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Análises sobre os pós freudianos

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BACHARELADO EM PSICOLOGIA
ANA CARLA OLIVEIRA DOS SANTOS
ANA CAROLINA PEREIRA DE SOUZA
CAROLINA OLIVEIRA BOMFIM
GABRIEL MARQUES DE PINHO
TÁSSIA GABRIELLY SOUZA MENDES
RELATÓRIO – WORLD CAFÉ
Irecê - Bahia
2018
Ana Carla Oliveira dos Santos
Ana Carolina Pereira de Souza
Carolina Oliveira Bomfim
Gabriel Marques de Pinho
Tássia Gabrielly Souza Mendes
Relatório – World Café
Trabalho apresentado como requisito parcial para cumprimento da disciplina de Teoria Psicanalítica II do curso de Psicologia da Faculdade Irecê - FAI.
Mediador: Prof. Rita Oliveira Sodré Alencar Machado
Irecê-Bahia
2018
SUMÁRIO 
1. Introdução	3
2. Desenvolvimento	4
 2.1. Sigmund Freud .	4
 2.2. Jacques Lacan.	6
 2.3. Melanie Klein .	8
 2.4. Heinz Hartmann.	11
3. Conclusão.	12
Referências	14
1. Introdução
Os relatos apresentados neste trabalho são advindos da experiência obtida através do Método World Café. Tal método consiste em proporcionar um espaço para diálogo, estimulando a participação das pessoas na emissão de opiniões, relatos pessoais, e construção coletiva de entendimento acerca de determinado tema proposto antecipadamente para a discussão (Brown e Isaacs, 2008, p.32 apud Henckes, 2018, p. 2).
	Os participantes se organizam em grupos de 4 a 5 pessoas ao redor de uma mesa. Esta mesa pode ser organizada como em um café, com toalhas, flores, papel e lápis para escrever. Os participantes colaboram com pensamentos e ideias, e o conhecimento coletivo evolui. O anfitrião permanece em cada mesa, partilha as experiências da conversa anterior e solicita a troca de novas ideias e percepções.(Hurley e Brown, 2009)
A discente responsável pela disciplina de Teoria Psicanalítica II organizou a turma do 3º semestre de Psicologia da Faculdade Irecê em 4 grupos, cada qual com um tema pré-estabelecido por meio de sorteio. Os temas se referiam a importantes psicanalistas (Sigmund Freud, Jacques Lacan, Melanie Klein e Hartmann). No dia combinado para a reprodução do World Café, cada grupo se colocou em uma extremidade da sala e montou sua mesa para a passagem dos integrantes dos demais grupos.
O presente grupo ficou responsável pela exposição da vida e teoria de Sigmund Freud. Foram postos à mesa figuras, comidas, bebidas quentes e artigos de papelaria para uso dos participantes. Foram realizadas 4 rodadas de aproximadamente 15 minutos cada. Dois participantes permaneceram na mesa (como anfitriões) para a exposição das ideias e os demais partiram para as visitas aos demais grupos (como viajantes).
O objetivo deste trabalho consiste em expor o conhecimento obtido através do método World Café, da apresentação dos anfitriões e conhecimento compartilhado pelos viajantes – isto através da percepção dos anfitriões e viajantes deste grupo.
2. Desenvolvimento
	2.1 Sigmund Freud
	Freud nasceu na Áustria no ano de 1856. Mudou-se para Viena quando criança por motivos econômicos, pois era filho de um simples comerciante. De origem judaica, se casou com Martha Bernays, com a qual teve 6 filhos – entre eles, Anna Freud, a qual posteriormente se tornou psicanalista. Freud tinha bons históricos escolares e era muito estudioso, escolhendo a profissão médica para investir seus estudos.
	Durante seu crescimento profissional, teve contato com os médicos Charcot e Breuer, estes contribuíram em sua produção teórica. Charcot proporcionou o contato com a hipnose (primeiro método utilizado por Freud em suas análises) e Breuer junto com Freud produziu os Estudos sobre a Histeria (1985).
