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Apostila EMPRESARIAL

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1
DIREITO EMPRESARIAL 
 
 
CAPÍTULO 1 - O DIREITO DE EMPRESA 
 
I - INTRODUÇÃO 
 
1) CONSEQÜÊNCIAS DO ADVENTO DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2.002: 
- junção dos códigos e da legislação esparsa; 
- revogação expressa da Parte Primeira do Código Comercial; 
- revogação tácita da quase totalidade do Decreto nº 3.708/19 (limitadas); 
- revogação tácita parcial da Lei nº 5.764/71 (cooperativas). 
 
2) TEORIA DOS ATOS DO COMÉRCIO X TEORIA DA EMPRESA 
 
Teoria dos Atos do Comércio (França): 
- Pela Teoria dos Atos de Comércio, o comerciante era o sujeito das normas do direito comercial. 
Considerava-se comerciante todo aquele que explorasse uma atividade considerada um ato de 
comércio; 
- A adoção da Teoria dos Atos de Comércio, pelo direito brasileiro, opera-se através do 
Regulamento 737, de 1850, que contem, em seu artigo 19, uma lista de atividades consideradas 
atos de mercancia. 
 
Teoria da Empresa (Itália): 
- Pela Teoria da Empresa, considera-se sujeito das normas do Direito Comercial o empresário; 
- A adoção da Teoria de Empresa, pelo direito brasileiro, verifica-se com o advento da Lei nº 
10.406/02, que estabelece ser empresário todo aquele que exercer profissionalmente uma 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
 
II – DO EMPRESÁRIO E DA SOCIEDADE 
 
1) EMPRESÁRIO 
 
1.1 Conceito e caracterização 
 
Nos termos do artigo 966 do Código Civil, considera-se empresário quem exerce profissionalmente uma 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
 
Profissionalismo: para que a atividade seja explorada com profissionalismo, requer-se a verificação dos 
seguintes elementos: a) habitualidade; b) pessoalidade; e c) monopólio das informações 
 
Atividade Econômica: o empresário deve explorar a sua atividade com o objetivo de obter lucro, ou seja, 
somente será empresário aquele que exercer uma atividade com fins lucrativos. 
 
Atividade Organizada: a atividade explorada pelo empresário deve ser organizada, ou seja, é necessário 
que haja a organização dos fatores de produção para que uma atividade seja considerada empresarial. 
Considera-se como fatores de produção: a) o capital; b) a mão de obra; c) os insumos; e d) a tecnologia 
 
Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de produtos ou mercadorias (confecção 
de roupas); produção de serviços, por seu turno, é a prestação de serviços (banco). 
 
Circulação de bens ou serviços: circular bens corresponde à atividade de intermediação na cadeia de 
escoamento de mercadorias, circular serviços é intermediar a prestação de serviços. 
 
1.2 Das atividades econômicas que não se sujeitam às normas do Direito Comercial: 
 
Não serão consideradas atividades empresariais aquelas exploradas por aqueles que não se enquadrem no 
conceito de empresário, ou seja, aquelas exploradas de modo diverso do previsto no artigo 966 do Código 
Civil. Ademais, nos termos do artigo 966, § único do artigo 966 do Código Civil, não se considera 
empresário quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores. Exceção: hipótese em que o exercício da profissão constitui 
elemento de empresa. Em relação àquele que explora atividades rurais, observa-se que o Código Civil lhe 
 
 
2
atribui um tratamento diferenciado, uma vez que será considerado empresário, independentemente do 
modo de exploração de sua atividade, se requerer sua inscrição no Registro Público de Empresas. Por sua 
vez, não a requerendo, se subordinará ao regime do Direito Civil. 
 
Cooperativas. São sempre de natureza civil (simples, na linguagem do Código Civil de 2002), independente 
da atividade que exploram (art.986 CC). 
 
1.3 Do Empresário Individual 
 
O empresário pode ser tanto uma pessoa física, como uma pessoa jurídica. Sendo uma pessoa física, 
denominar-se-á empresário individual. Por sua vez, sendo uma pessoa jurídica, o empresário será chamado 
de sociedade empresária. 
 
Importante: os sócios da sociedade empresária não são os empresários.A sociedade por eles constituída, 
pessoa jurídica com personalidade autônoma, é que será empresário. 
 
Capacidade (Arts. 972 a 976 do CC): são requisitos para ser empresário: a) ter capacidade civil; e b) não 
estar impedido por Lei. 
 
EXCEÇÃO: Permite a lei, no interesse do incapaz, possa ser ele empresário individual tão somente para 
continuar a exercer atividade empresarial por ele exercida antes enquanto capaz, por seus pais ou pelo 
autor de herança. Para tanto, é indispensável que haja autorização judicial. 
 
Obrigações (Art. 967 e 1.179 do CC): são obrigações de todo empresário: 
- inscrever-se no Registro Público de Empresas Mercantis antes do início de suas atividades; 
- manter regularmente escriturados os livros obrigatórios; e 
- levantar anualmente balanço patrimonial e de resultado econômico. 
 
2) SOCIEDADES 
 
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou 
serviços para o exercício de atividade econômica e partilha, entre si, dos resultados (art. 981 do CC). As 
sociedades podem ser classificadas como personificadas ou não personificadas. 
 
SOCIEDADES PERSONIFICADAS são aquelas que possuem personalidade jurídica, gozando assim de 
titularidade negocial (são sujeitos de direitos e obrigações), titularidade processual (têm legitimidade para 
demandar ou ser demandadas em juízo) e titularidade patrimonial (têm patrimônio próprio e distinto do 
patrimônio pessoal de seus sócios). 
 
As SOCIEDADES PERSONIFICADAS adquirem personalidade jurídica com o registro dos seus atos constitutivos 
no órgão de registro competente (art. 985 do CC). 
 
As SOCIEDADES PERSONIFICADAS podem ser classificadas QUANTO À SUA ESPÉCIE, considerando o modo pelo 
qual a sociedade explora a sua atividade; e QUANTO AO SEU TIPO OU FORMA SOCIETÁRIA, considerando, 
principalmente, o grau de responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais. 
 
- QUANTO À ESPÉCIE: Sociedade Simples e Sociedade Empresária; e 
 
- QUANTO AO TIPO OU FORMA SOCIETÁRIA: Sociedade em Nome Coletivo (arts. 1.039 a 1.044 do 
CC), Sociedade em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051 do CC), Sociedade Limitada (arts. 
1.052 a 1.087 do CC), Sociedade Anônima (arts. 1.088 a 1.089 do CC), Sociedade em 
Comandita por Ações (arts. 1.090 a 1.092 do CC) e Cooperativa (arts. 1093 a 1.096 do CC). 
 
Já as SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS são aquelas que não possuem personalidade jurídica, podem ser: 
a) Sociedade em Comum (arts. 986 a 990 do CC)); e Sociedade em Conta de Participação (arts. 991 a 996 
do CC) 
 
2.1 DAS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
 
2.1.1 SOCIEDADE EM COMUM (ARTS. 986 A 995 DO CC) 
- não registrada, irregular ou de fato; 
 
 
3
- terceiros podem provar existência da sociedade por qualquer modo e, entre si, os sócios 
somente podem prová-la por escrito; 
- responsabilidade ilimitada e subsidiária dos sócios pelas obrigações sociais, e direta do sócio 
que houver contratado pela sociedade. 
 
2.1.2 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (Arts. 991 A 996 Do Cc): 
- sociedade “contratual” (não existe perante terceiros); 
- sócio ostensivo x sócio participante (oculto no CC 1916); 
- atos das sociedades são praticados pelo sócio ostensivo, em seu nome e sob sua própria e 
exclusiva responsabilidade; 
- conta de participação (especialização patrimonial); 
- falência do sócio ostensivo: liquidação da sociedade; 
- falência do sócio participante; 
- aplicação subsidiária das normas da simples; 
- liquidação mediante prestação de contas (CPC arts. 914 a 919). 
 
2.2 DAS SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
 
2.2.1 SOCIEDADE SIMPLES (ARTS. 997 A 1.038 DO CC) 
 
Contrato Social: 
- obrigatoriedade de descriçãodas obrigações do sócio, se consistirem em serviços X 
impedimentos; 
- inscrição, no prazo de 30 (trinta) dias, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas; responsabilidade 
solidária ou não por obrigações sociais;decisão unânime de todos os sócios para alteração das 
matérias previstas no artigo 997; outras matérias, por maioria absoluta de votos se o contrato 
não estabelecer unanimidade. 
Direitos e Obrigações dos Sócios: 
- cessão de quotas: responsabilidade solidária do cedente (2 anos) pelas obrigações sociais; 
- prazo de 30 (trinta) dias para contribuição, a contar de notificação, sob pena de responder pelos 
danos decorrentes da mora : indenização ou a exclusão do sócio remisso (maioria) ou redução 
do capital social; 
- sócio que contribua com serviços deve dedicar-se exclusivamente à sociedade. 
Administração: 
- regra é decisão por maioria de votos; 
- responsabilidade subsidiária limitada à participação nas perdas sociais, salvo cláusula de 
responsabilidade solidária; responsabilidade pessoal e solidária do administrador por atos 
praticados antes da averbação de sua nomeação;irrevogabilidade dos poderes outorgados a 
administrador no contrato social x revogabilidade dos poderes conferidos em ato separado 
(delegação);responsabilidade solidária dos administradores por atos praticados com 
culpa.Relações com Terceiros: 
- possibilidade de previsão de solidariedade com a sociedade nas perdas sociais; 
- responsabilidade do sócio admitido por dívidas anteriores; penhorabilidade da quota por dívida 
particular de sócio. 
 
Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio: 
- morte: regra é a liquidação da quota (dissolução somente por decisão dos sócios); 
- retirada: prazo indeterminado, notificação prévia de 60 dias; prazo determinado, prova judicial 
da justa causa; 
- exclusão judicial: falta grave ou incapacidade superveniente (maioria); 
- exclusão por justa causa: falência ou liquidação de quota; 
- redução do capital com base na situação patrimonial da sociedade, salvo suprimento por 
demais sócios. 
 
Dissolução: 
- prorrogação automática do prazo de duração, se não houver oposição de sócio; 
- unanimidade (maioria absoluta se por prazo determinado); 
- 180 dias para reconstituir-se pluralidade de sócios; 
- extinção de autorização para funcionar; 
- dissolução judicial: anulação da constituição, cumprimento ou inexeqüibilidade do fim social; 
- liquidante eleito por deliberação dos sócios. 
 
 
 
4
2.2.2 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (ARTS. 1.039 A 1.044 DO CC) 
 
- sócios são sempre pessoas físicas; 
- responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sociais; 
- somente o sócio pode ser administrador; 
- aplicação subsidiária das normas da simples. 
 
2.2.3 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (ARTS. 1.045 A 1.051 DO CC) 
 
- contrato social deve indicar os sócios comanditados (pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais – o empreendedor) e os sócios comanditários (pessoas 
físicas ou jurídicas, responsáveis de forma limitada ao valor de suas quotas); 
- comanditário não pratica ato de gestão, sob pena de responder pelas obrigações sociais 
(possibilidade de ser procurador para ato específico); 
- morte do comanditado acarreta liquidação da quota (conforme previsto na sociedade simples); 
morte do comanditário implica na sucessão, salvo disposição em contrário; 
- dissolução automática na ausência de uma das categorias de sócios por mais de 180 dias ou 
nos casos do artigo 1.044 (art. 1.033 + falência); 
- aplicação subsidiária das regras da sociedade em nome coletivo. 
 
2.2.4 SOCIEDADE LIMITADA (ARTS. 1.052 A 1.087 DO CC) 
 
Disposições Preliminares: 
- responsabilidade restrita ao valor das quotas e solidária pela integralização do capital social; 
- regência supletiva pelas regras da sociedade simples (possibilidade de indicação de aplicação 
subsidiária da Lei das Sociedade por Ações). 
 
Quotas: 
- vedada contribuição em prestação de serviços (somente sócios capitalistas); 
- estimação dos valores dos bens, para efeito de integralização; 
- possibilidade de existência de quotas desiguais; 
- indivisibilidade das quotas, salvo para transferência; 
- condomínio: exercício de direitos somente pelo representante ou inventariante; 
- cessão livre (i) a qualquer sócio ou (ii) a terceiro, a menos que haja oposição de mais de 1/4 
capital social; 
- em caso de não integralização por sócio remisso, demais sócios estão livres para transferir 
quotas para terceiros. 
 
Administração: 
- pessoa física designada no contrato social ou em ato separado, sócio ou não sócio; 
- eleição de administrador não sócio: unanimidade de sócios (capital não integralizado) e mínimo 
de 2/3 (capital integralizado); 
- investidura mediante termo de posse no livro de atas da administração; 
- destituição de administradores: se nomeado no contrato, depende de aprovação de 2/3 capital 
social (admite disposição em contrário).Conselho Fiscal: 
- empréstimo dos dispositivos da Lei das S.A.: artigos 161 e seguintes; 
- órgão facultativo; três ou mais membros e suplentes, sócios ou não, residentes no país, eleitos 
pela assembléia (ou reunião de sócios);minoritários (pelo menos um quinto do capital social) 
podem eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente; 
- investidura mediante termo de posse lavrado no livro de atas e pareceres do Conselho Fiscal; 
- impedidos de participar do Conselho: aqueles que estão impedidos de ser administradores, 
conforme §1º do artigo 1.011, os membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela 
controlada, os empregados de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge 
ou parente destes até o terceiro grau; 
- atribuições: fiscalização dos negócios da sociedade, livros, finanças, denúncias de fraudes ou 
crimes, convocação da assembléia (omissão da diretoria ou motivos graves e urgentes), 
inclusive durante liquidação;competência exclusiva e responsabilização dos seus membros, 
conforme responsabilização dos administradores. 
 
Deliberações dos Sócios: 
- regra geral: deliberações tomadas em Reunião ou Assembléia de Sócios. As deliberações 
deverão ser tomadas obrigatoriamente em Assembléia de Sócios se o número de sócios for 
 
 
5
superior a 10 (dez), ou não houver expressa previsão contratual de que as deliberações sociais 
poderão tomadas em reunião de sócios; 
- reunião e assembléia são dispensáveis, se todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a 
matéria; 
- convocação para assembléia ou reunião: regra é publicação por três vezes, ao menos, devendo 
mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembléia, o prazo mínimo de 
oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores; 
- formalidades de convocação são dispensadas se sócios declararem, por escrito, ciência quanto 
ao local, data, hora e ordem do dia da reunião ou assembléia; 
- possibilidade de convocação por sócio ou Conselho Fiscal; 
- quorum de instalação de assembléia: 3/4 capital social, em primeira convocação, e qualquer 
número, em segunda convocação. Possibilidade de representação por outro sócio ou 
advogado;quorum de deliberação: (i) UNANIMIDADE DO CAPITAL SOCIAL: eleição de administrador 
não sócio, se o capital não estiver totalmente integralizado; (ii) 3/4 DO CAPITAL SOCIAL: para 
modificação do contrato social, operações de reorganização societária e cessação de estado de 
liquidação, (iii) 2/3 DO CAPITAL SOCIAL: eleição de administrador não sócio, se o capital estiver 
totalmente integralizado, ou destituição de sócio nomeado administrador no contrato social; (iv) 
MAIS DA METADE DO CAPITAL SOCIAL, para designação de administrador em separado, destituição 
de administradores, sua remuneração e pedido de concordata e (v)MAIORIA DOS PRESENTES, nos 
demais casos, previstos em lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada;sócio 
que dissentiu de alteração do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por 
outra, terá o direito de retirar-se da Sociedade;obrigatoriedade de realização de reunião ou 
assembléia, uma vez por ano nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, para 
tomar contas dos administradores e deliberar sobre balanço e resultados; 
- prazo de 2 anos para requerer anulação da aprovação do balanço patrimonial e do resultado; 
- normas relativas à assembléia aplicam-se às reuniões de sócios; 
- responsabilidade ilimitada por deliberações infringentes do contrato ou da lei. 
 
Aumento e Redução do Capital Social: 
- redução em caso de capital excessivo (restituição parcial do valor das quotas aos sócios e 
diminuição proporcional de seu valor nominal) ou perdas irreparáveis (diminuição proporcional 
do valor nominal das quotas); 
- obrigatoriedade de publicação de ata de assembléia ou reunião que deliberar redução de capital 
social em razão de sua excessividade: prazo de 90 dias para impugnação por credor; 
- decorrido o prazo, averbação na Junta Comercial. 
 
Resolução em relação a Minoritários: 
- mediante expressa previsão contratual, possibilidade de exclusão por justa causa (“atos de 
inegável gravidade”) por sócios representando mais da metade do capital social. 
 
Dissolução: conforme sociedade simples
 
 
 
 
 
2.2.5 SOCIEDADE ANÔNIMA (ARTS. 1.088 E 1.089 DO CC; LEI Nº 6.404/76 (ALTERADA PELAS LEIS Nº 9.457/97 
E Nº 10.303/01)) 
 
Regência por lei especial, aplicando-se, subsidiariamente, as regras do NCC. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Conceito: sociedade empresária com capital dividido em ações, na qual os sócios (acionistas) respondem 
pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão de suas respectivas ações. Podem ser abertas ou 
fechadas (permite-se ou não negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão). A sociedade anônima 
é sempre da espécie empresária, ainda que não explore seu objeto na forma empresarial prevista no artigo 
966 do CC (LSA, art. 2º, parágrafo 1º). 
 
CAPITAL SOCIAL 
 
A companhia necessita de recursos para iniciar sua atividade econômica (máquinas, serviços, etc), cabendo 
aos sócios prover tais recursos, transferindo de seus respectivos patrimônios de pessoa física para à 
sociedade. O capital social é uma medida de contribuição dos sócios à sociedade, servindo de mensuração 
de sua força econômica. O capital subscrito é o montante prometido pelos sócios para a formação do capital 
social; e capital integralizado é o montante efetivamente entregue à mesma. O recebimento do preço de 
 
 
6
emissão de ações é apropriado pelo capital social, podendo também ser destinado à uma reserva de 
capital. É dever do acionista integralizar o capital social na forma prometida, não o fazendo é considerado 
remisso, podendo a sociedade alternativamente como possibilita a lei cobrá-lo em juízo ou alienar em bolsa 
as ações não integralizadas. O aumento do capital social poderá se dar pela emissão de novas ações 
(sendo oferecidas primeiramente à acionistas titulares de direito de preferência), ou ainda pela capitalização 
dos lucros e reservas ou pela conversão de partes beneficiárias e debêntures em ações. 
 
AÇÕES 
 
A ação é o valor representativo de uma parcela do capital social da sociedade anônima, atribuindo ao titular 
a condição de sócio desta. O titular de uma ação é o “sócio” de uma sociedade anônima. 
 
QUANTO À NATUREZA, as ações podem ser ordinárias (que todas as sociedades necessariamente emitem); 
preferenciais; ou de fruição. A ação ordinária é a que confere ao acionista os direitos de um sócio comum, 
ou seja, os direitos ordinários de um sócio. As preferenciais conferem restrições ou privilégios a seus 
titulares que devem ser definidos no estatuto. As de gozo ou fruição são ações atribuídas ao acionista cuja 
ação ordinária ou preferencial foi inteiramente amortizada. A amortização é a antecipação ao sócio do valor 
que ele provavelmente receberia, na hipótese de liquidação da companhia. 
 
