Perspectiva Humanista (1)

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EFB-203A1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Professor: ROMULO JOSE MOTA JUNIOR
PERSPECTIVA HUMANISTA
Camila Valente Teixeira
Felipe
Geovane
Guilherme
Gustavo
Ohany
Paula
Uba – MG
2018
A perspectiva humanista foi desenvolvida no século XX, entre 1950 a 1960, como uma terceira força em resposta às teorias psicanalíticas e behavioristas, que foram consideradas por alguns psicólogos como negativas. Até este momento a psicanálise se preocupava com a patologia e em compreender as motivações inconscientes que orientavam o comportamento, alegando que a personalidade era definida no início da infância, como disse Maslow (1963), "o estudo de espécimes aleijados, enfezados, imaturos e patológicos só pode produzir uma Psicologia mutilada e uma filosofia frustrada" (p. 234). 
Enquanto a teoria behaviorista estudava os processos de condicionamento que produziam o comportamento de forma mecanicista, analisando o indivíduo como a soma de vários comportamentos isolados. Frick (1973), em sua obra Psicologia Humanística, acusa o Behaviorismo de haver buscado criar uma visão limitada do homem. Diz ele: Esta escola de Psicologia concebe o homem como uma máquina complexa, com seu sistema fechado de funções parciais e regularidade estática. O Homem está construído sobre uma organização hierárquica de estímulo-resposta, que leva a padrões previsíveis de hábitos, e reforço é a palavra chave para o desenvolvimento da personalidade (p. 17). 
Toda essa oposição foi influenciada pelas obras do neuropsiquiatra Kurt Goldstein através de obras como The Organism (1934) e Human Nature in the light of psychopathology (1940), baseadas em sua pesquisa sobre a capacidade de reorganização do cérebro humano após lesões cerebrais, feita com soldados feridos em combate. Nelas, Goldstein introduz conceitos que seriam assimilados e desenvolvidos por psicólogos humanistas, como os de auto atualização e tendência ao crescimento, assim como sua visão holística do organismo humano, enfatizando em suas obras a visão de que o Organismo é um todo unificado, afetado em sua totalidade pelo o que quer que aconteça em qualquer uma de suas partes. Também foram influenciados pela Psicologia da Gestalt a qual considera o homem como uma unidade irredutível onde tudo está relacionado com tudo, e o todo é mais do que a soma de suas partes.
A teoria humanista surgiu com o intuito de auxiliar a promoção do desenvolvimento pessoal através das escolhas, criatividade e autorrealização, objetivando um desenvolvimento positivo e saudável. Afirmavam que os psicólogos deveriam estudar o homem sadio, não a psicopatologia. Para entender o indivíduo é necessário conhece-lo de forma individual e multidimensional. A pessoa em seu pleno funcionamento é proativa, autônoma, orientada por escolhas, adaptável e mutável, em suma, é um ser num processo de contínua transformação. O ser humano para os humanistas é um organismo único, com a habilidade para direcionar, escolher, e alterar os motivos que guiam o projeto de seu curso de vida. (Papalia D.E.; Olds, S.W.; Feldman, R.D. pág. 74)
Os humanistas exigem que os temas de pesquisa da Psicologia não sejam escolhidos por sua adequação ao método experimental, e sim por sua relevância para o ser humano e o conhecimento psicológico. A maioria dos temas de pesquisa (como amor, ódio, meditação, empatia) não se encontra de forma alguma nos compêndios tradicionais de Psicologia, porque não são passíveis de definição operacional, quantificação precisa e manipulação laboratorial, ou ainda muitas das vezes, sequer passíveis de reprodução, possuindo apenas aspectos qualitativos, não podendo ser avaliada.
Os principais teóricos e psicólogos que estudaram inicialmente a terapia humanista são: Carl Rogers e Abraham Maslow.
Abraham Maslow (1908 - 1970), psicólogo norte-americano, desenvolveu a Teoria da motivação, na qual cada pessoa atinge a sua autorrealização à medida que procura buscar seus ideais, criando assim, uma hierarquia das necessidades (figura 1). Segundo ele, uma pessoa só consegue se auto motivar para atingir níveis mais altos se tiver suas necessidades básicas satisfeitas, ou seja, uma necessidade só poderia ser satisfeita se a anterior fosse concretizada. (Papalia D.E.; Olds, S.W.; Feldman, R.D. pág. 75)
Figura 1: Hierarquia das necessidades de Maslow.	
