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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II POTENCIAL ELÉTRICO E CAMPO ELÉTRICO Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira Uberlândia 2014 POTENCIAL ELÉTRICO E CAMPO ELÉTRICO Turma UC ______________________________ ______________________________ Bruno Peixoto Ramos Isabela Paula Silva (11311EAR020) (11311EAR021) ______________________________ ______________________________ Leandro Pereira da Cruz Lucas Torres de Oliveira Dias (11411EAR020) (11311EAR029) ______________________________ ______________________________ Renato Mendonça Borges Wainer Cunha de Siqueira (11311EAR026) (11311EAR025) 2014-2 Sumário Resumo................................................................................................................4 1- Introdução.................................................................................................5 1.1 Campo Elétrico...............................................................................5 1.2 Potencial Elétrico ...........................................................................6 2- Objetivos...................................................................................................7 3- Procedimento Experimental......................................................................8 3.1 Materiais Utilizados.............................................................................8 3.2 Análise Do Campo Em Duas Placas Retangulares............................8 3.3 Análise Do Campo Em Duas Circunferências Concêntricas ...........10 4- Resultados e Discussões........................................................................11 4.1 Placas Paralelas...............................................................................11 4.2 Eletrodos circulares...........................................................................13 5- Conclusão...............................................................................................16 6- Referências Bibliográficas.......................................................................17 4 Resumo O estudo realizado neste experimento envolve conceitos de campo elétrico, potencial elétrico, superfícies equipotenciais, entre outros assuntos tratados pela Eletrostática. Partindo dessas definições e de medições realizadas foi possível a realização do experimento, visando a determinação das características dessas grandezas. Todo o procedimento foi realizado com objetivo de se obter dados precisos e a utilizar equações e cálculos pertinentes a esse estudo. Os resultados obtidos podem ser considerados satisfatórios, mesmo apresentando algumas fontes de erro. 5 1- Introdução 1.1 Campo elétrico Um corpo eletricamente carregado é passível de atração ou repulsão de objetos nas mesmas condições ou até mesmo eletricamente neutros. Essa ação à distância ocorre devido a presença de um campo elétrico produzido pela carga capaz de exercer uma força sobre outro corpo. Podemos definir campo elétrico E em um ponto, como sendo uma força F que atua sobre uma carga q0 nesse ponto, dividida pela carga q0 [1]. Pela definição, o campo pode ser expresso matematicamente pela Equação (1) que fornece seu módulo, direção, e sentido �⃗� = 𝑞0 4𝜋𝜖0 𝑟2 �̂� (1) A intensidade do campo elétrico �⃗� é expressa em Newton/Coulomb. A constante 𝜖0 (permissividade do vácuo), presente na Equação (1) pode ser dada aproximadamente por 8,854*10-12 C²/N.m². A introdução do conceito de campo elétrico foi feita por Michael Faraday, que imaginava que o espaço ao redor de um campo carregado estaria preenchido por linhas de campo elétrico, o que mesmo não tendo significado físico real, facilita a visualização da configuração do campo elétrico. Por convenção, [2] sempre em cargas positivas as linhas de campo elétrico apontam para fora, e quando se trata de uma carga negativa, elas apontam para dentro. As linhas de campo nunca se cruzam, e quanto mais próxima da carga, maior a concentração delas. 6 1.2 Potencial elétrico Uma carga elétrica, quando submetida a um campo elétrico, tem energia potencial devido a sua interação com o campo. O potencial elétrico em um ponto [3] é definido como a energia potencial por unidade de carga, e a variação da energia potencial por unidade de carga é chamada de diferença de potencial (d.d.p.). Para um deslocamento finito entre dois pontos a e b, utilizamos a Equação (2) para expressar a diferença de potencial entre eles. Onde Va é o potencial no ponto a, Vb o potencial no ponto b, e E o campo elétrico. A unidade no S.I. para potencial elétrico é o Joule/Coulomb (J/C), que é o chamado Volt (V). 