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RAÇAS CAPRINAS DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA PARA O BRASIL Prof. Marcelo José Ferreira Batista da Silva Parâmetros Caprinos Ovinos Nome científico Capra hircus Ovis aries Presença de barba Maioria das raças Não Chifres Quando sim, voltados para trás e de seção ovalada Quando sim, espiralados e de seção transversal triangular Presenças de fossa lacrimal e glândulas nas fendas dos cascos Não Sim Vértebras caudais Até 16, com inserção da cauda voltada para cima Até 22, com inserção da cauda voltada para baixo; cauda longa CODEVASF (2011) Algumas diferenças entre as espécies Caprina e Ovina “Grupo de indivíduos cujos caracteres biológicos são constantes e passam de uma a outra geração” Categoriza diferentes populações de uma mesma espécie biológica a partir de suas características físicas! Importância das Raças nos sistemas de Produção Temperatura Chuvas Verão quente chuvoso Inverno frio seco Zona temperada Geadas Verão quente chuvoso Inverno frio seco Seca Chuvosa Semiárido Temperaturas Características das regiões do Brasil Desempenho dos animais nos ambientes onde serão criados Alimentação, sanidade, ambiência... Características Morfológicas (orelha, pelagem) Econômicas (prod. leite, carne) Psicológicas (temperamento) Fisiológicas (precocidade, rusticidade) Principais raças caprinas de importância econômica para o Brasil Raças exóticas Origem das Raças Caprinas Tronco Europeu Sub-tronco ALPINO • Saanen (Saanen e Branca Alemã) • Alpinas (Britânica, Francesa, Alpina) Sub-tronco PIRINEU Tronco Africano Tronco Asiático (Toggenburg, Murciana, La Mancha) • Boer • Savana • Anglo-nubiana • Kalahari • Angorá • Mambrina • Jamnapari • Bhuj Raça Saanen • Originária do Vale de Saanen – Suíça; • Raça leiteira mais difundida no Brasil; • Maior produtora de leite entre as raças caprinas. Pelagem branca; pêlos curtos Orelhas pequenas, ligeiramente voltadas para cima Podem apresentar: brincos, chifres e barba Pele e mucosas rosadas Machos: 70 a 90 kg Fêmeas: 50 a 70 kg Cabeça média, cônica, alongada e elegante, testa bem descarnada, perfil subcôncavo ou retilíneo. Globoso Volumoso Bem inserido Simétrico • Não deve apresentar carnosidades; • As tetas devem ser simétricas e apontadas para baixo, um pouco para frente, sem tocar nos membros; • Produção média diária: 2,5 a 5 Kg de leite. Raça Toggenburg • Originária da Suíça; • Raça especializada na produção de leite; • Relativamente bem difundida no Brasil. Pelagem marrom – acinzentada, com infiltrações da cor branca, ou creme, em regiões específicas: membros, orelhas, linhas lacrimais e inserção da cauda. Triângulo branco na inserção da cauda muito característico da raça Orelhas médias, um pouco levantadas e dirigidas para a frente Cabeça larga na fronte, com perfil retilíneo Mucosas acinzentadas, podendo ter tons rosados Produzem de 2 a 4 kg de leite/dia Raça Alpina Existem, no Brasil, reconhecidas pelo MAPA, três raças leiteiras com denominação de ALPINA! Alpina Americana Alpina Britânica Alpina A cabra Alpina apresenta maior importância econômica para o Brasil • De origem suíça, com grande influência francesa; • Porte médio: fêmeas – 40 a 60 kg; machos – 60 a 80 kg; • Raça que alia boa produção de leite à rusticidade. A cabra Alpina apresenta maior importância econômica para o Brasil • Pelagem parda, com uma faixa negra no dorso; • Os membros, a cabeça e a cauda são escuros; • A pele, as mucosas e os cascos são escuros. O úbere é arredondando, com textura fina e tetas de tamanho médio Produção média diária: 2 a 3 kg de leite Raça Anglo-Nubiana • Cruzamento de cabras inglesas com a cabra da Núbia; • Raça de dupla aptidão: leite e carne; • Rústicos e prolíficos; • Grande porte. • Cabeça bem conformada; • Proporcional ao corpo; • Perfil convexo. As orelhas são longas e pendentes, com implantação alta. Raça muito difundida no Nordeste brasileiro! Raça Boer • Originária da África do Sul; • Importados para o Brasil em 1995 (EMEPA). Raça caprina especializada na produção de carne! • Cabeça vermelha, variando do claro ao escuro, com faixa branca na face; • Perfil subconvexo a convexo; • Chifres fortes, médios, com curvatura para trás e para baixo; • Orelhas de comprimento médio, largas; • A pele é escura e as mucosas são rosadas. BOA CONFORMAÇÃO FUNCIONAL Desempenho médio: 150 g/dia, podendo chegar aos 200 g/dia se mantidos em confinamento. Principais raças caprinas de importância econômica para o Brasil Raças nativas “Animais de pequeno porte, com alto poder de adaptação e boa capacidade reprodutiva, porém com produções de carne e leite inferiores às raças exóticas especializadas” Raça Moxotó Vale do Moxotó - PE • Pequeno porte: 62 cm (altura de cernelha); • Fêmeas: 30 – 40 kg • Machos: 40 – 50 kg Elevada rusticidade! • Pelagem baia, com listra negra que se estende pelo dorso; • Aureola negra em torno dos olhos, escorrida em listras lacrimais; • Nos machos, o negro é mais evidente; • As orelhas, extremidades dos membros e mucosas também são negras; • Baixa produção de leite, mas apresenta boa produção de carne; • Através da sua pele se produz um dos couros mais delicados do mundo. Raça Canindé • Nativa do Nordeste brasileiro; • Assemelham-se aos caprinos Moxotó em tamanho, forma e função; • Melhor aptidão leiteira entre as nativas: 800 ml/dia; • A pelagem é preta com manchas claras; • As mucosas, a pele e os cascos também são pretos; • Muito rústicos e prolíficos. A importância dos cruzamentos para a caprinocultura Cruzamento: sistema de acasalamento em que animais de raças diferentes são utilizados para se obter uma maior produtividade na habilidade de produzir-se qualquer característica de interesse. Animal adaptado às condições tropicais Animal especializado em produção Animal cruzado com melhores características de produção e maior tolerância às condições tropicais “Caoba” Mais rústica que a Saanen e mais produtiva que a Alpina! Melhorar o peso e a carcaça dos cabritos para abate! ½ Boer : ½ Anglo-Nubiano Considerações finais • A escolha da raça a ser explorada é de fundamental importância para a eficiência de qualquer sistema de produção. • As características do ambiente e as condições de manejo devem ser sempre consideradas. • A associação da “rusticidade” com a “especialidade”, por meio de cruzamentos, pode contribuir significativamente para melhoria dos índices produtivos nas regiões tropicais. Obrigado!