Prévia do material em texto
PRÓTESES CONCEITO Dispositivos destinados a complementar a ausência de um membro ou parte dele. OBJETIVO Substituir a função, a composição e a sustentação corporal, primando pela estética sempre que possível Vaso grego do ano 530 AC O desenvolvimento técnico-científico das próteses iniciou após a 1ª Guerra Mundial, quando a comunidade médica deparou-se com um grande número de amputados de membros em decorrência dos danos bélicos. A tecnologia entre 1850 a 1879 era empírica a anatomia e a cinesiologia era desconsiderada. A união entre ortopedistas, cirurgiões e engenheiros mudou esta concepção e desenvolveram materiais com parâmetros técnicos, científicos e melhor desempenho o que hoje chamamos de “resposta dinâmica”. Hoje os materiais utilizados oferecem maior resistência e menor peso e ainda são fabricados dentro de critérios biomecânicos dirigidos ao corpo humano. PRÓTESES FUNCIONAIS (ATIVAS) PASSIVAS EXOESQUELÉTICAS ENDOESQUELÉTICAS EXOESQUELÉTICAS ENDOESQUELÉTICAS EXOENERGÉTICA ENDOENERGÉTICA EXOENERGÉTICA ENDOENERGÉTICA PRÓTESES PASSIVAS OU ESTÉTICAS -São próteses para MMII e MMSS, com objetivo exclusivo de complementação do membro amputado; -A função propulsora ou resposta dinâmica não existe; -O material de confecção deve ser o mais próximo possível do membro natural (textura, coloração e contornos anatômicos); -O silicone tem sido grande aliado nas complementações de pequenas partes do corpo (nariz, dedos, mãos, face, etc...) proporciona uma cosmese perfeita. PRÓTESES ATIVAS (funcionais) ENDOENERGÉTICAS, MECÂNICAS OU DE PROPULSÃO MUSCULAR -A energia propulsora origina-se no próprio corpo do paciente. (correias e cabos) Vantagens -peso reduzido, fonte energética do corpo, elementos de fabricação simples, baixo custo, conserva o tônus muscular, boa resistência, fácil conservação e limpeza. Desvantagens -inexistência de relação entre potência muscular e função, menor função quanto mais alto nível de amputação, esforço corporal pode favorecer o aparecimento de algias e alterações posturais Mãos e ganchos: as mãos são revestidas por luvas cosméticas da mesma coloração e relevo venoso da mão contralateral. Os ganchos são destacáveis e utilizados principalmente para a realização das atividades diárias. Antebraço mecânico com gancho: confeccionada em polylite sendo a suspensão realizada através de cabos e correias com dispositivo terminal (gancho). Neste tipo de prótese, a movimentação se dá por propulsão muscular. Através do cabo de aço preso à correia ancorada no ombro oposto se consegue a movimentação (abertura e fechamento do gancho). A indicação é semelhante à da prótese mioelétrica. Braço com cotovelo mecânico: confeccionada em polylite com suspensão por cabos, correias e tiras de velcro. Neste tipo de prótese temos a opção de um cotovelo com trava externa (fixação manual) ou com trava interna (fixação através de um pequeno cabo, que comandado pelo ombro do mesmo lado, aciona a trava) ou o gancho. Indicada para amputações transumerais. Prótese híbrida: este tipo de prótese tem como característica a utilização de um sistema híbrido, onde a mão é mioelétrica e o cotovelo mecânico. A suspensão se faz por cabos e correias, sendo que a flexo-extensão do cotovelo é feita pelo cabo, e a abertura e ofechamento da mão correm pela ação dos eletrodos. Como vantagem este sistema apresenta maior facilidade no manuseio da prótese, requerendo também menor gasto energético. Prótese para desarticulação do ombro / prótese para desartiuculação do cotovelo: movidas a propulsão muscular. Três tipos de cotovelos disponíveis: com trava externa, com trava interna ou articulação externa com trava opcional. Podem ser utilizadas com 3 tipos de mãos: mecânica, passiva (cosmética) e ganchos. Materiais: resina, cabos, tiras e velcro. Prótese estética para desarticulação do ombro: de finalidade estética, tem como característica a sua leveza. Estrutura tubular com acabamento em espuma e luva cosmética. Prótese endoesquelética acima do joelho: próteses modulares (endoesqueléticas) com a conexão da articulação do joelho com o pé realizada por tubos e adaptadores. Esses tubos poderão ser em aço, titânio ou fibra de carbono. A escolha dos componentes dependerá das condições do coto, estado físico, idade do paciente, peso, altura e grau de atividade física. O soquete poderá ser quadrilateral com apoio isquiático ou de inclusão do ísquio. A suspensão será feita por válvula de sucção, podendo ser associada ao cinto silesiano. Joelhos disponíveis: modulares com unidade hidráulica ou impulsor incorporado ou mesmo com unidade pneumática. Utilizado com pé dinâmico. PRÓTESES ATIVAS (funcionais) EXOENERGÉTICAS OU DE PROPULSÃO ARTIFICAIL -A energia propulsora origina-se no fora do corpo do paciente. (pneumáticas,mioelétricas e elétricas) Vantagens - Funcionamento do dispositivo terminal com emprego de pouca força, diversidade funcional, dispensa sistema de cabos e correias, forte preensão. Desvantagens -A estética poderá ser prejudicada, peso elevado, depende sempre de energia artificial, danos mecânicos frequentes, alto custo, o mecanismo pode ser alterado por campo elétrico externo, cuidados especiais contra água, detritos e poeiras. Prótese de mão mioeletricaPrótese de mão mioeletrica com cotovelo. Mão mioeletrica vista pelo lado dentro Prótese não convencional: fabricada son medida. Tem dua indicação para as graves e complexas malformações congênitas dos membros inferiores associadas a grandes encurtamentos. Prótese para amputação do antebraço com acionamento mioelétrico: a mão é acionada pelos potenciais gerados por correntes musculares existentes no coto, que são captados e amplificados por eletrodos. Além da abertura e fechamento da mão, também poderá realizar a prono-supinação. Indicado para pacientes com amputação do 1/3 proximal e médio do antebraço. PRÓTESES PARA MMSS COMPONENTES DAS PRÓTESES PARA AMPUTAÇÕES DE MMSS Qualquer prótese funcional de MMSS necessita de: - fonte de energia - sistema de transmissão de fonte; -Sistema de comando; -Dispositivo terminal. Para o nível mais alto de amputação: - Dispositivo terminal (mão ou gancho) -Articulação de punho - Bloco correspondente ao antebraço - articulação do cotovelo -Bloco correspondente ao braço -Monobloco (soquete no nível SH) -Articulação do ombro -Sistema de cabos e correias. MÃO PROTÉTICA Os critérios de escolha na prescrição de uma mão nunca deve ser o fato dela ser a última fabricada, pois nem sempre a tecnologia supera a funcionalidade. A mão passiva deve ser acompanhada de luva de boa cosmese, se possível de silicone. A mão funcional merece o mesmo procedimento quanto a cosmese e o seu sistema pode ser de abertura ou fechamento voluntário, mecânico (endoenergético) ou exoenergético. MÃO PROTÉTICA FUNCIONAL VOLUNTÁRIA ABERTURA Apresenta movimento do I,II e III dedos em pinça, enquanto o IV e V são passivos. A movimentação dos cabos e correias são realizados de forma discreta do tronco e membro amputado. O polegar é o dedo de maior importância funcional na mão. FECHAMENTO O modelo mais clássico é o com fixação do polegar em duas posições e trava de fechamento na posição desejada. PUNHO São peças usadas para adaptar o dispositivo funcional à prótese por meio de rosca universal, favorecendo a rotação da mão ou gancho para o posicionamento adequado conforme a tarefa realizada. COTOVELO Algumas variáveis deste componente que colabora para o desempenho funcional da prótese: -Infantil ou adulto; -Endo ou exoesquelética; -Endo ou exoenergética; -Endo com controle ativo ou passivo. CABOS E CORREIAS São responsáveispelo funcionamento do dispositivo terminal das próteses endoenergéticas. São tensionados a partir das seguinte manobras: -inspiração; -Elevação dos ombros; -Abdução das escápulas; PRESCRIÇÃO A correta prescrição de próteses para MMSS deve ter uma sequência lógica dependendo do nível e dos componentes: -Endo ou exoesquelética; -Endo ou exoenergética; -Funcional ou passiva; -Nível de amputação; -Componentes (dispositivo terminal, punho, cabos, cotovelo, almofada pra tríceps, tipo de