): dE/dt = E(S,E) 
6.3 Ciclos econômicos em Schumpeter
Ele acelera-se com a introdução de novos produtos e novos processos de produção, pela ação do empresário inovador. Os preços sabem, o que estimula as empresas a aumentar a produção. O surgimento de inovações, de credito, e de empresários inovadores não é linear, provocando o crescimento econômico em ritmo superior à tendência histórica, limitada pelo estoque de recursos e técnicas tradicionais. 
O tempo que transcorre entre uma fase e outra, a duração do ciclo, depende do fenômeno que o motivou, uma vez que eles não decorrem apenas do lado da oferta, no sentido schumpeteriano. 
6.3.1 Prosperidade
Segundo Schumpeter, o período de prosperidade é caracterizado pelo aparecimento de ondas de inovações e enxames de empresários. A ascensão atinge um máximo e depois declina. Na fase ascendente do ciclo de inovações, financiadas pelo crédito, estimula a demanda de bens de produção e a economia cresce acima da tendência histórica. O desenvolvimento schumpeteriano desenrola-se progressivamente, porque as inovações não se distribuem uniformalmente no tempo. A abertura de um mercado externo, por exemplo, facilita as exportações tanto para as empresas do mesmo ramo, como para as de outros segmentos da economia. Os pioneiros dão o exemplo e são imitados. Eles sinalizam a existência de lucro em determinados setores. A tendência à queda dos preços dos bens finais e à elevação dos preços dos bens de capital, no final da prosperidade, explica por que novos empreendimentos não utilizam o crédito excedente: conclui-se que a origem da recessão encontra-se na própria fase ascendente. A instabilidade do sistema capitalista sinaliza o desequilíbrio do crescimento e a possibilidade da chegada do estado estacionário. 
6.3.2 Recessão e depressão
Políticas governamentais adotadas para prolongar a fase de prosperidade e as imperfeições de mercado ampliam o processo inflacionário, que tende a acompanhar o desenvolvimento. Mesmo antes do pico, quando as empresas começam a pagar seus empréstimos, a demanda por crédito se retrai diante da redução da taxa de lucro. A taxa de crescimento da produção dos bens antes lançados no mercado como novidade atinge o máximo e depois declina. Ocorrem perdas e a recessão persiste com a deflação de crédito. A economia entra em um período de recessão e a retomada do crescimento somente ocorrerá com novas ondas de inovações e novos grupos de empresários. As condições econômicas desfavoráveis, os riscos e a incerteza inibem a função empresarial, reduzindo o ritmo das inovações e a demanda de crédito. Com relação à distribuição de renda, na fase ascendente os lucros das firmas inovadoras aumentam mais do que proporcionalmente ao lucro das firmas não inovadoras; na recessão e depessão, as firmas com maior poder de mercado aumentam sua participação na economia, em deterimento das firmas concorrências, que mantém combinações antigas. A ruptura do fluxo circular representa a passagem da fase concorrencial para a fase oligopolista, o que acentua os movimentos cíclicos do crescimento e a instabilidade do sistema. Entretanto, se a concorrência fosse perfeita, não haveria ciclos, mas a economia provavelmente permanência no fluxo circular. Esta hipótese é similar à de Adam Smith, segundo a qual a redução do campo de aplicação do capital implica a diminuição gradual da rentabilidade dos novos projetos à medida que a margem dos negócios vai-se ampliando com o aumento do estoque de capital da economia. 
6.3.3 Declinio do capitalismo
Alem da redução gradativa de novas oportunidades para o investimento, a sobrevivência do capitalismo no longo prazo fica ameaçada pelo surgimento de outros fatores. O enfraquecimento das instituições e a mudança dos valores básicos resultantes levariam o sistema capitalista a transformar-se no socialismo. Alem disso, com progresso técnico, haveria acumulação de capital e crescimento. A tendência moderna da terceirização de partes do processo produtivo mostra que a camada protetora das grandes empresas continua ainda mais forte. Constata-se, portanto, que ainda não chegou a era do declínio do capitalismo, como previra Schumpeter. De qualquer modo o estado estacionário schumpeteriano distancia-se da situação catastrófica de Smith, Ricardo e Marx e aproxima-se daquela prevista por Stuart Mill, quando os indivíduos maximizariam o bem-estar. Este seria o caso dos países altamente desenvolvidos, onde a procura por bens materiais cederia lugar a uma maior demanda por lazer. A evolução cultural e espiritual constituiria a preocupação fundamental
6.4 Adaptação da teoria schumpeteriana aos países subdesenvolvidos
Essa teoria é melhor aplicada em países com maior estoque potencial de empresários, com
maior disponibilidade de credito e mais capacidade para desenvolver novas tecnologias. No
modelo de schumpeter, existem essas condições e as instituições funcionam, principalmente a
bancária. As políticas do governo são neutras ou favoráveis ao desenvolvimento. Existe o pleno
emprego de fatores e a inflação não atrapalha o desenvolvimento.As sociedades,de forma
geral, buscam mudanças e o lucro é um objetivo sempre a ser buscado.Em países
subdesenvolvido nem sempre essas condições são possíveis. Logo, para o modelo
schumpeteriano ser aplicado nesses países tem que existir algumas adaptações.
