Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hemorragias na primeira metade da gestação abortamento “Interrupção da gestação com feto pesando menos de 500g ou IG inferior a 20 semanas” (OMS) 80% ocorrem até a 12ª semana. Subclínico: ocorre antes da próxima falha menstrual. Clínico: após gravidez confirmada com beta-hcG ou US. Abortamento - etiologias Anormalidades cromossômicas (50 a 80%) Trissomias 16, 22,21... e monossomia do X. Miomas Mais submucosos e intramurais Deciduação deficiente na área de implantação do ovo Necrose tumoral com liberação de citocinas e promoção de contrações uterinas e abortamento Útero unicorno, bicorno, didelfo ou septado Anomalias de fusão dos ductos de Muller (exposição intrauterina ao dietilbestrol) Sinéquias Aderências intrauterinas Tratamento: lise das aderências sob visão histeroscópica, inserção de DIU ou cateter de Foley, administrar estrogênio. Insuficiência istmocervical Abortamento - etiologias Insuficiência lútea Menos progesterona 6-7sem (diagnóstico com biópsia endometrial e dosagem sérica de progesterona) Tireoidopatias Hipotireoidismo (anticorpos antitireoidianos) Diabetes mellitus Síndrome dos ovários policísticos (SOP) Hiperinsulinemia, elevação do LH, obesidade, hiperandrogenismo. Infecções Rubéola, Parvovirose, CMV, Listeriose, Herpes, Hepatite B, HIV, ITU, Vaginoses, Sífilis, Toxoplasmose, Malária, Estreptococcus do gp B lesão da decídua, da placenta, das membranas ovulares e do produto conceptual. Abortamento - etiologias Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) Anticorpos antifosfolipídeos responsáveis por eventos trombóticos (arteriais e venosos) Trombose e infartos placentários com hipóxia fetoplacentária Diagnóstico por detecção dos anticorpos (anticardiolipina, anticoagulante lúpico, anti-beta-2-glicoproteína-1) por imuno-ensaios. Tratamento: HNF 5000-10000UI SC 12-12hrs ou HBPM/enoxaparina 40mg/dia ou 1mg/kg/dia + AAS 100mg/dia VO Trombofilias hereditárias Deficiência de antitrombina e das proteínas C e S, mutações no gene da protrombina, fator V de Leiden e enzima metilenotetraidrofolato redutase. Drogas e agentes nocivos Tabagismo, álcool, cafeína Traumas graves Abortamento habitual Ocorrência consecutiva de três ou mais abortamentos espontâneos Causas genéticas, anatômicas, endócrinas, infecciosas e imunológicas 75% dos casais apresentam pelo menos um fator etiológico Antes de 10sem Depois de 10sem CONDUTAS AMEAÇA DE ABORTAMENTO Repouso no leito + hCG + relaxantes musculares + suplementação com vitaminas Uso de progesterona e progestágenos orais (eficácia comprovada) Imunoglobulina anti-D na prevenção de aloimunização Rh ABORTO INCOMPLETO Esvaziamento cirúrgico por curetagem ou AMIU ABORTO INFECTADO Tratar hipovolemia, conter infecção e reparar lesões ou lacerações Sangramento vaginal moderado: cateterização de veia calibrosa e infusão de Ringer ou SF0,9% Administração de ocitocina em altas doses (50U) em 500ml de SF0,9% Antibioticoterapia: ampicilina/penicilina + gentamicina + metronidazol ou clindamicina + gentamicina por 7 dias (MS) Esvaziamento uterino se restos ovulares, sutura de lacerações cervicais, perfuração uterina (laparotomia com reparo de lesão/ se infectada, histerectomia) CONDUTA EXPECTANTE Casos selecionados de perda gestacional precoce (tipo e sinais clínicos) Conduta empregada no abortamento incompleto: eliminação após 3 dias Resultados não favoráveis no abortamento retido ou gestação anembrionada Deve-se esclarecer os riscos e benefícios à paciente TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Misoprostol (Cytotec) 800ug via vaginal 24/24hrs por até 2 dias: tratamento do abortamento precoce no primeiro trimestre (retido e anembrionado). Curetagem uterina ou AMIU (diminui tempo de internação) Complicações: infecção, esvaziamento incompleto, lacerações, perfuração uterina, lesão de órgãos pélvicos, hemorragias. TRATAMENTO CIRÚRGICO Gravidez ectópica Gravidez ectópica ETIOLOGIAS Doença inflamatória pélvica (DIP) Uso de DIU: na