	O inconsciente é o ponto central da teoria freudiana, a pedra angular. Freud indicou o consciente como resultado de certas resistências, e o inconsciente como lugar psíquico onde habita os conteúdos recalcados. O inconsciente faz parte do livro A interpretação dos Sonhos (1900) - primeiro passo para inicio de sua teoria. Em seus estudos, apontou o sonho como o caminho mais rico de investigação e descoberta dos conteúdos inconscientes, e apresentou diversos termos como: recalcamento, atos falhos, perversão, etc.
Freud viveu na Viena que recebia o Iluminismo e que mesmo tardiamente, acreditava no uso da razão como fonte de liberdade humana. E aí se estabeleceu uma ferida aos iluministas, a psicanálise derruba a consciência do seu lugar sagrado e a põe como o lugar da mentira, uma pequena face do que está escondido no inconsciente. Paralelamente, também ocorriam o inicio dos protestos feministas, estas discordavam dos seus postulados – como o sentimento feminino de ser faltante e a inveja do pênis.
A consequência direta da descoberta freudiana acerca do inconsciente foi à concepção topográfica de que o aparelho mental é composto por diferentes áreas e regido por diferentes processos. A partir dessa premissa, Sigmund Freud constitui duas teses que se configuraram como célebres dentro da teoria psicanalítica, sendo elas a 1ª e a 2ª tópica do aparelho psíquico. 
	A primeira organização espacial do aparelho, chamada de primeira tópica, abordava o aparelho mental dividido em três áreas mentais, sendo elas o consciente, pré-consciente e inconsciente. A área do consciente é a que se localizam os processos mentais que tem acesso direto a consciência, enquanto o pré-consciente é o local em que se tem o conjunto de materiais suscetíveis a se converter em conteúdo consciente facilmente e, por fim, temos o inconsciente, que é a área em que se reside todos os princípios ou fatores que foram reprimidos do consciente durante a vivência do sujeito, se convertendo em inacessíveis. 
Primordialmente a primeira tópica ganhou notoriedade devido ao fato de ser inovadora dentro da teoria psicanalítica (devido a topografia mental) e trazer conteúdos mais incisivos e mensuráveis sobre o psiquismo humano, porém, se tornou insuficiente posteriormente (do ponto de vista do narcisismo patológico) por não abordar o conceito do ego, que além de ter se tornado cada vez mais presente dentro da psicanálise, culminava na introjeção de valores do indivíduo no decorrer de sua perdura existencial. 
	Tendo em consideração todos esses aspectos de causalidade, Freud postula a segunda tópica, propondo uma nova topografia e o inconsciente fora do conceito de ser um único local, trazendo os conceitos topográficos de Id, ego e superego. A área denominada de Id é a instância totalmente inconsciente, em que se reside uma espécie de “arquivo” que coleta todas as nossas impressões de prazer e desprazer durante toda a vivência, procurando de maneira geral a satisfação imediata e qualquer desprazer (fator que traria tensão ao psiquismo). O superego é caracterizado como o local que procura o bem estar ideal e a consciência moral, sendo construídas desde as primeiras introjeções morais da família em conjunto com a consciência dualista (certo ou errado). E para finalizar a segunda tópica, aparece o conceito de ego, sendo ele a instância que estabelece o equilíbrio dos impulsos liberados pelo Id e as limitações do superego.
	Tendo em vista as impressões acerca do Id e suas catexias libidinais, surge o conceito de sexualidade infantil. Inicialmente, quando Freud citou a presença da sexualidade na infância, foi duramente criticado devido ao fato da sexualidade ser tratada como um tabu (devido a comparação com a sexualidade adulta) e o continente em que residia o mesmo era por natureza de caráter conservador. 
Entretanto, Freud quis dizer que na medida em que nos desenvolvemos, vamos desenvolvendo desejos por coisas diferentes e descobrindo maneiras de fantasiar e gratificar os desejos, no qual o mesmo trouxe as fases do desenvolvimento psicossexual a partir das necessidades fisiológicas, sendo elas: Fase oral, fase anal, fase fálica, fase de latência e a fase genital.
