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DIREITO_TRIBUTARIO_INTENSIVO_II

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Direito Tributário 
Aula Data Tema Professor Obs.: 
01 16 11 10 Princípios Constitucionais Tributários I Eduardo Sabbag 
02 01 12 10 Princípios do Direito Tributário II Eduardo Sabbag 
03 07 01 11 Princípios do Direito Tributário III e Imunidades I Tatiane Piscitelli (aula internet) 
04 12 01 11 Imunidades II e Sistema Tributário Nacional I Eduardo Sabbag 
05 14 01 11 Sistema Tributário Nacional II Eduardo Sabbag 
06 03 03 11 Obrigação Tributária Eduardo Sabbag 
07 24 03 11 Responsabilidade Tributária I Tatiane Piscitelli 
08 13 04 11 Responsabilidade Tributária II e Crédito Tributário I Tatiane Piscitelli 
09 28 04 11 Crédito Tributário II Tatiane Piscitelli 
10 04 05 11 Crédito Tributário III ‘’ 
11 11 05 11 Crédito Tributário IV ‘’ 
12 16 05 11 Crédito Tributário V ‘’ 
13 23 05 11 Crédito Tributário VI ‘’ 
14 13 06 11 Crédito Tributário VII e Tributos em espécie I ‘’ 
15 20 06 11 Tributos em espécie II ‘’ 
16 27 06 11 Tributos em espécie III ‘’ 
17 
18 
19 
20 
 
5.2.1.1  Princípio da Não afetação dos Impostos ................................................................................................ 30 
Sumário 
DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................................... 1 
SUMÁRIO ........................................................................................................................................................ 2 
1  CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO .................................................................................... 6 
2  INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 6 
3  PRINCÍPIOS............................................................................................................................................ 6 
3.1  Princípio da Legalidade Tributária ................................................................................................................ 6 
3.1.1  Mitigação ao Princípio da Legalidade ................................................................................................................ 7 
3.1.2  O Princípio da Legalidade e a Emenda Constitucional 32/01 ............................................................................ 8 
3.1.2.1  Medida Provisória no Direito Tributário (art. 62, §2º CF) ........................................................................ 8 
3.2  Princípio da Anterioridade Tributária ........................................................................................................... 9 
3.2.1  Anterioridade anual .......................................................................................................................................... 9 
3.2.2  Anterioridade nonagesimal ............................................................................................................................... 9 
3.2.3  Princípio da eficácia diferida ........................................................................................................................... 10 
3.2.4  Exceções ao Princípio da Anterioridade .......................................................................................................... 10 
3.3  Princípio da Isonomia Tributária ................................................................................................................ 13 
3.3.1  Princípio da Capacidade Contributiva ............................................................................................................. 14 
3.3.1.1  Progressividade ...................................................................................................................................... 15 
3.3.1.2  Proporcionalidade .................................................................................................................................. 15 
3.3.1.3  Seletividade ............................................................................................................................................ 15 
3.4  Irretroatividade Tributária ......................................................................................................................... 16 
4  IMUNIDADES ...................................................................................................................................... 19 
4.1  Definição ................................................................................................................................................... 19 
4.2  Imunidades mais relevantes ...................................................................................................................... 20 
4.2.1  Imunidade Recíproca (alínea a) ....................................................................................................................... 20 
4.2.1.1  Impostos beneficiados pela imunidade recíproca .................................................................................. 20 
4.2.1.2  Imunidade recíproca da administração indireta .................................................................................... 21 
4.2.1.3  Serviços notariais e registrais ................................................................................................................. 22 
4.2.2  Imunidade dos tempos de qualquer culto (alínea b) ...................................................................................... 23 
4.2.3  Imunidade de partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, entidades de educação e assistência 
social (alínea c) ............................................................................................................................................................. 23 
4.2.3.1  Requisitos para a fruição da imunidade ................................................................................................. 24 
4.2.3.2  Imunidades dos partidos políticos e entidades sindicais dos trabalhadores ......................................... 24 
4.2.3.3  Imunidade das entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos .................................... 24 
4.2.3.3.1  Debates na jurisprudência acerca dessa imunidade ......................................................................... 25 
4.2.4  Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão .............................................. 26 
5  SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ............................................................................................. 28 
5.1  Conceito .................................................................................................................................................... 28 
5.2  Espécies de tributos ................................................................................................................................... 29 
5.2.1  Impostos .......................................................................................................................................................... 30 
 
5. pr
5.3  Tributos Bilaterais ..................................................................................................................................... 34 
3.1
1
5.4  Contribuições ............................................................................................................................................ 36 
6  CRONOGRAMA INTENSIVO II ....................................................................................................... 38 
7  FATO GERADOR ................................................................................................................................ 38 
7.1  Estudo da hipótese de incidência e do fato gerador ...................................................................................38 
7.2  Fato Gerador ............................................................................................................................................. 39 
8  OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................. 42 
8.1  Sujeito Ativo da Obrigação Tributária ........................................................................................................ 42 
8.2  Sujeito Passivo da Obrigação Tributária ..................................................................................................... 43 
8.3  Objeto da Obrigação Tributária .................................................................................................................. 45 
8.4  Causa da Obrigação Tributária ................................................................................................................... 46 
9  RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ............................................................................................ 47 
9.1  Disposições Gerais ..................................................................................................................................... 47 
9.2  Responsabilidade em virtude da aquisição de bens imóveis (artigo 130 do CTN) ........................................ 48 
9.3  Responsabilidade na sucessão tributária .................................................................................................... 50 
9.4  Atos societários (art. 132, CTN) .................................................................................................................. 51 
9.5  Artigo 133 do CTN ..................................................................................................................................... 52 
9.6  Responsabilidade de Terceiros ................................................................................................................... 53 
6.1
9.7  Denúncia espontânea ................................................................................................................................ 57 
7.1
10  CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................... 59 
10.1  Constituição do crédito tributário pela Administração ............................................................................... 60 
1.
1.1
10
10.1.2  Prazo decadencial ....................................................................................................................................... 71 
5.2.1.2  Competência tributária cumulativa ou múltipla .................................................................................... 32 
5.2.1.3  Listas dos impostos ................................................................................................................................. 32 
2.2  Em éstimo Compulsório ................................................................................................................................ 33 
5.   Competência tributária comum ...................................................................................................................... 34 
5.3. .1  Pontos em comum: ................................................................................................................................ 34 
5.3.1.2  Pontos particulares ................................................................................................................................. 35 
9.   Responsabilidade dos sócios do CTN .............................................................................................................. 53 
9.   Definição ......................................................................................................................................................... 57 
9.7.2  Denúncia espontânea “versus” parcelamento ................................................................................................ 57 
9.7.3  Extensão dos benefícios da denúncia espontânea.......................................................................................... 58 
9.7.4  Aplicação da denúncia espontânea aos tributos lançados por homologação ................................................ 58 
10. 1  Lançamento Tributário ............................................................................................................................... 60 
10.1.   Definição ................................................................................................................................................. 60 
10.1.1.1.1  Aparte teórico: lançamento é ato ou procedimento administrativo? ............................................ 61 
.1.1.2  Regras gerais de lançamento tributário ................................................................................................. 61 
10.1.1.3  Modalidades ........................................................................................................................................... 65 
 
