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secção 2 trabalhista

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Da 1º Vara Do Trabalho Da Comarca De Balneário Camboriú/SC 
Processo nº 0010050-20.2018.512.0001
A empresa Fundação de Tecnologia de Estado de Santa Catarina, já qualificado nos autos do processo sob o número em epígrafe, por sua procuradora que junta neste ato instrumento de procuração, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência para apresentar defesa na forma de Contestação À Reclamatória Trabalhista que lhe move Pedro lemos também já qualificado nos autos pelos fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor: 
I. PRELIMINARMENTE
A) DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIARIA GRATUITA
Excelência, tendo em vista as novas disposições do NCPC, não mais se faz necessário interpôr peça apartada quando da impugnação ao pedido de AJG do Reclamante, conforme Art. 337, XIII, da Lei 13.105/2015, vejamos:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
[...] XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. […]
No âmbito do Processo do Trabalho, este benefício somente pode ser concedido quando presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 14 da Lei n. 5.584/70, motivo pelo qual, não estando presentes esses requisitos, deve ser indeferida a concessão deste benefício à reclamante. Salienta-se ainda que o artigo 133 da CF de 1988 não revogou a referida Lei, tampouco, o “jus postulandi”, próprio do processo do trabalho, assegurado pelo artigo 791da Consolidação das Leis do Trabalho.
Com efeito, a reclamante percebe, mensalmente, uma quantia muito superior ao mínimo previsto em lei, para que faça jus ao referido benefício e não possui quaisquer encargos que possam obstar sua contribuição processual.
Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, visto que destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, não sendo este o caso da demandante.
Atualmente, a simples afirmação de miserabilidade jurídica não basta para o deferimento da assistência judiciária gratuita. Revogada foi a presunção de pobreza anteriormente estabelecida em lei ordinária. A Nova Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo V, inciso LXXIV, determina: "O Estado prestará assistência judiciária e integral gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos". (grifamos).
A simples declaração de pobreza não tem, no Processo do Trabalho, a mesma força que possui na Justiça Comum. Isto é, n]ao basta a simples declaração para a requerente ser considerada impossibilitada de sustento próprio, deve haver comprovação, mediante atestado da autoridade local do Ministério do Trabalho (art.14,§ 2º, da Lei nº5.584/70) da situação econômica peculiar.
Na espécie, a reclamante, contrariando dispositivo constitucional, não comprovou a condição alegada.
Assim, em sede preliminar, requer-se o indeferimento do pedido de AJG.
II. DOS FATOS E DOS DIREITOS
1) DAS HORAS EXTRAS
Segundo consta nos autos, o reclamante não tinha horário fixo para exercer suas tarefas, porém tinha que se conectar ao servidor da empresa para que fosse possível prestar o serviço. Além disso, foi pactuado com o seu empregador que a jornada de trabalho seria de 44 horas semanais pelas quais receberia remuneração de R$ 5.500. Porém pedro alega que trabalhava em média 50 horas por semana e requer indenixação de horas extras trabalhadas.
Porém o Reclamante não tinha sua jornada de trabalho controlada pelo Reclamado, o acesso ao sistema de informatica não tinha a finalidade de registrar o horario de início e término de trabalh. A exigencia de um nome de usuario e senha para entrada no sistema tinha como objetivo único a segurança. Além disso, foi informado a Pedro que ele poderia iniciar e terminar o trabalho quando bem entendesse, e que a fundação apenas cobrava dele e execução da tarefa que lhe foi destinada. 
Assim, não são devidas horas extras para a Reclamante, eis que a jornada de trabalho foi devidamente acordada com o mesmo, podendo parar de executar o trabalho quando bem entendesse.
. Para o período relatado pela Reclamante na fl. _ não há nos autos qualquer adminículo de prova pré-constituída que favoreça a Reclamante em suas pretensões referentes à jornada de trabalho. Tampouco há indicação de diferenças de horas extras e intervalo intrajornada a partir dos horários consignados nos controles de jornada, deste modo, nenhum valor é devido de horas extras.
2) “HOME OFFICE”: CUSTOS COM INTERNET
O Reclamante ainda exigiu o reembolso da quantia de R$ 100,00 gasta mensalmente para custear a internet, que era sua ferramenta de trabalho, porém foi o próprio Reclamante que pediu para exercer a função em sua residencia, que obviamente, já possuia internet, tendo em vista a necessidade desta conexao para qualquer cidadao realizar suas tarefas cotidianas e para fins de lazer. 
3) AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO
O reclamante roga pelo pagamento do aviso proporcional ao tempo de serviço baseando-se na lei 12.506/2011. Entretanto, cabe ressaltar que para Pedro ter direito ao aviso prévio ele deveria ter trabalhado todos os 33 dias
que sua dispensa antecede o advento da lei supra citada, sendo assim o seu contrato de trabalho não se sujeita a proporcionalidade do tempo de serviço em razão da homologação, conforme o disposto na Súmula 441 do TST.
4) MULTAS DO ART. 477, CLT.
Mais uma vez o Reclamante se utiliza de meios ardilosos para atingir seus objetivos, haja vista que pleiteia verbas resilitórias.
 Porém,, tais verbas foram devidamente pagas, contendo provas testemunhais, junto com a entrega dos documentos, no prazo legal, isto é, em 09/03/2018 afastando assim qualquer hipótese de pagamento de verbas fundado no art. 477, § 8º da CLT.
5) HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
O Reclamante também requer a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, com fulcro no art. 791-A, da CLT, que foi introduzido pela Lei n. 13.467/17.
Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da Instrução Normativa n.º 27/2005 do TST, nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são disciplinados na Lei n.ª 5.584/70.
Não preenchidos os requisitos do art. 14 da referida lei, uma vez que não consta dos autos credencial sindical, não faz jus o Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios. Aplicação ao caso do entendimento consubstanciado nas Súmulas n.º 219 e 329 do TST.
Assim, requer seja indeferida a condenação de honorários advocatícios.
III-DOS PEDIDOS
Conforme todo exposto, requer a Vossa excelência, caso assim entenda julgue improcedência total dos pedidos formulados pelo autor da demanda, bem como sejam apreciadas as matérias de direito alegadas no tópico II.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito. Requer todas as publicações e intimações relativas ao feito sejam feitas em nome da advogada_____, OAB nº_____, escritório localizado em_______, sob pena de nulidade.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e Data
Advogada_______
OAB nº_________

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