sua falha os riscos de gravidez ectópica são enormes. Cirurgia tubária prévia (salpigostomia, reanastomose, fimbrioplastia, lise de aderências) Antecedentes de gravidez ectópica Problemas relacionados à reprodução assistida (+ estrógeno e volume excessivo de meio de transferência para o útero) Anticoncepção de emergência Estilo de vida: início precoce da atividade sexual, antecedentes de múltiplos parceiros sexuais, tabagismo) Gravidez ectópica DIAGNÓSTICO Anamnese: dor abdominal, sangramento vaginal (brando, vermelho escuro ou acastanhado) e atraso ou irregularidade menstrual - Tríade clássica. Exame físico: PA e pulso diferentes na variação ortoestática (sangramento), hipotermia (choque hemorrágico), Sinal de Cullen (raro), dor localizada em algum dos quadrantes, distensão abdominal, sinal de Blumberg, diminuição de RHA. Exame tocoginecológico: sangramento vaginal, colo uterino amolecido, fundo de saco doloroso (sinal de proust ou grito de douglas), útero de tamanho normal, palpação de massa anexial dolorosa. Gravidez ectópica DIAGNÓSTICO Dosagem de hCG Concentração sérica menor que na gestação tópica Tempo de duplicação do hCG >48hrs Beta-hCG maior ou igual a 1500mUI/ml deve-se visualizar o saco gestacional à US transvaginal Se negativo, afasta a possibilidade de gravidez ectópica Dosagem sérica de progesterona Valores inferiores a 10ng/ml indica gestação não viável Ultrassonografia Espessura endometrial significativamente menor Visualização do embrião com atividade cardíaca e situado em saco gestacional fora da cavidade corporal do útero Presença de anel tubário (saco gestacional ectópico circundado por reação trofoblastica) Massa anexial sólida ou complexa não cística (hematossalpinge ou hematoma pélvico ou líquido livre/hemorragia na cavidade abdominal) Gravidez ectópica DIAGNÓSTICO Dopplervelocimetria: Presença de fluxo vascular de velocidade alta e resistência baixa Culdocentese Curetagem Progesterona sérica <5ng/ml e beta-hCG incompatível com gestação viável Espera-se que o beta-hCG tenha queda em 12hrs após (abortamento completo) Se o beta-hCG estabilizar ou crescer significa que a gravidez é ectópica. Laparoscopia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Rotura de cisto ovariano Abortamento espontâneo evitável ou incompleto Salpingite (colo não amolecido, massa bilateral, sem atraso e sangramento vaginal) Afecções gastrointestinais (teste b-hCG negativo e anamnese/EF discordantes) tratamento Deve considerar: Estabilidade hemodinâmica Integridade da trompa Desejo de nova gravidez Características do SG Acesso a diferentes terapias Instabilidade hemodinâmica Laparotomia com salpingectomia Estabilidade hemodinâmica + sem ruptura tubária + desejo de engravidar + MA < 5cm Cirurgia laparoscópica com salpingostomia linear ou ressecção tubária segmentar Gestações ectópicas não usuais e persistentes, SG<3,5cm, feto sem atividade cardíaca, b-hCG<5000Mui/ml Metotrexate Injeção direta sobre o SG Injeção IM 50mg/m2 Injeção IM em dias alternados Quadro clínico estável, b-hCG declinante e incialmente 1000-1500mUI/ml Conduta expectante Tratamento cirúrgico Indicação: gravidez ectópica rota ou gravidez ectópica íntegra com contraindicação ao tto clínico Radical: salpingectomia por laparoscopia/laparotomia/colpotomia posterior Sangramento incontrolável, GE recorrente, trompa uterina muito lesada ou SG>5cm. Conservador: salpingostomia (enucleação do ovo e conservação da trompa) mulheres com trompa contralateral doente, que pretende ter filhos e ectopia de pequenas dimensões. Laparotomia(indicação) Laparoscopia (vantagens) Choque hipovolêmico Melhores resultados estéticos Localizaçãonão tubária (cervical, abdominal) Menor perda sanguínea Massasanexiaisgrandes (> 5cm) Menor incidência de infecção Múltiplas aderências abdominais Desconforto pós-operatório menor Menor tempo de internação Recuperação mais rápida Menor custo DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL “Doença caracterizada por lesõescausadas por proliferação