10.2 
10.2.1  Declaração do Sujeito Passivo como forma de constituir o crédito tributário ........................................... 73 
2.
10 od
10.3.1  Suspensão da exigibilidade do crédito tributário ....................................................................................... 74 
0
1.2
10
2.2
10
3.2
10.4 
10.4.1  Prescrição para a Fazenda Pública .............................................................................................................. 90 
4.
2.1
2.2
10
.4.
10
10
10.5   
10.5.1  Garantias do crédito tributário ................................................................................................................. 106 
10
10.6.1  Artigo 186 do CTN ..................................................................................................................................... 108 
0
1.2
10
2.2
11 
11.1.1  Princípio da Capacidade Contributiva: art. 145, §1º da CF ....................................................................... 112 
1.
2.1
2.2
11.1.2.3  ITCMD e ITBI ......................................................................................................................................... 115 
11.1.2.3.1  ITBI ‐ Imposto de transmissão de bens e direitos imóveis ............................................................ 116 
10.1.2.1  Postura do STF relativa à decadência – súmula vinculante 8 ................................................................. 72 
Constituição do Crédito Tributário pelo Sujeito Passivo .............................................................................. 73 
10. 2  Depósito judicial ......................................................................................................................................... 74 
.3  M ificação do crédito tributário .............................................................................................................. 74 
1 .3.1.1  Questão Geral: efeitos da decadência e prescrição diante da suspensão da exigibilidade ................... 75 
10.3.   Moratória e Parcelamento ..................................................................................................................... 77 
10.3.1.3  Depósito Integral .................................................................................................................................... 77 
10.3.1.4  Concessão de liminar e tutela antecipada .............................................................................................. 79 
10.3.1.5  Recursos e reclamações administrativas ................................................................................................ 80 
.3.2  Exclusão do crédito tributário .....................................................................................................................81 
10.3.2.1  Aspectos gerais ....................................................................................................................................... 81 
10.3.   Isenção .................................................................................................................................................... 81 
10.3.2.3  Anistia ..................................................................................................................................................... 83 
.3.3  Extinção do crédito tributário ..................................................................................................................... 84 
10.3.3.1  Remissão................................................................................................................................................. 85 
10.3.   Compensação ......................................................................................................................................... 86 
10.3.3.3  Prescrição e decadência ......................................................................................................................... 86 
10.3.3.4  Dação em pagamento ............................................................................................................................ 87 
10.3.3.5  Pagamento antecipado e a homologação do lançamento ..................................................................... 87 
Cobrança Judicial do Crédito Tributário ...................................................................................................... 90 
10. 2  Medidas preparatórias à Execução Fiscal ................................................................................................... 92 
10.4.   Dívida Ativa ............................................................................................................................................. 92 
10.4.   Certidão de Dívida Ativa – CDA .............................................................................................................. 95 
.4.3  Ajuizamento da Execução Fiscal ................................................................................................................. 97 
10.4.3.1  Questões relativas à interrupção da prescrição pelo despacho que determina a citação ..................... 97 
10 3.1.1  A partir de quando a nova redação se aplica? ................................................................................ 97 
10.4.3.1.2  A interrupção retroage ao ajuizamento da Execução Fiscal? ......................................................... 99 
10.4.3.1.3  Quais são os efeitos dessa interrupção da prescrição? ................................................................ 100 
.4.3.2  Andamento “normal” da Execução Fiscal............................................................................................. 101 
10.4.3.2.1  Precatórios .................................................................................................................................... 102 
10.4.3.2.2  Efeitos dos Embargos à Execução Fiscal ........................................................................................ 103 
.4.3.3  Variáveis no processo de Execução Fiscal ............................................................................................ 103 
10.4.3.3.1  Penhora “on line” ‐ art. 185‐A do CTN .......................................................................................... 103 
10.4.3.3.2  Exceção de pré‐executividade ....................................................................................................... 105 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ............................................................................................ 106 
.6  Privilégios do Crédito Tributário .............................................................................................................. 108 
1 .6.1.1  “Caput”: regra para todas as situações de execução coletiva de dívidas (exceto na falência) ............ 108 
10.6.   Parágrafo Único: preferência do crédito tributário no processo de falência ....................................... 108 
10.6.1.3  Aparte: art. 133, §§1º a 3º do CTN ....................................................................................................... 109 
.6.2  Artigo 187 do CTN ..................................................................................................................................... 109 
10.6.2.1  “Caput”: concurso de credores ............................................................................................................ 110 
10.6.   Parágrafo Único: concurso de preferência entre os entes de direito público ...................................... 110 
TRIBUTOS EM ESPÉCIE ............................................................................................................ 112 
11.1  Impostos Reais ........................................................................................................................................ 112 
11. 2  Detalhamento por imposto ...................................................................................................................... 113 
11.1.   ITR ‐ Imposto Territorial Rural .............................................................................................................. 113 
11.1.   IPTU ‐ Imposto territorial predial e territorial urbano .......................................................................... 114 
 
11.2  t
11.2.
11.2.1.2  Local de recolhimento do ISS ............................................................................................................... 119 
1
11.3   I
11
11
11.3.3  Redução de base da cálculo no ICMS e o direito a crédito ....................................................................... 127 
3.
6.1
8.1
11 S e
11
11.4.3  Alteração de Lei Complementar por Lei Ordinária ................................................................................... 137 
4.
11.1.2.3.2  ITCMD ‐ Imposto de Transmissão “Causa Mortis”e Doação ......................................................... 116 
11.1.2.4  IPVA ...................................................................................................................................................... 116 
ISS ‐ Impos o sobre Serviços .................................................................................................................... 118 
1  Questões específicas ................................................................................................................................. 118 
11.2.1.1  Guerra Fiscal ......................................................................................................................................... 118 
1 .2.1.3  Incidência do ISS no leasing (contratos arrendamento mercantil) ...................................................... 120 
ICMS ‐ mposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços ..................................................................... 121 
.3.1  Não cumulatividade .................................................................................................................................. 123 
.3.2  Comparação do ICMS com o IPI ................................................................................................................ 126 
11. 4  Base da Cálculo ......................................................................................................................................... 127 
11.3.5  Regime de substituição tributária no ICMS .............................................................................................. 128 
11.3.6  Local de recolhimento .............................................................................................................................. 130 
11.3.   ICMS na importação de mercadorias ...................................................................................................130 
11.3.7  Guerra fiscal .............................................................................................................................................. 133 
11.3.8  ICMS – comunicação ................................................................................................................................. 133 
11.3.   Aspectos gerais ..................................................................................................................................... 133 
.4  PI  CONFINS ......................................................................................................................................... 135 
11.4.1  Histórico das contribuições ....................................................................................................................... 135 
.4.2  Constitucionalidade da Lei 9.718/98 ........................................................................................................ 136 
11. 4  Inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da CONFINS ...................................................................... 137 
 
W|Üx|àÉ gÜ|uâàöÜ|É 
Terça-feira, 16 de novembro de 2010. 
1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO 
No Intensivo I serão 4 aulas abordando o Direito Tributário na Constituição (do art. 145 ao 
art. 162). 
Princípios (aulas 1 e 2); 
Imunidades (aulas 2 e 3); 
Tributos (aulas 4 e 5). 
No Intensivo II serão 12 aulas abordando Direito Tributário no Código Tributário 
Brasileiro. 
2 INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO. José Eduardo Soares de Melo. Ed. Dialética. {Livro 
doutrinário, com muita citação jurisprudencial. Direcionado para concursos como Magistratura 
Federal e PFN}. 
DIREITO TRIBUTÁRIO ESQUEMATIZADO. Ricardo Alexandre. Ed. Método. 
Leitura do CTN. 
MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO. Eduardo Sabbag, 2ª Ed., Saraiva 2010 ou 3ª Ed., 
Saraiva, 2011. 
TESTES (pasta Intensivo I) – www.professorsabbag.com.br. 
3 PRINCÍPIOS 
Os princípios são limitações constitucionais ao poder de tributar. O que significa dizer que 
o poder de tributar sofre balizamentos. O princípio tributário baliza a tributação, permitindo que ela 
seja considerada constitucional ou inconstitucional. 
Os Princípios estão localizados nos artigos 150, 151 e 152 da Constituição Federal. 
Para o STF, os princípios tributários não podem ser desafiados por Emenda 
Constitucional, destacando-se como “garantia individual do contribuinte” (ADI 939-7 de 1993) 
[CESPE/UNB/FGV]. Nessa ADI foi tratado o Princípio da Anterioridade Tributária. 
3.1 Princípio da Legalidade Tributária 
Artigo 150, I da Constituição Federal e artigo 97 do CTN. 
 
Constituição Federal 
[...] 
Seção II 
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Legalidade Tributária 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao 
contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos  Estados,  ao  Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I ‐ exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...] 
 
Código Tributário Brasileiro 
[...] 
SEÇÃO II 
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I ‐ a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II  ‐  a majoração  de  tributos,  ou  sua  redução,  ressalvado  o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III  ‐  a  definição  do  fato  gerador  da  obrigação  tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 
52, e do seu sujeito passivo; 
IV ‐ a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V  ‐ a cominação de penalidades para as ações ou omissões 
contrárias a seus dispositivos, ou para outras  infrações nela 
definidas; 
VI  ‐  as  hipóteses  de  exclusão,  suspensão  e  extinção  de 
créditos  tributários,  ou  de  dispensa  ou  redução  de 
penalidades. 
§  1º  Equipara‐se  à majoração  do  tributo  a modificação  da 
sua base de cálculo, que importe em torná‐lo mais oneroso. 
§  2º  Não  constitui  majoração  de  tributo,  para  os  fins  do 
disposto  no  inciso  II  deste  artigo,  a  atualização  do  valor 
monetário  da  respectiva  base  de  cálculo.
 
