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Curso de Direito Direito Processual Civil III Profª Karen Arieli Mello dos Santos DO PROCESSO DE EXECUÇÃO Atuação jurisdicional voltada à satisfação daquele que figura como credor em título de executivo extrajudicial. Casos em que a fase do processo destinada ao reconhecimento judicial do direito aplicável à espécie, no sentido de definir quem fazjus à prestação jurisdicional, é desnecessária. As regras dispostas nos arts. 771 a 796 CPC destinam-se, igualmente, a complementar a fase de cumprimento de sentença. 1. DA EXECUÇÃO EM GERAL (arts. 771 a 796 CPC/15) De acordo com o art. 772: - As partes podem ser intimadas a comparecer a qualquer momento; - O executado pode ser advertido quanto à ato atentatório à justiça e, - Os sujeitos indicados pelo exequente podem ser intimados à fornecer informações e documentos sobre o objeto da execução. Neste último caso, o juiz determinará de ofício ou a requerimento o procedimento de entrega dos documentos e dados. O art. 775 admite desistência total ou parcial da execução pelo exequente. Consequências: serão extintos a impugnação e os embargos sobre questões processuais, devendo o exequente pagar custas e honorários sobre essas fases. Nos demais casos, a extinção só se opera com a concordância do executado. Sendo a obrigação declarada inexistente no todo ou em parte, por sentença transitada em julgado, o exequente deverá ressarcir ao executado os danos que este sofreu. 1.2 Atentado à dignidade da justiça nos processo de execução Condutas comissivas ou omissivas, arroladas no artigo 774 CPC. Condutas repudiadas pelo sistema, pois, impedem a atuação do Estado no sentido de satisfazer o direito do credor. Novidades: incisos III e V Penalidade: multa pecuniária de até 20% sobre o valor do débito atualizado e revertida ao exequente Cobrança de multas ou indenizações por litigância de má-fé ou conduta atentatória à dignidade da justiça, será feita nos próprios autos: PROCESSO SINCRÉTICO 2. Partes do processo de execução Credor: Exequente Devedor: Executado 2.1 Da legitimidade ativa (art. 778) O credor a quem a lei confere título executivo. Sucessão do credor nos casos dos incisos do 778, a qual não necessita mais de concordância do executado. 2.2 Da legitimidade passiva (art. 779) I – o devedor, constante no título; II – o espólio, herdeiros ou sucessores do devedor; III – o novo devedor (assunção de débito) IV – o fiador V – responsável titular do bem vinculado por garantia ao pagamento do débito; VI – responsável tributário. Sendo cumprimento de sentença, o fiador, coobrigado ou corresponsável devem ter participado da fase de conhecimento para ser legítimo a sofrer processo executório (art. 513, § 5º CPC e Súmula 268 STJ) É possível a cumulação de execuções em um mesmo processo, desde que o executado seja o mesmo, que o juízo seja competente para todas elas e idêntico o procedimento. (780) 3. Competência (781 e 782 CPC) O art. 781 identifica o juízo competente para a execução, inclusive, no que diz respeito à foros concorrentes e serem escolhidos pelo exequente se for o caso. Destaque para menção expressa da cláusula de eleição de foro constante no título. Os atos executórios serão determinados pelo juiz e praticados pelo oficial de justiça. A pedido do exequente, o executado pode ser incluído em cadastros de inadimplência, até que a obrigação seja cumprida, se a execução for garantida ou extinta por qualquer motivo. Iniciativa que também se aplica ao cumprimento de sentença, PORÉM, nesta fase quando há o protesto da sentença, o mesmo só é cancelado se houver satisfação integral da obrigação (arts. 517 e 528, § 1º). 