	E é nessa fase fálica, que acontece um dos fenômenos psíquicos cruciais a respeito do progresso psíquico e evolução do indivíduo em sua completude, que é intitulada de complexo de Édipo. Esse princípiodiz respeito aos desejos amorosos da criança em relação ao genitor do mesmo sexo, enquanto o do sexo oposto se torna uma espécie de rival e ameaça para a sua espécie de amor. Nos meninos, o amor acontece em relação à mãe, tendo o pai como ameaça constante.
E assim se caracteriza algumas teorias freudianas em sua jornada existencial que tiveram grande impacto sobre os fenômenos que ocorrem de maneira cotidiana no mundo em que vivemos, em conjunto com impactos sociais, uma vez que esses fatores incidem sobre toda a construção do indivíduo e ocorre durante toda a sua vida.
2.2 Jacques Lacan
Jacques-Marie Émile Lacan, nasceu em Paris, em 13 de abril de 1901, filho de uma família prospera, de sólida tradição católica. Seu pai Alfred Lacan era gerente comercial da fábrica da família que produzia vinagres, sua mãe Émilie Baudry era uma intelectual totalmente dedicada à religião. 
Lacan estudou em uma escola tradicional da época. Durante a guerra, o pátio de sua escola servia como apoio para feridos, assim, acredita-se que esse talvez tenha sido o primeiro contato de Lacan com a medicina, e dessa forma, nascido seu desejo de ser médico.
Lacan se formou em medicina e se especializou em psiquiatria. No ano de 1934, casou-se com Marie-Louise com quem teve três filhos - uma menina e dois meninos - sua primogênita se chamava Caroline, a qual foi muito amada por Lacan. Foi um pai muito presente, porém com os seus dois outros filhos, por conta dos desgastes do casamento e conturbações causadas por seus casos extraconjugais, foram prejudicados.
Quatro anos após seu casamento, surgiu o escândalo sobre seu caso com Silvia que havia sido casada com um escritor e filósofo muito conhecido da época. No mesmo ano do divórcio de Lacan e da descoberta de seu caso com Sylvia, nasce Judith Sophie fruto deste relacionamento. 
O primeiro contato de Lacan com a psicanálise foi através do surrealismo no ano de 1951. Ele afirmava que os pós Freudianos se distanciaram das ideias de Freud, sendo assim, ele sugeriu um retorno as ideias de Freud. No ano de 1964, Lacan funda a escola Freudiana de Paris, e no ano de 1980, há a dissolução desta escola, momento em que Lacan funda uma nova escola, a Escola da causa freudiana. Um ano após a última fundação, Lacan morre vítima de um câncer no colón, ficou ciente sobre a doença um ano antes de vir a falecer, porém ele não teve interesse de tratá-la. 
Lacan teve influência do surrealismo, que foi um movimento artístico inspirado na psicanálise de Freud. Partindo do momento em que Freud surgiu com o conceito de inconsciente, ele trouxe a ideia de que não somos donos de nós mesmos, pois sobre cada sujeito reage uma força maior - o inconsciente. O surrealismo proporcionou a Lacan o seu primeiro contato com a psicanálise, através de quadros que representam imagens distorcidas do inconsciente.
Em 1951, Lacan já era membro da sociedade psicanalítica de Paris, e este foi o momento em que Lacan propôs o retorno a Freud. Em uma época em que se buscava falar apenas do Ego, o foco estava em apenas em um dos conceitos de Freud. Contudo, Lacan discorda e busca retomar o inconsciente com o intuito de centralizar a psicanálise, trazendo a ideia de que o inconsciente é estruturado a partir da linguagem, e esta é a nossa forma de expressar os símbolos aprendidos, de modo que o indivíduo guarda as informações e experiências na memória através da linguagem.
Além do conceito de linguagem, Lacan também trouxe os conceitos de desejo e sujeito. O conceito de desejo para Lacan não é simplesmente o de satisfazer uma necessidade, como por exemplo estar com fome, e logo comer algo especifico. Lacan afirma que o desejo nunca será saciado, pois esse desejo vem de uma falta existencial, e no momento em que o sujeito come algo em especifico, ele não se sente saciado, mais sente desejo de outra coisa. Assim, o indivíduo muda seu objeto de desejo incessantemente, por conta deste vazio existencial.
