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UERJ – Faculdade de Educação / Consórcio CEDERJ Licenciatura em Pedagogia Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Professora Helena Feres Hawad Avaliação a Distância 2 – 2018.2 Nesta atividade, você vai escrever um resumo do texto anexo a esta proposta de trabalho – “Espíritos falantes”. ATENÇÃO: Antes de fazer a AD2, é indispensável que você estude a Aula 16. A avaliação de seu trabalho levará em conta a observância das orientações contidas na aula. Observe as seguintes especificações sobre o formato do trabalho: O resumo deve ter, no mínimo, 240 e, no máximo, 280 palavras, e deve se organizar em um único parágrafo. O título será simplesmente “Resumo do texto Espíritos falantes”. Apresente o texto em um arquivo PDF, digitado em fonte Times New Roman 12 ou Arial 11 (como preferir), em espaço 1,5, alinhamento justificado. Envie seu trabalho por meio da sala de aula virtual até o dia 8 de outubro de 2018. ATENÇÃO: a. O prazo se encerra às 23h do dia 8/10/18. Em nenhuma hipótese ele será prorrogado. Organize-se e faça a postagem do trabalho com antecedência para evitar contratempos na última hora. b. Após postar seu trabalho, saia da ferramenta da atividade, entre novamente e abra o trabalho, para verificar se a postagem foi feita corretamente. Erros na postagem ou na formatação do arquivo são de inteira responsabilidade do aluno. c. Em caso de dificuldade na formatação do arquivo ou no uso da ferramenta da atividade, peça ajuda a seu tutor de Informática Instrumental. Critérios de avaliação: O valor total do trabalho é de dez pontos, que serão assim atribuídos: 1. Coerência com a proposta, organização e clareza (observância do gênero textual pedido, do formato gráfico e da extensão estipulados na proposta; impessoalidade da linguagem) – 2,0 pontos 2. Correção ortográfica e gramatical (pontuação, ortografia, concordância, regência, colocação, estruturação das frases, seleção vocabular) – 3,0 pontos 3. Conteúdo e desenvolvimento (fidelidade às ideias do texto original, boa seleção dos conteúdos incluídos, relação adequada entre as informações, coerência e coesão textuais) – 5,0 pontos Na disciplina Língua Portuguesa Instrumental, as AD´s têm peso 2, e as AP´s têm peso 8 na composição da N1 e da N2. ATENÇÃO: Receberão nota zero: Trabalhos que fujam à proposta feita; Trabalhos que sejam compostos principalmente de cópia de fragmentos do texto proposto para o resumo; Trabalhos idênticos ao trabalho de outro aluno, independentemente de qual deles seja a fonte e qual seja a cópia; Trabalhos em que se caracterize cópia do trabalho de outras pessoas (de sites da internet ou de quaisquer outras fontes, mesmo com a indicação da fonte). Trabalhos postados por engano (por exemplo, arquivos em branco, arquivos com ADs de outras disciplinas). ANEXO – Fragmento de HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. 25.ed. Porto Alegre: L&PM, 2017. p.63-66. Adaptado. Espíritos falantes O que podemos dizer sobre a vida mental e espiritual dos antigos caçadores- coletores? A base da economia caçadora-coletora pode ser reconstituída com certa segurança segundo fatores objetivos e quantificáveis. Por exemplo, podemos calcular quantas calorias por dia uma pessoa precisava para sobreviver, quantas calorias eram obtidas de um quilograma de nozes e quantas nozes podiam ser colhidas em um quilômetro quadrado de floresta. Com esses dados, podemos fazer uma estimativa fundamentada da importância das nozes em sua dieta. Mas eles consideravam as nozes uma iguaria ou um alimento trivial? Acreditavam que as nogueiras eram habitadas por espíritos? Consideravam bonitas as folhas da nogueira? Se um rapaz quisesse levar uma garota para um lugar romântico, a sombra da nogueira era conveniente? O mundo do pensamento, da crença e do sentimento é, por definição, muito mais difícil de decifrar. A maioria dos acadêmicos concorda que as crenças animistas eram comuns entre os antigos caçadores-coletores. O animismo (de “anima”, alma ou espírito em latim) é a crença de que praticamente todo lugar, todo animal, toda planta