anormal do trofoblasto” Benigna: Mola hidatiforme completa ou incompleta. Maligna: Tumor trofoblástico gestacional (TTG) ou Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) Mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico de sítio placentário. FR: >40ª, intervalo interpartal curto, SOP, abortamentos prévios, mola hidatiforme anterior, inseminação artificial, tabagismo, radiação e uso de ACO. TIPOS Mola completa Eliminação de grandes vesículas semelhantes a cachos de uva Não há desenvolvimento de embrião, membranas e cordão. Tem cromossomos exclusivamente de origem paterna (androgênese). Um óvulo vazio é fecundado por um espermatozoide que se duplica ou por dois espermatozoides. Edema generalizado, hiperplasia grosseira do trofoblasto e níveis elevados de beta-hCG 20% pode evoluir para formas malignas. Mola parcial Pode ser identificado embrião ou feto com inúmeras malformações e restrição de crescimento. Geneticamente originada por um óvulo e dois espermatozoides, resultando em uma célula triploide (69,XXX ou 69,XXY). Geralmente tem evolução benignas e aproximadamente 5% progridem para formas malignas. Tipos de mola Características genéticas e patológicas Características clínicas Mola completa Diploide (46XX) Ausência deconcepto/âmnio Hiperplasiatrofoblásticadifusa Hidropsiavilosadifusa Eco amorfos intrauterinos (flocos neve) hCG > 100.000Ul/L (em geral) Complicações clínicas são mais comuns (quando diagnóstico tardio) Evolução para neoplasia: 15-20% Eliminaçãode vesículas Fundo uterino aumentado para IG Gestaçãomolar Mola parcial Triploide (69XXY) Concepto malformado Hiperplasiatrofoblásticafocal Hidropsiavilosafocal Ecos dispersos placentários + feto hCG<100.000Ul/L(em geral) Complicações clínicas são mais raras Evolução para neoplasia: < 5% Fundo uterino pequeno para IG Semelhante ao abortamento MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Sangramento vaginal + útero amolecido e maior que IG + náuseas/vômitos Desenvolvimento precoce de toxemia gravídica pode acontecer (antes da 24ªsem) Sangramento intermitente com aumento de volume gradual Pode desenvolver cistos ovarianos bilaterais tecaluteínicos (regridem) Hiperêmese gravídica, hiperestímulo tireoidiano (hipertireoidismo), coagulação intravascular disseminada e embolização trofoblástica diagnóstico Clínico – Ultrassonográfico – Laboratorial Ultrassonografia Mola completa: vilos em “tempestade de neve” ou “flocos de neve”, espaços anecoicos discretos que representa edema difuso das vilosidades hidrópicas. Mola parcial: tecido placentário com ecos dispersos associado a presença do feto, âmnio e cordão umbilical – “Queijo suíço”. Laboratorial Mola completa: hCG> 200.000mUI/ml Pico na 10ª semana de 400.000mUI/ml (mola completa) Mola parcial: nunca > 100.000mUI/ml Confirmar com estudo histopatológico do material intrauterino CONDUTAS E TRATAMENTO Avaliar complicações História completa, EF, USG doppler, TC ou RM abdome/tórax/crânio se alterar Rx tórax, beta-hCG, exame clínico neurológico, fundo de olho, aferição da PA, RX tórax, hemograma completo, Ur e Cr, função hepática e tireoidiana. Esvaziamento uterino Vacuoaspiração> AMIU > curetagem. Indução com misoprostol via vaginal Histerotomia parcial ou total profilática feto>4meses, colo desfavorável à indução, sangramento profuso e incoercível, sepse. Realizar raspado-biópsia de endométrio após esvaziamento. Controle pós-molar Dosagem seriada beta-hCG semanal (negativar com 8-10sem) – manter até 6meses após negativação. O seguimento deve ser quinzenal ou semanal até 3 dosagens negativas, quando então deverá ser mensal até 12 meses. Acompanhamento clínico: sintomas da gestação regridem rapidamente e o sangramento vaginal não costuma permanecer por mais de 1 semana. Acompanhamento US: O útero e os cistos tecaluteínicos diminuem para as dimensão pré-gestacionais em 2 a 3 semanas e em 2 a 4 meses, respectivamente. RX tórax Anticoncepção com ACO (DIU contraindicado quando ainda o b-hCG é detectado).
Compartilhar