Para Lacan, a ideia de sujeito é construída através do outro, pois é com o outro que se estabelece convivência, que é construído o aprendizado, que se faz coisas, que ocorre a expressão. Neste caso, é possível utilizar como exemplo o menino lobo, que não teve o outro em quem se espelhar, e por conta disso, teve deficiências na aprendizagem, e não tendo com quem aprender, não foi capaz de estabelecer uma linguagem coerente.
Lacan teve uma vida repleta de polêmicas. Entre elas o fato de se apossar dos conceitos de outras pessoas, como por exemplo, o estágio do espelho, momento em que o sujeito se reconhece como pessoa e este ocorre entre oito meses de vida a um ano. Lacan afirmou que todos os serem falantes vivem em três dimensões - o real, o imaginário e o simbólico. O imaginário refere-se às coisas que estão na cabeça do sujeito, a representações de imagens, o simbólico é representado pela linguagem, e o real não pode ser simbolizado por ser o agora.
2.3 Melanie Klein
	Melanie Klein nasceu no ano de 1882 na cidade de Viena que por coincidência é a mesma cidade em que Freud nasceu, fruto de uma gestação indesejada por sua mãe, a quarta filha do casal que já possuía três filhos. Os pais de Melanie eram muito ríspidos/ rígidos, e a mesma teve uma vida cercada de mortes e decepções. Aos quatro anos de idade perdeu sua irmã mais velha de oito anos de idade acometida de tuberculose, entre a teórica e seu pai não havia um vínculo, justamente pelo fato de ser fruto de uma gestação indesejada. Aos dezessete anos de idade ela perdeu seu irmão. Cercada por conflitos familiares entre seus pais que eram severos, e não tinham um convivo familiar seguro, os pais de Melanie acabaram divorciando, período esse em que ela passa a conviver apenas com sua mãe. Aos dezessete anos de idade ela fica noiva de Arthur Klein, de onde ela herda seu sobrenome, um homem muito rígido, no qual esse casamento também fragilizado mais tarde chega ao fim, porém frutos desse casamento nascem três filhos, Melita, Hans e Erich. 
Melanie sofria um quadro de depressão, por conta de suas vivencias passadas e possivelmente fortalecido por conta dos abusos sofridos em seu relacionamento conjugal . Então, inicia tratamentos com um psicólogo, porém por conta de sua mudança para Berlin que aconteceu ainda durante seu casamento com Arthur, ela inicia o tratamento com outro profissional. Onze meses após o início de sua analise, o terapeuta de Melanie vem a óbito. 
Quando inicia seus tratamentos e um contato mais próximo com a psicologia, ela então entra em contato com as obras de Freud sobre os sonhos, momento em ela começa a gostar da temática. Vale ressaltar que antes de se casar ela tentou entrar no curso de medicina seguindo os passos de seu pai que era médico. Tentou também cursar artes e história, porém após seu casamento abandonou todas estas possíveis áreas. Melanie não teve nenhuma formação acadêmica, formou-se apenas em psicanálise.
Ao entrar em contato com as obras de Freud sobre os sonhos, Melanie começa a analisar seus três filhos desde muito pequenos. Sobre Erich, Melanie ainda chega a publicar um texto, usando o nome fictício para não expor seu filho. Sua filha mais velha Melita cresce e dedica-se também a psicanálise, porém Klein interfere na vida de sua filha que não reage muito bem a essa intervenção e abandona a mãe, tempos mais tarde mãe e filha entram em conflito com que diz respeito a teorias psicanalíticas. 
Melanie inicia então seu investimento no tratamento psicanalítico de crianças, incentivada por seu psicanalista que veio a óbito, momento em que inicia a frequentar a sociedade psicanalítica de Budapeste, sua entrada para o campo da psicanálise. Um ano após sua entrada na sociedade no 5º congresso da IPA, ela encontra Freud que estava palestrando nesta ocasião, momento decisivopara Klein que aos quarenta anos de idade decide então mergulhar de cabeça no ramo da psicanálise.