QUANTO À FORMA, as ações podem ser nominativas, que se transferem mediante registro no livro próprio da 
sociedade anônima emissora; ou escriturais, que se transferem sem emissão de certificado, são mantidas 
depositadas em instituição financeira depositária autorizada pela CVM, em crédito na conta do de ações do 
adquirente. 
A Lei nº 8.021/90 (diploma voltado ao combate da sonegação fiscal) aboliu as ações endossáveis 
(transmitida mediante endosso) e ao portador (transmitida pela simples tradição do documento). 
 
Dependendo do contexto em que é necessário atribuir valor à participação societária (finalidade da 
valoração), a ação poderá ter valores diferentes, podendo ser atribuído pelo menos quatro valores: Valor 
Nominal: é o resultado da divisão do capital social pelo número de ações emitidas, de acordo com o 
estatuto pode ou não estar expresso na ação; Valor Patrimonial: é o resultado da divisão do patrimônio 
líquido da companhia pelo número de ações emitidas, é o valor devido ao acionista em caso de liquidação 
ou reembolso; Valor de Negociação: é o contratado livremente pelas partes, por quem aliena e por quem 
adquire, tal valor é resultado de perspectivas em relação à empresa.No caso de companhia aberta, vendida 
no mercado de capitais, tal valor é cotado em bolsa de valores ou na entidade de mercado de balcão 
organizado; Valor Econômico: pelo método de fluxo de caixa descontado, os avaliadores determinam o 
valor que seria vantajoso para o adquirente pagar por ações de uma companhia, sendo esse o valor 
econômico; e Preço de Emissão: é o valor atribuído pela sociedade emissora à ação, a ser pago pelo 
subscritor (podendo ser à vista ou à prazo). 
 
Acionistas: O acionista tem como direitos essenciais: participar dos lucros sociais (receber dividendos, 
participar do acervo da companhia em caso de liquidação, direitos de conferir e fiscalizar os negócios 
sociais, direito de preferência na subscrição de ações (excetuando-se às ações destinadas ao atendimento 
de opção de compra -geralmente outorgada para executivos e administradores) e direito de retirada ou 
recesso (sócio dissidente). Como dever pode-se apontar a necessidade do mesmo de pagar o valor de 
emissão das ações subscritas. O acionista controlador é aquele que detêm a maioria dos votos da 
companhia, tendo o poder de eleger a maioria dos administradores, respondendo pelos abusos praticados. 
 
CONSTITUIÇÃO 
 
Conforme art. 80 da LSA, a constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos 
preliminares: I) subscrição, por pelo menos duas pessoas de todas as ações que se divide o capital social 
fixado ao estatuto, II) realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão 
das ações subscritas em dinheiro, III) depósito, no Banco do Brasil S.A., ou em outro estabelecimento 
bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. A 
constituição por subscrição pública,destina-se à criação de uma sociedade anônima aberta, apta a 
capitalizar no mercado de capitais (três fases: registro na CVM, colocação das ações e assembléia de 
fundação). A constituição por subscrição particular tem como finalidade à criação de sociedade anônima 
fechada, que pelo menos no seu início não terá captação de recursos no mercado de capitais. 
 
ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA 
 
 
 
7
Os órgãos da sociedade anônima, disciplinados em lei (composição e competência) são assembléia geral, 
conselho de administração, diretoria e o conselho fiscal, os demais órgãos podem ser organizados 
livremente pela companhia. 
 
Assembléia Geral: é órgão de deliberação supremo, competente para deliberar sobre qualquerassunto de 
interesse social; 
 
- MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA (art. 122 LSA): alteração estatuto, eleição e destituição de 
administradores, aprovação das contas, deliberação sobre demonstrações financeiras, autorização 
de emissão de partes beneficiárias ou debêntures, deliberação sobre operações societárias, falência 
ou concordata. 
- ESPÉCIES DE ASSEMBLÉIA: a) Ordinária: para aprovação de contas, demonstrações financeiras, 
destinação dos lucros e distribuição de dividendos, eleição dos administradores e membros do 
Conselho Fiscal e aprovação de correção monetária do capital. Obrigatoriamente uma vez ao ano, 
nos 4 meses seguintes ao término do exercício; b) Extraordinária: outras matérias de interesse 
social. 
- CONVOCAÇÃO: pelo Conselho de Administração, se houver, ou pela Diretoria e, excepcionalmente; a) 
pelo Conselho Fiscal, se o Conselho de Administração ou Diretoria retardarem convocação de 
Assembléia Geral Ordinária em mais de um mês ou por motivos graves ou urgentes; b) por 
acionistas, se reunião é obrigatória por lei ou estatuto, para instalação do Conselho Fiscal, para 
apreciação de matérias relevantes e para deliberar sobre conflito de interesses capaz de inibir 
direito de voto.1 
- MODO DE CONVOCAÇÃO: publicação de anúncio em jornal de grande circulação por, no mínimo, 3 
vezes. Nas sociedades fechadas, possibilidade de convocação por carta com recibo, se sociedade 
possuir menos de 20 sócios e seu patrimônio líquido for inferior a R$ 1 milhão. Quando se tratar de 
assembléia extraordinária, os documentos relativos à reunião deverão ser colocados à disposição 
dos acionistas e administradores. 
- QUORUM DE INSTALAÇÃO (quantidade de acionistas presentes): ¼ do capital com direito a voto, em 
primeira convocação e em qualquer número, em segunda convocação. 
- QUORUM DE DELIBERAÇÃO (quantidade de votos): regra é maioria absoluta, excluídos os em branco. 
Quorum qualificado - metade do capital social votante (art. 136 LSA) e quorum estatutário – 
somente nas sociedades fechadas, quando estatuto fixa quantidade mínima de votos. 
- deve ser lavrada ata de todas assembléias gerais no livro próprio, que deve ser levado à Junta 
Comercial para arquivamento. 
 
Conselho de Administração: é órgão facultativo de caráter deliberativo, sendo obrigatório somente na 
companhia aberta, na sociedade com capital autorizado e na de economia mista. Pode deliberar sobre 
qualquer matéria que não seja de competência exclusiva das Assembléias Gerais. 
- eleito pela Assembléia Geral, composto de no mínimo três acionistas (pessoas naturais, residentes 
no país); 
- delibera sobre qualquer matéria de interesse da companhia, exceto aquelas de competência 
privativa da assembléia geral; 
- cabe-lhe a orientação dos negócios da companhia, eleição e destituição da Diretoria, fiscalização da 
Diretoria, convocação da assembléia geral, aumento do capital social, emissão de bônus de 
subscrição etc. 
- deve possuir um presidente e suas reuniões são convocadas, instaladas e se realizam de acordo 
com regras do estatuto. 
- deve ser lavrada ata de todas as reuniões do CA no livro próprio, que deve ser levado à Junta 
Comercial para arquivamento. 
 
Diretoria: é o órgão executivo da companhia, composto por, no mínimo, dois diretores, eleitos pelo 
Conselho de administração, ou não existindo, pela Assembléia Geral. Cabe aos diretores gerir a empresa e 
manifestar externamente a vontade da pessoa jurídica, nos atos e negócios praticados por esta. 
- é órgão obrigatório; 
- órgão executivo que representa a pessoa jurídica perante terceiros (competência privativa de 
representação legal da SA), formado por no mínimo duas pessoas naturais, residentes no país, 
acionistas ou não; 
- trabalhos das reuniões devem ser registrados em ata, que são lavradas em livro próprio. 
 
 
1
 Observados os quorum previstos no artigo 124 da LA. 
 
 
8
Conselho Fiscal: é o órgão responsável pelo assessoramento da assembléia geral (apreciação de contas e 
votação de demonstração financeiras). Sua existência é obrigatória, apesar do seu funcionamento ser 
facultativo. 
- órgão de existência obrigatória, mas funcionamento facultativo, responsável por assessorar a 
assembléia geral nas matérias relativas à regularidade dos atos de administração da companhia 
(fiscalização); 
- terá funcionamento permanente nas sociedades de economia mista ou se assim disposto no 
estatuto; 
- sua responsabilidade limita-se à avaliação da legalidade e regularidade dos atos de gestão, não 
podendo interferir nas decisões tomadas pelo conselho de administração ou diretoria, e tem atuação 
unicamente interna; 
- composto por no mínimo três membros titulares e seus suplentes (pessoas naturais, residentes no 
país, com formação superior ou experiência empresarial ou de conselheiro fiscal). Os integrantes do 
conselho de administração e diretores não podem ser membros do conselho fiscal. 
- Pode ser posto em funcionamento em qualquer assembléia geral. Nas companhias Fechadas, por 
acionistas que detenham 10% das ações com voto e 5% das sem voto e, nas abertas, entre 2% e 
8% das ações com direito a voto e entre 1% a 4% das ações sem voto. 
 
VALORES MOBILIÁRIOS 
 
São instrumentos de captação de recursos, visando o financiamento da empresa, representando para quem 
adquire ou subscreve uma opção de investimento. A lei (LCVM,art 2º) enumera os principais tipos de 
valores mobiliários: ação, as partes beneficiárias, as debêntures, os bônus de subscrição, e os respectivos 
cupões e certificados de depósito. 
 
