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Direito Internacional Público

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Direito Internacional Público
Conceito
Ramo do direito público que regula as relações estabelecidas entre Estados soberanos e entre os Estados e as organizações internacionais por meio das normas aceitas como obrigatórias na sociedade internacional.
A questão da terminologia: Por que direito internacional púbico e não interestatal?
A resposta está predominantemente do idioma inglês no comércio internacional e na avaliação civil internacional. Por isso, internacional Law passou a integrar a disciplina jurídica em várias instituições e a discussão com relação à terminologia não avançou.
(”avaliação civil internacional”, principalmente após a Primeira Guerra Mundial.)
É internacional público por se tratar de interesse dos Estados. A pessoa não está presente, se não seria internacional privado. O individuo aqui representa o Estado, por exemplo, embaixador. 
Comunidade ≠ Sociedade 
Coletivo de estudantes e professores 		É onde obrigada toda a comunidade 
Mesma lógica é aplicada em Comunidade internacional e Sociedade Internacional. Ex: Idioma. 
Evolução histórica
Na antiguidade
Os povos realizavam trocas comercias e nomeavam representantes para atuarem na defesa dos interesses do seu Estado em outro. 
EX: Roma e Fenícia
Romanos criavam o jus gentium ou direito dos povos dominados politicamente, o direto de manifestar livremente os seus costumes, tradições, religiões e idiomas. 
Na idade média
Devido à influência da igreja, o papa passou a ser o mediador por excelência nas relações entre os reinos europeus.
O papa criou a paz de Deus, que era proibição de destruir plantações e de perseguição a civis (distinção entre guerreiros e civis).
Idade Moderna
Período marcado pelo confronto de monarquias absolutistas, daí os vários conflitos travados no período, um dos mais graves foi a guerra dos 30 anos o conflito terminou com a assinatura da paz vestfólia (tratado de paz). O tratado é considerado como o marco inicial do atual Direito Internacional pelo fato de ter sido negociado e assinado por representantes dos Estados com o objetivo de alcançar a paz.
Idade contemporânea
Período de grande evolução do DIP, devido ao fenômeno de associativismo internacional, representado pela instituição de organização de caráter universal como a liga ou sociedade das nações (1919) e de sua sucessora – a ONU (1945). 
Fundamentos do Direito Internacional Público
Consenso: Significa o uso intenso dos meios diplomáticos no sentido de se chegar a um acordo sobre diferentes questões envolvendo Estados soberanos. O conselho pode ser bilateral ou multilateral, o bilateral envolve conversações entre dois estados. O multilateral envolve materiais mais sensíveis no cenário internacional e o envolvimento de vários Estados, e normalmente com a participação da ONU.
Existem conflitos econômicos, territoriais, sociais entre os Estados que se resolve através do consenso entre eles. Se não resolver no consenso ai para justiça internacional (Corte internacional de justiça – Estados contra Estados). 
OBS: Se for pessoa contra estado é o TPI (Tribunal Penal Internacional). 
O consenso leva as partes a fazerem em tratados. O tratado é a efetivação do consenso.
 “Pact sunt servanda”: O consenso pode levar as partes a se vincularem a tratados. Nenhum Estado é obrigado a se vincular, mas se o faz, não poderá deixar de cumpri-lo (Convenção de Viena de 1969). Atualmente o tratado é uma das principais fontes do DIP. 
No Brasil quem aprova o tratado é o Congresso Nacional – O presidente não tejm autonomia para assinar, apenas para negociar.
Teorias do Direito Internacional Público
Teoria Dualista 
Idealizada por Triepel e Verdass, considerava que existem duas ordens jurídicas uma interna e outra internacional, que são independentes e não se comunicam. Para que o Direito Internacional tenha validade ele deve ser incorporado ao sistema jurídico doméstico vigorando como norma interna, esta teoria é também denominada de “incorporação do Direito Internacional”
Teoria Monista com o primado do Direito Interno
Idealizada, principalmente, por Hegel, considerava que o Direito Internacional é uma mera continuação do Direito interno e que só possui validade caso seja do interesse e da conveniência do Estado, o pensamento está baseado na ideologia da sabedoria absoluta do Estado e, por isso, serviu de base para a formulação das políticas externas de Estados totalitários como a Itália fascista, a Alemanha nazista e o Bolchevismo soviético, esta teoria também, é denominada como a da negação do DIP.