Somente as pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Município) podem 
aumentar ou criar tributos por meio de lei. Valor ou vetor axiológico: segurança jurídica. 
A lei (elaborada pelo Poder Legislativo) é o veículo que, em tese, traduz a segurança 
jurídica. “O povo tributando a si mesmo” (Pontes de Miranda). 
Em regra, a lei que irá tratar de tributos será Lei Ordinária. Lei Complementar também 
seria hábil a tratar ou aumentar tributos. Quando o constituinte deseja que determinado tributo 
seja tratado por lei complementar irá exigir expressamente. 
Deverão ser tratados por meio de Lei Complementar são os seguintes tributos: (1) 
Imposto sobre grandes fortunas, (2) Empréstimo Compulsório, (3) Imposto Residual e (4) 
Contribuição Social – previdenciária residual. 
No texto constitucional está escrito no art. 153, VII que “o imposto sobre grandes fortunas 
será criado por meio de Lei Complementar por meio de”, então o entendimento que se formou é 
que a criação será por meio de Lei Complementar, mas caberia à Lei Ordinária um tratamento 
especial em razão da expressão “por meio de”. Essa, no entanto, não é a doutrina que prevalece. 
3.1.1 Mitigação ao Princípio da Legalidade 
# O Princípio da Legalidade Tributária pode ser atenuado/mitigado? 
Sim. Em alguns casos o Poder Executivo poderá alterar alíquotas de certos tributos (art. 
153, §1º da CF1). Algumas bancas entendem como exceção, mas o tema terminologicamente 
correto seria mitigação ou atenuação. 
São quatro os impostos que poderão ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder 
Executivo: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE) Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 
Há mais dois tributos que integram essa mitigação do Princípio da Legalidade criados 
pela Emenda Constitucional 33 de 2001: CIDE – combustível (art. 177, §4º, I, “b” CF) alíquotas 
reduzidas e restabelecidas (significa restaurada para o valor estabelecido pela lei) pelo Poder 
                                                            
 
 
1  Seção  III  ‐ DOS  IMPOSTOS DA UNIÃO  ‐ Art.  153.  Compete  à União  instituir  impostos  sobre:  [...]  §  1º  ‐  É  facultado  ao  Poder 
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, 
IV e V. 
 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Legalidade Tributária 
Executivo Federal e o ICMS – combustível (art. 155, §4º, IV, “c” da CF) as alíquotas do ICMS – 
combustíveis poderão ser reduzidas e restabelecidas pelo Poder Executivo Estadual. 
[6 Tributos = 5 impostos e 1 contribuição; 5 tributos de âmbito federal e 1 tributo de 
âmbito estadual]. 
É possível que o Princípio receba a seguinte terminologia: reserva legal, estrita 
legalidade, tipicidade fechada (regrada ou cerrada). A matéria é tratada no art. 97 do CTN, 
indicando que a lei tributária é estrutura tipificante, contendo elementos “numerus clausus”: 
(1) alíquota; 
(2) base de cálculo; 
(3) sujeito passivo; 
(4) multa; e 
(5) fato gerador. 
A base de cálculo do tributo pode ser alterada por ato do Executivo, desde que se 
respeitem índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca 
atualização (baseado em índices oficiais de correção monetária). Já, porém, o aumento acima dos 
valores de atualização dependerá de lei. 
Súmula  160  do  STJ  ‐  E  DEFESO,  AO  MUNICIPIO,  ATUALIZAR  O  IPTU,  MEDIANTE  DECRETO,  EM 
PERCENTUAL SUPERIOR AO INDICE OFICIAL DE CORREÇÃO MONETARIA. 
Por decreto só é possível a atualizaçãoda base de cálculo do tributo, então qualquer 
aumento estará fora dos índices de correção, portanto dependerá de lei. 
3.1.2 O Princípio da Legalidade e a Emenda Constitucional 32/01 
3.1.2.1 Medida Provisória no Direito Tributário (art. 62, §2º CF) 
Art.  62.  Em  caso  de  relevância  e  urgência,  o  Presidente  da  República  poderá  adotar  medidas 
provisórias,  com  força de  lei, devendo  submetê‐las de  imediato ao Congresso Nacional.  (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)  
[...] 
§ 2º Medida provisória que  implique  instituição ou majoração de  IMPOSTOS, exceto os previstos 
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
A medida provisória pode versar sobre o fenômeno tributário. 
Tal Emenda, colocando em xeque a segurança jurídica do Princípio da Legalidade, previu 
que a MP pode aumentar e criar imposto no Brasil. A doutrina critica, mas o STF aceita. 
MP aumenta o IR (Imposto de Renda). 
# Todos os tributos podem ser criados ou majorados por MP? 
Segundo a CF, apenas o imposto será objeto da MP. Entretanto, o STF considera, há 
muito tempo, que a MP pode criar/aumentar TRIBUTO. Por fim, o art. 62, §1º, III da CF indica que 
“onde a lei complementar versar, a medida provisória não irá apitar”. Empréstimo compulsório não 
pode ser criado por MP e qualquer ponto da CF que se refira à Lei Complementar. 
# Pode uma MP aumentar imposto não federal? 
 
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PRINCÍPIOS >  
Para o STF, é possível que uma Medida Provisória crie/aumente um imposto não federal, 
desde que faça a observância simétrica do processo legislativo federal (Princípio da Simetria). 
Essa matéria foi tratada na ADI 425/TO de 2002 e na ADI 2391/SC de 2006. 
ADI  2391/SC  de  2006  ‐  AÇÃO  DIRETA  DE 
INCONSTITUCIONALIDADE.  ARTIGO  51  E  PARÁGRAFOS  DA 
CONSTITUIÇÃO  DO  ESTADO  DE  SANTA  CATARINA.  ADOÇÃO 
DE  MEDIDA  PROVISÓRIA  POR  ESTADO‐MEMBRO. 
POSSIBILIDADE.  ARTIGOS  62  E  84,  XXVI  DA  CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL.  EMENDA  CONSTITUCIONAL  32,  DE  11.09.01, QUE 
ALTEROU  SUBSTANCIALMENTE  A  REDAÇÃO  DO  ART.  62. 
REVOGAÇÃO  PARCIAL  DO  PRECEITO  IMPUGNADO  POR 
INCOMPATIBILIDADE COM O NOVO TEXTO CONSTITUCIONAL. 
SUBSISTÊNCIA  DO  NÚCLEO  ESSENCIAL  DO  COMANDO 
EXAMINADO,  PRESENTE  EM  SEU  CAPUT.  APLICABILIDADE, 
NOS  ESTADOS‐MEMBROS,  DO  PROCESSO  LEGISLATIVO 
PREVISTO  NA  CONSTITUIÇÃO  FEDERAL.  INEXISTÊNCIA  DE 
VEDAÇÃO  EXPRESSA  QUANTO  ÀS  MEDIDAS  PROVISÓRIAS. 
NECESSIDADE DE PREVISÃO NO TEXTO DA CARTA ESTADUAL 
E DA ESTRITA OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS E  LIMITAÇÕES 
IMPOSTAS  PELO  MODELO  FEDERAL.  1.  Não  obstante  a 
permanência,  após  o  superveniente  advento  da  Emenda 
Constitucional 32/01, do comando que confere ao Chefe do 
Executivo Federal o poder de adotar medidas provisórias com 
força de lei, tornou‐se impossível o cotejo de todo o referido 
dispositivo da Carta catarinense com o teor da nova redação 
do  art.  62,  parâmetro  inafastável  de  aferição  da 
inconstitucionalidade  argüida.  Ação  direta  prejudicada  em 
parte.  2.  No  julgamento  da  ADI  425,  rel.  Min.  Maurício 
Corrêa,  DJ  19.12.03,  o  Plenário  desta  Corte  já  havia 
reconhecido,  por  ampla  maioria,  a  constitucionalidade  da 
instituição  de  medida  provisória  estadual,  desde  que, 
primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na 
Constituição  do  Estado  e,  segundo,  sejam  observados  os 
princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela 
Constituição  Federal,  tendo  em  vista  a  necessidade  da 
observância simétrica do processo  legislativo  federal. Outros 
precedentes:  ADI  691,  rel.  Min.  Sepúlveda  Pertence,  DJ 
19.06.92 e ADI 812‐MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93 . 
3.  Entendimento  reforçado  pela  significativa  indicação  na 
Constituição Federal, quanto a essa possibilidade, no capítulo 
referente  à  organização  e  à  regência  dos  Estados,  da 
competência  desses  entes  da  Federação  para  "explorar 
diretamente,  ou  mediante  concessão,  os  serviços  locais  de 
gás canalizado, na  forma da  lei, vedada a edição de medida 
provisória para a sua regulamentação" (art. 25, § 2º). 4. Ação 
direta cujo pedido formulado se julga improcedente. 
 