6.4.1 Teoria do desenvolvimento derivado
Nos países pobres, o empresário não representa a força propulsora, a inovação não
corresponde ao processo característico e o enriquecimento privado nem sempre é o principal
objetivo. No modelo de schumpeter é o próprio pais que gera a sua própria tecnologia. As
invenções são aplicadas pela própria empresa, gerando novos produtos e processos produtivos
mais eficientes. Em países em desenvolvimento é mais comum a inovação vir de fora
(importada).
Diante dessa deficiência, é importante o governo agir para aplicar as tecnologias já conhecidas
no exterior e para captar recursos para investimento. Os países em desenvolvimento fundaram
seus bancos para financiar projetos de longo prazo. No Brasil foi criado o BNDES e bancos
estaduais e regionais, utilizados para repasses federais ou do exterior. Com a mobilização dos
agentes locais o desenvolvimento se acelerou. Empresas, governos locais, universidades e
empresários potenciais se uniram em torno de novas iniciativas para criação de empregos e
novos mercados. Essa integração gera aprendizagem, aproveita as externalidades existentes e
contribui para o surgimento de rendimentos crescentes. Ocorre um desenvolvimento
endógeno.
Em outras regiões do país, o baixo numero de empresários potenciais gera problemas para o
desenvolvimento. A entrada de empresas estrangeiras ajuda a diminuir o problema. O
interesse das multinacionais não se generaliza em todos os setores e países. Por outro lado,
existe preconceito com o capital internacional por causa do nacionalismo ou pelo medo de
perder o controlede setores estratégicos. Nos anos 50 o Brasil teve um aumento da entrada
de capital estrangeiro quando o mercado interno, protegido por barreiras alfandegárias, se
abriu para as multinacionais. Isso aumentou a oferta de capitais, de empresários e de
tecnologia. Em 1970 o tripé formado por empresários estrangeiros, nacionais e Estado se
expandiu. O segundo PND gerou um surto de substituição de exportações. Na década de 80,
mesmo com aumento da divida externa, o governo optou por continuar crescendo mesmo
com endividamento. O Estado foi Empresário, inovador e banqueiro. Essa grande atuação
estatal na economia, fazendo o papel do setor privado varias vezes, aumentou as despesas
publicas e gerou uma inflação crônica. O crescimento das dividas externa e interna elevou a
divida publica substancialmente. O resultado do aumento do déficit orçamentário do governo
são cortes do investimento publico. Eles eram o principal motivador do desenvolvimento
derivado. As empresas multinacionais contribuem para o desenvolvimento derivado. Elas
inserem novas tecnologias e criam novos hábitos de consumo. O aumento da concentração de
renda tem beneficiado a classe mais rica. Em 2003 o Brasil tinha um grande mercado de bens
de consumo duráveis e estava em expansão. A ação do estado e a pressão dos consumidores
são a força motivadora mais característica do desenvolvimento derivado. Deste modo, em
países subdesenvolvidos, o Estado inovador substitui o empresário inovador.
6.4.2 Efeito deslocamento e escala das inovações
Outra contradição que surge em países subdesenvolvidos é que as ações do estado concorrem
com o setor privado. Implantando infraestruturas, ou produzindo bens e serviços, o governo
concorre com o setor privado no mercado de bens e fatores. Sua atuação provoca escassez de
produtos, aumento de salários, juros e preços de insumos básicos. Com isso, os custos das
empresas privadas aumentam e elas reduzem a produção. Elas procuram manter a margem de
lucro, elevando os preços, e as quantidades demandadas diminuem.
