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Anatomia do ouvido humano

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1 
 
Trauma do Pavilhão Auricular, Canal Auditivo Externo e Orelha Média 
Norimar Hernandes Dias1, Sérgio Henrique Kiemle Trindade1, 
Érico Vinícius Campos Moreira da Silva2, Regina Helena Garcia Martins3, Jair Cortez 
Montovani3 
1. Médicos assistentes da Disciplina de Otorrinolaringologia. 
2. Residente da Disciplina de Otorrinolaringologia. 
3. Professor Livre Docente da Disciplina de Otorrinolaringologia. 
Introdução 
O pavilhão auricular é muito importante para a estética facial e possui anatomia 
particular e complexa. Apesar de não ser muito comum, o traumatismo auricular pode trazer 
enorme morbidade ao paciente, principalmente, se não for precoce e adequadamente 
conduzido. As etiologias são variadas como as agressões associadas ao hematoma auricular, 
incluindo lutadores, particularmente de Jiu-jitsu, a colocação de piercing e suas complicações 
infecciosas, as mordeduras e os acidentes automobilísticos dentre outros. Os homens são 
muito mais acometidos do que as mulheres, numa proporção estimada de 3:1.1 
O canal auditivo externo (CAE) estende-se da concha até a membrana timpânica, 
apresenta tortuosidade peculiar, isto é, tem a forma de “S”, a qual é fator de proteção para a 
membrana timpânica e orelha média. É constituído de um terço externo cartilaginoso e dois 
terços internos ósseos, revestido por pele fina, principalmente, na porção óssea onde está 
firmemente aderida ao periósteo. No subcutâneo do canal cartilaginoso existem glândulas 
sebáceas e ceruminosas, e folículos pilosos. As principais funções do CAE são proteção e 
ressonância sonora, amplificando os sons na faixa de freqüência de 1,5 a 7 KHz.2,3 O trauma 
2 
 
do CAE pode ocorrer com o uso inadequado e inadvertido das hastes de algodão (cotonete®), 
seja na população pediátrica como adulta, como também a partir da manipulação com 
material pontiagudo, principalmente em indivíduos com prurido recorrente (eczema) ou 
acúmulo de cerume no CAE. 
Hematoma Auricular 
O hematoma é conseqüência de trauma no pavilhão auricular, principalmente entre 
lutadores. É definido como acúmulo de sangue entre o pericôndrio e a cartilagem, levando à 
diminuição da nutrição e conseqüente necrose da cartilagem, além de predispor à infecção 
secundária. A dor local e edema, levando à perda do contorno normal da orelha, são as 
principais características clínicas(Figura 1). A face anterior do pavilhão é a mais comumente 
atingida. É necessário o diagnóstico precoce para que a intervenção imediata diminua os 
riscos de complicações, sendo a mais temida a pericondrite e sua conseqüente deformidade 
estética (“orelha em couve-flor”). 
Depois de estabelecido o diagnóstico de hematoma, deve ser realizado a antissepsia, 
infiltração de anestésico local e drenagem por punção com agulha de grande calibre (18 a 22) 
ou por meio de uma pequena incisão. É comum a recorrência do hematoma, o que torna 
necessária a manutenção de pressão local. A redução do espaço morto pode ser feita por 
sutura contínua com pontos transfixando todo o pavilhão, com fio absorvível seguida ou não 
de contenção com gaze dobrada e suturada mantida por até 4 dias.4,5 
A antibioticoterapia sistêmica pode ser necessária4, e o acompanhamento do paciente 
deve ser cuidadoso com reavaliações periódicas (a cada 2 ou 3 dias), e o diagnóstico de 
pericondrite deve, sempre, ser considerado caso a evolução seja desfavorável. 
3 
 
 
Figura 1. Hematoma em face anterior do pavilhão auricular: abaulamento e perda do 
contorno normal. 
Piercing 
A recente moda de colocação de piercing na porção superior e medial do pavilhão 
auricular, particularmente entre os adolescentes, tem aumentado a incidência de pericondrites 
auriculares que podem levar à necrose de cartilagem e seqüelas importantes. No passado o 
lóbulo da orelha era o principal local de colocação de piercing, e as infecções não resultavam 
em morbidade significante. O efeito da pobre vascularização da cartilagem no local aliado à 
sua exposição e higienização inadequada após a colocação do piercing, constituem situação 
bastante propícia para o desenvolvimento do processo infeccioso. A deformidade residual 
típica da pericondrite pós piercing na porção superior do pavilhão auricular é o colapso do 
bordo superior da hélix e antihélix adjacente6. 
O principal organismo envolvido na infecção auricular pós piercing é a Pseudomonas 
aeruginosa, presente em mais de 95% dos pacientes, entretanto, o Staphylococcus aureus 
também pode ser encontrado.7,8 Na grande maioria dos casos a colocação do piercing é 
realizada em local não capacitado, sem as condições adequadas (material não esterilizado) e 
por pessoas que desconhecem a potencialidade da complicação infecciosa. Sendo assim, não é 
4 
 