Debêntures: São valores mobiliários (negociáveis) que conferem direitos de crédito perante a sociedade 
anônima emissora, nas condições do certificado (se houver) e da escritura de emissão. Partes 
Beneficiárias: São títulos negociáveis, estranhos ao capital social (art. 46), que podem ser emitidas apenas 
pelas companhias fechadas, que asseguram ao seu titular crédito eventual perante a sociedade, consistente 
na participação dos lucros desta. O máximo que a sociedade pode comprometer no pagamento da 
participação ou no regate da parte beneficiária é 10% (dez por cento) de seus lucros. Ao lado da função 
típica dos valores mobiliários de captação de recursos, pode ter a função de remuneração de prestação de 
serviços (para um administrador da sociedade por exemplo) e atribuição gratuita (entidade beneficente). 
Bônus de subscrição: É o valor mobiliário negociável que confere ao titular preferência para subscrição de 
novas ações da companhia, quando de futuro aumento de capital, são oferecidos preferencialmente ao 
acionista, que se desejar conservar a preferência no aumento do capital social deve subscrever o bônus. 
 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE ANÔNIMA 
 
A dissolução da Sociedade anônima, pode ser parcial ou total.A parcial opera-se somente no caso de 
reembolso de acionista dissidente, a morte de acionista não gera qualquer conseqüência em relação à 
sociedade e a exclusão de sócio é impossível. A dissolução total opera-se na forma dos arts. 206 a 218 da 
LSA pode se dar de pleno direito pelo término de prazo de duração, por decisão judicial em falência ou por 
decisão de autoridade administrativa competente. Após a dissolução haverá a liquidação, sendo judicial 
quando requerida por acionista ou pelo MP. 
 
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS 
 
Transformação: é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e 
liquidação, de um tipo para outro (art. 220 LSA). Exige o consentimento unânime de todos os sócios ou 
acionistas (art. 221 LSA), inclusive os sem direito a voto. Ex: de Ltda. para S.A. Incorporação: é a 
operação pela qual uma sociedade (incorporadora) absorve outra ou outras sociedades, que são 
incorporadas, sendo que após a operação a incorporadora remanesce e as incorporadas extinguem-se.A 
incorporadora sucede as outras em todos os direitos e obrigações (art. 227 LSA). Fusão: é a operação pela 
qual duas ou mais sociedades extinguem-se para formar uma nova, que lhes sucederá nas obrigações e 
direitos (art. 228 LSA). Cisão: é caso de desconcentração. Uma sociedade se subdivide (total ou 
parcialmente), sendo que parcela de seu patrimônio é transferida ou vertida para outra(s) sociedade(s) pré-
constituídas ou constituídas para este fim. A companhia cindida se extingue, se a cisão for total, ou terá seu 
capital dividido, se a cisão for parcial (art. 229 LSA). 
 
 
 
 
 
9
2.2.6 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES (ARTS. 1.090 A 1.092 DO CC) 
 
- capital se divide em ações; 
- acionista que não participa da administração tem responsabilidade limitada ao preço de emissão 
das suas ações;diretoria é nomeada no estatuto e só pode ser diretor o acionista e destituição 
depende de acionistas representando 2/3 capital social; 
- administrador responde pelas obrigações sociais subsidiariamente (após exaurimento do 
patrimônio da empresa), ilimitadamente e solidariamente perante outros membros da 
diretoria;extensão da responsabilidade dos diretores pelo prazo de 2 anos após seu 
desligamento;aplicação subsidiária das regras das sociedades anônimas. 
 
2.2.7 SOCIEDADE COOPERATIVA (ARTS. 1.093 A 1.096 DO CC E LEI Nº 5.764/71) 
 
- pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para exercício de 
atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro; 
- constituição por deliberação de assembléia geral de fundadores; 
- deve requerer autorização de funcionamento (caduca em 90 dias); 
- órgãos sociais: assembléia geral, Diretoria ou Conselho de Administração, Conselho Fiscal 
(obrigatório). 
 
Alterações trazidas pela Lei nº 10.406/02: 
- intransferibilidade de quotas por herança; 
- quorum para instalação e deliberação: sócios presentes à reunião;ampliação da 
responsabilidade do cooperado: na proporção de sua participação no prejuízo;aplicação 
subsidiária das regras da sociedade simples. 
 
2.3 SOCIEDADES COLIGADAS (ARTS. 1.097 A 1.101 DO CC) 
- confusão dos conceitos de sociedade controlada, sociedade coligada e simples participação; 
- conceito da Lei das S.A. (art. 243, §1º): são coligadas as sociedades quando uma participa, com 
10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra, sem controlá-la. 
- restrição de participações societárias recíprocas (observância dos limites de reservas) 
 
2.4 SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO (NCC ARTS. 1123 A 1141 E DECRETO-LEI 2627/40) 
 
- prazo de 12 meses para sociedade entrar em funcionamento, após publicação da autorização 
(pena de caducidade). 
 
Sociedade Nacional (art. 1.133 do CC): independe de prévia autorização do Poder Executivo alteração do 
contrato ou estatuto unicamente para aumento do capital social, em virtude de utilização de reservas ou 
reavaliação do ativo. 
 
Sociedade Estrangeira (art. 1.134, §1º, III do CC): dever de informar os administradores da sociedade, no 
requerimento de autorização. 
 
2.5 DA LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE (ARTS. 1.102 A 1.112 DO CC) 
 
- art. 51 do CC: dissolução da sociedade deve ser averbada no registro competente e sociedade 
subsiste somente para os fins de liquidação; 
- fase de liquidação do ativo e satisfação do passivo; 
- acréscimo da expressão “em liquidação” ao nome empresarial da sociedade, que passa a ser 
representada pelo liquidante; 
- cabe ao liquidante dar publicidade à dissolução, arrecadar os bens e livros da sociedade, 
elaborar inventário e balanço do ativo e passivo, realizando o ativo, pagando o passivo e 
partilhando o remanescente entre os sócios ou acionistas. Também deve prestar contas aos 
sócios a cada seis meses, confessar falência da sociedade ou pedir sua concordata, bem como 
exigir integralização das quotas dos sócios, se for o caso, e recursos necessários para cobrir as 
perdas; 
- ao final da liquidação, liquidante apresenta aos sócios o relatório e contas finais, averba a ata da 
reunião ou assembléia que considerar encerrada a liquidação e promove o cancelamento da 
inscrição da pessoa jurídica; 
- liquidação judicial: procedimento previsto no Código de Processo Civil. 
 
 
 
10 
III - ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL (arts. 1.142 a 1.149 do CC) 
 
CONCEITO 
É complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária 
(ampliação do conceito previsto na legislação tributária). 
 
FORMALIDADES DO TRESPASSE 
Os contratos relativos à alienação, usufruto ou arrendamento do estabelecimento devem ser averbados no 
registro competente e publicados na imprensa oficial para produzir efeitos perante terceiros; Não restando 
bens suficientes para o pagamento de seus credores, o empresário alienante deverá notificá-los para que, 
no prazo de até 30 dias, manifestem-se sobre a alienação do estabelecimento empresarial. Decorrido o 
referido prazo, o contrato de trespasse só será eficaz, se os credores, expressa ou tacitamente, tiverem 
anuído à alienação do estabelecimento. 
 
SUCESSÃO 
O adquirente do estabelecimento empresarial responde por todos os débitos anteriores à alienação, desde 
que devidamente contabilizados, permanecendo o alienante solidariamente responsável pelo prazo de 1 
ano a partir da publicação da alienação (para créditos vencidos) ou da data de vencimento (para créditos 
vincendos). Salvo disposição em contrário, ou no caso de contratos personalíssimos, os contratos do 
alienante são transferidos para o adquirente (sub-rogação) e, nessa hipótese, terceiros podem rescindir os 
contratos em 90 dias contados da transferência, ressalvada a responsabilidade do alienante. A cessão de 
créditos do alienante só produz efeitos em relação aos devedores desde a publicação da transferência e 
devedor fica exonerado se pagar ao cedente de boa-fé. 
 
NÃO CONCORRÊNCIA 
Salvo autorização expressa, proibição de concorrência por 5 anos no caso de alienação e pelo prazo do 
contrato no caso de usufruto ou arrendamento; 
 
IV - INSTITUTOS COMPLEMENTARES (arts. 1.150 a 1.195 do CC) 
 
DO REGISTRO 
Submissão do empresário e da sociedade empresária ao Registro Público de Empresas Mercantis e da 
sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 
Atos sujeitos ao registro: 
- atos societários (assembléias/reuniões); 
- livros (escrituração contábil/fiscal); 
- livros societários; 
- termos de nomeação/renúncia; 
- responsabilidade por perdas e danos em razão de omissão/ demora; 
- prazos de 10/20/30 dias. 
 
DO NOME EMPRESARIAL2: 
- conceito: firma ou denominação adotada para o exercício da empresa; 
- denominação da sociedade simples, associações e fundações equipara-se ao nome 
empresarial, para fins de proteção; 
- firma: nome do empresário, completo ou abreviado, sendo facultativa indicação mais precisa da 
sua pessoa ou atividade; 
- firma é obrigatória na sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada (nome de 
um deles e “e Cia.”); 
- nome de sócio que constar na firma terá responsabilidade solidária e ilimitada; 
- proteção do nome decorre do arquivamento (princípio da anterioridade), que garante direito de 
uso exclusivo no estado em que registro for efetuado; 
- nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar da sociedade deve ser retirado do 
nome empresarial; 
- imprescritibilidade da ação da anulação de nome. 
 