4. Dos requisitos para realizar qualquer execução Certa Líquida Exigível Execução O rol dos títulos executivos extrajudiciais está previsto no artigo 784 CPC Inovações: a) inclusão do instrumento de transação referendados por mediadores e conciliadores (quando homologados); b) seguro de vida em caso de morte; c) crédito referente a taxas de condomínio edilício; d) valores de emolumentos e demais despesas notariais (título executivo unilateral?) A existência de título executivo extrajudicial não impede que o credor opte pelo processo de conhecimento. (785) 5. Da exigibilidade da obrigação Não satisfeita a obrigação representada por título executivo, o credor pode promover a execução. A necessidade de simples cálculo aritmético não retira a liquidez da obrigação. (requisito petição inicial da execução) Art. 787 – trata do caso em que o devedor somente é obrigado a satisfazer a sua obrigação, mediante contraprestação do credor. O devedor mesmo assim poderá, para eximir-se, depositar o valor ou a coisa, porém, o credor somente poderá recebê-la se comprovar o cumprimento da parte que lhe toca. A execução não poderá ser ajuizada ou prosseguida, em caso de cumprimento da obrigação, PORÉM, se feito de acordo com o constante no título. (313 CC) O devedor responde com todo o seu patrimônio presente e futuro. Bens sujeitos à execução: 790 CPC. OBS 1 : O inciso VI sugere que a invalidação da alienação ou gravação em fraude contra credores seja feita em ação autônoma; OBS 2 : enquanto o inciso V sugere o reconhecimento nos próprios autos da execução 6. Da responsabilidade patrimonial (789 a 796 CPC) Sendo o sujeito passivo proprietário de bem submetido à direito de superfície, averbam-se os atos de constrição separadamente sobre o objeto que recai o gravame. Quando o exequente estiver na posse de coisa pertencente ao devedor, somente poderá executar outros bens depois de promover os atos executórios até o final no bem que se achar em seu poder. Art. 794 – trata do benefício de ordem do fiador em relação aos bens do devedor. Somente tem sentido para quem não tiver renunciado ao benefício. Art. 795 - Bens particulares dos sócios somente respondem por dívidas da sociedade nos casos previstos em lei. O sócio quando for responsável pelo pagamento de dívida da sociedade, pode exigir que sejam executados os bens da sociedade, primeiramente. Para isso, deverá nomear os bens da sociedade a que se refere. Direito de regresso para o sócio que pagar a dívida. Art. 796 – Responsabilidade do espólio e dos herdeiros após a partilha. § 1º Alienação em fraude à execução possui ineficácia em relação ao exequente. § 2º Aquisição de bem que não possui registro de constrição, vai depender da prova de boa-fé do terceiro. 7. Fraude à execução (792) § 3º A fraude à execução, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, somente produz efeitos após a citação. § 4º intimação do adquirente para usufruir do direito de opor embargos de terceiro. 8. Das diversas espécies de Execução (Arts. 797 a 805) A execução é realizada para satisfazer o interesse do exequente que adquire pela penhora , o direito de preferência dos bens penhorados. Exceção: Devedor insolvente – concurso universal Se o bem for constrito por mais de uma penhora, cada exequente conservará a preferência pelo seu título. • Petição inicial • Indicações • Demonstrativo de débito Requisitos da propositura • Intimações de terceiro que possua direito em relação ao bem penhorado (ver art. 804); • Medidas urgentes; • Averbações; Incumbências do exequente 15 dias para corrigir Art. 801Em execução que versar sobre obrigações alternativas (800): a) Se a escolha for do devedor: será citado para exercer a opção e cumprir em 10 dias; b) Não fazendo no prazo da “a”, retorna para o credor o direito de escolha; c) Se a escolha for do credor este deverá indicá-la na petição inicial. Despacho que ordena a citação do executado interrompe a prescrição Casos de nulidade da execução (803 CPC) Título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; O executado não for regularmente citado; For ajuizada antes de se verificar a condição ou termo. Tais nulidades são decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução. Princípio da menor gravosidade/onerosidade da execução (805) Reconhecida pelo juiz a onerosidade da execução, o referido mandará que se faça pelo meio menos gravoso. Se alegada pelo executado, deverá na mesma oportunidade indicar outros meios mais eficazes e menos gravosos.
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