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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA __ VARA DO TRABALHO DE ________________ - UF FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, secretário, com carteira de identidade n. ____________ SSP/SC, e inscrito no CPF n. _______________, CTPS _________, Série _____ UF, PIS n. __________________, data de nascimento_________, filho de ___________, residente e domiciliado Rua ___________, n. ___, Apto ___, Bloco __, Bairro _________, Cidade/UF - CEP ___________, por seus procuradores infra firmados, todos com escritório profissional estabelecido na Rua ______________________ (endereço completo), onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO TRABALHISTA Pelo rito ORDINÁRIO em face de (NOME DO EMPREGADOR), pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº _____________________, localizada na Rua ________________________, n. ___, Cidade/UF, CEP _____________, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor e ao final requerer. 1. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa, bem como no sindicato de classe da reclamante, não foi instituída a Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa a reclamante diretamente a via judicial, nos termos do § 3º do art. 625-D da CLT. 2. DA JUSTIÇA GRATUITA Inicialmente requer, a concessão da gratuidade de justiça por não ter condições de arcar com o pagamento de custas e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, nos termos do artigo 2º, parágrafo único da Lei 1060/50 c/c art.790, § 3º da CLT e Art. 98 do CPC/2015. 3. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante foi contratado pela reclamada em ________ para exercer a função de servente, recebendo como última remuneração o valor de R$787,60 reais mês. A carga horária desempenhada pelo reclamante era das 8h00min as 12h00min e das 13h30min as 17h30min de segunda feira a sexta feira. Foi dispensado em ____/____/_____, sem justa causa. Ocorre Excelência que durante toda a contratualidade a reclamada jamais forneceu ao reclamante o vale transporte para que pudesse se deslocar para o trabalho, bem como não forneceu ao mesmo o vale alimentação conforme previsto na Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria Profissional. Por estas razões, diante das irregularidades apontadas o reclamante acessa a justiça para ver o seu direito preservado. 4. DO VALE TRANSPORTE O reclamante desde o inicio de seu contrato nunca recebeu o vale transporte para deslocamento para o trabalho, necessitando realizar o deslocamento de veículo próprio ou de carona, em razão da reclamada não disponibilizar o vale transporte, nem ajuda de custo. Ressalta-se que o reclamante residia aproximadamente 2 quilômetros e meio do seu local de trabalho, distância esta que a lei lhe concede o direito ao vale transporte. Para realizar o trajeto mencionado de transporte coletivo até a reclamada o reclamante tinha que fazer uso da linha campinas – Centro/Florianópolis e após deslocar-se com a linha Centro/Florianópolis para o CEASA ou Shopping Itaguaçu, totalizando por dia aproximadamente em torno de 8 reais de passagem. Em relação ao assunto em debate, nosso Tribunal Regional do Trabalho já se posicionou no seguinte sentido: Ementa: VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista que o empregador possui melhor aptidão para a prova, se o empregado reside em local que lhe impõe o uso de meio público de transporte para deslocar-se de casa para o trabalho e vice-versa, é do empregador o ônus de demonstrar que ele dispensou o vale-transporte e mais, que o fez por razão que afaste a possibilidade de coação (carona, veículo próprio etc.). Se a prova é inexistente, o vale-transporte deve ser indenizado. Processo: Nº 0000216-17.2013.5.12.0043. Juiz José Ernesto Manzi - Publicado no TRTSC/DOE em 19-02-2015. E mais, RECURSO DE REVISTA. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. A questão do ônus da prova relativo à comprovação do direito à percepção do vale-transporte foi objeto de recente debate nesta Corte uniformizadora. Concluiu o Tribunal Superior do Trabalho, em sua composição plenária, que, em face do princípio da aptidão para a prova, cabe ao empregador o ônus de comprovar a eventual desnecessidade da concessão do auxílio ao trabalhador. Por esse motivo, resultou cancelada a Orientação Jurisprudencial n.º 215 da SBDI-I desta Corte superior, consoante Resolução n.º 175/2011, publicada no DEJT dos dias 27, 30 e 31/05/2011. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR: 242817120135240066, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 25/02/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/02/2015). Diante da irregularidade apontada, requer a condenação da reclamada ao pagamento em pecúnia do valor do vale transporte não fornecido ao reclamante durante toda a contratualidade. 5. DO VALE ALIMENTAÇÃO Excelência, durante a contratualidade o reclamante tinha por força de norma coletiva o direito de receber vale alimentação, entretanto o vale alimentação jamais foi fornecido ao reclamante, nem através da entrega de marmita no horário do almoço, nem através de cartão alimentação, logo a reclamada descumpriu com o previsto na Norma Coletiva. Assim dispõe a Convenção Coletiva de 2011/11 em relação ao fornecimento do Vale Alimentação: CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - VALE ALIMENTAÇÃO Naqueles postos de trabalho onde a empresa não forneça alimentação ao empregado, será fornecido vale-alimentação a todos os trabalhadores nos moldes do Programa de Alimentação do Trabalhador (Lei n° 6.321/76 e Portaria n° 3/02 da Secretaria de Inspeção do Trabalho), por dia trabalhado, a partir de 1º de fevereiro de 2011, nos seguintes valores: Jornada superior a 180 horas mensais (08 horas diárias) = R$ 9,00/dia [...] CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2012/2012 CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - VALE ALIMENTAÇÃO Naqueles postos de trabalho onde a empresa não forneça alimentação ao empregado, será fornecido vale-alimentação a todos os trabalhadores nos moldes do Programa de Alimentação do Trabalhador (Lei n° 6.321/76 e Portaria n° 3/02 da Secretaria de Inspeção do Trabalho), por dia trabalhado, a partir de 1º de janeiro de 2012, nos seguintes valores: Jornada superior a 180h mensais (8 hs diárias) – R$ 10,50/dia CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2013/2013 CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - VALE ALIMENTAÇÃO Naqueles postos de trabalho onde a empresa não forneça alimentação ao empregado, será fornecido vale-alimentação a todos os trabalhadores nos moldes do Programa de Alimentação do Trabalhador (Lei n° 6.321/76 e Portaria n° 3/02 da Secretaria de Inspeção do Trabalho), por dia trabalhado, a partir de 1º de janeiro de 2013, nos seguintes valores: Jornada superior a 180h mensais (8 hs diárias) – R$ 11,00/dia Considerando a falta de observância das cláusulas previstas nas Convenções Coletivas de 2011, 2012 e 2013, pelo fato da reclamada não ter fornecido ao reclamante o vale alimentação, nem por meio de refeitório ou cartão alimentação, requer a condenação da reclamada em pecúnia para que indenize o reclamante por cada dia laborado no ano de 2011, 2012 e 2013, com juros e correção monetária. 6. DAS MULTAS CONVENCIONAIS Considerando a falta de observância das normas coletivas, por não ter a reclamada efetuado o pagamento do vale transporte e do vale alimentação previsto nas normas convencionais 2011, 2012 e 2013, requer seja aplicada as penalidade previstas nas cláusulas convencionais, quais sejam: 1. CONVENÇÃO COLETIVA2011 CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SEXTA - PENALIDADES Multa no valor equivalente a 20% (vinte por cento) do salário normativo da categoria profissional, por empregado e por infração, pelo não cumprimento de quaisquer das cláusulas deste instrumento normativo, que não tiverem penalidade própria, revertidos 50% (cinqüenta por cento) para o(s) empregado(s) prejudicados e igual montante para a entidade sindical. 2. CONVENÇÃO COLETIVA 2012 CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA - PENALIDADES Multa no valor equivalente a 20% (vinte por cento) do salário normativo da categoria profissional, por empregado e por infração, pelo não cumprimento de quaisquer das cláusulas deste instrumento normativo, que não tiverem penalidade própria, revertidos 50% (cinqüenta por cento) para o(s) empregado(s) prejudicados e igual montante para a entidade sindical. 3. CONVENÇÃO COLETIVA 2013 CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA - PENALIDADES Multa no valor equivalente a 20% (vinte por cento) do salário normativo da categoria profissional, por empregado e por infração, pelo não cumprimento de quaisquer das cláusulas deste instrumento normativo, que não tiverem penalidade própria, revertidos 50% (cinquenta por cento) para o(s) empregado(s) prejudicados e igual montante para a entidade sindical. Diante da falta de cumprimento das obrigações quanto ao fornecimento do vale transporte e do vale alimentação, tendo à reclamada infringido as cláusulas DÉCIMA SEGUNDA das convenções de 2011,2012 e 2013 (Vale alimentação) e CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA Convenção 2011, 2012 e 2013 (Vale transporte), impõe-se a aplicação da penalidade convencional. 