Sociedade Limitada: adota firma ou denominação, acompanhada da expressão “Limitada” ou “Ltda.” (sob 
pena de responsabilidade ilimitada). Em caso de firma, o nome empresarial será formado com nome de um 
 
2
 OBS: Os Projetos de lei nºs 6960/7160 (Fiúza) e nº 7070 (ABPI) pretendem a alteração de inúmeros dispositivos 
relativos ao nome empresarial.11 
ou mais sócios, pessoas físicas; e, em caso de denominação, será formado por qualquer expressão 
lingüística, acompanhado obrigatoriamente pela designação do objeto da sociedade; 
 
Sociedade Anônima: adota obrigatoriamente a denominação, indicando objeto explorado pela sociedade, 
acrescido da empressão “sociedade anônima”, ou “S.A.”, ou ainda, através da utilização da palavra 
“companhia”, ou “cia.” no início do nome empresarial; 
 
Sociedade Cooperativa adota denominação, seguida de “cooperativa”; 
 
Sociedade em Comandita por Ações adota denominação designativa do objeto social, acompanhada da 
expressão “comandita por ações”; 
 
DOS PREPOSTOS: 
- preposto: administrador nomeado para ato específico, impedido de substabelecer e participar 
em operações do mesmo gênero; 
- gerente: preposto permanente, cuja limitação, modificação e revogação de poderes deve ser 
arquivado perante o registro próprio para surtir efeitos perante terceiros. 
 
 
CAPÍTULO 2 - DIREITO CAMBIÁRIO 
 
I - TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
Legislação Básica: Artigos 887 a 926 da Lei nº 10.406/02; Decreto nº 2.044/08 (somente vigoram os 
artigos 3º, 10, 14, 19, II, 20, 36, 48 e 54, I) 
Lei Uniforme de Genebra (LU), Anexo I da Convenção de 1.930 (Decreto 57.663/663 
Lei nº 7.357/85 (LC): cheque 
Lei nº 5.474/68 (LD), alterada pelo Decreto-lei nº 436/69: duplicata 
Lei nº 9.492/97 (protesto) 
 
Conceito: 
Título de Crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo, nele mencionado 
(conceito de Vivante; art. 887 do CC). 
 
Características: 
- refere-se exclusivamente a relações creditícias; 
- facilidade de cobrança em juízo (título executivo extrajudicial); 
- negociabilidade (facilidade de circulação do crédito). 
 
Princípios: 
- CARTULARIDADE: o exercício dos direitos representados pelo título de crédito depende de sua 
posse4; 
- LITERALIDADE: somente os atos lançados no próprio título produzem efeitos jurídico-cambiais 
(exemplos: quitação, aval)5; 
- AUTONOMIA: a invalidade de determinada obrigação contida no título de crédito não se estende 
às demais. 
- ABSTRAÇÃO: quando posto em circulação, o título se desvincula da causa que lhe deu origem. 
 
Classificação: 
- LIVRES OU VINCULADOS: conforme devam seguir determinado modelo ou padrão (vinculados: 
duplicata e cheque); 
- ORDEM DE PAGAMENTO (cheque, duplicata e letra de câmbio) OU PROMESSA DE PAGAMENTO (nota 
promissória); 
 
3
 Não vigoram os artigos 10, itens 2 e 3 do artigo 43, alíneas quinta e sexta do artigo 44. Além disso, o artigo 38 vigora 
com redação diversa, em razão do artigo 5º do Anexo II (aceite de letra de câmbio para aceitante na data de vencimento) 
e a taxa de juros moratórios não é é a mencionada nos artigos 48 e 49. 
4
 Exceções: protesto de duplicata por indicação (LD, art. 13, §1º), execução de duplicata não restituída pelo devedor 
(LD, art. 15, II). 
5
 Exceção: quitação de duplicata em documento separado (LD, art. 9º, §1º). 
 
 
12 
- CAUSAIS, cuja emissão depende de determinadas hipóteses previstas em lei (ex. duplicata 
mercantil), LIMITADOS, pois não podem ser emitidos em determinadas circunstâncias (ex. letra de 
câmbio para representar compra e venda mercantil) e NÃO CAUSAIS OU ABSTRATOS, cuja emissão 
pode ocorrer em qualquer hipótese (ex. cheque ou nota promissória); 
- AO PORTADOR (não indicam nome do credor), NOMINATIVOS À ORDEM (indicam nome do credor e 
se transferem por endosso) e NOMINATIVO NÃO À ORDEM (indicam nome do credor, mas circulam 
mediante cessão civil de crédito). 
 
II - ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
1. LETRA DE CÂMBIO 
 
Legislação básica: Lei Uniforme de Genebra - LU 
 
Conceito: trata-se de uma ordem de pagamento que sacador endereça ao sacado em benefício do 
tomador. 
 
Estrutura: sacador (pessoa que dá ordem de pagamento), sacado (pessoa que deve pagar) e tomador 
(beneficiário da ordem) 
 
Requisitos de Validade: “letra de câmbio”, ordem de pagar quantia determinada (não condicional, sendo 
possível a indicação de correção monetária e juros), nome do sacado (que só se obrigará ao pagamento 
mediante aceite), nome do tomador (somente torna-se ao portador, mediante endosso em branco; pode ser 
não à ordem), assinatura do sacador (sacador torna-se co-devedor da letra), data do saque (executividade), 
lugar do pagamento e lugar do saque; 
 
Cláusula-Mandato: usualmente, nomeação do credor como procurador para emissão do título de crédito 
(Súmula 60 do STJ declarou nulidade); 
 
É permitida a circulação de título em branco ou incompleto (Súmula 387 do STF), embora todos os seus 
requisitos devam ser observados antes do protesto ou cobrança judicial (preenchimento pelo credor de boa-
fé). 
 
Aceite: ato cambiário lançado pelo sacado na face (anverso) de um título de crédito, que irá vinculá-lo ao 
pagamento do mesmo na qualidade de devedor principal. 
- sacado só se obriga a pagar o título mediante o aceite (aceitante); 
- é sempre facultativo; 
- decorre da assinatura do sacado no anverso (também no verso, se indicar expressão “aceito”); 
- em caso de falta de aceite ou aceite parcial (limitativo – valor ou modificativo – condições de 
pagamento), ocorre o vencimento antecipado do título; 
- aceite parcial também pode ser para incluir condição de qualquer natureza no título (pelo 
sacado); 
- cláusula não-aceitável: impede apresentação da letra ao sacado antes do vencimento. 
 
Endosso: ato pelo qual o credor de um título de crédito (endossante) à ordem transmite seus direitos a 
outra pessoa (endossatário). 
- usualmente é ato oneroso; 
- se o título for não à ordem, ato de transferência do crédito será cessão civil de crédito; 
- endosso X cessão de crédito: endossante, em regra, responde pela solvência do devedor, mas 
cedente só responde pela existência do crédito e devedor não pode alegar contra o 
endossatário de boa-fé exceções pessoais; 
- endosso transfere título ao endossatário e vincula endossante ao pagamento; 
- cláusula sem-garantia: endossante se exonera de responsabilidade, mediante concordância do 
endossatário; 
- pode ser em branco (assinatura do endossante no verso ou assinatura + “pague-se”, no verso 
ou anverso) ou em preto (assinatura + “pague-se” a “nome do endossatário”, no verso ou 
anverso); 
- não será endosso a assinatura no anverso sem a expressão “pague-se” (aval em branco); 
- endosso em branco: título ao portador; 
- endosso impróprio: serve para legitimar a posse de um título pelo endossatário não credor (não 
transfere o crédito), podendo ser endosso-mandato (endossatário é mandatário do endossante) 
ou endosso-caução (endossatário é credor pignoratício do endossante); 
 
 
13 
- endosso-mandato: “pague-se, por procuração, a ........”; 
- endosso-caução: constituição de garantia de penhor, mediante entrega da letra de câmbio ao 
credor (caucionado): “pague-se, em garantia, a ............”. 
 
Aval: ato pelo qual uma pessoa (avalista) se obriga a pagar título de crédito nas mesmas condições que um 
devedor (avalizado), admitido o aval parcial. 
- autonomia e equivalência; 
- assinatura do avalista no verso ou anverso + “por aval” ou “por aval de ........”; 
- aval em branco: assinatura no anverso do título; 
- admitido aval simultâneo (em regra, devedores cambiais não são solidários) e aval sucessivo; 
- invalidade da disposição da Súmula 189 do STF, que determina que avais em branco e 
superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos; 
- aval (autônomo em relação à obrigação avalizada) X fiança (obrigação acessória) + avalista não 
pode opor exceções que aproveitam apenas ao avalizado X fiador pode alegar exceções do 
afiançado; 
- Súmula 26 do STJ: avalista de título de crédito vinculado a contratode mútuo também responde 
pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário. 
 
Pagamento: 
- ocorre vencimento antecipado em caso de recusa do aceite pelo sacado ou falência do 
aceitante (redução de encargos); 
- letra pode ter vencimento em dia certo (data de vencimento determinada no saque), ser à vista 
(vence com apresentação do título ao sacado), a certo termo da vista (determinado prazo a 
partir da data do aceite) ou a certo termo da data (determinado prazo a partir da data do saque); 
- cadeia de anterioridade no pagamento: devedor principal (aceitante, se houver), sacador e 
endossantes e avalista (garantidores); 
- letra deve ser apresentada para o aceitante para pagamento no dia de seu vencimento (protesto 
deve ser providenciado nos dois dias úteis seguintes, se devedor não pagar o título); 
- quitação deve ser exigida no próprio título. 
 