No Brasil, a elevada carga tributaria, as altas taxas de juros e os pesados custos sociais sobre o
salário inibem o investimento. A redução do chamado “custo Brasil” ajudaria na busca por
inovações e no aumento das exportações. O aumento da escala de produção reduziria custos e
aumentaria a competitividade externa. Maiores volumes de exportações geram maiores lucros
gerando mais investimento.
6.4.3 Desenvolvimento empresarial na América latina
O desenvolvimento empresarial também alcançou relativo sucesso na Argentina e no México.
No Chile os resultados foram mais modestos. Foram elaboradas três teses: a tese psicossocial,
a tese da insuficiência estrutural e a tese liberal. A primeira diz que os principais obstáculos a
formação empresarial no Chile (e na América latina) foram a mentalidade latifundiária, a
desconfiança da população em relação as atividades industriais e a falta de tradição nos
negócios não tradicionais. A segunda tese diz que o mercado interno pequeno dificultou a
difusão dos efeitos dos investimentos. A instabilidade da monocultura exportadora e a
necessidade de manter um volume mínimo de divisas para exportação levavam o
empresariado a depender muito do governo para intervir no câmbio, estabelecer altas tarifas
para importação de similares nacionais. A terceira tese, a liberal, diz que o crescimento
econômico do Chile teria sido dificultado pela crescente participação do estado na economia,
aumentando a burocracia e reduzindo a sua eficiência. Por outro lado, o empresário ficava
restrito na suas ações pelas instabilidades nas políticas econômicas que gera insegurança nos
negócios.
Existem alguns exemplos de combinação de esforços entre estado, empresários e sociedade
para uma transformação de uma sociedade agrária em uma sociedade moderna, industrial e
desenvolvida. Esses exemplos são o Japão ,desde o final do século 19 e a coréia de sul ,entre
1970 e 2000.
A estagnação da economia da America latina nos anos de 1960 refletia-se na baixa
produtividade. Isso gerava dificuldades nas exportações e na continuidade do modelo de
substituições das exportações, que era onde o novo empresariado assimilava as novas
tecnologias. A baixa nas exportações refletia diretamente no nível de investimento, reduzindo-
o. Essa mesma baixa afetava o nível de produção também diminuía os níveis de produção da
economia. Necessitava-se da cooperação do estado para quebrar esse ciclo. Por outro lado, os
países de industrialização tardia tinham grande concorrência dos países desenvolvidos. A
tendência era a especialização na produção agrícola ou na extração mineral, de menor
produtividade, incorporando uma tecnologia mais básica e antiga. Só quando o estado
intervinha na economia para proteger a indústria nascente criando assim condições para o
desenvolvimento empresarial. Esse apoio estatal era paternalista e deveria produzir
rentabilidade. Já no sudeste asiático ele se orientou para a geração de tecnologias avançadas.
O modelo asiático tinha como característica a ação do estado para o desenvolvimento de
tecnologias para o setor privado interno e aprendizagem empresarial. Na coréia do sul e
Taiwan, os empresários se comprometiam a cumprir metas, principalmente os produtos
manufaturados que tinham alta tecnologia e a nacionalização de tecnologia importada. O
crescimento da America latina gerou grandes desequilíbrios como concentração de renda,
inflação e desemprego. Com a sindicalização dos trabalhadores, o aumento da participação do
estado na economia e aumento do conflito entre patrões e empregados, o capitalismo
cooperativo deu lugar ao capitalismo antagônico. Cresceu a hostilidade para com os
empresários, o que causou inflação e desemprego.
Nas décadas de 70 e 80, o governo do Chile permitiu reformas de liberais de base. Ele também
eliminou os controles de preço e de mercado, abriu a economia para o exterior, privatizou
empresas estatais e incentivou a entrada do capital estrangeiro. Após uma recessão, no inicio
dos anos 80, essas reformas garantiram a estabilidade econômica e a retomada do
crescimento. Em 1999, o Chile era um dos poucos países da America latina que possuía
recursos próprios para investir, inclusive no exterior.
Em 2003,o Chile continuava como membro do MERCOSUL ,que mantém a tarifa externa
comum de 15% ; como a tarifa media chilena é de 6%,existindo assim uma dificuldade natural
para o seu ingresso no bloco.isso acabou aproximando o Chile dos EUA, ficando assim mais
próximo da ALCA que do MERCOSUL.
