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Emile Durkheim, Karl Marx e Max Weber
Emile Durkheim foi um sociólogo francês que viveu no final do século XIX e início do século XX. Assistiu à 2º Revolução Industrial, à consolidação do capitalismo na Europa e se preocupou em estudar aquela sociedade. Era um homem muito confiante, tinha sua própria concepção de sociedade, se considerava o senhor da razão quando se tratava do estudo do meio social e atribuiu o conceito de sociologia como sendo o estudo dos fatos sociais. Para Durkheim, os fatos sociais são ações que os homens têm que realizar, cotidianamente, sob pena de ficarem fora do conjunto. É toda maneira de agir, de pensar e de sentir, exteriores aos indivíduos, dotados de um poder de coerção, em virtude do qual lhes é imposto. A sociedade ideal, na visão dele, seria impecavelmente organizada, onde todos se sentissem bem ao mesmo tempo em que obedeciam às determinações do conjunto - o que no contexto organizacional se dá de forma praticamente intangível. Muitas dessas determinações são impostas pelas leis, também consideradas um fato social por Durkheim, e que funcionam como um mecanismo para orientar as ações humanas. Assim como as leis, ele também considerava a educação como sendo um importante fato social, visando a escola como uma transmissora das orientações da sociedade e responsável pela formação do ser social. É lá que os indivíduos aprendem desde cedo a obedecer e onde são disciplinados, mas não necessariamente submissos. 
Durkheim considera o homem como um ser social que realiza a sua natureza na vida coletiva, e que isso traz uma certa satisfação para si. O indivíduo sozinho não seria plenamente homem. Existem duas teorias muito importantes no conceito social, criadas por Durkheim, as quais são abordadas pela sociologia até os dias atuais. A teoria de adesão ao grupo, a qual consiste no indivíduo sentir que faz parte de algo que o faz bem, e a teoria do espírito de disciplina, na qual o indivíduo aprende a respeitar as regras existentes na sociedade, a amar o grupo a qual faz parte e aprender a se colocar no mundo em que vive. 
Emile era muito preocupado com a sociedade em que ele vivia, a qual transcendia uma marca capitalista forte. A sociedade, para ele, deveria ser como um ente moral capaz de levar os homens a se associarem ao invés de se afastarem e não como uma mera agregação de interesses. Quem está diretamente ligado a esta visão capitalista de sociedade é o revolucionário alemão, Karl Marx. Ele chegou a analisar a mesma sociedade que Durkheim, a do século XIX, mas suas concepções e visões de sociedade eram totalmente divergentes. Durkheim acreditava que tanto Marx quanto outros sociólogos da época cometiam o grave erro de achar que se pode encontrar na economia a explicação para o modo como a sociedade se organiza. Ele achava isso impossível, pois a economia não tem capacidade organizadora. Já Marx afirma que o capitalismo é capaz de produzir uma primeira relação social fundamental, da qual derivam dele outras: a relação de assalariamento, de compra e venda de força de trabalho. Essa ideia de trabalho assalariado é o núcleo da concepção do capitalismo. Agregado à marca capitalista, tem-se a questão da exploração do trabalho industrial, que foi o ponto de partida para a discussão e análise da sociedade de Marx. A concepção de sociedade dele foi dada a partir da observação do mundo capitalista em que ele vivia. 
No capitalismo, o trabalho se dá de forma livre. O trabalhador vende a sua força de trabalho e o empresário capitalista compra essa força de trabalho. Este sistema é, para Marx, o que move a estrutura social. Hoje isto pode ser visto claramente nas mais diversas sociedades. Se você não tem um sistema capitalista, sua estrutura social acaba por não desenvolver tanto quanto deveria. Voltando para Marx, ele não falava simplesmente em produção e em trabalho, ele falava no modo de produção e de que maneira isso se organiza. Queria descobrir que tipos de relações sociais estão envolvidos nas mais diversas maneiras de produção. A análise de Marx do capitalismo acaba por virar uma análise da sociedade capitalista. Durante seus estudos, ele desenvolveu uma de suas importantes teorias: o processo de produção de mais valia, que era baseado na exploração da força de trabalho. 