soquete, monobloco). OMBRO Possibilita abdução e flexão do ombro protético, suaviza a postura do membro afetado, pois obrigatoriamente terá um monobloco. Facilita as atividades sentada (refeições, escrita, etc), onde mantemos uma abdução em 45º. As próteses mioelétricas são muito complexas para o acionamento do ombro, e pecam no aspecto funcional além de serem de alto custo e pesadas. O sistema mecânico ou endoenergético é mais prático, porém pouco funcional e estético. PRÓTESES PARA MMII A função das próteses de MMII é obtida satisfatoriamente, tanto na complementação e sustentação quanto na marcha. Para uma avaliação da marcha normal: -Doenças preexistentes; -Idade; -Sexo; -Peso; -Profissão; -Estatura; - grupos musculares mais solicitados; -Linha de progressão; -Ângulo do pé com a linha de progressão; - fases da marcha; - comprimento e amplitude do passo. PRÓTESESE PARA AMPUTAÇÕES DO PÉ ARTELHOS Indica-se prótese complementar bem acolchoada, com solado firme para evitar dobra do calçado para cima que causa pressão na face anterior do coto e dor. TRANSMETATARSIANA (TM) o coto é pobre de partes moles, causando dor na deambulação. É uma prótese de complementação. Pode ser colocada “alma de aço”. DESARTICULAÇÃO TARSO-METATARSIANA (LISFRANC-L) Conduta semelhante a TM, sendo aconselhável a “alma de aço”. Ou prescrever a pré-fabricada específica para Lisfranc. Possui uma boa estética e é usada em qualquer sapato. DESARTICULAÇÃO MÉDIO-TARSIANA (CHOPART-C) Coto muito curto, com desequilíbrio de forças com predomínio da musculatura posterior (gastrocnêmio). A prótese pode ser do tipo “bota” cano longo e alma de aço da sola e ponto distal. PIROGOFF (Pi) Coto funcional mais longo do que o nível Syme. Próprios para receber descarga de peso. SYME Excelente para protetizar, a marcha é quase sempre perfeita e as complicações são mínimas. Próteses Syme ou Pirogoff: confeccionada em polylite, com janela para fixação coto, facilitando a colocação da prótese. Permite apoio terminal. A marcha adquirida pelo paciente tem padrão próximo da normalidade. Prótese para amputação dos metatarsianos: paciente com amputação nesse nível apresentam dificuldades para protetização. Este modelo é uma goteira suropodálica em polipropileno, com revestimento em espuma de alta densidade ao nível de antepé. Tem peso reduzido e permite que o paciente utilize calçados comuns. PÉS PROTÉTICOS São componentes de grande importância, fundamentais para o bom alinhamento da prótese e pela qualidade da marcha. Os pés modernos possuem boa resposta dinâmica, desprendimento energético e flexibilidade quando submetidos ao peso corporal. PÉ SACH (SOLID ANKLE CUSHION HEEL) Leve com ou sem “dedos” suporta até 125Kg , resposta dinâmica limitada. PÉ ARTICULADO AP Fabricado em pedilan, simula o movimento articular tíbio társica no sentido ântero-posterior pela presença de borracha no “calcanhar” que cede no apoio. PÉ MULTIAXIAL 1M1 Fabricado pela Otto Bock, boa flexibilidade, e melhor resposta dinâmica que o Sach, tem grande resistência e durabilidade. Reúne as vantagens do pé articulado e dinâmico, permitindo prono-supinação no plano frontal. FLEX FOOT Excelência em resposta dinâmica, peso reduzido, grande energia e impulsão. O grafite e o carbono são materiais utilizados para próteses de alta resposta dinâmica. PRÓTESES PARA TRANSTIBIAIS PTB- patellar tendon bearing PTS- prothése tibiale supracondylien KBM- kondylien bettung munster Prótese ajoelhada Tibial com coxal Locais de pressão (recebe a descarga de peso) -Tendão patelar -Região poplítea -Face media do coto (abaixo do platô tibial) -Face lateral do coto (abaixo do platô tibial e cabeça da fíbula) Locais de alívio de pressão -Patela -Platô tibial -Crista da tíbia -Cabeça da fíbula - extremidade distal do coto PTB- patellar tendon bearing Única das próteses tibiais que possui correia supra condiliana ou supra patelar, pode causar hipertrofia do terço distal da coxa pela pressão mantida. Adapta-se melhor em t³ e t². PTS- prothése tibiale supracondylien Não possui correia, seu