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = −𝐸 ∗ 𝑑𝑙 (2) Uma regra é válida para qualquer campo elétrico: [1] "Ao se mover no mesmo sentido de E, você se desloca para valores decrescentes de V e, movendo-se em sentido oposto ao de E, você se desloca para valores crescentes de V". Em casos em que o campo elétrico é constante, assumindo o deslocamento de a para b, [4] podemos admitir a diferença de potencial como a relação estabelecida pela Equação (3), onde d representa a distância entre os dois pontos. 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = −𝐸 ∗ 𝑑 (3) As superfícies em que o potencial elétrico permanece constante em todos os seus pontos são chamadas superfícies equipotenciais. Quando dois pontos estão na mesma superfície equipotencial a d.d.p. é nula, e o campo elétrico é constante e sempre perpendicular à superfície equipotencial. 7 2- Objetivos O experimento teve como objetivos: Constatar a existência do campo elétrico entre as superfícies determinadas e estabelecer características físicas referentes a seu comportamento; Relacionar as grandezas campo elétrico e potencial elétrico; Obter, a partir dos dados experimentais, as linhas de campo e o valor experimental do campo elétrico. 8 3- Procedimento Experimental O experimento foi dividido em duas etapas. A primeira delas consiste no estudo do campo elétrico de duas placas paralelas. A segunda faz a mesma análise para circunferências concêntricas. Neste relatório o procedimento experimental é descrito de acordo com esta divisão. 3.1 Materiais utilizados Para a realização do experimento, foram necessários os seguintes materiais: Fonte alimentadora AC/DC, de tensão 0 -12V e corrente máxima 3A, da marca 3B; Dois eletrodos circulares; Dois eletrodos planos; Recipientes retangular de plástico, de dimensões maiores que as dos eletrodos; Água de torneira; Multímetro digital modelo DT-830B; Duas mesas XY; Folhas de papel tamanho A3; Canetas. 3.2 Análise do campo em duas placas retangulares Sob uma mesa plana, foi montada uma cuba eletrolítica constituída pelo recipiente plástico contendo água (com sais minerais) e os dois eletrodos planos. Esses eletrodos possuíam o formato de placas retangulares (placas 1 e 2) e foram posicionados paralelamente um ao outro à uma distância de 27,5 cm. Além disso, uma 9 fonte de tensão de corrente contínua foi conectada aos eletrodos, a qual aplicava uma tensão elétrica de 5V. Um multímetro ajustado para um fundo de escala de 20V teveuma de suas pontas de prova conectadas ao eletrodo e outra apoiada em uma mesa XY (posicionada sobre a bancada, de forma a cobrir toda a cuba eletrolítica e permitir o deslocamento da sonda que mede a diferença de potencial entre as placas). Ao lado da cuba eletrolítica foi posicionada e fixada uma folha A3 de maneira que a caneta presa à parte móvel da mesa XY pudesse se deslocar por toda a área da folha, e que quando pressionada, a marcasse em um ponto que representa um ponto da superfície equipotencial. Também foi utilizado um eletrômetro, devido ao fato da impedância do multímetro não ser suficiente para a realização da medida do potencial elétrico. Toda a configuração do experimento pode ser visualizada no esquema representado pela Figura 1. Com toda a aparelhagem devidamente configurada e ligada, deslocando a parte móvel da mesa XY foi selecionado um ponto arbitrário, localizado a uma distância d entre as placas com um certo valor de tensão elétrica mostrado pelo multímetro. Este ponto foi marcado no papel, com o auxílio da caneta. À medida que a parte móvel era deslocada, a caneta acoplada acompanhava seu movimento e outros nove pontos foram marcados, todos com o mesmo valor de tensão elétrica. A reta formada por esses pontos representava a superfície equipotencial. Esse procedimento foi repetido para outras distâncias entre as placas, sendo obtidas cinco superfícies equipotenciais. 10 Figura 1: Esquematização da montagem do experimento 3.3 Análise do campo em duas circunferências concêntricas O procedimento neste caso é bastante semelhante ao descrito anteriormente. Utiliza-se uma cuba eletrolítica, mas desta vez com dois eletrodos circulares concêntricos. Uma fonte de tensão alternada (V) é conectada aos eletrodos. Uma das pontas de prova do voltímetro é conectada ao eletrodo externo da cuba, enquanto a outra fica livre para se movimentar entre os anéis, possibilitando assim, medir a diferença de potencial em função da posição. Os eletrodos estavam em contato com a água de torneira e, assim, ligou-se uma fonte a qual aplicou uma tensão conhecida de 5V no sistema. Em seguida, uma folha A3 foi posicionada e fixada, de modo que a caneta, ao se movimentar, não ultrapasse os limites da mesma. A sonda é movimentada entre os anéis e, com o auxílio da caneta, marca-se pontos na folha A3 onde a diferença de potencial é contínua. A ligação desses pontos dá origem à superfícies equipotenciais circulares e concêntricas. 