de se estranhar que o paciente chega ao médico, muitas vezes, no pronto socorro, com a 
infecção já instalada e em estágio avançado. 
A apresentação clínica da pericondrite é bem característica, no geral 3 a 4 semanas 
depois da colocação do piercing.9 A dor intensa é o primeiro e mais proeminente sintoma, 
com aumento da intensidade em algumas horas e refratária ao uso de analgésicos potentes.10 
O pavilhão auricular torna-se avermelhado, quente e com edema importante, e a febre pode 
estar presente. Formação de abscesso é relativamente comum, o qual é diagnosticado pela 
palpação local e detecção da flutuação, principalmente na face anterior do pavilhão (Figura 2). 
 
Figura 2. Paciente masculino, 17 anos, pericondrite e abscesso auricular após 
colocação de piercing. 
A conduta inicial depende da gravidade da infecção e da presença ou não de supuração 
coletada. O antibiótico de escolha para o tratamento empírico é o ciprofloxacino, que tem boa 
penetração na cartilagem e ótima cobertura para Pseudomonas aeruginosa. Pode ser utilizado 
via oral, pois sua disponibilidade sistêmica é muito semelhante à endovenosa, na dose de 
500mg a cada 12 horas no paciente adulto. Quando presente o abscesso auricular, a internação 
para drenagem e desbridamento faz-se necessária o mais rápido possível, com o objetivo de 
evitar a propagação da infecção e maior extensão de lesão cartilaginosa. Nos casos que existe 
dúvida quanto à presença da coleção, pode-se realizar uma punção diagnóstica, lembrando 
5 
 
que sempre se deve encaminhar a secreção obtida, seja na punção ou na drenagem cirúrgica, 
para cultura e antibiograma (Figuras 3 e 4). 
 
Figura 3. Punção para confirmação do abscesso e coleta de material para cultura e 
antibiograma. 
 
Figura 4. Drenagem cirúrgica do abscesso e desbridamento do tecido necrótico. 
Haste de Algodão (cotonete®) 
O conduto auditivo externo (CAE) pode ser atingido por traumas das mais variadas 
etiologias. Hastes de algodão (cotonete®), grampos de cabelo, palitos de fósforo, chaves entre 
outros, são os objetos mais comumente introduzidos no CAE, que resultam em lesões de suas 
estruturas (Figura 5). Os indivíduos mais suscetíveis a este tipo de lesão são crianças, adultos 
6 
 
com otite externa ou acúmulo de cerume, que apresentam prurido auricular crônico e 
pacientes com comprometimento intelectual. 
O uso contínuo de hastes de algodão foi identificado como fator de risco para o 
desenvolvimento de um tipo específico de otite externa, causando foliculite.11 Em pacientes 
diabéticos ou imunocomprometidos o trauma da orelha, inclusive pelo uso das hastes pode ser 
relacionado a um tipo grave e possivelmente fatal de infecção da orelha externa e do osso 
temporal, a otite externa maligna.12 A utilização freqüente destes objetos, por prurido no CAE 
ou pelo acúmulo e impactação de cerume, na tentativa de sua remoção pelo próprio paciente 
ou por profissionais não habilitados, pode resultarem lesões no CAE e estruturas da orelha 
média. 
O paciente com trauma de CAE geralmente apresenta-se no pronto-socorro com 
história de dor, geralmente intensa, seguida de otorragia e outros sintomas e sinais 
dependendo das estruturas lesadas. Após avaliação inicial do clínico geral, sendo constatado 
que realmente trata-se apenas de um traumatismo de orelha externa, estes pacientes devem ser 
encaminhados para avaliação especializada. O exame otorrinolaringológico deverá ser 
completo, seguido por otoscopia com espéculos auriculares esterilizados, com aspiração de 
sangue ou secreções, procurando-se visualizar as estruturas da orelha externa e membrana 
timpânica, sempre que possível. 
As lesões resultantes da introdução de objetos no CAE podem resultar em: 
1. Lacerações de pele e cartilagem do CAE: os ferimentos devem ser limpos 
cuidadosamente de maneira asséptica. Após a confirmação da ausência de perfuração 
traumática da membrana timpânica, o tratamento recomendado é instilação de gotas 
otológicas com antibióticos que cubram germes comumente encontrados na pele 
(Staphylococus sp.). Deve-se orientar ao paciente proteção do CAE contra a entrada de 
7 
 
