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EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM SURDEZ

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EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM SURDEZ 
Artigo apresentado ao Centro Univrsitário Mineiro no curso de Mestrado Profissional.
EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM SURDEZ 
 
RESUMO
O presente artigo apresenta a educação escolar da pessoa com surdez. Para a realização do trabalho foi realizada uma pesquisa tipo bibliográfica, segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66), a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento de dados no caso desta, foram baseadas em artigos e legislações. 
Palavras-chaves: LIBRAS, Educação Bilíngue, Pessoa com surdez 
INTRODUÇÃO
A unidade escolar ao matricular crianças com surdez, a primeira providência que a direção da escola deverá tomar será comunicar-se com a secretaria de educação e solicitar um professor interprete para acompanhar o aluno nas atividades em sala de aula e fora dela. Caso a criança ainda não saiba LIBRAS deverá ser encaminhada para o Atendimento Educacional Especializado para que a aprenda a Línguas de Sinais. 
Pesquisas sobre as línguas de sinais vêm mostrando que essas línguas são comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Elas expressam ideias simples, complexas e abstratas. Os surdos que utilizam a LIBRAS podem discutir filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda, e utilizá-la com função estética para fazer poesias, histórias, teatro e humor. As línguas de sinais apresentam-se numa modalidade diferente das línguas orais auditivas. São línguas espaço-visuais, ou seja, a realização dessas línguas não é estabelecida por meio do canal oral-auditivo, mas por meio da visão e da utilização do espaço.
A pessoa com surdez tem as mesmas possibilidades de desenvolvimento que a pessoa ouvinte, precisando somente que tenha suas necessidades supridas que oportunizem o acesso ao conhecimento de qualidade atendendo suas especificidades.
O município de São Mateus atende o aluno com surdez, oferecendo interprete e professor de LIBRAS conforme Resolução do Conselho Municipal de Educação. (CME).
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR DO ALUNO COM SURDEZ
Em conversa com a professora de LIBRAS que atua na Escola de Ensino Médio Estadual no município de São Mateus ela relata a questão do surdo e da comunidade surda. O povo surdo é grupo de sujeitos surdos que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades, ou seja, constrói sua concepção de mundo através da visão. A comunidade surda já que tem sujeitos ouvintes junto, que são família, intérpretes, professores, amigos e outros que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns em um determinado localização que podem ser as associações de surdos, federações de surdos, igrejas e outros.
A linguagem de uma criança surda deve se consolidar mediante o aprendizado da língua portuguesa e da aquisição da LIBRAS. Antes da Lei Nº 9.394/96 não havia atendimento educacional em escolas públicas. Para crianças com surdez, havia, em alguns Estados, programas de estimulação precoce em escolas especiais, voltados exclusivamente para o desenvolvimento da linguagem oral, por meio da estimulação auditiva e de exercícios fonoarticulatórios para emissão da fala.
A escola precisa compreender como o aluno aprende e se desenvolve diante das situações, pois as diferenças “[...] estão presentes no contexto da escola, em valorização a diversidade que é inerente aos seres humanos, criando, desse modo, um ambiente propício ao desenvolvimento das potencialidades individuais” (CORREIA, 2006, p. 41).
No fascículo “Saberes e práticas da inclusão” (MEC 2006) nos aponta que:
Conforme o estabelecido na Resolução do CNE Nº 02/2001, a educação dos alunos com surdez pode ser bilíngue, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvindo os profissionais especializados em cada caso. Os pais devem estar cientes de que existem duas formas de realizar a educação bilíngue: uma envolve o ensino das duas línguas, em momentos distintos, e a outra caracteriza-se pelo ensino da segunda língua somente após a aquisição da primeira língua.(BRASIL,2006)
No município de São Mateus/ES nas escolas municipais para o atendimento dos alunos com surdez a Resolução 12/2014 do Conselho Municipal de Educação (CME) preconiza que:
§ 5º. Para Atendimento Educacional Especializado aos alunos e às alunas com deficiência auditiva e surdez total o/a professor (a) que atuará em Salas de Recursos Multifuncionais deverá ter curso de Libras, no mínimo em nível intermediário, aprovado pelo INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos), FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) ou pelo MEC. Podendo ser aceitos aqueles oferecidos pelas Secretarias Municipais, Estaduais de Educação e Instituições Privadas, seguindo as orientações da Lei Federal nº 10.436/2002 e o art. 18 Lei Federal nº 10.098/2000 e do Decreto Federal nº 5.626/2005.
Segundo a Secretaria de Educação Especial, 2006,“entre os grandes desafios para pesquisadores e professores de surdos situa-se o de explicar e superar as muitas dificuldades que esses alunos apresentam no aprendizado e uso de línguas orais, como é o caso da língua portuguesa”. Caso a criança com surdez não receba atendimento adequado,quanto mais cedo tenha sido privado de audição e quanto mais profundo for o comprometimento maiores serão as dificuldades educacionais.
Observa-se que a carência da estimulação nos primeiros anos de vida diminui o ritmo natural do processo evolutivo infantil, aumentando o distanciamento dos padrões do desenvolvimento psicomotor, socioafetivo, cognitivo e da linguagem. Para que essa estimulação realmente ocorra, ela deve ser entendida como “um conjunto dinâmico de atividades e de recursos, humanos e ambientais, incentivadores que são destinados a proporcionar à criança, nos seus primeiros anos de vida, experiências significativas para alcançar pleno desenvolvimento no seu processo evolutivo” (Série Diretrizes, n.º 3 – SEESP/MEC)
Historicamente a educação escolar de pessoas com surdez foi fundamentada por três abordagens diferentes: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo.