Teoria Monista com primado do Direito Internacional 
Elaborada por Kelsen considera que o Direito é uno, mas com prevalência do Direito Internacional, o Estado soberano é ator do Direito Internacional e flexibiliza a sua soberania para aceitar a norma internacional como reguladora da convivência internacional e, portanto, acima do Direito doméstico a Teoria está representada na pirâmide Kelsiana da seguinte forma:
Personalidade Internacional
Significa a capacidade de as pessoas ou sujeitos de DIP exercerem direitos e contraírem obrigações na sociedade internacional.
As principais pessoas de DIP são:
Estados Soberanos, o estado é o principal ator na sociedade internacional.
As obrigações internacionais intergovernamentais, o fenômeno do associativismo internacional teve início no século passado. 
A Santa Sé por razões históricas e políticas, a doutrina atual considera também como pessoas do DIP algumas coletividades não estatais devido as suas abrangências internacionais, como por exemplo, ONGs, Cruz Vermelha e o próprio ser humano, conforme o Direito Internacional humanitário. 
O Estado soberano conforme as convenções de Montevidéu de 41933 e Chicago de 1944, a existência de Estado pressupõe a existência dos elementos constitutivos, que são: 
Elemento físico, o território, onde o Estado exerce a sua soberania tridimensional;
População permanente;
Governo instituído. 
Reunindo os elementos, o Estado está apto a ser reconhecido. Segundo Celso Aluquerque Mello o “reconhecimento é uma verdadeira certidão de nascimento do Estado”.
No Brasil, o reconhecimento e ato exclusivo do presidente da República, de natureza declaratória, sendo discricionário, irretratável e que se exterioriza por meio de decreto executivo, publicado no Diário Oficial da União.
A personalidade jurídica da santa sé 
A Santa Sé possui personalidade internacional por questões políticas históricas;
Por ocasião da invasão dos povos bárbaros em Roma, e na ausência de autoridade civil, o Papa Leão I negociou com os ostrogoods, impediu a destruição de Roma e converteu os invasores ao catolicismo; 
A partir desse evento, o papado passou a ser mediador por excelência nas relações entre os reinos europeus ocidentais que passaram a ser oficialmente católicos;
Em 756, Pepino, o leve, doou uma vasta área de terra no centro da Península Itálica para ali ser instituído o Estado Pontifico ou patrimônio de São Pedro, com Roma como sua capital;
O papado passa a reunir o poder espiritual com o poder temporal, como governante absolutista, vitalício e não hereditário;
Por ocasião da unificação da Itália em 1860, o Estado Pontifico foi incorporado ao novo reino e Roma passa a ser a Capital de todos os italianos;
O papa pio IX, não aceita a perda do território e do poder temporal e se autoproclama prisioneiro do Reino Italiano, criando a questão Romana;
A questão só foi resolvida em 1929 quando Benito Mussolini e o papa pio IX assinaram o tratado de latão. Pelo tratado, o papa restabelecia o poder temporal sobre um território (Vaticano) e a plena jurisdição do Governo (Santa Sé) sobre tosos os bens da igreja;
Atualmente, o papa é chefe de Estado e do governo de uma monarquia não hereditária. A Santa sé se vincula a tratados (concordata), estabelece relações diplomáticas (nunciatura apostólica) e é membro observador da ONU.
Direitos e deveres dos Estados
DIREITOS, estão regulados pela convenção de Mantevidéu de 1933. Em regra,pela convenção, existe um direito fundamental ou ordinário, que é o direito de existência. Do direito fundamental derivam os direitos secundários ou derivados que são:
Direito à defesa e conservação contra uma agressão injusta e atual;
Direito à soberania;
A soberania pode ser interna, que é o direto que o Estado possui de livremente organizar a sua estrutura interna por meio da constituição interna e externa quando o estado participa da formação da vontade política e jurídica na sociedade internacional.
Direito de autodeterminação;
Significa o direito que o Estado possui de escolher livremente os seus destinos, sem sofrer ingerência ou intervenção de outro Estado;
Direito a isonomia jurídica
Todos os Estados são iguais perante a Lei internacional
Direito de legação
É o direito, regulado por convenção de o Estado manter representantes em outros. Estados ou organizações internacionais. O Estado que exerce o direito de legação, tem o dever de receber o representante do outro Estado. (quem envia, recebe)
DEVERES do Estado...