Protesto: ato praticado pelo credor para incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para 
relações cambiais. 
- por falta de aceite; 
- por falta de pagamento; 
- por falta de data de aceite (letra a certo termo da vista); 
- se o título tem vencimento certo, o protesto por falta de pagamento deve ser providenciado nos 
2 dias úteis seguintes àquele em que é pagável; 
- caso o credor perca o prazo para o protesto, não poderá cobrar a letra dos co-devedores e 
avalistas (no caso do endossatário, não em relação ao aceitante e seu avalista); 
- necessário (para preservar direitos contra co-devedores – sacador e endossantes - e 
respectivos avalistas) ou facultativo; 
- cláusula “sem despesas” ou sem protesto; 
- pagamento em cartório; 
- possibilidade de cancelamento do protesto após pagamento do título pelo devedor; 
- cobrança judicial: execução (título executivo extrajudicial); 
- prescrição: 3 anos, a contar do vencimento, contra devedor principal e avalista e 1 ano, contado 
do protesto ou vencimento, contra os co-devedores. 
 
2 NOTA PROMISSÓRIA 
 
Legislação básica: Lei Uniforme de Genebra - LU 
 
Conceito: título que representa promessa de pagamento de determinada quantia pelo sacador ao 
beneficiário da promessa (tomador). 
 
Características: 
- não existe aceite; 
- se não atender aos requisitos previstos na lei, sua transferência se opera por cessão de crédito; 
- requisitos: expressão “nota promissória”, promessa de pagar quantia determinada, nome do 
tomador, data do saque, assinatura do subscritor e lugar do saque; 
- obedece mesmo regime jurídico da letra de câmbio, exceto naquilo que não diga respeito à sua 
natureza de promessa de pagamento. 
 
 
14 
 
3 DUPLICATA 
 
Legislação básica: Lei nº 5.474/68 (Lei da Duplicata - LD), alterada pelo Decreto-lei nº 436/69; Resolução 
nº 102/68 do BACEN (modelo de duplicata) 
 
Conceito: título que serve à constituição, circulação e cobrança do crédito nascido de operações mercantis 
ou contratos de prestação de serviços. 
 
Características: 
- o sacado (devedor do sacador) se obriga ao pagamento da duplicata ainda que não a assine 
(aceite obrigatório); 
- é título causal, já que sua emissão somente pode ocorrer para documentar compra e venda 
mercantil ou prestação de serviços; 
- sua emissão é facultativa, mas o empresário que a emite deve escriturar o Livro de Registro de 
Duplicatas (admitido o registro em meio magnético); 
- a duplicata deve ser emitida no mesmo ato e com base na fatura ou nota-fiscal fatura emitida 
pelo comerciante (vendas com prazo não inferior a 30 dias); 
- o sacador deve remeter a duplicata ao sacado para aceite no prazo de 30 dias da data da 
emissão e, quando não for à vista, deve ser devolvida pelo comprador no prazo de 10 dias; 
- comprador só pode deixar de aceitar a duplicata se não recebeu as mercadorias ou as recebeu 
danificadas, com defeitos, vícios, diferenças na quantidade ou qualidade ou divergência nos 
prazos ou preços ajustados; 
- juros só incidem a partir do protesto do título; 
- em caso de prestação de serviços, o respectivo crédito pode ser documentado por duplicata ou 
conta de serviços (a última, por profissionais liberais e prestadores de serviços eventuais). 
 
Protesto: 
- pode ser por falta de aceite (sem assinatura do devedor, antes do vencimento), por devolução 
(sem assinatura do devedor ou com indicações da duplicata que foi retida) ou por falta de 
pagamento (assinada ou não pelo devedor, depois de vencido o título); 
- o protesto por indicações se dá com base nos dados escriturados no Livro de Registro de 
Duplicatas, na hipótese de o devedor reter a duplicata; 
- em caso de duplicata de prestação de serviços, o protesto por indicações depende da 
apresentação de documento que comprove o vínculo contratual e prova da efetiva prestação de 
serviços; 
- a lei autoriza a emissão de triplicata (segunda via da duplicata) em caso de perda ou extravio, 
mas é comum sua emissão também em caso de retenção pelo devedor. 
 
Execução: 
- se houve aceite ordinário (assinatura) da duplicata ou triplicata, sua cobrança judicial independe 
de protesto, mas se o aceite é presumido, é necessário o protesto da duplicata ou triplicata, 
além do comprovante de recebimento das mercadorias, para que seja constituído o título 
executivo extrajudicial; 
- na execução contra os endossantes e seus respectivos avalistas, o protesto também é condição 
essencial; 
- prescrição de 3 anos, a contar do vencimento, contra sacado e avalista, 1 ano, a contar do 
protesto, contra endossante e seus avalistas, e 1 ano, a partir do pagamento, para direito de 
regresso contra co-devedor. 
 
4. CHEQUE 
 
Legislação básica: Lei nº 7.357/85; e Lei nº 9.069/95 
 
Conceito: ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco (sacado); título de crédito de modelo 
vinculado. 
 
 
Características: 
- requisitos: palavra “cheque”, ordem incondicional de pagar quantia determinada, nome do banco 
(sacado), data e lugar do saque (onde se encontra sacador quando preenche o cheque) e 
assinatura do emitente; 
 
 
15 
- só pode ser ao portador até R$ 100,00; 
- cláusula à ordem implícita e endosso pode ser sem garantia; 
- visado (banco assina verso confirmando existência dos fundos), administrativo (banco é 
emitente e sacado), cruzado (cruzamento em branco ou em preto) e para se levar em conta 
(proibição de pagamento em dinheiro); 
- prazo de apresentação: 30 dias, se da mesma praça, e 60 dias, para os cheques de praças 
diferentes; 
- perda do prazo acarreta impossibilidade de execução dos endossantes e avalistas se o cheque 
não tiver fundos; 
- prescrição para execução: 6 meses do término do prazo para apresentação; 
- cheque pós-datado: não produz efeitos contra sacado, mas dá direito de ação em face daquele 
que depositar o título antes da data acordada; 
- sustação: impede liquidação do cheque; 
- a revogação (contra-ordem) só pode ser requerida pelo emitente e só produz efeitos a partir do 
término do prazo para apresentação, se esta não ocorrer. Visa a limitar eficácia do título aos 30 
ou 60 dias seguintes à emissão; 
- a oposição pode ser requerida pelo portador legitimado e produz efeitos imediatamente; 
- o cheque somente pode ser apresentado duas vezes e cheque sem fundos deve ser protestado 
durante prazo de apresentação, ou oposição; 
- a emissão dolosa de cheque sem fundos é considerada estelionato. 
 
III - TÍTULOS DE CRÉDITO NA LEI Nº 10.406/02 
 
O Código Civil disciplina genericamente, a partir de seu artigo 903, os títulos de crédito no ordenamento 
jurídico pátrio. No entanto, as matérias não reguladas de forma expressa pelo Código Civil, submetem-se 
aos dispositivos específicos previstos em lei especial. 
 
Disposições Gerais: 
- requisitos essenciais: data de emissão, direitos que confere e assinatura do emitente; 
- se não indicar datade vencimento, á considerado à vista; 
- na ausência de lugar de emissão e de pagamento, considera-se o do domicílio do emitente; 
- nulidade das cláusulas relativas a juros, proibição de endosso, exclusão de responsabilidade 
pelo pagamento, que determine não observância dos requisitos previstos em lei e que exclua ou 
restrinja direitos e obrigações sem permissão legal; 
- possibilidade de o título ser garantido por aval, sendo vedado o aval parcial (aval no verso ou 
anverso do título); 
- credor não é obrigado a receber pagamento antes do vencimento do título; 
- quitação, ainda que parcial, deve constar no próprio título, mesmo que feita também em 
separado. 
 
Título ao portador: 
- transferência por simples tradição e direito de o portador receber o crédito nele indicado 
mediante apresentação ao devedor, ainda que tenha circulado contra a vontade do emitente; 
- devedor somente pode opor exceções pessoais ou nulidade da obrigação; 
- portador de título danificado pode obter substituição com o emitente e, em caso de extravio, 
pode obter novo título em juízo. 
 
Título à ordem: 
- endosso no verso ou anverso do título (nulo o endosso parcial); 
- endosso pode ser em preto (indica endossatário) ou em branco; 
- possibilidade de endosso-mandato. 
 
Título nominativo: 
- emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente, cuja transferência se dá 
mediante assinatura do proprietário e adquirente no registro; 
- pode ser transformado em à ordem ou ao portador. 
 
 
CAPÍTULO 3 – PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
 
I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
 
16 
Legislação Básica: Convenção da União de Paris (Decreto nº 75.572/75 e Decreto nº 1.263/94); Lei nº 
9.279/96 (“LPI”). 
 
Bens da Propriedade Industrial: invenção e modelo de utilidade (concessão de patente – “carta-patente”), 
desenho industrial e marca (registro – “certificado”) – Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 
 
II - MODELO DE UTILIDADE E INVENÇÃO (PATENTES) 
 
Modelo de utilidade: objeto que apresente nova forma ou disposição (melhoria funcional no uso ou 
fabricação). A lei não define invenção.6 
- requisitos: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial; 
- prazo: patente de invenção vigora por 20 anos e patente de modelo de utilidade vigora por 15 
anos, a contar da data do depósito; 
- patente impede que terceiro possa produzir ou alienar produto que seja seu objeto; 
- constituem crime a fabricação de produto objeto de patente, a utilização de meio ou processo 
objeto de patente ou comercializar produto objeto de patente ou obtido por meio ou processo 
patenteado; 
- não cabe recurso da concessão da patente, mas é admitida sua nulidade por via administrativa 
ou judicial. 
 
III - DESENHO INDUSTRIAL E MARCA (REGISTRO) 
 
Desenho Industrial: Forma plástica ou industrial ornamental de um objeto ou conjunto ornamental de linhas 
e cores que possa ser aplicado a um produto (novo resultado visual). 
- obras de caráter puramente artístico não são desenho industrial; 
- requisito de originalidade: configuração visual distinta, ainda que mediante combinação de 
elementos conhecidos; 
- depositado o pedido, será publicado e concedido simultaneamente; 
- não há análise de mérito (novidade e originalidade) do pedido, que ocorre após concessão do 
registro a pedido do titular (em sua falta, nulidade); 
- prazo: 10 anos, prorrogável por 3 períodos sucessivos de 5 anos; 
- pode ser requerida nulidade administrativa (5 anos da concessão do registro) ou judicial (a 
qualquer tempo de vigência do registro). 
 