7. DA MULTA DO ART. 467 E DO ART. 477 DA CLT Considerando a existência de verbas incontroversas, deve-se aplicar a multa constante no art. 467 da CLT, para que a reclamada pague as referidas verbas em audiência conciliatória. No caso de descumprimento, seja aplicada a pena de 50% (cinquenta por cento) do valor a ser recebido. Conforme exposto no decorrer da exordial, a reclamada não efetuou o pagamento das verbas rescisórias no prazo de lei, em conformidade com o art. 477, § 8º da CLT, logo, requer a aplicação da multa prevista no referido diploma legal. Sendo assim, requer-se a aplicação das multas constantes nos arts. 467 e 477 da CLT. 8. DOS HONORÁRIOS Não obstante o jus postulandi na Justiça do Trabalho, o advogado é indispensável à administração da justiça e não deve ser monopólio dos sindicatos a prestação da assistência judiciária. Acerca do deferimento de honorários advocatícios, independente de o empregado encontrar-se assistido pelo sindicato, manifesta-se a jurisprudência: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O princípio tutelar que informa o Direito do Trabalho não admite a interpretação restritiva que deixa ao desamparo empregados sem sindicato e que a eles nega o direito, reconhecido ao necessitado do processo comum, de escolher o profissional que os representa em juízo. Devidos os honorários assistenciais na forma prevista no artigo 2° da Lei 1060/50. (TRT 4 - Acórdão - Processo 0171900 - 51.2007.5.04.0331 (RO) - Redator: MARIA CRISTINA SCHAAN FERREIRA Data: 13/01/2010 Origem: 1ª Vara do Trabalho de São Leopoldo) Assim, requer, seja a reclamada condenada a pagar honorários advocatícios, na ordem de 20% do valor da condenação conforme dispõe o Art. 85 do CPC/15. 9. DOS PEDIDOS e REQUERIMENTOS Em decorrência dos fatos apresentados, requer o reclamante: a) Seja a reclamada condenada ao pagamento em pecúnia do vale transporte não fornecido para o reclamante durante toda a contratualidade, no valor de R$8,00(oito) reais por dia laborado; b) requer a condenação da reclamada ao pagamento do vale alimentação não fornecido ao reclamante durante a contratualidade, sendo em 2011 no valor diário de R$9,00, 2012 no valor diário de R$10,50 reais e 2013 valor diário de R$11,00 reais; c) seja reconhecida as penalidades convencionais previstas nas convenções coletivas de 2011 - Cláusula Quadragésima Sexta, 2012 - Cláusula Quadragésima Sétima e 2013, Cláusula Quadragésima Sétima; d) Aplicação da Multa do Art. 467 da CLT; e) Aplicação da Multa do Art. 477 da CLT; f) Ao final, a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios em 20% sobre o valor da condenação, conforme preceitua o Art. 85 do CPC/2015. g) A Concessão do benefício da Justiça Gratuita por não ter a reclamante, condições de prover as despesas de uma demanda judicial e dos honorários de advogado, sem prejuízo de seu sustento próprio e/ou familiar, de conformidade com a Lei 1.060/50 e as alterações da Lei 7.510/86 e art. 5º, Inciso LXXIV da CF e Art. 790 da CLT e Art. 98 do CPC/2015. h) A notificação da reclamada para comparecer à audiência a ser designada, para querendo, contestarem a presente reclamação, sob pena de revelia e confissão, esperando a total procedência da mesma e a consequente condenação das reclamadas na forma dos pedidos e demais cominações legais. i) que a reclamada proceda os recolhimentos previdenciários e fiscais cabíveis a espécie, e que o juízo determine que a Secretaria desta Vara oficie o órgão previdenciário desta condenação, não se autorizando qualquer retenção de contribuições previdenciárias ou fiscais condenando-se exclusivamente o ex-empregador a pagar as mesmas; j) Que a presente ação trâmite pelo rito ordinário; Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, especialmente pelo depoimento pessoal da reclamada, nos termos da Súmula 74 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, bem como oitiva de testemunhas, perícias e o que mais se fizer necessário ao justo deslinde do feito. Dá a causa o valor de R$ _______________(por extenso). Pede deferimento. CIDADE/UF, ____ de ______________ de 201_. ADVOGADO(A) OAB/UF ________