3.2 Princípio da Anterioridade Tributária 
Artigo 150, III, “b” e “c” da CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
III ‐ cobrar tributos: [...] 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido PUBLICADA a  lei que os  instituiu ou 
aumentou,  observado  o  disposto  na  alínea  b;  (Incluído  pela  Emenda  Constitucional  nº  42,  de 
19.12.2003) [...] 
A alínea “b” é chamada de anterioridade anual ou de exercício – sempre existiu. 
A alínea “c” é chamada de anterioridade privilegiada ou nonagesimal, trazido pela 
Emenda Constitucional 42/2003. 
De 2004 em diante passamos a ter duas anterioridades no Brasil: anual e privilegiada ou 
nonagesimal e podem ser aplicadas cumulativamente. 
3.2.1 Anterioridade anual 
A eficácia da lei majoradora ou criadora do tributo fica adiada para o 1º de janeiro do ano 
seguinte. 
3.2.2 Anterioridade nonagesimal 
A eficácia da lei criadora ou majoradora do tributo fica adiada para o 91º a partir da 
publicação da lei. 
O princípio proíbe a “tributação de surpresa”, ratificando a segurança jurídica. 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
3.2.3 Princípio da eficácia diferida 
É o princípio em que a eficácia foi adiada, diferida, postergada. 
Publicação e vigência quase sempre, mesma data. 
Eficácia após o transcurso de tempo das duas esperas (nonagesimal e anual). 
O Princípio da Anterioridade não se confunde com o da anualidade. Este esteve presente 
na CF de 1946, condicionando a eficácia da lei tributária à prévia estipulação do fenômeno na Lei 
Orçamentária Anual. Nos textos constitucionais posteriores, o tema oscilou, desaparecendo a 
partir de 1969 - “portanto, a anualidade não encontra respaldo no hodierno sistema constitucional 
tributário brasileiro”. [CESPE/TRF4ª/VUNESP]. 
Para o tributo ser cobrado não é necessária previsão na Lei Orçamentária, deve-se 
apenas respeitar as duas esperas. Anualidade não tem nada a ver com anterioridade. 
# Quando pagarei? 
Lei publicada em 15 de dezembro de 2009. 
Incidência: com relação à anterioridade anual 1º de janeiro de 2010. Anterioridade 
nonagesimal próximo a 15 de março de 2010 (91º dia após publicação). 
Lei publicada em 10 de agosto de 2009. 
Incidência: anterioridade anual 1º de janeiro de 2010. Anterioridade nonagesimal 15 de 
novembro de 2009. Gabarito será sempre o de maior data. 
REGRA GERAL: caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro (até 2 
de outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1º de janeiro do ano seguinte. Se a lei for publicada 
entre outubro de dezembro, a data da incidência será posterior a 1º de janeiro, em razão do 
impacto dos 90 dias. 
Ex.: taxa criada em 16 de novembro de 2010 pagarei daqui a 90 dias. 
O Princípio da Anterioridade é para proteger o contribuinte e não o Estado, ou seja, se a 
lei reduzir o tributo não há que se falar o princípio da Anterioridade. Lei que reduz tributo – pronta 
incidência. 
3.2.4 Exceções ao Princípio da Anterioridade 
Art. 150, §1º CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplicaaos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e 
V; e 154,  II, nem  à  fixação da base de  cálculo dos  impostos previstos nos  arts. 155,  III, e 156,  I. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
Duas regras – duas listas: 
 
 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
 
 
 
 
 
 
     
 
Anterioridade Anual 
(Art. 150, §1º, parte 
inicial da CF) 
II, IE, IPI, IOF 
Imposto Extraordinário (Guerra) e Empréstimo 
Compulsório (calamidade pública e guerra externa) 
EC 33/01 Æ CIDE (combustíveis) e ICMS 
(combustíveis) 
LISTA DE 
EXCEÇÕES 
Anterioridade 
Nonagesimal 
(Art. 150, §1º, parte 
final da CF) 
II, IE, IR, IOF 
Imposto Extraordinário (Guerra) e Empréstimo 
Compulsório (calamidade pública e guerra externa). 
EC 42/2003 Æ alterações na Base de Cálculo do IPTU 
e do IPVA. 
     