Marcas: Para requerer registro, o requerente deve exercer efetiva e licitamente a atividade correspondente 
(ou empresa controlada pelo requerente). 
- objeto: marcas visualmente perceptíveis (inclusive tridimensionais); 
- marca de produto ou serviço; 
- proteção às marcas notoriamente conhecidas e a marca utilizada há mais de seis meses no 
país (precedência sobre depósito de marca idêntica ou semelhante); 
- prazo de 60 dias, a contar da publicação do pedido de registro, para oposição, não cabendo 
recurso em caso de concessão do registro; 
- prazo: 10 anos, podendo sua prorrogação ser requerida no último ano de sua vigência ou nos 
seis meses subseqüentes ao término do prazo; 
- titular pode licenciar ou ceder seu direito; 
- constitui crime reproduzir, imitar ou alterar marca, comercializar produto com marca ilicitamente 
reproduzida ou imitada ou em recipiente ou embalagem que contenha marca de terceiro; 
- possibilidade de requerer anulação (nulidade administrativa) no prazo de 180 dias a contar da 
concessão do registro ou judicialmente, no prazo de 5 anos da concessão do registro (Justiça 
Federal, com intervenção do INPI); 
- marca de certificação: conformidade do produto ou serviço com normas ou especificações 
técnicas; 
- marca coletiva: indica produtos ou serviços de membros de uma determinada entidade. 
 
6
 Definição no Dicionário Aurélio: coisa nova criada ou concebida no campo da ciência, da tecnologia ou das artes: a 
invenção do motor de explosão; a invenção de um logotipo. 
 
 
 
17 
CAPÍTULO 4 - CONTRATOS MERCANTIS 
 
I - COMPRA E VENDA MERCANTIL 
 
Legislação básica: artigos 481 a 532 da Lei nº 10.406/02 
 
Conceito: transferência do domínio de um bem de um empresário para outro empresário, mediante 
recebimento do preço (normalmente, bens relacionados à cadeia de circulação de mercadorias entre 
empresários ou entre empresário e consumidor). 
- regime jurídico igual ao da compra e venda civil; 
- se a compra e venda entre empresários tiver por objeto bem não considerado insumo, ficará 
caracterizada relação de consumo e, conseqüentemente, a compra e venda não será 
considerada mercantil. 
 
Elementos do contrato: 
- objeto: mercadoria (presente ou futura); 
- preço: livre fixação pelas partes (exceções: congelamento, tabelamento, monitoramento etc.); 
- condições: consignação, venda a contento (teste), por amostra. 
 
Obrigações do vendedor: 
- transferir domínio da coisa; 
- responder por vícios; 
- responder por evicção. 
 
Obrigações do comprador: 
- pagar o preço; 
- receber a mercadoria no tempo, lugar e modo contratado. 
 
II - LOCAÇÃO EMPRESARIAL 
 
Legislação básica: Lei nº 8.245/91 (Lei de Locação – “LL”) 
 
Requisitos (LL art. 51): contrato escrito, por prazo determinado, mínimo de cinco anos de relação locatícia 
(um contrato ou soma de contratos sucessivos), exploração da mesma atividade por, no mínimo, três anos 
ininterruptos. 
 
Exceções ao dever de renovar o contrato (LL arts. 52 e 72, II e III): 
- obras no imóvel, por exigência do Poder Público; 
- reformas do imóvel para sua valorização; 
- insuficiência da proposta do locatário ou melhor oferta de terceiro; 
- uso próprio ou transferência do estabelecimento (fundo de comércio) existente há mais de um 
ano, pertencente ao locador, cônjuge, ascendente, descendente ou sociedade por ele 
controlada (desde que não na mesma atividade exercida pelo locatário – inconstitucional?). 
 
O Locatário terá direito à indenização por prejuízos e lucros cessantes se renovação não decorrer de melhor 
proposta de terceiro ou se locador não der o destino alegado ao imóvel (uso próprio, obras, reformas etc.); 
 
Ação Renovatória: 
- autor deve ser o proprietário, cessionário ou sucessor do imóvel; 
- foro do lugar da situação do imóvel (respeitado foro de eleição); 
- valor da causa é de doze meses de aluguel; 
- pressupõe atendimento aos requisitos do art. 51, cumprimento do contrato, pagamento de todas 
as obrigações, quais as condições oferecidas para a renovação, indicação de fiador e 
compromisso deste e, se for o caso, prova de ser cessionário ou sucessor; 
- se não concedida renovação,prazo de 6 meses. 
 
Shopping Centers: 
- locador não pode recusar renovação alegando uso próprio ou transferência de estabelecimento, 
mas pode tentar impedi-la se a renovação causar prejuízo ao shopping center (conforme 
demanda dos consumidores); 
- valor do aluguel normalmente se desdobra numa parcela fixa e noutra variável, de acordo com o 
faturamento do lojista; 
 
 
18 
- é comum o rateio de despesas de manutenção das partes comuns do shopping. 
 
 
III - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA 
 
Legislação básica: Bens móveis: artigo 66 da Lei nº 4.728/65 (Lei de Mercado de Capitais); Bens imóveis: 
artigo 22 da Lei nº 9.514/97 (Sistema Financeiro Imobiliário) Propriedade Fiduciária: artigos 1.361 a 1.368 
da Lei nº 10.406/027 
 
Conceito: alienação de um bem (do fiduciante) a um terceiro (fiduciário), em confiança, para garantia de 
uma dívida, o qual se obriga a devolvê-lo nas condições previstas no contrato - transferência da propriedade 
resolúvel de um bem ao fiduciário (credor) e posse direta do bem ao devedor (fiduciante-depositário). 
 
Objeto: 
- Coisas móveis (NCC art. 1.362); 
- Coisas imóveis (Lei nº 9.514/97); 
- Coisas fungíveis e coisa infungíveis (NCC art. 1.361); 
- Bens do devedor (NCC admite propriedade superveniente); 
- Ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição. 
 
Partes: quem pode ser agente fiduciário? 
− Doutrina e jurisprudência predominantes: sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
− Flexibilização, desde que observadas as formalidades do contrato (Lei nº 4.728/65 x artigo 17 da Lei 
nº 4.595/64). 
 
Natureza: garantia, negócio-meio. 
 
Contrato: 
− A alienação fiduciária em garantia somente se prova por escrito público ou particular (NCC art. 
1.361, §1º); 
− Propriedade fiduciária se constitui com registro do contrato no registro competente (Título e 
Documentos ou, em caso de veículos, autoridade competente para o licenciamento, mediante 
anotação no certificado). 
 
O contrato deve declarar, necessariamente: 
− Total da dívida ou estimativa; 
− Prazo ou a época do pagamento; 
− Taxa de juros, se houver (comissões, cláusula penal, correção monetária); 
− Descrição do bem com os elementos indispensáveis à sua identificação. 
 
Obrigações das partes: 
Devedor: 
− Usar a coisa, às suas expensas e risco, segundo sua destinação, assumindo qualidade de 
depositário e entregá-la se não pagar a dívida; 
− Pagar o remanescente do débito se o produto da venda da coisa não bastar para quitar a dívida. 
Credor: 
− Vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros; 
− Aplicar o produto da venda no pagamento do crédito e restituir o saldo, se houver, ao devedor. 
 
Mora e Inadimplemento (NCC arts. 1.421, 1.425, 1.426, 1.427 e 1.436) 
- pagamento de uma ou mais prestações não exonera da garantia, salvo se previsto no contrato; 
- vencimento antecipado se a coisa se deteriorar, depreciar ou perecer, sem ser reforçada nem 
substituída, se insolvente ou falido o devedor, em caso de mora ou se a coisa por desapropriada 
(não imputação de juros não vencidos); 
- desoneração do terceiro que presta garantia real por dívida alheia se, sem sua culpa, a coisa se 
perder, deteriorar ou desvalorizar; e 
- extinção da garantia se extinta a obrigação, perecer a coisa, renunciar o credor, ocorrer 
confusão, adjudicação judicial do bem, sua remissão ou venda pelo credor. 
 
7
 O Projeto de Lei nº 6.960 de 2.002, apresentado pelo Deputado Ricardo Fiúza, propôs a reforma dos artigos 1.361, 
1.362 e 1.365. 
 
 
19 
 
Busca e Apreensão: 
- citação para contestar ou purgar mora (se pago pelo menos 40% do débito); 
- contestação: pagamento do débito ou cumprimento das obrigações contratuais; 
- se o bem não for encontrado, possibilidade de conversão em ação de depósito ou execução; 
- prisão civil: controvérsia doutrinária e jurisprudencial; 
- em caso de falência do devedor, direito de pedir a restituição do bem alienado fiduciariamente. 
 
IV - REPRESENTAÇÃO COMERCIAL (AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO) 
 
Legislação básica: Lei nº 4.886/65, alterada pela Lei nº 8.420/92 (“LR”); Agência e Distribuição: artigos 710 
e seguintes da Lei nº 10.406/02 
 
Conceito: Artigo 1º da LR: Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa 
física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais 
pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, 
transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. 
 
Lei nº 10.406/02: Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem 
vínculos de dependência, a obrigação de promover, por conta de outra, mediante retribuição, a realização 
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua 
disposição a coisa a ser negociada. 
 