Durante um curto período atendeu a adultos, mais logo retornou a dedicar-se exclusivamente a área infantil. No 8º congresso da IPA, Melanie Klein apresenta sua teoria, vale ressaltar que a teórica considerava-se uma freudiana, apesar de tempos mais tarde ser rotulada por alguns como Kleiniana. Em momento algum Klein nega o fato de ter suas teorias baseadas em Freud, ou discorda das descobertas do psicanalista, contudo, Melanie vai muito além em suas descobertas e teorias de Freud.
Dedicou-se em especial ao Complexo de Édipo e abrangendo a teoria, a qual Freud não dedicou-se mais por não se interessar na área infantil, e também desacreditar da possibilidade de analisar crianças. Melanie defendia o pensamento de poder analisar crianças, recebendo em sua clínica crianças a partir dos dois anos de idade. A psicanalista realizou estudos a respeito desde os seus filhos, observando a possibilidade de analisar até mesmo crianças de poucos meses de vida, utilizando a técnica do brincar. Por conta disso, surgiram algumas divergências pelo fato de alguns desacreditarem, assim como Freud, da possibilidade de analisar crianças. 
Após essa abrangência baseada no Complexo de Édipo, Klein entra em divergência com a IPA, que tenta expulsá-la da escola de Freud. A filha de Freud junta-se à tentativa quando enfim conseguem tirá-la, momento esse em que Melanie funda sua própria escola, com seus seguidores, mais não deixando de esclarecer e afirmar-se freudiana.
Iniciou assuntos sobre a sexualidade feminina, entre outras polêmicas da época, nas quais a mesma sempre esteve pronta a opinar. Klein faz observações a respeito do brincar da criança, de forma que pelo simbólico essa criança pode representar suas ansiedades e fantasias, pois de crianças pequenas não há a possibilidade da exigência da associação livre. Assim, a representação simbólica irá representar seus conflitos do inconsciente, dando como exemplo o fato de a criança ver o seio materno como um seio bom ou um seio mal - o seio bom é aquele que alimenta e sacia as suas necessidades, e o seio mal é aquele que não aparece quando é requisitado.
Não se dedicou ao estudo das fases oral, anal e fálica, ela abrangeu os conceitos de funcionamento de posições que são: a esquizoparanoide e a posição depressiva. A Posição esquizoparanóide foi dividida entre o mundo bom e o mundo mal, similares a teoria do seio bom e mal, e ocorre entre três e quatro meses de vida. A posição depressiva ocorre entre cinco e seis meses, momento em que a criança entende que o seio pode ser bom e mal ao mesmo tempo, tendo em vista que o seio não é uma parte da criança e sim uma parte da mãe. 
Divergente a Freud ela não acredita em fases, mais sim em posições, pois acredita que cada criança evolui a seu tempo. 
2.4 Heinz Hartmann 
Diante da apresentação dos discentes em relação ao teórico Heinz Hartmann, foi possível observar e compreender o papel fundamental do pós freudiano para o desenvolvimento de novas descobertas para a psicologia.
Heinz Hartmann nasceu em Viena em 1894 e formou-se em medicina e psiquiatria. Foi o teórico mais importante da psicologia do ego. Nos anos 30, a Psicologia do ego teve início, tendo seu auge nos anos 60 nos Estados Unidos e se desenvolveu com base nos últimos trabalhos de Freud, especialmente no que se refere a Segunda Tópica ( Id, Ego e Superego).
Durante sua Juventude, Hartmann foi acompanhado por Breuer e por meio de sua influência passa a se interessar pela Psicanálise Freudiana. Seu interesse voltou-se para o Ego, investigando seus mecanismos de desenvolvimento, seu funcionamento e a relação dessas instâncias com as demais do aparelho psíquico e com a realidade.
A Segunda Guerra Mundial causou inúmeros efeitos negativos na comunidade psicanalítica, devido à apreensão da liberdade. Diversas obras foram queimadas em praça pública, muitos psicanalistas foram perseguidos, iniciaram um grande movimento de imigração em massa e se dispersaram pelo mundo. Nesse momento houve uma grande difusão cultural na psicanálise. 
