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Sociedade, Comunicação e Cultura Aula 14 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente virtual de aprendizagem UNINOVE. Uso consciente do papel. Cause boa impressão, imprima menos. Aula 14: Sociedade da Informação Objetivo: Compreender o que chamamos de Sociedade da informação e como o desenvolvimento tecnológico mudou as relações sociais na sociedade moderna. Apresentação Quando falamos em informação, logo pensamos nos meios de comunicação como rádio, jornais, revistas, televisão e, hoje, internet; meios que veiculam diariamente uma enorme quantidade de informações que invade os lares, as ruas, os espaços públicos e privados com o requinte e a sofisticação de quem sabe o que está fazendo. Eles estão prontos para atender a desejos e necessidades de todos, independentemente de faixa etária, sexualidade, classe social, escolaridade ou religiosidade. Informações produzidas em escala global que influenciam a todos, dando a sensação de existir uma sociedade planetária unificada. O conceito de Sociedade da Informação nasceu no seio do pensamento econômico. Em 1933, o economista austro-americano Fritz Machlup iniciou uma série de estudos sobre o efeito das patentes na pesquisa e apontou os diversos problemas gerados pelas tecnologias e seu papel na sociedade moderna, daí surgiu um dos primeiros conceitos de sociedade da informação. No entanto, os debates acerca da Sociedade da Informação não são isolados, assim como os diversos fenômenos mundiais; Eles têm origem na globalização e se intensificaram no final do século XX, dando origem a outras denominações, como Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia, demonstrando as dificuldades em nominar este fenômeno atual que está em plena formação e expansão sem correr o risco de minimizar ou ampliar demais. Segundo Werthein (2000): A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada, nos últimos anos desse século, como substituto para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial” e como forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia – como na sociedade industrial – mas os insumos baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e telecomunicações (p. 71). Estes conceitos partem de uma realidade concreta, que é a sociedade com toda sua diversidade e complexidade, com uma dinâmica própria e inserida num processo de mudanças constantes por causa, principalmente, das novas tecnologias, que subsidiam todas as áreas e instituições que a compõe. A organização da própria sociedade tem aporte num modelo de desenvolvimento social e econômico onde a informação, como meio de produção do conhecimento, assume um papel fundamental na produção de riquezas e fortalecimento das instituições e pessoas. Sendo assim, as tecnologias se firmam como elemento fundamental e indispensável às comunicações pessoais, de trabalho e mesmo de lazer. Segundo Castells (2000), essa visão de sociedade baseada na informação possui as seguintes características fundamentais: • A informação é sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para permitir ao homem atuar sobre a informação propriamente dita, ao contrário do passado, em que o objetivo dominante era utilizar a informação para agir sobre as tecnologias, criando implementos novos ou adaptando-os a novos usos. • Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade: porque a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a serem afetadas diretamente pela nova tecnologia. • Predomínio da lógica de redes: esta lógica, característica de todo tipo de relação complexa, pode ser, graças às novas tecnologias, materialmente implementada em qualquer tipo de processo. • Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite modificação por reorganização de componentes e tem alta capacidade de reconfiguração. • Crescente convergência de tecnologias: principalmente microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, computadores, mas, também, e crescentemente, a Biologia. O ponto central aqui é que trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos. Portanto, gerir a sociedade, com base na Sociedade da Informação, é uma tarefa que deve envolver o governo e a sociedade como um todo, pois isto envolve educação, conhecimento e desenvolvimento científico e tecnológico e redefine a inserção dos países na sociedade internacional e no sistema econômico mundial. O conhecimento é considerado um dos principais fatores que ajudarão na superação de desigualdades, de agregação de valor, criação de emprego qualificado e de propagação do bem-estar. O advento da Sociedade da Informação é o fundamento de novas formas de organização e de produção em escala tanto local quanto mundial, abrindo espaço para a integração, a troca de conhecimentos e tecnologias e as macronegociações, bem como atender às novas e crescentes demandas que surgem a todo o momento na sociedade de consumo. Convergência dos meios A nova realidade das sociedades contemporâneas avança para atividades comunicacionais cada vez mais complexas, deixando para trás as