Características principais: 
- profissionalidade do representante: só podem ser representantes comerciais autônomos 
aqueles que podem ser comerciantes (empresários) comuns – artigo 4º8 da LR – e desde que 
devidamente registrados nos Conselhos Regionais dos Representantes; 
- autonomia do representante: não subordinação hierárquica. Deverá o representante, entretanto, 
seguir instruções do representado a respeito da comercialização dos produtos, especialmente 
no que concerne à fixação de preços, condições de venda, descontos etc.. Está obrigado, ainda, 
a prestar contas sobre o andamento dos negócios e situação dos clientes, bem como a manter 
sigilo sobre as atividades de representação; 
- habitualidade dos atos por ele praticados; 
- natureza mercantil dos negócios praticados pelo representante; 
- delimitação geográfica; 
- exclusividade da representação (não pode representar duas ou mais empresas para um mesmo 
gênero de negócios). Também diz respeito à possibilidade de mais de um representante prestar 
serviços na mesma zona de representação (na ausência de dispositivo legal, é possível); 
- onerosidade de contrato (remuneração do representante): variável, calculada na base de 
percentagem sobre o valor do negócio concluído, ou seja, condicionada à execução do contrato, 
ou fixa, se o representante receber determinada remuneração para promover um certo número 
de operações; 
- proibição de inserção de cláusula del credere. 
 
Contrato: quando celebrado por escrito, do contrato de representação comercial constarão 
obrigatoriamente: 
- condições e requisitos gerais da representação; 
- indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação; 
- prazo certo ou indeterminado da representação; 
- indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação; 
- garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona ou setor de zona; 
- retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da efetiva 
realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo representado, dos valores respectivos; 
- os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade; 
- obrigações e responsabilidades das partes contratantes; 
- exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado; 
 
8
 Artigo 4º: Não pode ser representante comercial: a) o que não pode ser comerciante; b) o falido não reabilitado; c) o 
que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação 
indébita, contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de cargo público; e) o que estiver 
com seu registro comercial cancelado como penalidade. 
 
 
20 
- indenizaçãodevida ao representante, pela rescisão do contrato fora dos casos previstos no art. 
35 da LR, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição 
auferida durante o tempo em que exerceu a representação. 
 
Direitos e Obrigações das partes: 
 
Direitos do representante comercial: 
- exclusividade (salvo disposição em contrário); 
- remuneração; 
- ver atendidos seus pedidos; 
- autonomia; 
- admitir sub-agentes; 
- ressarcimento dos prejuízos causados por inadimplemento do representado, como redução ou 
supressão do fornecimento ou, ainda, da esfera de sua atividade ou quebra da exclusividade. 
 
Deveres do representante comercial: 
- exercer suas atividades de acordo com as instruções recebidas do representado, sob pena de 
rescisão contratual; 
- agenciamento de negócios em favor do representado; 
- informar representado acerca das condições de mercado em sua zona de representação, 
perspectivas de vendas, situação da clientela, atuação dos concorrentes e prestar contas do 
andamento de suas atividades; 
- diligenciar para que os clientes recebam com regularidade as mercadorias; 
- manter sigilo acerca da representação; 
- não auxiliar ou facilitar o exercício da profissão por profissionais não habilitados ou impedidos; e 
- apresentação da carteira profissional, quando solicitada. 
 
Direitos da representada: 
- reter o pagamento de comissões, na hipótese de rescisão do contrato por culpa do 
representante, para garantir indenização pelos danos sofridos; 
- atribuir poderes ao representante para agenciar negócios em seu nome;. 
 
Deveres da representada: 
- pagar a remuneração devida em razão dos serviços prestados pelo representante; 
- respeitar a exclusividade prevista no contrato. 
 
Extinção do contrato: 
- pelo decurso de seu prazo; 
- pela resilição unilateral; 
- pela resolução por descumprimento das obrigações contratuais (por culpa do representante ou 
representado; 
- força maior ou caso fortuito; 
- pelo distrato. 
 
Partes: representante + representado (LR) X agente ou distribuidor + proponente (NCC). 
 
V - FRANQUIA (FRANCHISING) 
 
Legislação básica: Lei nº 8.955/94 
 
Conceito: cessão do direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou 
semi-exclusiva de produtos ou serviços de uma determinada empresa (franqueadora), a um terceiro 
(franqueado), podendo incluir direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou 
sistema operacional (além de assistência técnica e comercial, inclusive no que diz respeito à publicidade 
dos produtos), sem vínculo de subordinação. 
 
Características principais: 
- pagamento de uma taxa inicial pelo franqueado; 
- obrigação de o franqueador pagar importâncias suplementares - percentagens sobre os 
produtos vendidos (royalties); 
- criação de uma rede de distribuição de produtos e serviços e exclusividade de distribuição, 
pelos franqueados, em determinado território; 
 
 
21 
- independência (relativa) do franqueado; 
- contrato obrigatoriamente escrito; 
- fixação de preços pelo franqueador. 
 
Objeto: exploração e distribuição de marca, patente, produto ou serviço. 
 
Partes: franqueador (detentor da marca ou patente, fabricante do produto ou quem detém know-how de 
determinado serviço) e franqueado. 
 
Natureza: prestação de serviços (pelo franqueador) e distribuição de produtos (pelo franqueado). 
 
- franqueador é obrigado a fornecer “circular de oferta de franquia” ao franqueado, no mínimo 10 
(dez) dias antes da data de assinatura, detalhando, dentre outras informações previstas no art. 3º da Lei nº 
8.955/94: informações do franqueado, natureza da franquia (descrição do negócio e atividades que serão 
desempenhadas pelo franqueado), perfil do franqueado ideal, investimento necessário (taxa inicial, 
instalações, equipamento, estoque), remuneração periódica (royalties), relação dos franqueados e 
subfranqueados, território, obrigações do franqueador (supervisão, orientação, treinamento), situação das 
marcas e patentes no INPI, modelo de contrato-padrão etc.. 
 
V - FOMENTO MERCANTIL OU FATURIZAÇÃO (FACTORING) 
 
Legislação Básica: Resolução nº 2.144 do BACEN (22/02/95); Lei nº 8.981/95, alterada pelas Leis nº 
9.065/95, 9.249/95 e 9.430/96; Circular nº 2.715 do BACEN (28/08/96)9. 
 
Conceito: prestação de serviços (pelo faturizador) de assessoria creditícia, mercadológica, de gestão de 
crédito, seleção de riscos, acompanhamento de contas a receber e a pagar e outros serviços, além de 
aquisição pro soluto de créditos de vendas de produtos ou serviços à prazo de empresas (faturizado). 
 
Partes: faturizador (empresa de fomento mercantil) presta ao empresário (faturizado) o serviço de 
administração de créditos. 
 
Conventional factoring: faturizadora garante o pagamento das faturas, antecipando o valor dos 
respectivos créditos ao faturizado. 
 
Maturity factoring: faturizadora paga valor das faturas ao faturizado somente na data de vencimento. A 
faturizadora administra os créditos do faturizado, controlando seus vencimentos, protestando débitos 
vencidos e procedendo à sua cobrança, assumindo o risco do inadimplemento dos devedores e garantindo 
seu pagamento ao faturizado. Não é contrato bancário. 
 
VII - ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING) 
 
Legislação básica: Lei nº 6.099/74, alterada pela Lei nº 7.132/83 (tratamento tributário); Resolução nº 
2.309/96 do BACEN 
 
Conceito: contrato segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica, por tempo 
determinado, um bem comprado pela primeira de acordo com as indicações da segunda, com a 
possibilidade de aquisição do bem ao final do contrato, mediante o pagamento de um preço residual 
previamente fixado. 
 
Trata-se de um “contrato de locação” de um bem com opção de compra ao final do prazo locatício, mediante 
pagamento do VRG (Valor Residual Garantido); modalidade de financiamento. Obrigatoriedade do contrato 
durante sua vigência (arrendatário paga todas as prestações ainda que devolva o bem antes do término do 
seu prazo). É operação bancária, fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. 
 
Objeto: bens móveis ou imóveis (leasing mobiliário ou imobiliário). No leasing imobiliário, normalmente a 
empresa de leasing adquire um terreno e custeia a construção do imóvel, conforme especificações do 
cliente, para depois arrendá-lo. 
 
 
9
 O Projeto de Lei do Senado nº 230/de 1995, do Senador José Fogaça, pretende consolidar as normas relativas ao 
factoring. Em dezembro de 2.002, foi aprovado substitutivo ao projeto, do senador Casildo Maldaner, que agora 
aguarda sanção presidencial. 
 
 
22 
Partes: arrendador (pessoa jurídica), arrendatário (pessoa física ou jurídica) e vendedor do bem (pessoa 
física ou jurídica). 
 
Natureza: locação + promessa unilateral de venda + mandato. 
 
Modalidades de Leasing: 
 
Leasing Financeiro: 
- empresa adquire bens produzidos por terceiros para arrendá-los, mediante retribuição 
(arrendadora não é produtora nem proprietária do bem); 
- arrendamento por prazo determinado, com opção irrevogável da compra do bem (leva-se em 
consideração a vida útil do bem, sua depreciação e obsolescência); 
- valor residual costuma ser simbólico; 
- preço para exercício da opção de compra é livremente pactuado; 
- prazo mínimo de 2 anos, se bens tiverem vida útil igual ou inferior a 5 anos e de 3 anos, para 
demais bens. 
 
Leasing Operacional: 
- empresa arrenda bens de sua propriedade e se obriga a prestar assistência ao arrendatário 
durante o prazo de vigência do arrendamento; 
- possibilidade de rescisão do contrato, pelo arrendatário, a qualquer tempo, mediante aviso 
prévio; 
- valor residual de 25% ou mais do valor do bem (pagamentos