e todo fenômeno natural tem consciência e sentimentos, e que pode se comunicar diretamente com os humanos. Desse modo, os animistas podem acreditar que a grande rocha no alto da colina tem desejos e necessidades. A rocha pode se irritar com alguma coisa que as pessoas fizerem e se alegrar com alguma outra ação. Pode advertir as pessoas ou pedir favores. Os humanos, por sua vez, podem se dirigir à rocha para acalmá-la ou ameaçá-la. Não só a rocha, mas também o carvalho ao pé da colina é um ser animado, e também o rio que corre abaixo da colina, a nascente na clareira da floresta, os arbustos que crescem à sua volta, o caminho para a clareira e os camundongos, lobos e corvos que bebem ali. Há também entidades imateriais – os espíritos dos mortos, e seres benévolos e malévolos, do tipo que hoje chamamos de demônios, fadas e anjos. Os animistas acreditam que não existe barreira entre os humanos e outros seres. Eles podem se comunicar diretamente por meio da fala, da música, da dança e de cerimônias. Um caçador pode se dirigir a um rebanho de cervos e pedir que um deles se sacrifique. Se a caçada tiver sucesso, o caçador pode pedir perdão ao animal morto. Quando alguém fica doente, um xamã pode contatar o espírito que causou a doença e tentar pacificá-lo ou afugentá-lo. Se necessário, o xamã pode pedir a ajuda de outros espíritos. O que caracteriza todos esses atos de comunicação é que as entidades abordadas são seres locais. Não são deuses universais, e sim um cervo em particular, uma árvore em particular, um rio em particular, um espírito em particular. Assim como não existe barreira entre os humanos e outros seres, tampouco existe uma hierarquia rígida. As entidades não humanas não existem meramente para atender às necessidades humanas. Tampouco são deuses todo-poderosos que governam o mundo a seu bel-prazer. O mundo não gira em torno dos humanos ou de qualquer grupo de seres em particular. O animismo não é uma religião específica. É um nome genérico para milhares de religiões, cultos e crenças muito diferentes. O que torna todos eles “animistas” é sua maneira de encarar o mundo e o lugar que atribuem ao homem nesse mundo. Dizer que os antigos caçadores-coletores provavelmente eram animistas é como dizer que os agricultores pré-modernos eram quase todos teístas. O teísmo (de “theos”, deus em grego) é a visão de que a ordem universal se baseia em uma relação hierárquica entre humanos e um pequeno grupo de entidades etéreas chamadas deuses. É com certeza correto afirmar que os agricultores modernos tendiam a ser teístas, mas isso não nos diz muito sobre suas particularidades. A rubrica genérica “teístas” abrange rabinos judeus da Polônia do século XVIII, puritanos queimadores de bruxas do Massachusetts do século XVII, padres astecas do México do século XV, místicos sufistas do Irã do século XII, guerreiros vikings do século X, legionários romanos do século II e burocratas chineses do século I. As diferenças entre as crenças e práticas de grupos de caçadores-coletores “animistas” provavelmente eram tão grandes quanto essas. Sua experiência religiosa pode ter sido turbulenta e cheia de controvérsias, reformas e revoluções. Porém, essas generalizações cautelosas são o mais longe a que podemos chegar. Qualquer tentativa de descrever a espiritualidade arcaica é mera especulação, já que quase não existem indícios para nos guiar e os poucos indícios que temos – um punhado de artefatos e pinturas em cavernas – podem ser interpretados de muitíssimas formas. Em vez de elaborar um sem-númerode teorias com base em um punhado de relíquias, pinturas rupestres e estatuetas de ossos, é melhor sermos francos e admitirmos que temos apenas noções muito vagas sobre as religiões dos antigos caçadores-coletores. Presumimos que eles foram animistas, mas isso não é muito informativo. Não sabemos para quais espíritos eles rezavam, que festivais celebravam ou a que tabus obedeciam. O que é mais importante: não sabemos que histórias eles contavam. Essa é uma das maiores lacunas em nossa compreensão da história humana.
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