Morais
Jurídicos
Não intervenção
Dever moral
É aquele que está vinculado a solidariedade entre os Estados, ou seja, o dever de prestar ajuda a situações adversas enfrentada por outro Estado. O dever moral deve ser prestado de forma proporcional à capacidade do Estado. O descumprimento do dever moral por incapacidade, não gera a responsabilidade interna do estado. 
Dever jurídico
É aquele que decorre de uma vinculação jurídica de u Estado com outro ou de um estado com uma organização internacional. Normalmente, é um dever contraído internacional, onde o descumprimento de uma parte gera dano para a responsabilidade internacional do Estado. 
Dever de não intervenção 
A intervenção significa a intromissão, ingerência de um Estado em outro, impondo, muitas vezes, condições contraditórias à vontade do que recebeu a intervenção. 
Durante séculos, o intervencionismo fez parte da política externa de vários Estados, sendo gerador de inúmeros conflitos.
Com a instituição da ONU em 1945, o intervencionismo passou a ser tratado como um delito internacional, com exceção da intervenção aprovada pelo conselho de segurança da ONU.
“Um Estado não pode interferir nos assuntos de outro Estado”.
Doutrinas da não intervenção 
Doutrina Monroe, formulada em 1822 p0elo presidente norte-americano James Monroe. O objetivo era o de reconhecer a independência dos Estados do Continente e afastar o intervencionismo europeu: “A América para os americanos”.
Corolário Roosevet, conseqüência da doutrina Monroe, substituiu o intervencionismo europeu pelo intervencionismo dos EUA nos Estados do continente, ficou também conhecido como “a diplomacia do porrete”.
Doutrina Drago, Luis Maria Drago foi ministro dos negócios estrangeiros da argentina, e 1902, por ocasião do congresso continental do Panamá, apresentou a sua doutrina de não intervenção econômica em solidariedade à Venezuela, que atravessa uma crise financeira que a impossibilitava de honrar com a sua dívida externa.
Os estados credores europeus ameaçavam bombardear os portos venezuelanos, caso a dívida fosse paga.
Drago não negava os direitos dos Estados credores em cobrarem as suas dívidas, mas começava a cobrança coercitiva e com uso da força. A sua doutrina foi aprovada no congresso e, atualmente, o sistema financeiro internacional está estruturado para negociar e ajudar financeiramente os Estados em situação de moratória (Default).
Domínio público do Estado
O Estado exerce soberania a porção do globo onde está localizado. Significa o domínio público tridimensional (Terra, mar e ar).
Domínio terrestre: É estabelecido por tratados entre os Estados que definem os seus limites utilizando critérios intelectuais ou matemáticos e naturais ou arcifínio. -> Dois estados acordam que combinam do rio ser a fronteira entre eles.
Domínio aéreo: Regulado pela convenção de Chicago de 1944. Trata da soberania dobre a coluna de ar que se eleva até a órbita geoestacionária e a segurança da navegação internacional. A convenção criou a agência internacional de aviação civil, hoje vinculada à ONU.
Domínio marítimo: O fundamento é a segurança do estado costeiro.
Demarcação – No século XVI foi utilizado o critério do “tiro de canhão” (o poder da terra termina quando acaba o poder das armas). O tiro alcançou 3 milhas náuticas (aproximadamente 6 km). 
Assim foi definido o mar territorial que por costume, os Estados utilizaram as 3 milhas náuticas até o século XIX, quando o costume começou a ser abandonado.
Contestação – Com o tempo, as 3 milhas náuticas foram consideradas insuficientes e vários Estados afirmaram aleatoriamente e unilateralmente a largura de seus mares. As marcações unilaterais geravam inúmeras contestações, protestos e conflitos. Em conseqüência, a ONU promoveu várias convenções para regulamentar o uso das águas marítimas.
A derradeira e que está vigorando é a convenção da ONU para o direito do mar (Montego Bay, 1982).
A referida reconvenção determinou o seguinte: 
Mar territorial = 12 milhas náuticas (aproximadamente 24 KM) a contar da linha da base do litoral, com exercício de soberania pelo Estado;
Lona contígua = 12 milhas marítimas a contar da linha final do mar territorial com exercício de fiscalização pelo Estado, por ser a zona “a porta de entrada do mar territorial”;
Lona de exploração econômica exclusiva = 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 KM) a contar da linhas de base do mar territorial. Na área, o Estado exerce a exclusividade na exploração dos recursos marítimos (soberania econômica).

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