As escolas que trabalhavam com o oralismotinham como objetivo à capacitação da pessoa com surdez para a utilização da língua da comunidade ouvinte na modalidade oral, era utilizada somente o uso da voz e da leitura labial. A comunicação total aceitava todo e qualquer tipo de recurso para a comunicação. Porém não incluía, segregava a pessoa com surdez. Alvez (2010, p.7 ) nos fala que:
Os resultados obtidos com esta concepção são questionáveis quando observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. A linguagem gestual, visual, os textos orais, os textos escritos e as interações sociais pareciam não possibilitar u desenvolvimento satisfatório e esses alunos continuavam segregados, permanecendo em seus guetos, marginalizados, excluídos do contexto maior da sociedade.
A educação escolar por meio do bilinguismo tem a finalidade de capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas: LIBRAS, sua primeira língua e Língua Portuguesa.Abordagem que mais se apropria a cultura surda, pois não recrimina a surdez ao ponto de querer bani-la, reconhece a Língua de Sinais como língua natural dos surdos e propõe o ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita. 
O uso da Língua de Sinais é muito mais que inserir sinais isolados dentro de atividades. Sua aquisição requer muito mais que exercícios; requer contato com usuários da língua, requer modelo e a vivência de uso.
 Para realizar o bilinguismo dentro das escolas é preciso assumir a participação de duas línguas, garantindo o conhecimento de cada uma e refletindo sobre o lugar de cada uma no processo de aprendizagem. Lacerda (2006), para que a inclusão dos surdos possa acontecer com qualidade e o bilinguismo seja realmenteimplementado, é preciso pensar na organização dos espaços escolares, na formação dos professores e principalmente respeitar as especificidades linguísticas dos alunos surdos: É preciso mudar o jeito de trabalhar com toda a escola. Está difundido que a boa escola é aquela que faz o ensino diferenciado, mas a boa escola é aquela que ensina a todos. Alarcão diz:
[...] se quisermos mudar a escola, devemos assumi-la como organismo vivo, dinâmico, capaz de atuar em situação, de interagir e desenvolver-se ecologicamente e de aprender a construir conhecimento sobre si própria nesse processo (ALARCAO, 2001 p.27).
São fundamentais para o desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva contextualizada no dia a dia. É importante, então, que a criança com surdez:
Possa comunicar-se como sabe; 
 Possa dialogar com liberdade, sabendo ser aceita pelos demais;
Passe a entender a entonação emotiva e dramatizada da mensagem que o professor envia;
 Desenvolva, aos poucos, seu faz-de-conta.
Toda vez que uma história é contada na roda, o professor deve colocar a criança com surdez mais à frente, para que ela possa ver com facilidade o que ele fala e dramatiza. Quando são usados livros e gravuras, é bom lembrar as regras da comunicação visual.
CONHECENDO UM POUCO DA LEGISLAÇÃO
Conforme estabelecem os documentos oficiais, a política da educação especial tem como meta adaptar as escolas para que possam receber adequadamente todos os alunos classificados como “pessoas com deficiência” em consonância com o discurso do modelo social segundo o qual “não existiriam pessoas deficientes, mas sim uma sociedade deficiente, no sentido de excludente, na consideração de múltiplos graus de necessidades” (BARROS, 2005, p.120)
Os Decretos citados neste artigo visa o acesso à escola regular dos alunos surdos. E, assim, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino regular. Observa-se que o município está em consonância com as Leis e Decretos em relação a pessoa com surdez.
Abaixo faço um recorte de alguns decretos segundo o site oficial o INES:
Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, reconhece;
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua ileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
A Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, regulamenta: 
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
 Art. 2o  Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.( http://www.ines.gov.br/)
 Parágrafo único.  Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
RELATOS DA EDUCAÇÃO DO ALUNO COM SURDEZ NOMUNICIPIO DE SÃO MATEUS
Em 2012 o município de São Mateus tinha uma parceria com a Faculdade Vale do Cricaré onde funcionava uma Sala de Recursos com atendimentos aos alunos da rede municipal com deficiência auditiva e atendia alunos do curso de pedagogia para estagio.
A professora Izabel Marques de Oliveira era a professora responsável pelo AEE que orientava os alunos e pedagogos como trabalhar com esse público alvo.
Tinha também a professora Raquel que era responsável por ensinar LIBRAS para os alunos que ainda não dominava a língua de sinais.
As famílias eram orientadas dentro das suas necessidades. Havia uma fonoaudióloga, uma especialista em Atendimento Educacional Especializado e profissionais para atendimento dos surdos.
Infelizmente essa parceria não foi possível continuar e hoje o atendimento é realizado nas escolas municipais.
REFERENCIAS
BARROS, A. Alunos com deficiência nas escolas regulares: limites de um discurso. In: Saúde e Sociedade v.14, n. 3, 2005, p.119-133
BRASIL. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: surdez. [4. ed.] / elaboração profª Daisy Maria Collet de Araújo Lima – Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal... [et. al.]. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 89 p. : il.
_____ A Educação Especial na perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na escolarização da pessoa com surdez. Universidade Federal do Ceará,2010 v.4.
CORREIA, Vasti Gonçalves de Paula. Processos de Inclusão Escolar: Um olhar prospectivo e multirreferencial sobre os saberes-fazeres de um grupo de educadores. 2006. 188 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2006.
LACERDA, C. A inclusão escolar de alunos surdos: O que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. In: Educação Surdez e Inclusão social. Caderno CEDES 69 Vol.1, São Paulo: Cortez, 2006.
LAKATOS, E.M. e MARCONI, M.A. Metodologia do Trabalho Científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1987.

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