A psicologia do ego que até então se baseava na psicanálise freudiana, passou a seguir em direção contrária a ela. O desvio praticado por Hartmann e seus seguidores, resultou precisamente no abandono de dois conceitos básicos da psicanálise, o inconsciente e o recalque, que fazem parte da primeira tópica de Freud, cujo desenvolveu o modelo topográfico do aparelho psíquico divididos em consciente, pré-consciente e inconsciente (memórias recalcadas que não temos acesso, porém possuem influências em nossas vidas). 
Posteriormente, Freud elaborou uma Segunda Tópica, para complementar a primeira, em que designou três instâncias, o Id (que pertence ao inconsciente e é impulsionado pelo princípio do prazer), o Ego (o eu, o que se é) e o Superego (que se traduz como o equilíbrio entre o Id e o Ego).
O eu em Freud, em total e absoluta oposição com o que se teorizou na psicologia do ego, não refere-se à função de conhecimento da realidade objetiva, mas à realidade fantasmática, com sua dinâmica inconsciente. A psicologia do ego chegou a (re)criar toda uma teoria por sua vez inovadora da psicanálise, destinada a salvaguardar a premissa da unidade autônoma e funcional do ego.
Hartmann e seus seguidores buscavam fazer da psicanálise uma psicologia geral, onde a terapêutica seria destinada à adaptação do paciente a realidade, para isso, se distanciou das teorias de Freud e junto com seus seguidores deram origem a Psicologia do ego, ou Psicologia do Self.
Devido ao êxito das apresentações, a trajetória de Hartmann frente à psicologia foi abordada de maneira clara e eficaz, proporcionando uma compreensão precisa sobre a vida e as contribuições do mesmo para com a psicologia, em especial a psicologia do ego. O diálogo e o espaço para questionamentos fizeram do trabalho um momento de interação leve e agradável.
3. Conclusão
O presente trabalho teve como objetivo produzir questionamentos e diálogos em relação aos temas propostos de forma dinâmica e esclarecedora, promovendo uma atividade em grupo, visando a interação e troca de informações entre os mesmos. 
Dado o exposto, percebe-se que os teóricos pós-freudianos assumiram um papel de extrema importância frente a psicologia. Suas teorias e ideias se perpetuam na atualidade e se difundem de forma abrangente por toda esfera. Devido a Segunda Guerra Mundial, a Psicanálise sofreu alterações bastante significativas na sociedade, as divergências entre os teóricos se tornaram cada vez mais evidentes e logo deu-se início a diversos estudos contrários à corrente freudiana e estudos que buscavam resgatar sua essência. 
Durante a apresentação desse trabalho, foi possível perceber o empenho dos anfitriões na explicação do tema. O método Word café, possibilitou aos discentes uma nova maneira de aprender sobre os temas em questão com mais facilidade e produtividade. A dinâmica envolvendo os grupos ocasionou a interação de toda a classe, viabilizando o diálogo e estimulando novos questionamentos, tornando o trabalho uma experiência em grupo muito eficaz e satisfatória.
REFERÊNCIAS
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FIORINI, Leticia Glocer. As mulheres no contexto e no texto freudianos. J. psicanal., São Paulo , v. 42, n. 76, p. 121-135, jun. 2009 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-58352009000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 11 ago. 2018.
GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Freud e o inconsciente. 24.ed, cap. 1-2. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.HENCKES, Simone Beatriz Reckziegel et al. World Café: uma estratégia de ensino com licenciados em Biologia. Univates, 2018. Disponível em: <https://sepq.org.br/eventos/vsipeq/documentos/01771699078/11> Acesso em: 08 ago. 2018.
HURLEY, Thomas J; BROWN, Juanita. Liderança Conversacional Refletindo juntos para a mudança. Systems Thinker, 2009. Disponível em: <http://www.theworldcafe.com/wp-content/uploads/2015/07/ArtigoWC_CL-po.pdf> Acesso em: 08 ago. 2018.
RIZZI, Milton. Biografía médica de Sigmund Freud. Rev. Méd. Urug., Montevideo , v. 30, n. 3, p. 193-207, sept. 2014 . Disponível em: <http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1688-03902014000300008&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2018.
VILLARI, Rafael Andrés. Entre Viena e Londres: uma visita à casa de Sigmund Freud. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 20, n. 3, p. 2-7, Sept. 2000 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932000000300002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2018. 
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