nível ântero posterior de soquete coincide com a região imediatamente acima da patela. Lateralmente é mais alta que a PTB e sempre deixa o joelho em 5º a 10º de flexão permitindo uma marcha funcional. KBM- kondylien bettung munster Não possui correia, seu nível ântero posterior de soquete coincide com a região imediatamente abaixo da patela. Lateralmente é mais alta que a PTB PRÓTESE PARA DESARTICULAÇÃO DE JOELHO É funcional, desde que utilize o joelho apropriado, a marcha pode ser perfeita e os joelhos específicos são variáveis:pneumáticos, hidráulicos ou mecânicos. Possuem 4 eixos que formam uma cadeia cinética fechada durante o movimento PRÓTESES TRANSFEMORAIS Qualquer que seja o joelho dentro da mais alta tecnologia, ele será monocêntrico ou Policêntrico. Suas principais características: -Fabricado em aço, titânio, carbono, plástico; -Livres, autobloqueantes ou autobloqueáveis; -Com freios, avançador, molas extensoras, impulsores; -Infantis e geriátricos; -Hidráulicos, pneumáticos ou computadorizados; -Para prótese de banho. MECANISMOS DE SUSPENSÃO -Válvula de sucção; -Cinto silesiano; -Cinto pélvico; -Soquete; Desarticulação de quadril Pés de resposta dinâmica em fibra de carbono: desenvolvidos visando diminuir os choques verticais pela presença de tubos telescópicos e de uma lâmina lateral em fibra de carbono. Indicados para qualquer grau de atividade física, já que as lâminas laterais podem ser ajustadas de acordo com as diferentes atividades. Confeccionada em fibra de carbono, material de grande resistência e flexibilidade. Outra característica do material é a liberação da energia armazenada, chamada memória elástica, que oferece elevado índice de armazenamento. Indicado para pacientes com atividades intensas ou moderadas. A fibra de carbono resiste à água, umidade, calor, frio e corrosão. Liner de silicone: o "Liner" de silicone poderá ser utilizado com o intuito de melhorar a suspensão da prótese, permitindo maior segurança aos pacientes. Utilizado com próteses tubulares de diferentes materiais. Também oferece maior conforto. Prótese para joelho desarticulado: caracteriza- se pela possibilidade de discarga terminal com contato total, evitando a necessidade de apoio isquiático. Nestes tipos de próteses são utilizadas articulações de joelho específicas, de 4 eixos. Joelhos disponíveis: modular para desarticulação com impulsor incorporado, com trava ou com unidade hidráulica. Pés disponíveis: dinâmicos ou articulados. Prótese convencional acima do joelho: confeccionada em resina ou polylite. O soquete poderá ser quadrilateral com apoio isquiático ou de inclusão isquiática (CAT - CAM). As articulações convencionais do joelho são fabricadas em madeira com articulação mecânica. Poderão ser utilizados: joelho JUPA com freio e impulsor, joelho monoeixo com trava (para os pacientes que necessitem de grande segurança), joelho com trava opcional e joelho para protetização geriátrica (monocêntrico em plástico com trava). Válvula de sucção ou cinto silesiano. Neste tipo de prótese poderemos utilizar pés SACH, pés dinâmicos ou articulados.Indicada para pacientes com amputações transfemurais. Prótese canadense: indicada em emelias, desarticulações do quadril e hemipelvectomias. Hemicesto em polylite. Vários tipos de joelhos disponíveis: JUPA (trava automática); Habberman (sem trava), livre; com trava automática e rígido. Prótese modular infantil: poderá ser utilizada em crianças entre 2 e 12 anos, com altura máxima de 1,45cm e peso máximo de 45kg. Confeccionada em liga de metal bastante leve. Joelhos disponíveis: monoeixo com impulsor incorporado ou com trava. Pé disponível: SACH. PP -Vantagens e desvantagens das próteses funcionais -Diferenças entre endo e exoenergética -Diferenças entre próteses exo e endoesquelética -Diferenças entre pneumática, mioelétrica e elétrica -Pé sach, articulado, multiaxial , flex foot e flex walk(movimentos que realizam, vantagens e desvantagens e indicações. -Próteses PTB,PTS e KBM -Diferenças entre quadril cimentado e não cimentado (indicações)