Confronto das listas 
Incidência Imediata 
II, IE, IOF, Imposto Extraordinário (Guerra) e Empréstimo Compulsório 
para calamidade pública e guerra externa. 
Quanto ao IPI, CIDE e ICMS 
combustíveis 
De 2004 em diante o IPI será pago após 90 dias. Não é exceção ao 
Princípio nonagesimal. 
IR e alterações na base de cálculo 
do IPTU e IPVA 
Sempre será 1º de janeiro, mas não trabalha com 90 dias. Sempre a 
incidência será em 1º de janeiro do ano seguinte (não significa pgto). 
O IPI sempre foi exceção à anterioridade anual, mas não à anterioridade nonagesimal. 
Obs.: a mesma resposta vale para a CIDE (combustível) e ICMS (combustível). 
Todos os tributos que não apareceram na lista serão considerados conforme a regra. 
Atenção! A alíquota de IPVA e o IPTU é regra. O que é exceção é a base de cálculo. “O 
que não for exceção será regra”: ISS, ITR, taxa, ICMS, IPTU e IPVA etc. 
Quando se referir a IPTU ou IPVA é sempre em relação à alíquota. Quando o examinador 
desejar se referir à exceção do IPTU ou IPVA será expresso o valor da base de cálculo. 
Artigo 195, §6º - contribuição social previdenciária (90 dias) – Princípio da Anterioridade 
Especial, mitigada ou nonagesimal. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e  indireta, nos 
termos da  lei, mediante  recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:  
[...] 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
§  6º  ‐ As  contribuições  sociais  de  que  trata  este  artigo  só  poderão  ser  exigidas  após  decorridos 
noventa  dias  da  data  da  publicação  da  lei  que  as  houver  instituído  ou  modificado,  não  se  lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
O STF entendeu que o “modificado” não é qualquer alteração, deve causar onerosidade. 
Deve ser considerada inequívoca onerosidade (ex.: inclusão de sujeito passivo como devedor). 
Caso clássico: a alteração na data de pagamento da contribuição previdenciária não 
significa onerosidade suficiente para avocar a noventena, súmula 669 do STF. 
Súmula  669  do  STF  ‐ NORMA  LEGAL QUE ALTERA O  PRAZO DE  RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. Fonte de Publicação 9/10/2003. 
Esses tributos poderão ser alterados como exceção a determinados porque são tributos 
extrafiscais, reguladores ou regulatórios de mercado da economia do país viabilizando que o 
Poder Executivo mexa nas suas alíquotas. Ex.: imposto sobre importação de determinado bem. 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
Quarta-feira, 1º de dezembro de 2010. 
3.3 Princípio da Isonomia Tributária 
Art. 150, II da CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
II  ‐  instituir  tratamento  desigual  entre  contribuintes  que  se  encontrem  em  situação  equivalente, 
proibida  qualquer  distinção  em  razão  de  ocupação  profissional  ou  função  por  eles  exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; [...] 
Há um tratamento inaugural na Constituição Federal no “caput” do artigo 5º. Bastaria 
esse comando para que se estendesse essa igualdade para o Direito Tributário. Porém, o 
Constituinte espalha comandos de isonomia em todo texto constitucional. 
O Princípio da Isonomia está previsto genericamente no “caput” do art. 5º da CF (“todos 
são iguais perante a lei”). Curiosamente, o inciso II do art. 150 retoma a ideia, estatuindo pela 
negativa o que foi proclamado afirmativamente naquele dispositivo. É vedado tratamento desigual 
entre contribuintes em situações idênticas. 
Isonomia relativa - os iguais sendo igualmente tratados e os desiguais sendo 
desigualmente tratados na medida de suas diferenças. Portanto, quando tratarmos desigualmente 
pessoas ou situações que são desiguais realiza-se igualdade. 
Sinônimo - o Princípio da Isonomia tributária é também conhecido por Princípio que 
proíbe os privilégios odiosos. Esse nome originou-se dos favoritismos no Imposto de Renda, 
sobretudo, entre 1967 e 1969, onde alguns cargos não pagavam impostos simplesmente em 
razão do cargo. 
Vetor Axiológico: justiça fiscal ou justiça distributiva. 
À luz do inciso II do art. 150 da CF, cabe-nos descobrir quem são os “iguais” e os 
“desiguais” na seara tributária. 
Os iguais deverão ser detectados pela interpretação objetiva do fato gerador, que 
privilegia os aspectos econômicos do fato imponível em detrimento dos elementos externos a ele 
– ilicitude do ato, imoralidade do ato, imoralidade dos fatos, incapacidade civil do agente etc. Daí 
se falar que haverá normal tributação sobre a renda auferida por um bicheiro, por um traficante, da 
prática de lenocínio (tráfico de mulheres), renda oriunda da casa de prostituição etc. 
CTN ‐ Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo‐se: 
I  ‐  da  validade  jurídica  dos  atos  efetivamente  praticados  pelos  contribuintes,  responsáveis,  ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II ‐ dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
A interpretação objetiva foi internalizada no CTN pelo art. 118, que mostra que a 
definição do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica do ato e dos efeitos dos 
fatos. Pode-se afirmar que tal dispositivo representa normativamente a máxima latina construída à 
época do Império Romano: “pecunia non olet” (tributo não tem cheiro). 
Não há ilicitude na hipótese de incidência. Todas são lícitos: auferir renda, transmissão 
de bens, circulação de mercadorias. Porém, a forma como se adquire renda, por exemplo, não 
está ligada ao tributo. 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
# Incide ICMS na venda de drogas? Há a contaminação na hipótese de incidência nesses casos, 
a própria ilicitude contamina a hipótese de incidência. Não há como diferençar a hipótese de 
incidência do  fato gerador. O que, por outro  lado, não  impede que  se  tribute a  renda do 
traficante, pois a hipótese de incidência do IR é adquirir renda, apenas o fato gerador é ilícito 
– o que não importa. 
O art. 126 do CTN irá ratificar a matéria. 
SEÇÃO III ‐ Capacidade Tributária 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I ‐ da capacidade civil das pessoas naturais; 
II ‐ de achar‐se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício 
de  atividades  civis,  comerciais  ou  profissionais,  ou  da  administração  direta  de  seus  bens  ou 
negócios; 
III  ‐  de  estar  a  pessoa  jurídica  regularmente  constituída,  bastando  que  configure  umaunidade 
econômica ou profissional. 
A capacidade tributária passiva é plena porque se tributa a partir do fato gerador, 
independente dos aspectos externos. Nessa medida, a capacidade civil é irrelevante para o 
contexto tributário. Por isso, a tributação alcançará o menor, o recém nascido [CESPE]. 
Caso a pessoa natural esteja sujeita a medidas privativas do exercício de atividade 
profissional, isso será irrelevante para a tributação. Ex.: médico não habilitado que clinica, 
advogado sem habilitação que atua. 
Caso a pessoa jurídica não esteja formalmente constituída mas tenha realizado fatos 
geradores, isso será suficiente para a tributação. 
3.3.1 Princípio da Capacidade Contributiva 
A exata compreensão do Princípio da Isonomia depende da análise do Princípio da 
capacidade contributiva (art. 145, §1º da CF), que se mostra como um corolário da Isonomia, 
desta se avizinhando. 
Art.  145.  A  União,  os  Estados,  o  Distrito  Federal  e  os  Municípios  poderão  instituir  os  seguintes 
tributos: 
[...] 
§  1º  ‐  Sempre  que  possível,  os  IMPOSTOS  terão  caráter  pessoal  e  serão  graduados  segundo  a 
capacidade  econômica  do  contribuinte,  facultado  à  administração  tributária,  especialmente  para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
Isso não é o Princípio da Isonomia, mas sim o Princípio da Capacidade contributiva que 
decorre do Princípio da Isonomia. Alguns autores chegam a chamar de personalização dos 
impostos. 
Menção a impostos: segundo a CF este comando só se refere a impostos, entretanto, 
duas observações devem ser feitas: 
A CF de 1946 previa o termo tributos. 
Para o STF este Princípio pode alcançar outras espécies tributárias além dos impostos, 
como por exemplo, é aplicado a taxas. 
Expressão “sempre que possível”: a melhor interpretação é a de que esse princípio 
deverá ser utilizado de acordo com as possibilidades técnicas de cada imposto, e não, como 
parece ser, como uma regra do tudo ou nada – ou se aplica ou não aplica. Assim, esse princípio 
se caracteriza como um mandado de otimização, sendo aplicado na “medida do possível”, 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
diferentemente das regras. Pelo IR podemos fazer com que incida mais gravemente sobre uns 
contribuintes do que em outros. 
O Princípio da Capacidade contributiva será realizado por meios de exteriorização, que 
se mostram por técnicas de incidência de alíquotas: progressividade, proporcionalidade, 
seletividade, entre outras. 
3.3.1.1 Progressividade 
É a técnica que prevê alíquotas diferenciadas que incidirão sobre dadas bases de 
cálculo. A progressividade tem previsão explícita na CF segundo o STF. São três os impostos 
progressivos no Brasil: 
Imposto de Renda (art. 153, §2º, I CF). O IR, portanto, é geral, universal e progressivo Æ 
generalidade, universalidade e progressividade (critérios informadores do IR). 
Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (art. 172, §2º c/c 156, §1º, I e II CF – EC 
29/00). 
Imposto Territorial Rural (art. 153, §4º, I CF) 
O IPTU e o ITR progressivos visam cumprir a função social da propriedade urbana/rural o 
que denota forte potencialidade extrafiscal nos dois impostos. Assim, como o IR tem 
progressividade fiscal, ambos têm progressividade extrafiscal [FCC]. 
O ITR tem a função extrafiscal do chamado ausentismo, em razão da não produtividade 
da propriedade. 
3.3.1.2 Proporcionalidade 
Técnica de incidência de alíquotas fixas, que deverão incidir sobre dadas bases de 
cálculo. Não tem previsão explícita na CF, o que significa dizer que os impostos proporcionais são 
os não progressivos. 
A maioria dos impostos brasileiros tem vocação proporcional, incidindo fortemente sobre 
o consumo (ICMS, IPI, etc). Isso provoca um incômodo efeito colateral, pois “quem ganha mais 
paga menos; quem ganha menos paga mais”. Considerada progressividade às avessas. Trata-se 
de uma anomalia chamada regressividade, indicadora de uma má gestão da nossa cara 
tributária – “relação entre a totalidade de tributos pagos pela sociedade e o PIB” [CESPE/UNB]. 
3.3.1.3 Seletividade 
Como mecanismo inibitório da regressividade, o legislador constituinte escolheu dois 
impostos para serem seletivos: ICMS (art. 155,§2º, III CF – poderá seletividade facultativa) e IPI 
(art. 153, §3º, I CF – deverá seletividade obrigatória). 
Seletividade é uma técnica de incidência de alíquotas que variarão na razão: 
Inversa da essencialidade do bem – quanto mais essencial será o bem, menor será o 
imposto seletivo; ou 
Direta da superfluidade do bem. Também pode ser na razão direta da nocividade do bem 
(bebidas e cigarros). 
   
 
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PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
Sexta-feira, 7 de janeiro de 2011 
3.4 Irretroatividade Tributária 
Artigos 5º, XXXVI e 150, III, “a” CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
III ‐ cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído 
ou aumentado; [...] 
Anterioridade significa eficácia da lei. Irretroatividade tem relação com a vigência da lei e 
somente poderá ser aplicada para o futuro. 
O Princípio da Irretroatividade tributária significa que a lei não deverá atingir fatos 
geradores a ela posteriores, ou seja, devendo conter vigência prospectiva. Vale dizer que a lei 
tributária não poderá retroagir, sob pena de, desafiando a segurança jurídica, atacar o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI CF). 
Confronto com a anterioridade: 
A anterioridade refere-se à eficácia da lei, prevendo seu diferimento. A irretroatividade se 
atrela à vigência da lei. Ex.: quando se publica uma lei tributária, esta obedecerá a lei de 
introdução do Código Civil. Quando a lei é publicada entrará em vigência (geralmente na data da 
publicação), porém no Tributário a exigência será possível após as anterioridades. 
Lei que cria tributo e entra em vigor em 15 de dezembro, deverá se pagar apenas 90 dias 
após. 
Obs.: se a lei for silente quanto à data de vigência, devemos trabalhar com os 45 dias da 
vacatio legis. Lei 15 de dezembro de 2009 (sem previsão de vigência), vigência 30 janeiro de 
2010, exigível apenas em 15 de março (eficácia da lei $$) [CESPE]. 
O princípio comporta exceção? (art. 106, I e II do CTN) 
Há casos de retroatividade da lei tributária, ou seja, há casos que a lei tributária será 
aplicada a fatos geradores passados. Esses casos estão previstos nos artigos 106 e 144 do CTN. 
Art. 106. A lei aplica‐se a ato ou fato pretérito: 
I ‐ em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade 
à infração dos dispositivos interpretados;  
II ‐ tratando‐se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini‐lo como infração; 
b) quando deixe de tratá‐lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não 
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c)  quando  lhe  comine  penalidade menos  severa  que  a  prevista  na  lei  vigente  ao  tempo  da  sua 
prática. 
 