6.5 Schumpeter, teoria evolucionária e abordagem neo-schumpeteriana
Para sobreviverem, as empresas precisam se adaptar ao meio socioeconômico por causa das
inovações adotadas pelas empresas lideres. A evolução econômica é mais do que um simples
processo de ajuste. Ela ocorre com empresários adotando novas tecnologias, novos métodos
de produção e novos materiais.Estes são imitados por diversos setores gerando uma
acumulação de conhecimento e assim crescimento.
Schumpeter utilizou em sua analise fatores tecnológico, aspectos institucionais e de
motivação. Essa interação forma a sociologia econômica de schumpeter.
6.5.1 Destruição criadora e adaptação
Novos produtos e novos processos geram tornam obsoleto os antigos, gerando assim uma
destruição criadora, que é a mais importante forma de transformação da sociedade capitalista.
Essa destruição criadora gera seleção natural com a sobrevivência dos mais eficientes.
Uma característica dos modelos evolucionários é a formação de novas firmas e indústrias. A
motivação do empresário é o lucro e a invenção, difusão e adoção de inovações dependem da
alocação de recursos. O processo de seleção natural é o mercado, onde a empresa mais
eficiente prevalece.
A teoria Schumpeteriana considera o processo de mudança técnica como fundamental para a
dinâmica econômica. Os empresários precisam sempre se adaptar as novas condições de
mercado em função dasmudanças da política econômica do governo, de outros empresários
com inovações tecnológicas e concorrência das importações. Muitas empresas desaparecem
do mercado por causa da concorrência de novas firmas ou oligopolistas.
6.5.2 Governo e teoria evolucionária
A principal ação do governo, sendo ele a principal macro unidade, é influenciar os rumos que a
sociedade deve seguir. Por meio de medidas fiscais ele destrói ou incentiva empresas.
Aumentando gastos e criando novos impostos ele modifica padrões de consumo e transfere
renda para grupos específicos.
Para Schumpeter, o desenvolvimento é baseado na função empresarial, nas inovações
tecnológicas e no credito. Mas existem falhas de mercado como externalidades e retornos
crescentes à escala, por exemplo. Para corrigir esse problema o governo usa sua função
alocativa: impostos para corrigir preços; oferta bens públicos; regula monopólios, nacionaliza
industrias, introduzindo leis ant-trustes; adota políticas fiscais e monetárias para regular o
nível da demanda agregada.
As falhas de mercado foram substituídas pelas falhas de governo e bem estar social, pois
recursos públicos são mal gastos. Contudo, a medida que as políticas do governo geram
expectativas positivas, a taxa de crescimento econômico aumenta principalmente quando
medidas para dividir riscos e diminuir a incerteza são tomadas.
6.5.3 Abordagem Neo-Schumpeteriana
Para os economistas Neo-Schumpeterianos, a inovação não é aleatória; ela surge através do
processo de busca, experimentação e imitação. Ela esta no centro de crescimento da firma e
da geração de lucro. Nessa visão, as inovações ocorrem motivadas pelo lucro e as firmas retem
parte dele para reinvestir no desenvolvimento de novas tecnologias. Portanto, o credito tem
um papel menor.
O processo de aprendizagem tecnológica gera um acumulo de conhecimento e aumento de
experiência. Isso é repassado de indústria para indústria e entre regiões e países. Esse
aprendizado ocorre no interior da firma permitindo a solução de problemas técnicos e seu
aperfeiçoamento. Ele resulta da interação da firma com consumidores e fornecedores. Regiões
e países apresentam desenvolvimento diferenciado dependendo da disponibilidade e
distribuição geográfica dos grupos de inovação.
6.6 Conclusão
O desenvolvimento schumpeteriano traduz-se por mudanças quantitativas e qualitativas das
variáveis econômicas do fluxo circular. Aumenta a disponibilidade de bens per capta e melhora
a qualidade de bens e serviços assim como a renda media. Isso ocorre pela expansão do
volume de negócios, pelas inovações e pelas disputas de fatores de produção por parte dos
empresários.
Como economista clássico, schumpeter enfatizou o lado da oferta. Considerações de demanda
são inovações que dizem respeito a abertura de novos mercados. A inovação ocorre porque o
empresário se torna um pioneiro em sua área, desbravando um mercado inédito. Novos
consumidores adquirem seus produtos permitindo aumentar a oferta, reduzir custos médios e
realizar novos investimentos em pesquisa e inovação. Os novos mercados são atendidos
porque existe uma capacidade produtiva prévia.

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