11 4- Resultados e Discussões 4.1 Placas Paralelas Os resultados obtidos na primeira etapa do experimento são apresentados na Tabela 1, que contém a distância entre uma das placas até o ponto selecionado (superfície equipotencial), e a diferença de potencial, verificada no multímetro, que cada um deles apresenta. Tabela 1: D.d.p. para cada distância d da placa ao ponto selecionado. Distância (cm) Diferença de Potencial (V) 6,60 ± 0,13 0,80 ± 0,01 9,60 ± 0,16 1,30 ± 0,01 15,30 ± 0,18 2,20 ± 0,02 21,50 ± 0,10 3,20 ± 0,03 24,80 ± 0,08 3,70 ± 0,03 O erro das medidas presentes na Tabela 1 foi calculado através da Equação (4), que representa o desvio padrão S das medidas. 𝑆 = √∑ (𝑋𝑖−�̅�)² 𝑛−1 𝑛 𝑖=1 (4) 12 Para a primeira medida, aplicando a equação acima, tem-se que S= ± 0,13. Os demais valores são obtidos de maneira análoga. No que se refere ao erro associado à medição da diferença de potencial, pode- se obter esses valores através da especificação da precisão do equipamento feita pelo fabricante (que é de ± 0,8%). As linhas de campo traçadas durante esta etapa do experimento foram reproduzidas na Figura A, presente em anexo. A Figura 3 apresenta os dados da Tabela 1 na forma de gráfico, e também uma regressão linear desses valores. O campo elétrico experimental pode ser obtido pela tangente de α, que é a inclinação desse gráfico. Enquanto o campo elétrico teórico pode ser obtido pela Equação (5), considerando a tensão elétrica V aplicada como 5V e a distância d entre as placas de 27,5 cm. 𝐸 = 𝑉 𝑑 (5) 13 Figura 3: Representação da diferença de potencial pela distância na regressão linear. Portanto tem-se que Eexperimental= 0,1594 [V/cm] e Eteórico=0,1818 [V/cm]. O cálculo do erro foi realizado por meio da Equação (6) Erro = [ Eexp.−Eteórico Eteórico ] ∗ 100% (6) O erro obtido foi de 12,32%. 4.2 Eletrodos circulares Os resultados obtidos na segunda etapa do experimento são apresentados na Tabela 2, que contém a distância entre uma das placas até o ponto selecionado (que neste caso, é o raio superfície equipotencial concêntrica à ambos os eletrodos) e a diferença de potencial, verificada no multímetro, que cada um deles apresenta. 14 Tabela 2: D.d.p. para cada distância d do eletrodo ao ponto selecionado. Distância (cm) Diferença de Potencial (V) 0,42 ± 0,24 0,35 ± 0,01 1,38 ± 0,57 1,52 ± 0,01 3,50 ± 0,83 2,25 ± 0,02 4,38 ± 0,58 3,80 ± 0,03 5,80 ± 0,33 4,60 ± 0,04 Todos esses dados foram obtidos de maneira análoga à descrita anteriormente, assim como a Figura 4 foi construída da mesma forma. Utilizando os resultados obtidos, calculou-se a reta de regressão da d.d.p. pela distância. Figura 4: Representação da diferença de potencial pela distância na regressão linear. 15 As superfícies equipotenciais traçadas durante essa parte do experimento foram reproduzidas na Figura B, presente em anexo. O valor experimental do campo elétrico obtido foi Eexperimental= 0,7628 [V/cm]. Enquanto o valor teórico foi Eteórico=0,7692 [V/cm]. O erro foi calculado de acordo com a Equação (6) que resultou um valor de 0,83%. 16 5- Conclusão Com o experimento realizado, pode-se extrair alguns fatos, entre eles: a relação diretamente proporcional do potencial elétrico com o campo elétrico (quanto maior a d.d.p. maior o campo elétrico) e a relação inversamente proporcional entre as distâncias dos eletrodos e o campo elétrico. Também foi observado através das marcações realizadas que as superfícies equipotenciais possuem a mesma forma dos eletrodos em ambas as etapas do experimento. Pode-se observar que o campo é perpendicular à superfície e acompanha a direção das linhas do campo. 17 6- Referências Bibliográficas [1] YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. 12ª ed. Ed. PEARSON: São Paulo, 2009. [2] HALLIDAY/RESNICK. Fundamentos de Física Vol.3. 8ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2009. [3] ALONSO, M., FINN, E.J. Física: Um curso universitário. Vol. 2 - Campos e Ondas. 13ª ed. Ed. Edgar Blücher: São Paulo, 2007. [4] TIPLER, Paul. Física Vol.2: Eletricidade e Magnetismo, Ótica. 5ª ed. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2006.
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