Art. 144. O lançamento reporta‐se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege‐se pela 
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
§  1º  Aplica‐se  ao  lançamento  a  legislação  que,  posteriormente  à  ocorrência  do  fato  gerador  da 
obrigação,  tenha  instituído novos  critérios de apuração ou processos de  fiscalização, ampliado os 
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantiasou  privilégios,  exceto,  neste  último  caso,  para  o  efeito  de  atribuir  responsabilidade  tributária  a 
terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não  se aplica aos  impostos  lançados por períodos  certos de  tempo, 
desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
 
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PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
Com relação ao Artigo 106, há duas possibilidades de exceções: 
a.1) Lei expressamente interpretativa – é aquela cujo objetivo é apenas explicar uma lei 
anterior. Não cria nada, apenas interpreta uma lei anterior, então, por ser expressamente 
interpretativa; explicativa de lei anterior poderá retroagir aplicando-se a fatos geradores passados. 
Somente não será permitida a retroação quando se tratar de alguma penalidade. 
a.2) Beneficiar o sujeito passivo – são os casos em que se tem uma lei que determina a 
extinção de uma infração ou que desqualifique um determinado ato como ilícito. Retroagirá 
também uma lei que estabelecer uma penalidade mais benéfica. 
Contudo, esse benefício depende de uma condição. Este ato que se refere a infração ou 
que resulta na imposição de penalidade deve ser um ato em aberto, ou seja, deve ser um ato que 
ainda não tenha sido julgado pela administração. Deve haver um processo ou procedimento 
administrativo em curso relativo à infração ou à penalidade ou em aberto. 
Com relação ao Artigo 144, §1º do CTN. É partir desse dispositivo que se estuda o 
Sigilo Bancário. 
 
Aparte: quebra do sigilo bancário pela administração 
Deve-se ter em mente uma cronologia. 
Inicia-se com a Lei 4.595/64 – estabelecia a possibilidade de quebra de sigilo pela 
administração tributária, mas somente com autorização judicial. Essa legislação assim se mantém 
até 2001 quando entra em vigor a Lei Complementar 105 que revoga a Lei 4.596/64, disciplinando 
também a quebra de sigilo pela administração. 
No entanto, na nova lei, a quebra de sigilo independe de autorização judicial. Para que 
haja a quebra de sigilo o que a administração precisa é apenas a existência de um processo ou 
procedimento administrativo e, ao lado disso, um motivo relevante para fazê-la. 
Supondo que determinado contribuinte tenha realizado o fato gerador do IR em 2000 e 
não recolhe o valor integral desse imposto. Em 2001, a LC admite a quebra do sigilo apenas em 
razão da existência de processo administrativo. Em 2002, a administração começa a investigar o 
contribuinte sonegador em 2000. 
Em  2002  a  administração  poderá  quebrar  o  sigilo  relativo  à  sonegação  ocorrida  em  2000 
(sendo que só apareceu em 2001)? 
De acordo com a redação literal do art. 144, §1º do CTN a resposta seria sim; poderia 
requerer a quebra do sigilo referente à sonegação de 2001, porque a Lei Complementar é 
procedimental que apenas amplia os poderes de investigação, sendo assim não há uma 
majoração de tributos. 
Art. 144 – [...] § 1º Aplica‐se ao  lançamento a  legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador  da  obrigação,  tenha  instituído  novos  critérios  de  apuração  ou  processos  de  fiscalização, 
ampliado os poderes de  investigação das  autoridades  administrativas,  ou  outorgado  ao  crédito 
maiores  garantias  ou  privilégios,  exceto,  neste  último  caso,  para  o  efeito  de  atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
 
Na jurisprudência há duas posturas importantes quanto à quebra do sigilo. 
 
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PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
 
  STJ  STF 
Foco  da 
discussão 
Retroatividade da LC 105/01  Constitucionalidade  da  LC  105/01  e  a 
possibilidade  de  quebra  sem  autorização 
judicial. 
  Poderá  retroagir,  com  fundamento  no  art. 
144, §1º CTN. 
ADI’s em razão da LC 105 – sem nenhum tipo 
de decisão, sequer liminar. 
  Há  alguns  RE’s  e,  no  dia  15/12/10,  o  STF 
julgou  o  RE  389808  entendendo  pela 
inconstitucionalidade  da  quebra  sem 
autorização  judicial,  ou  seja, 
inconstitucionalidade  da  LC  105/01.  Cabe 
lembrar  que  foi  um  julgamento  por maioria, 
faltando o Ministro Joaquim Barbosa. 
 
Irretroatividade e imposto de renda – (súmula 584 do STF) – aplica-se a lei vigente no 
momento da entrega da declaração. 
Súmula 584 do STF ‐ AO IMPOSTO DE RENDA CALCULADO SOBRE OS RENDIMENTOS DO ANO‐BASE, 
APLICA‐SE  A  LEI  VIGENTE  NO  EXERCÍCIO  FINANCEIRO  EM  QUE  DEVE  SER  APRESENTADA  A 
DECLARAÇÃO. Fonte de Publicação DJ de 3/1/1977 
A entrega da declaração do imposto de renda irá acontecer até 30 de abril do ano 
subseqüente, exercício do ano posterior (para pessoa física). Eventualmente, realiza o pagamento 
de imposto remanescente. 
Alguém que no exercício do ano de 2008 pagará o tributo até 30 de abril de 2009. Em 
outubro de 2008 entra é publicada uma lei que aumenta o tributo. Essa lei deve ser aplicável? 
Sim, segundo a súmula aplica-se a lei vigente na entrega da declaração. Acontece que os 
contribuintes dizem que essa súmula ofende o Princípio da Irretroatividade, porque essa lei foi 
publicada no meio do fato gerador não podendo retroagir para alcançar março, fevereiro, janeiro, 
mas sim no exercício 2009. 
Essa alegação chega no STJ o qual se manifesta que a súmula não deve ser aplicada 
por ser anterior à Constituição Federal de 1988 desrespeitando a anterioridade e a retroatividade. 
Nesse sentido o REsp 419814. 
TRIBUTÁRIO – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – APLICAÇÃO RETROATIVA – IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 
584, DO STF. INAPLICABILIDADE. 
1. Os Decretos‐lei  n.º  1.967/82  e  2.065/83  não  podem  regular  o  imposto  de  renda  apurado  em 
demonstrações financeiras cujos exercícios sociais se encerraram antes de sua vigência. 
2. Inaplicável o verbete sumular n.º 584, do E. STF, posto erigido à luz da legislação anterior à atual 
Carta Magna. Vige no presente, os princípios da anterioridade e da irretroatividade da lei tributária. 
3. Recurso improvido. 
Contudo, o STF começa a julgar um caso que discute exatamente essa súmula no RE 
183130 e a última notícia é de 25 de outubro de 2007 e conforme o Min. Eros Grau, a referida 
súmula, continua em vigor aplicando-se a lei vigente ao ano em que se apresenta a declaração. 
 
Quinta‐feira, 25 de outubro de 2007  
Interrompido  julgamento sobre  lei que alterou alíquota de  IR 
para o ano‐base em 1989 
Foi interrompido hoje (25), por um pedido de vista do ministro 
Cezar  Peluso,  o  julgamento  pelo  Supremo  Tribunal  Federal 
(STF) do Recurso Extraordinário (RE) 183130. Na ação, a União 
afirma que, ao analisar apelação em mandado de segurança de 
uma empresa que não queria ter aumentada a alíquota do seu 
Imposto  de  Renda,  o  Tribunal  Regional  Federal  da  4ª  Região 
(TRF‐4) teria julgado inconstitucional o artigo 1º,  inciso I, da Lei 
 
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IMUNIDADES > Definição 
7.988/89, que aumentou a alíquota do Imposto de Renda sobre 
lucro com exportações a partir do exercício financeiro de 1990. 
A discussão central, conforme o ministro Eros Grau, que havia 
pedido vista desse recurso, seria sobre a  legalidade de uma  lei 
federal publicada dois dias antes do  fim do ano ser aplicada a 
fatos ocorridos nesse mesmo ano para pagamento de Imposto 
de Renda no exercício do ano seguinte. Para o ministro, o caso 
em discussão se encaixa no que diz a Súmula 584, do STF, ainda 
em  vigor.  Segundo  o  dispositivo,  “ao  imposto  de  renda 
calculado  sobre  os  rendimentos  do  ano‐base,  aplica‐se  a  lei 
vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a 
declaração”.  Assim,  segundo  Eros  Grau,  não  haveria  que  se 
falar em inconstitucionalidade da Lei 7.988/89. 
O voto de Eros Grau  foi acompanhado pelo ministro Menezes 
Direito.  Já  haviam  votado  contrário  ao  recurso  os  ministros 
Carlos Velloso e Nelson Jobim (aposentados). 
O  ministro  Cezar  Peluso  pediuvista  dos  autos.
 
