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Teoria dos estágios Morais Comnicação

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Teoria dos Estágios Morais (Lawrence Kohlberg)
Esta teoria tem uma sequência invariante de estágios, organizados segundo uma hierarquia, em que cada um forma uma totalidade integrada que absorve o anterior. O novo estágio é mais equilibrado, integrado e competente que os anteriores. É possível que um mesmo indivíduo oscile entre dois ou mais estágios na sua conduta diária. O autor é o psicólogo Lawrence Kohlberg, que partiu especialmente das pesquisas de Piaget.
Estágio 1: Moralidade Heterônoma
É considerado correto abster-se de violar regras que acarretem punições; também se considera correto obedecer por obedecer, evitando danos físicos em pessoas e em propriedades. A razão dada para defender esses valores consiste em evitar as punições e as sanções da autoridade.
O sujeito não considera o interesse dos outros ou não reconhece que o ponto de vista deles difere do seu. O sujeito percebe os aspectos físicos da ação e não sua dimensão psicológica. Não distingue entre a própria perspectiva e a perspectiva da autoridade. Por isso tem, freqüentemente, uma postura autoritária ou insegura. 
Estágio 2: Individualismo, Intenção Instrumental e Troca
É considerado correto seguir as regras somente quando é do interesse imediato próprio; agir para atender às próprias necessidades, deixando os outros agir da mesma maneira. Também é considerado correto ser legal com os colegas, manter um trato ou um acordo. As justificativas dadas consistem em servir ao próprio interesse, atender a uma necessidade pessoal em um mundo em que os outros também têm seus interesses e suas necessidades próprias.
A perspectiva moral é individualista e concreta. O sujeito está consciente de que cada um procura realizar seus próprios interesses e estes podem conflitar entre si. O correto é considerado relativo e depende da perspectiva adotada pelo indivíduo concreto.
Estágio 3: Expectativas Interpessoais Mútuas, Relações e Conformidade Interpessoal
É considerado correto comportar-se conforme o que as pessoas que nos são próprias esperam, atender às suas expectativas em papéis como o de filho, irmão, amigo, etc. Ser bom é importante e significa ter bons motivos, preocupar-se com os outros. Significa, ainda, manter relações mútuas (confiança, lealdade, respeito, gratidão). Há um desejo de manter as regras e a autoridade que apóia o comportamento “bom”, em sentido estereotipado, convencional.
Sentimentos, acordos e expectativas coletivas têm prioridade em relação aos interesses individuais. O sujeito relaciona os pontos de vista valendo-se da “regra de ouro” – pondo-se no lugar do outro. Ainda não considera uma perspectiva generalizada do sistema (conjunto das instituições socioeconômicas, culturais e políticas).
Estágio 4: Sistema Social e Consciência
É considerado correto cumprir com as obrigações assumidas, nesse estágio de consciência. As leis precisam ser respeitadas e seguidas, exceto em casos extremos em que elas entram em conflito com outras normas sociais. Também é considerado correto empenhar-se pela sociedade, pelo grupo ou pela instituição.
 	As razões apresentadas para justificar tais ações são: manter as instituições como um todo, evitar o desmoronamento do sistema; cumprir as obrigações. O sujeito adota uma perspectiva que diferencia o ponto de vista da sociedade do ponto de vista dos acordos ou motivos interpessoais. O sujeito assume o ponto de vista do sistema (conjunto das instituições) que define os papéis e as regras. As relações individuais são percebidas por intermédio da perspectiva do status ou do papel de cada um dentro do sistema estabelecido.
Estágio 5: Contrato Social ou Utilidade e Direitos Individuais
É considerado correto estar atento ao fato de que as pessoas defendem uma variedade de valores e opiniões – e que a maioria desses valores e regras é relativa ao grupo social envolvido. Geralmente, essas regras relativas devem ser respeitadas simplesmente porque fazem parte do contrato social, e isso representa “imparcialidade”. 
Alguns valores universais, como Vida e Liberdade, precisam ser defendidos independentemente da opinião da maioria.
Como razões para agir de maneira correta são apontadas a obrigação com a lei, a necessidade de respeitá-la para o bem de todos e o contrato social. Há uma preocupação com a fundamentação racional das leis e dos deveres segundo o princípio que visa “o maior bem para o maior número de pessoas”. Existe um compromisso contratual (racional) no qual se entrou por livre e espontânea vontade com relação a família, amigos ou companheiros de trabalho. 
A perspectiva adotada pelo sujeito é a prioridade relativa do indivíduo em relação ao social. O indivíduo racional dá-se conta de valores e direitos prioritários em relação aos vínculos sociais e aos contratos. Integra as perspectivas individual e coletiva por meio de mecanismos formais de acordo, contrato, imparcialidade objetiva. 
Estágio 6: Princípios Éticos Universais
É considerado correto seguir princípios éticos auto-selecionados. Leis particulares e acordos sociais são válidos na medida em que se apóiam em tais princípios. Quando as leis violam esses princípios, age-se de acordo com estes, contrariando as leis. Trata-se de princípios universais de justiça: a igualdade dos direitos humanos e o respeito à dignidade dos seres humanos como pessoas individuais. Aqui também se inclui a defesa de princípios éticos em relação aos bens públicos como a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, o direito de autodeterminação dos povos, a busca da paz e da evolução da espécie humana.
A perspectiva adotada é a de um ponto de vista moral elevado, isto é, a de um ser que se reconhece como racional à medida trata as pessoas como fins em si mesmos e não como objetos ou instrumentos de outros fins. 
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A teoria dos estágios morais também pressupõe três níveis, cada um deles formados por dois estágios. O nível 1 inclui os estágios 1 e 2 e é denominado “pré-convencional”; o nível 2 inclui os estágios 3 e 4 e é denominado “convencional”; o nível 3 inclui os estágios 5 e 6 e é denominado “pós-convencional” (Kohlberg, 1981, 1984, 1987; Freitag, 1992).
Em síntese:
Nível pré-convencional: noções primitivas de bem/mal, certo/errado. 
Estágio 1: Moralidade heterônoma: ações boas ou más, conforme as consequências; respeito inquestionável à autoridade.
Estágio 2: Individualismo instrumental relativista: ações são corretas se satisfazem às necessidades próprias ou as dos outros.
Nível convencional: manter a ordem e as expectativas da sociedade.
Estágio 3: Moralidade do “bom garoto” ou da “boa garota”: moralmente bom é o que é aprovado pelos outros.
Estágio 4: Lei e ordem: importante é cumprir a lei e manter a ordem social vigente.
Nível pós-convencional: princípios éticos são válidos e aplicáveis independentemente da autoridade.
Estágio 5: Contrato social e lei: consenso na adoção de regras e leis aceitos democraticamente.
Estágio 6: Princípios individuais da consciência: correto é seguir princípios éticos auto-escolhidos, baseados em critérios universais de justiça.
Recentemente, estes três níveis têm sido aplicados em estudos sobre o desenvolvimento moral das organizações. 
Quadro 1: Desenvolvimento moral das organizações e orientação para os stakeholders
	Nível de desenvolvimento moral
	