O capitalismo é capaz de produzir, além de produtos materiais e mercadorias, uma nova configuração social. Marx sugere que, se o capitalismo gera uma nova classe que pode organizar seus interesses de uma maneira que não tenha compromisso algum com a manutenção da ordem capitalista, então, em algum momento essa nova classe irá fazer valer a sua capacidade e os seus interesses e vai gerar um outro tipo de sociedade. Marx apostava nesse outro tipo de sociedade, uma sociedade tipo socialista, onde não existisse mais a compra e venda de força de trabalho, apropriação privada do trabalho e, na visão dele, não haveria nem mais o Estado como grande órgão coordenador da sociedade. Esse era o modelo de sociedade ideal para ele, e achava que havia condições históricas suficientes para que isso acontecesse, mas que demandava um processo muito longo. Esta sociedade tão desejada por Marx chega até a surpreender, hoje, alguns leigos no assunto. Ele era tão focado em desvendar os mistérios da sociedade capitalista em que vivia que é estranho imaginar que ele não via aquilo como ideia de sociedade perfeita, e sim a associação livre de homens livres não sujeitos a qualquer tipo de dominação externa. Da análise destes pensamentos de Marx, nasceu no século XX as correntes de pensamento chamadas marxistas, que diziam lutar pela criação de uma sociedade em que homens não explorem outros homens. Essas ideias foram colocadas em prática, começando em 1917 com a Revolução Russa, mas não chegaram a causar um impacto muito grande na história, tendo uma duração de cerca de 70 anos. Os projetos socialistas de Marx falharam e hoje não mais se acredita que a classe trabalhadora da produção é uma força capaz de mudar a sociedade. Na perspectiva de um outro sociólogo, Max Weber, o marxismo ficava muito preso na simples ideia de fenômenos econômicos, e tinha uma ideia de causalidade que dizia que os fenômenos econômicos determinam os outros fenômenos, seja na área social, cultural, ideológica, ou qualquer que seja. 
No ambiente capitalista analisado por Marx, a educação tem um papel decisivo. Ele não tem, pessoalmente, uma reflexão sistemática sobre a educação, mas sua tendência maior é desenvolver uma visão crítica sobre os limites da educação na sociedade contemporânea e que no entender dele isto estava demasiadamente voltado para a reprodução das condições já dadas de vida social, e não suficientemente voltada para criar indivíduos capazes de ir além. Assim como Marx e Durkheim, Max Weber, considerado como um dos fundadores da sociologia, também pensou na educação. Ele considerava que a educação era fundamental para dois principais fins: transformar o indivíduo numa pessoa autônoma e para fazer com que este se mantenha politicamente ligado à sua nação. Weber tem um tipo de enfoque em suas obras que ajuda muito a pensar no conceito de educação, o que pode ajudar muito na análise de processos e de instituições educacionais. 
Max Weber foi um intelectual alemão que nasceu em 1864, 19 anos antes da morte de Karl Marx. Ele define a sociologia como sendo a ciência dos indivíduos agindo socialmente, e agir, para ele, é praticar ações sociais. A ação social de Weber é muito diferente do fato social de Durkheim. A ação social é centrada no agente e o fato social diz respeito ao coletivo. Para ele, a sociologia não pode ser considerada como uma ciência dos grupos, e sim uma ciência dos indivíduos agindo socialmente. Weber enfatiza muito a figura do agente, a figura do autor da ação e também os significados que as ações têm. Weber também conviveu com a sociedade capitalista, e, em sua perspectiva, essa sociedade representava o horizonte histórico da sua época. Ele não pensava numa outra sociedade que viesse a substituir a capitalista.Ele dizia que o capitalismo nos leva a racionalizar a nossa vida. Chegou até a publicar uma obra que mergulha profundamente no funcionamento interno do capitalismo, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. 
O modo de produção de uma fábrica é, na visão de Weber, uma manifestação da racionalização típica do funcionamento interno do capitalismo. Ele viu essa forma de organização em muitos aspectos da sociedade capitalista, por exemplo, a burocracia como forma de organização do estado. A burocracia acabou concentrando a atenção de Weber para entender até onde pode ir e quais são os limites de um capitalismo competitivo de mercado. Ele procurou entender porque a burocracia não gera novas políticas e não toma novas iniciativas, ela simplesmente age rotineiramente. O problema encontrado por ele é que esse corpo burocrático, que é muito bom quando age rotineiramente, vai se consolidando porque conhece cada vez melhor quais são as rotinas e vai impondo o modo rotineiro de operar sobre o resto da sociedade, incluindo nisso o próprio Estado e se impondo também à empresa. A política não pode depender simplesmente da rotina. Em função disso, Weber constrói toda uma análise muito interessante dos choques e dos descompassos, entre o burocrata e o político. O burocrata quer que tudo continue do modo que ele está habituado e do modo que permite prever as consequências. O político pensa na necessidade de novas ações, programas e projetos para a sociedade toda. A questão é saber quem vai subordinar quem. A aposta de Weber era no político, porque o grande medo dele era a sociedade submetida a uma espécie de rotina, e ele via um grande risco disso ocorrendo na burocracia. 
Por fim, Weber também tinha a sua concepção de sociedade ideal, que seria um lugar onde as pessoas pudessem ter os seus pontos de vista e suas convicções radicais, sendo respeitadas por outras pessoas que também defendiam as suas posições de uma maneira radical.

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