 
Em resumo: 
Em regra a lei tributária não retroage; 
Essa regra contempla exceções no CTN: 
Art. 106 
lei interpretativa 
Leis benéficas ao sujeito passivo 
Infração referindo-se a ato em aberto. 
Penalidade referindo-se a ato em aberto. 
Art. 144, §1º do CTN – leis procedimentais (quebra de sigilo bancário pela administração 
– postura do STJ e STF). 
Caso do imposto de renda e a súmula 584 do STF: ainda é aplicável? STJ diz que não e 
no STF o caso está em julgamento. 
 
Como se aplica o Princípio com a legislação que aumenta os poderes de investigação do fisco? 
(art. 144, §1º CTN). 
 
O que é interpretação autêntica (legal ou legislativa)? 
 
4 IMUNIDADES 
4.1 Definição 
A imunidade representa uma delimitação da competência tributária. Sendo assim, a 
imunidade resulta na proibição de os entes criarem tributos sobre determinados fatos, 
especificados no texto da Constituição. 
No texto da Constituição há a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que 
possuem o poder de tributar – criar tributos – em face de determinados fatos, condutas 
disciplinadas no texto constitucional. Ao mesmo tempo em que há esse poder de tributar, há 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
também no texto da constituição, determinações voltadas aos entes federativos para não 
tributação de determinados fatos, condutas previstas também no texto da constituição. 
Essa proibição contida no texto da constituição é exatamente a imunidade tributária, que 
como dito, delimita a competência tributária, estabelece os contornos desse poder de tributar. Ex.: 
a União pode tributar a importação de bens, porém não poderá tributar a importação de livros por 
estarem alcançados pela imunidade. 
Naturalmente a imunidade é um tema constitucional, assim sendo, será disciplinada 
por Lei Complementar. A Lei Complementar que comumente disciplina as imunidades é o CTN, 
que apesar de lei ordinária tem força de lei complementar. 
Estando, as imunidades, previstas na constituição, em regra, podem ser alteradas, 
revogadas, suprimidas por Emenda Constitucional. As imunidades não poderiam ser revogadas se 
protegessem alguma cláusula pétrea, como por exemplo, a imunidade dos templos. 
4.2 Imunidades mais relevantes 
As imunidades estão previstas no art. 150, VI da Constituição Federal. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
VI ‐ instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c)  patrimônio,  renda  ou  serviços  dos  partidos  políticos,  inclusive  suas  fundações,  das  entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
Esse dispositivo estabelece uma proibição de cobrar IIMMPPOOSSTTOOSS. 
4.2.1 Imunidade Recíproca (alínea a) 
Não poderá haver uma tributação recíproca entre os entes da federação – no que se 
refere aos impostos. Essa imunidade tem por objetivo garantir o pacto federativo – unidade da 
federação, que não haja disputas tributárias entre os entes da Federação. 
Esse objetivo de garantir a unidade da federação se apresenta como cláusula pétrea, 
proteger o Pacto Federativo. Essa imunidade recíproca atinge o patrimônio, a renda e os 
serviços dos entes da federação. 
Contudo, a partir dessa redação, há alguns debates: essa imunidade atinge fato 
geradores somente do patrimônio, renda e serviços ou de também outros bens? Essa imunidade 
atinge entes da administração indireta ou somente entes da federação estritamente considerados? 
Essa imunidade atinge também os cartórios (serventias notariais)? 
4.2.1.1 Impostos beneficiados pela imunidade recíproca 
Caso do IOF – Imposto sobre operações Financeiras. 
A União começou a dizer que a imunidade somente sobre patrimônio, em relação aos 
impostos do ITR, IPVA, IPTU. Além disso impostos que incidam sobre a renda como por exemplo 
o IR. Atinge também sobre serviços ficando imune aos impostos como ISS e ICMS. Fora desses 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
impostos não haveria o benefício da imunidade recíproca, como é, por exemplo, o caso do IOF 
(imposto que incide sobre operações financeiras – que não é renda, patrimônio e serviço). 
O IOF deveria ser recolhido pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Essa alegação, 
sob o crivo do STF, diz que a imunidade atinge todos os impostos independentemente do fato 
gerador, ainda que não esteja relacionado com patrimônio, renda e serviços; atingindo 
consequentemente o IOF. 
Portanto, a imunidade recíproca atinge todos os impostos e todos os tipos de fatos 
geradores (RE 192888 – de 1996 - EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IOF. 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO E SOBRE OPERAÇÕES 
RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS. Lei 8.088, de 31.10.90. IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA. MUNICÍPIO.C.F., art. 150, VI, "a". I. - IOF: não incidência sobre os ativos 
financeiros dos Municípios, tendo em vista a imunidade tributária destes (C.F., art. 150, VI, "a"). II. 
- R.E. não conhecido). 
4.2.1.2 Imunidade recíproca da administração indireta 
Os entes da administração indireta podem se beneficiar da imunidade tributária recíproca. 
Há dois dispositivos constitucionais que disciplinam essa regra. 
ARTIGO 150, §2º  ARTIGO 150, §3º 
§ 2º ‐ A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3º ‐ As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não 
se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis  a  empreendimentos  privados,  ou  em  que  haja 
contraprestação  ou  pagamento  de  preços  ou  tarifas  pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de 
pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
Trata das autarquias e fundações  Trata  dos  entes  da  administração  indireta  que 
realizam  exploração  econômica.  Podem  ser 
identificados com Emp. Públ. e Soc. Econ. Mista. 
Haverá  imunidade  recíproca  –  desde  que  os  bens 
imunes  estejam  relacionados  com  a  finalidade 
essencial da entidade. 
Imunidade  NÃO  se  aplica,  porque  esses  entes 
seguem as normas de direito privado, perseguem o 
lucro  e  teriam  privilégios  indevidos  frente  o 
particular. 
 
Haverá imunidade em relação ao IPTU caso o imóvel se relacione com a finalidade 
essencial da autarquia. 
O fato de se estar diante de uma EP ou SEM, por si só, não afasta a imunidade, mas sim 
o fato de perseguirem o lucro e, portanto, a prática de atividades no âmbito do direito privado. Isso 
é relevante porque podemos ter Emp. Públ. (principalmente) que são prestadoras de serviço 
público e submetida a um regime de direito público, ou seja, não visando o lucro – situam-se fora 
do âmbito do Direito Privado. 
Nesses casos, o STF diz que essas Emp. Públicas se beneficiam da imunidade recíproca 
porque não exploram economicamente as suas atividades e estão no âmbito do direito público. 
Ex.: CORREIOS – empresa pública prestadora do serviço público e se encontra fora do direito 
privado; INFRAERO; e SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO. 
 
CORREIOS ‐ STF ‐ ACO 789 
EMENTA Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a", da 
Constituição  Federal.  Empresa  Brasileira  de  Correios  e 
Telégrafos  (ECT).  Empresa  pública  prestadora  de  serviço 
público.  Precedentes.  1.  A  jurisprudência  deste  Supremo 
TribunalFederal, desde o  julgamento do RE nº 407.099/RS, 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 6/8/04, firmou‐se no 
sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 
empresa pública prestadora de serviço público, é beneficiária 
da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, "a", 
da  Constituição  da  República.  Esse  entendimento  foi 
confirmado  pelo  Plenário  desta  Corte  na  ACO  nº  765/RJ, 
Redator para o acórdão o Ministro Menezes Direito. 2. Ação 
cível originária julgada procedente. Votação do Plenário. 
 