Ênfase
	Orientação para os stakeholders
	Critério de processo decisório
	Pré-convencional
	Engrandecimento de si próprio sem considerar os outros
	Orientação apenas para si próprio
	Cálculo quanto a prazer / dor
	Convencional
	Obrigações negativas para com os outros
	Conceito estrito de mercado, como a lei exige.
	Expectativas dos parceiros de trabalho e controle social
	Pós-convencional
	Obrigações positivas
	Relações com uma larga faixa de stakeholders
	Princípios éticos universais.
Fonte: Adaptado e traduzido do original de Logsdon & Yuthas (1977) por Ashley (2002).
Assim, pode-se considerar que há três níveis de posicionamentos quanto à responsabilidadesocial das organizações: o nível mínimo, no qual as organizações visam apenas cumprir a lei, o nível das obrigações sociais, no qual buscam superar o que é exigido pela legislação ampliando o leque de parcerias, e o nível das aspirações a ideais éticos, no qual as organizações se identificam com princípios universais e interagem com um grande número de parceiros, incluindo os que têm ideologias ou padrões culturais diferentes ou até opostos aos seus. Toda organização define em sua trajetória, consciente e inconscientemente, padrões culturais, mais ou menos estimulados e/ou controlados pelas cúpulas dirigentes, mais ou menos espontâneos, que representam um posicionamento autocentrado e pré-convencional, convencional ou pós-convencional. 
Referências bibliográficas
ASHLEY, P. (Coord.) Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002. 205p.
FREITAG, B. Itinerários de Antígona. A questão da moralidade. Campinas: Papirus, 1992. 317p.
KOHLBERG, L. Essays on moral development. São Francisco, Harper & Row, 1981-1984-1987 [ vol 1: The philosophy of moral development: moral stages and the idea of justice; vol. 2: The psychology development: moral stages and life cycle; vol. 3: Education and moral development: moral stages and practice ].
LOGSDON, J. e YUTHAS, K. Corporate social performance, stakeholder orientation and organizational moral development. Journal of Business Ethics. Vol. 16, n. 12/13, p. 1213-1226, set., 1997.

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