antigas e corriqueiras atividades. Hoje, os meios de comunicação estão envoltos numa imensa malha que cobre países inteiros, interliga continentes e chega às casas e empresas por meio de fios de telefone, canais de micro-ondas, linhas de fibra ótica, cabos submarinos transoceânicos, transmissões via satélite, com velocidade e capacidade de transmissão em tempo real nunca imaginada. Esses mecanismos são comandados por computadores que processam informações, controlam, coordenam, agregam e tornam compatíveis os diversos meios através das chamadas infovias1. A convergência tecnológica, que também está na base da Sociedade da Informação, possui três fenômenos inter-relacionados: A convergência de base tecnológica – que possibilita processar qualquer tipo de informação através de uma única forma: a digital. A dinâmica da indústria – que fabrica e negocia os computadores, permitindo sua crescente popularização nas diversas classes sociais. O crescimento da internet – que se disseminou praticamente em todo o mundo, propiciando conectividade a todos os países, substituindo outras tecnologias mais antigas e cujos usuários multiplicam-se dia a dia. Consequências O avanço das novas tecnologias torna a sociedade cada vez mais competitiva e desloca as tradicionais formas de comunicação e os próprios meios para novas plataformas. As próprias cidades, conforme Duarte (1998): [...] Já não se formam hegemonicamente por uma massa de edifícios com valores funcionais e simbólicos que abrigam, entre outras, atividades de lazer, cultura, trabalho e economia. Um número crescente dessas atividades que dinamizam a vida urbana e estão sendo desenvolvidas através de meiosde comunicação, entre eles as TVs a cabo, comunicações via satélite e Internet. Basicamente, o ciberespaço é formado por redes de comunicações eletrônicas e digitais que trafegam multidirecionalmente, sem ter um único centro forte, mas sim uma multiplicidade de centros emissores de informações que operam simultaneamente, e que alimentam os outros e são por eles alimentados. Não possuem um centro rígido assim como não possuem localização no espaço geográfico. (p. 62) É, conforme o autor, através de computadores – que trabalham com imagens, vídeos, gráficos, fórmulas, textos, músicas, etc. – e dos aparatos telefônicos, que perpassam o mundo todo e trafegarão dados culturais, comerciais, econômicos, políticos, jornalísticos com fluidez cada vez maior, provocando uma fusão entre espaço físico e ciberespaço. Considerações finais Portanto, a Sociedade da Informação não é uma utopia. Ela é uma realidade mundial, um fenômeno global que representa profundas mudanças na organização das sociedades, incluindo aspectos socioeconômicos e políticos de amplitude incalculável, afetando amplamente a infraestrutura de informações disponíveis nos países. Ela tende a diminuir cada vez mais as distâncias entre as pessoas e aumentar o seu nível de informação e de interação, de modo que cada um passa a ser consumidor e produtor de informação e, automaticamente, de ideologias. Saiba mais Infovias1: são as estradas eletrônicas do futuro. Nelas, podem transitar todo tipo de informações na forma de texto, som ou imagem. São formadas pelas redes eletrônicas conhecidas, como a internet. O instrumento para ter acesso a essa rede é o computador. Vale a pena conferir 1. A Origem (EUA/REINO UNIDO – 2010 – Direção: Christopher Nolan): é mais um filme que trata de uma maneira excelente a percepção da realidade, fazendo os personagens do filme e os próprios telespectadores se perguntarem sobre o que é o real e o que é virtual, representado no filme como o mundo dos sonhos. 2. O Terminal (EUA – 2004 – Direção: Steven Spielberg): Viktor Navorski (Tom Hanks) é um cidadão da Europa Oriental que viaja rumo a Nova York justamente quando seu país sofre um golpe de estado, o que faz de seu passaporte inválido. Ao chegar ao aeroporto, ele não consegue autorização para entrar nos Estados Unidos. Sem poder retornar a sua terra natal, já que as fronteiras foram fechadas após o golpe, Viktor passa a improvisar seus dias e noites no próprio aeroporto, à espera que a situação se resolva. Porém, com a situação se arrastando por meses, permanece no aeroporto e passa a descobrir o complexo mundo do terminal em que está preso. * O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1999. CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: _______. A Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. DUARTE, Fábio. Global e Local no mundo contemporâneo: integração e conflito em escala global. São Paulo: Moderna, 1998. GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. 2. ed. Lisboa: Presença, 2000. POLIZELLI, Demerval; OZAKI, Adalton (orgs.). Sociedade da Informação. São Paulo: Saraiva, 2007. WERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus desafios - Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 71-77, maio/ago. 2000. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a09v29n2.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2013.
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