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Aula 5 – Desvios sensoriais e neuromotores

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Aula 5 – Desvios sensoriais e neuromotores
Introdução
Ao minuciar a questão das deficiências sensoriais, percebemos que as ações pertinentes a estes tipos de deficiências remontam de muito tempo.
É notável que, em tempos de poucas aparelhagens e mínimos conhecimentos científicos, passamos por uma época em que imperou a criatividade e a vontade de possibilitar a quebra de paradigmas.
Órgãos dos sentidos
Nossos órgãos dos sentidos possuem receptores sensoriais. Alguns desses órgãos são os olhos, o nariz e a boca.
Ao recebermos os estímulos ambientais, como frio, calor, salgado e doce, nossas terminações nervosas processam tais estímulos, traduzem e transformam em informações (ex.: “está frio”, “tem muito sal”).
O ato de sentir faz parte desta própria detecção e recepção destas informações, e a percepção é o processo cognitivo. 
Assim, as nossas sensações são interpretadas de forma cognitiva.
Deficiência auditiva
Vamos detalhar tais informações quando há processos lesionais ou degenerativos que levam determinado sujeito a ser surdo.
A deficiência sensorial de que estamos tratando é a surdez. Pois bem, vamos falar sobre esta dificuldade de compreender e ser compreendido.
Segundo Telford e Sawrey, “as definições quantitativas indicam, tipicamente, a deficiência auditiva como o grau de perda de audição, medido audiometricamente em termos de decibéis. A perda auditiva refere-se ao déficit no melhor ouvido, na gama de frequência da fala” (p. 396).
Assim, vamos de um extremo ao outro quando falamos de perdas auditivas, ou seja, nos referimos desde as perdas leves até as mais significativas.
Lembremos ainda que decibéis fazem parte de uma escala logarítmica que mede a intensidade sonora. Essa medição se faz através de um aparelho chamado audiômetro.
Possíveis causas da surdez
É importante a avaliação de profissionais especializados, pois tais diagnósticos devem abordar as informações clínicas do sujeito, além das questões emocionais e psíquicas, para que se possa perceber se tal problema de audição é de ordem clínica, emocional ou ainda se é consequência de uma desordem psiquiátrica.
As possíveis causas podem ser de herança genética, doenças infectocontagiosas contraídas na época da gestação ou outras doenças infantis.
Cabe lembrar que alguns sinais onde se apresenta uma ausência de resposta ou uma possível surdez podem ser de origem de distúrbios psíquicos, como o autismo. 
Ou seja, a criança pode parecer surda, mas não o é.
A vida social do surdo
“A vida social do surdo é essencialmente a mesma dos que gozam de boa audição” (Telford; Sawrey, p. 423). Porém, a aceitação ou não da surdez pode implicar em uma relação mais ou menos difícil com as pessoas que a cercam.
A pessoa com surdez pode recorrer a aparelhos para melhorar a audição. 
Tais aparelhos ajudam a inserção da pessoa surda na comunicação entre os grupos.
O MEC/ Secretaria de Educação Especial (1995) afirma que os educandos com deficiência auditiva podem ser atendidos nas escolas comuns, na classe comum, nas escolas integradas, na sala de recursos, com professor itinerante e classe especial. Tal fato depende da avaliação do aluno.
É importante pensar que algumas pessoas se adaptam à leitura labial e ao aparelho auditivo, enquanto outras se adaptam melhor à língua de sinais, que deve ser considerada uma linguagem natural, uma vez que atende a critérios linguísticos.
LIBRAS
Percebe-se o crescente número de unidades escolares, religiosas e instituições de ensino superior que buscam orientar seus alunos e comunidade quanto à necessidade da aprendizagem das LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
A língua de sinais é uma língua espacial-visual e existem muitas formas criativas de explorá-la.
Configurações de mão, movimentos, expressões faciais, gramaticais, localizações, movimentos do corpo, espaço de sinalização, classificadores são alguns dos recursos discursivos que tal língua oferece para serem explorados durante o desenvolvimento da criança surda, e que devem ser explorados para um processo de alfabetização com êxito (p. 25).
Postula-se que, mesmo para a aprendizagem da língua portuguesa, faz-se necessária a aprendizagem da língua de sinais.
Deficiência visual
Continuando nossa comunicação, vamos falar da importância do olhar. Já dizia o poeta que “os olhos são a “janela da alma” (Jean-Baptiste Alphonse Karr).
A visão é um sentido tão importante quanto a audição. Com os olhos vemos, percebemos, somos percebidos e sentidos.
A cegueira pode ter várias causas: doenças infectocontagiosas na mãe, infecções no próprio sujeito, acidentes, tumores e ainda males hereditários.
Na área da educação, a deficiência visual se divide em dois tipos: “os portadores de cegueira e os portadores de visão subnormal (reduzida)” (Corrêa, 2010).
A criança com deficiência visual e em qualquer nível de escolaridade pode ser trabalhada na escola com estimulação, com o método Braille.
Segundo a definição no livro O indivíduo excepcional:
 
Deficiência visual em nível quantitativo é definida como acuidade visual de 6/60 ou menos no melhor olho com a correção apropriada, ou uma limitação tal nos campos de visão que o maior diâmetro do campo visual subentende uma distância angular não superior a 20 graus (p. 363).
Outras possibilidades
Falando de deficiência visual, podemos perceber que realmente os olhos são a janela da alma, mas quando tais janelas não conseguem se abrir, existem muitas outras possibilidades de conhecimento do mundo, além dos olhos.
Cada um de nós pode conhecer o mundo através de outras sensações, que podem enriquecer nossa experiência e somar com outras já vividas.
As deficiências em si não nos tornam anjos, demônios ou santos. Elas possibilitam outros conhecimentos, outras expectativas da vida e outra visão.
Você pode perceber que estas diferenças tornam estas pessoas especiais, pois utilizam recursos que até então desconheciam.
Um exemplo são as órteses e próteses, materiais estes que possibilitam uma melhor qualidade de vida.
Deficiências neuromotoras
Agora falando de deficiências neuromotoras, devemos discorrer sobre o que se tratam tais deficiências.  
Segundo Telford e Sawrey, “(...) são os que têm todas as variedades e graus de dificuldade de movimento físico”.
Referimo-nos assim a pessoas que apresentam graus de dificuldades na locomoção, na coordenação e na fala.
Como analisar tais deficiências? 
Estas acontecem por algum estado lesional, seja por falta de oxigênio, infecções ou lesões ocorridas.
É importante romper as barreiras, sejam pessoais, sejam relacionais, que possam impedir o sujeito a ter acesso.
Apesar das limitações impostas pelas deficiências, o homem consegue romper seus próprios obstáculos e criar dispositivos que permitam sua comunicação e relação com o mundo.

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