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
Carl Rogers (1902-1987), psicólogo norte-americano, desenvolveu a Psicologia Humanista, também chamada de Terceira Força da Psicologia, por sentir forte ruptura entre o pensamento especulativo freudiano e o mecanicismo medidor e estatístico do behaviorismo. De acordo com Tavares, 2007, ‘’a teoria humanista de Carl Rogers valoriza a pessoa, que é naturalmente boa, portadora de um potencial de crescimento e desenvolvimento pessoal, numa procura contínua de autorrealização. Para o autor, tornar-se uma pessoa saudável, ou seja, plenamente funcional, trata-se de desenvolver uma atitude de autoavaliação de satisfação dos próprios desejos/ interesses.’’ 
Escritor do livro Tornar-se Pessoa (Figura 2) Rogers buscou auxiliar os leitores na procura do “eu” para entender a si mesmo, mas não como um detentor dos saberes e sim como um facilitador colocando três aspectos essenciais: a congruência, compreensão empática e a consideração positiva incondicional. No livro Terapia centrada no cliente (Figura 3), é possível a observação de dois elementos chaves: a abordagem terapêutica não é diretiva, uma vez que os terapeutas permitem que os clientes liderem a discussão e não tentam dirigir o cliente em uma direção específica; enfatiza consideração positiva incondicional, demonstrando total aceitação e apoio aos seus clientes sem julgamento.
 
Figura 2: Tronar-se Pessoa, Carl Rogers,1961.
Fonte: https://www.wook.pt/livro/tornar-se-pessoa-carl-rogers/1854073
Figura 3: Terapia Centrada no Cliente, Carl Rogers
Fonte:https://www.skoob.com.br/terapia-centrada-no-cliente-666257ed667928.html
Os Cinco Princípios Básicos da Psicologia Humanista
As pessoas são mais do que a soma de suas partes. 
Para entender as pessoas, você deve olhar para elas dentro de seu contexto humano, bem como seu lugar dentro do universo.
Os seres humanos são conscientes, bem como conscientes desta consciência.
Os seres humanos têm livre arbítrio e são capazes de fazer suas próprias escolhas, mas com essas escolhas vêm grandes responsabilidades (já dizia o Tio Ben).
Os seres humanos procuram as coisas intencionalmente e visam deixar sua marca no mundo, estabelecendo metas, expressando criatividade e buscando o significado.
Críticas a psicologia humanista: subjetiva, não podendo assim ser avaliada e nem medida, pois cada indivíduo será único; nem sempre o individuo consegue desenvolver sua personalidade devido a fatores externos. Indivíduos com distúrbios mais graves, não teriam suporte emocional suficiente para um autoconhecimento e modificação de conceitos.
Pontos fortes: respeitam a singularidade do indivíduo, leva em consideração o ambiente ao invés de se concentrar apenas nos desejos e pensamentos internos no indivíduo. Teve grande influência sobre o curso de psicologia e contribuiu com novas formas de pensar sobre a saúde mental oferecendo novas técnicas e abordagens para psicoterapia, podendo ser destacado o livre arbítrio, positivismo, conceito próprio, valorização do indivíduo (terapia centrada no cliente) e hierarquia de necessidades. A teoria é adaptada ao indivíduo e não o indivíduo que é adaptado à teoria. A psicologia transpessoal e a psicologia positiva foram influenciadas pela teoria humanista.
BIBLIOGRAFIA
Papalia D.E.; Olds, S.W.; Feldman, R.D. Desenvolvimento Humano. 8º edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 2006, págs. 74 e 75.
Maslow, A. (1963). Motivacion y Personalidad (J. Garí, Trad.). Barcelona: Sagitário. (Original publicado em 1954).
Goldstein, K. (1940). Human Nature in the light of psychopathology. New York: Schocken Books.
Frick,W. (1973). Psicologia Humanística. Buenos Aires: Editorial Guadalupe.
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