ÁGUA E ESGOTO – STF ‐ RE 399307  
EMENTA:  CONSTITUCIONAL.  TRIBUTÁRIO.  IMUNIDADE 
RECÍPROCA.  AUTARQUIA.  SERVIÇO  PÚBLICO  DE  ÁGUA  E 
ESGOTAMENTO.  ATIVIDADE  REMUNERADA  POR 
CONTRAPRESTAÇÃO.  APLICABILIDADE.  ART,  150,  §3º  DA 
CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 1. 
Definem  o  alcance  da  imunidade  tributária  recíproca  sua 
vocação  para  servir  como  salvaguarda  do  pacto  federativo, 
para evitar pressões políticas entre entes  federados ou para 
desonerar atividades desprovidas de presunção de riqueza. 2. 
É  aplicável  a  imunidade  tributária  recíproca  às  autarquias  e 
empresas  públicas  que  prestem  inequívoco  serviço  público, 
desde  que,  entre  outros  requisitos  constitucionais  e  legais 
não distribuam  lucros ou resultados direta ou  indiretamente 
a  particulares,  ou  tenham  por  objetivo  principal  conceder 
acréscimo  patrimonial  ao  poder  público  (ausência  de 
capacidade  contributiva)  e  não  desempenhem  atividade 
econômica, de modo a  conferir vantagem não extensível às 
empresas  privadas  (livre  iniciativa  e  concorrência).  3.  O 
Serviço Autônomo  de Água  e  Esgoto  é  imune  à  tributação 
por  impostos (art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição). A 
cobrança de  tarifas,  isoladamente  considerada, não altera a 
conclusão. Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega 
provimento. 16/03/10. 
 
INFRAERO RE 363412 
E  M  E  N  T  A:  INFRAERO  ‐  EMPRESA  PÚBLICA  FEDERAL 
VOCACIONADA  A  EXECUTAR,  COMO  ATIVIDADE‐FIM,  EM 
FUNÇÃO  DE  SUA  ESPECÍFICA  DESTINAÇÃO  INSTITUCIONAL, 
SERVIÇOS DE INFRA‐ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA ‐ MATÉRIA 
SOB  RESERVA  CONSTITUCIONAL  DE  MONOPÓLIO  ESTATAL 
(CF, ART. 21, XII, "C")  ‐ POSSIBILIDADE DE A UNIÃO FEDERAL 
OUTORGAR, POR LEI, A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O 
EXERCÍCIO  DESSE  ENCARGO,  SEM  QUE  ESTE  PERCA  O 
ATRIBUTO DE  ESTATALIDADE QUE  LHE  É  PRÓPRIO  ‐ OPÇÃO 
CONSTITUCIONALMENTE LEGÍTIMA  ‐ CRIAÇÃO DA  INFRAERO 
COMO  INSTRUMENTALIDADE  ADMINISTRATIVA  DA  UNIÃO 
FEDERAL, INCUMBIDA, NESSA CONDIÇÃO INSTITUCIONAL, DE 
EXECUTAR  TÍPICO  SERVIÇO  PÚBLICO  (LEI  Nº  5.862/1972)  ‐ 
CONSEQÜENTE  EXTENSÃO,  A  ESSA  EMPRESA  PÚBLICA,  EM 
MATÉRIA  DE  IMPOSTOS,  DA  PROTEÇÃO  CONSTITUCIONAL 
FUNDADA  NA  GARANTIA  DA  IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA 
RECÍPROCA  (CF,  ART.  150,  VI,  "A")  ‐  O  ALTO  SIGNIFICADO 
POLÍTICO‐JURÍDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE 
TRADUZ  UMA  DAS  PROJEÇÕES  CONCRETIZADORAS  DO 
POSTULADO  DA  FEDERAÇÃO  ‐  IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA  DA 
INFRAERO,  EM  FACE  DO  ISS,  QUANTO  ÀS  ATIVIDADES 
EXECUTADAS  NO  DESEMPENHO  DO  ENCARGO,  QUE,  A  ELA 
OUTORGADO,  FOI  DEFERIDO,  CONSTITUCIONALMENTE,  À 
UNIÃO  FEDERAL  ‐  DOUTRINA  ‐  JURISPRUDÊNCIA  ‐ 
PRECEDENTES DO  SUPREMO  TRIBUNAL  FEDERAL  ‐  AGRAVO 
IMPROVIDO.  ‐ A  INFRAERO, que é empresa pública, executa, 
como  atividade‐fim,  em  regime  de  monopólio,  serviços  de 
infra‐estrutura  aeroportuária  constitucionalmente 
outorgados à União Federal, qualificando‐se, em razão de sua 
específica  destinação  institucional,  como  entidade 
delegatária  dos  serviços  públicos  a  que  se  refere  o  art.  21, 
inciso XII,  alínea  "c", da  Lei  Fundamental, o que exclui essa 
empresa governamental, em matéria de impostos, por efeito 
da  imunidade  tributária  recíproca  (CF,  art.  150, VI,  "a"),  do 
poder de tributar dos entes políticos em geral. Conseqüente 
inexigibilidade,  por  parte  do  Município  tributante,  do  ISS 
referente  às  atividades  executadas  pela  INFRAERO  na 
prestação  dos  serviços  públicos  de  infra‐estrutura 
aeroportuária  e  daquelas  necessárias  à  realização  dessa 
atividade‐fim.  O  ALTO  SIGNIFICADO  POLÍTICO‐JURÍDICO  DA 
IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA  RECÍPROCA,  QUE  REPRESENTA 
VERDADEIRA  GARANTIA  INSTITUCIONAL  DE  PRESERVAÇÃO 
DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF. 
INAPLICABILIDADE,  À  INFRAERO,  DA  REGRA  INSCRITA  NO 
ART. 150, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO.  ‐ A submissão ao regime 
jurídico das empresas do setor privado,  inclusive quanto aos 
direitos e obrigações  tributárias,  somente  se  justifica,  como 
consectário  natural  do  postulado  da  livre  concorrência  (CF, 
art.  170,  IV),  se  e  quando  as  empresas  governamentais 
explorarem  atividade  econômica  em  sentido  estrito, não  se 
aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, § 
1º,  da  Constituição,  às  empresas  públicas  (caso  da 
INFRAERO),  às  sociedades  de  economia  mista  e  às  suas 
subsidiárias que se qualifiquem como delegatárias de serviços 
públicos. 
 
4.2.1.3 Serviços notariais e registrais 
Serviços notais e registrais estão abrangidos pela imunidade recíproca? 
A relevância da discussão se faz em razão da LC 116/03 pela tributação desses serviços 
- ISS (Municípios). A ADI 3089 questionou exatamente essa tributação, ofendendo a imunidade 
recíproca. 
A ADI foi julgada em 2008 e a tributação pelo ISS estava correta; os serviços notariais e 
registrais não se beneficiam da imunidade recíproca. O fundamento é o de que essas serventias 
(que prestam serviços registrais e notariais) perseguem o lucro, exercem atividades no âmbito do 
direito privado, assim sendo, estão contempladas no art. 150, §3º da CF que afasta a imunidade 
nessas hipóteses específicas (em normas regidas pelo direito privado). 
A LC 116/03 foi julgada constitucional em função do art. 150, §3º da Constituição Federal. 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
ADI 3089  ‐ EMENTA: AÇÃO DIRETA DE  INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
ITENS 21 E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE 
SERVIÇOS  DE  QUALQUER  NATUREZA  ‐  ISSQN  SOBRE  SERVIÇOS  DE  REGISTROS  PÚBLICOS, 
CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada 
contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação 
dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo  Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza  ‐  ISSQN.  Alegada  violação  dos  arts.  145,  II,  156,  III,  e  236,  “caput”,  da  Constituição, 
porquanto  a matriz  constitucional  do  Imposto  sobre  Serviços  de Qualquer Natureza  permitiria  a 
incidência  do  tributo  tão‐somente  sobre  a  prestação  de  serviços  de  índole  privada.  Ademais,  a 
tributação da prestação dos serviços notariais  também ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da 
Constituição, na medida em que tais serviços públicos são imunes à tributação recíproca pelos entes 
federados. As pessoas que exercem atividade notarial não são  imunes à tributação, porquanto a 
circunstância de  desenvolverem  os  respectivos  serviços  com  intuito  lucrativo  invoca  a  exceção 
prevista  no  art.  150,  §  3º  da  Constituição.  O  recebimento  de  remuneração  pela  prestação  dos 
serviços  confirma,  ainda,  capacidade  contributiva.  A  imunidade  recíproca  é  uma  garantia  ou 
prerrogativa  imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com 
inequívoco  intuito  lucrativo,  serviços  públicos  mediante  concessão  ou  delegação,  devidamente 
remunerados. Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos

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