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Fato Social Fichamento

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Teoria Antropológica Clássica (2º Semestre de 2013)
Prof. Dr. Julio Cesar de Tavares 
Aluna Damiana Nunes
DURKHEIM, Émile. O que é um fato social. In.: As regras do método sociológico; tradução: Paulo Neves; revisão da tradução: Eduardo Brandão. - 3.ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
	
	O objetivo desta síntese é explorar as principais ideias deste capítulo, constituída por uma introdução e parágrafos seguintes dedicados, em sequência, ao fato social, à força coercitiva, aos hábitos e ser social, um esclarecimento e conclusão.
 
	Durkheim aponta para a carência de obras preocupadas em esclarecer os procedimentos metodológicos na sociologia, mas, antes do esclarecimento do método de estudo, se propõe a definir o que é um fato social. O termo é empregado de maneira geral, como se englobasse todos os acontecimentos na sociedade, sem especificidade, o que não faz sentido se quisermos defender a sociologia como uma ciência, logo, com objeto próprio. 
	A diferença dos fenômenos próprios da ciência social, comparados aos das outras ciências, como a biologia e psicologia, está no fato de que, em toda sociedade, os indivíduos desempenham e cumprem papéis e deveres definidos exteriormente a eles. Significa dizer, portanto, que são maneiras de agir, de pensar e de sentir que recebemos objetivamente, pela educação, e internalizamos. O autor exemplifica essas obrigações, existentes tanto no direito quanto nos costumes, citando, por exemplo, o fato de recorrermos ao direito para conhecermos nossas obrigações, ou quando recorremos à língua para expressarmos nosso pensamento. Em ambos os casos, os sistemas já existiam independente de nós. O objeto da sociologia, portanto, está para além da consciência individual e das funções naturais do corpo, consiste em representações e ações no contexto da sociedade.
	Nós nos conformarmos a esses deveres pela existência de uma força imperativa e coercitiva, alheia à nossa vontade, que os (re)afirmam. Essa coerção só é útil e se faz sentir quando há resistência do indivíduo. No direito, a coerção se dá através da vigilância e das penas, e, no âmbito dos costumes, das correntes sociais, apesar de menos violenta, não deixa de existir. Por exemplo, se não obedecermos às convenções existentes ao nos vestirmos, poderemos causar uma reação negativa das pessoas, tratando-se, indiretamente, de uma coerção. Quanto à possível crítica que acusa a ideia de coerção de anular a personalidade individual, na verdade, ele quer mostrar que o indivíduo não depende apenas de si, mas de ideias e tendências vindas de fora.
	Nesse contexto, a educação das crianças tem um papel fundamental, pois a coerção se faz presente impondo maneiras de pensar, de agir, costumes e conveniências que, pouco a pouco, são legitimadas em hábitos, ou seja, somos moldados para viver em sociedade, nos tornarmos um ser social, agindo de maneira não espontânea, mas dentro de um sistema de regras morais.
	O autor distingue fenômenos individuais dos fenômenos coletivos. Os primeiros não poderiam ser estudados separadamente, pois fazem parte de um coletivo, apesar das circunstâncias particulares, diz “ele está em cada parte porque está no todo, o que é diferente de estar no todo por estar nas partes” (p.9). 
	O fato social é caracterizado pelo que está difuso e consolidado na sociedade, as várias maneiras de ser, resultantes das trocas e apropriações, existem ligadas a fatos que são rígidos e compartilhados por todos, no geral, estruturam a existência da sociedade.

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