água, principalmente no banho, com a utilização de chumaço de algodão embebido em 
solução oleosa. Na verificação de extensas lacerações de pele e cartilagem, o 
tamponamento do CAE com fita cardíaca com pomada de antibiótico deve ser feito, no 
intuito de prevenir possíveis estenoses do conduto.12 
2. Ruptura traumática da membrana timpânica: podem ser resultantes da introdução de 
objetos no conduto, além de traumas por modificação abrupta da pressão no CAE, como 
tapas, beijos, boladas e explosões. Além da dor inicial, os pacientes queixam-se de 
diminuição da acuidade auditiva no lado da lesão, cujos exames clínicos e audiométricos 
revelam surdez de condução. As perfurações traumáticas geralmente têm prognóstico 
favorável com cicatrização completa da lesão. Fatores desfavoráveis são perfurações 
extensas e infecção bacteriana secundária. Nestas situações deve-se prescrever 
antibióticos sistêmicos como amoxicilina ou macrolídeos nos casos de alergia a 
penicilinas. Gotas otológicas com antibióticos não são recomendadas pelo risco de 
ototoxicidade e visto que o veículo líquido às vezes colore as estruturas da orelha externa 
e média, inclusive a membrana timpânica. Isso dificultaria o acompanhamento clínico das 
lesões e possíveis complicações. Perfurações presentes após três meses de seguimento 
deverão, sempre que possível, ser tratadas cirurgicamente.13 
3. Lesão da cadeia ossicular: podem ser por traumas mais intensos. A lesão mais comum é a 
disjunção incudoestapediana (desarticulação do ramo longo da bigorna com o estribo). O 
martelo e o estribo são menos suscetíveis a deslocamentos por serem ancorados a 
estruturas vizinhas por ligamentos. Na avaliação inicial deve-se suspeitar deste tipo de 
lesão em pacientes com traumas mais intensos. A tomografia computadorizada de ossos 
temporais pode revelar perda da continuidade óssea e ausência da típica imagem em 
“copo de sorvete” no corte axial. Audiometria tonal com gap aéreo-ósseo maior que 30 
dB também é sugestiva de desarticulação da cadeia ossicular. Mesmo com o diagnóstico 
8 
 
precoce, as disjunções de cadeia devem ser tratadas cirurgicamente até três meses após o 
trauma, quando termina o processo de cicatrização.14 
4. Paralisia facial: resultante de lesão da porção timpânica do nervo facial. Quando surge 
imediatamente após o trauma, sugere que houve ruptura do nervo facial, sendo a 
exploração cirúrgica, com descompressão do nervo e eventual anastomose dos cotos 
indicada. Paralisias tardias sugerem edema do nervo, sendo o tratamento clínico com 
corticosteróides o mais indicado.15 
5. Surdez neurossensorial: existe descrição de um caso de surdez neurossensorial por 
ruptura da membrana da janela oval, secundária a trauma da orelha média por haste de 
algodão. Neste tipo de caso, a exploração cirúrgica da orelha média com fechamento da 
fístula perilinfática deve ser realizada, com o intuito de redução do grau de perda 
auditiva.15 
Em virtude das lesões que podem resultar dos traumas e pela manipulação do CAE, 
deve-se sempre orientar os pacientes a não utilizarem hastes de algodão. Na suspeita de lesões 
da orelha externa ou média, a avaliação otorrinolaringológica é mandatória. 
Vale à pena lembrar também das lesões por substâncias químicas, otites externas por 
dermatite de contato e as lesões provocadas pelas temperaturas muito baixas, além das 
fraturas do osso temporal secundárias ao trauma cranioencefálico (TCE), as quais podem ser 
transversas, horizontais, longitudinais ou cominutivas, e cursarem com lesões variadas da 
orelha externa e média. 
9 
 
 
Figura 5. Trauma com haste de algodão em paciente de 14 anos. 
 
Referências Bibliográficas 
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