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Aula 2 Políticas Públicas

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EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA SAÚDE DA MULHER
TAILMA SILVA LINO DE SOUZA
Saúde Sexual e Reprodutiva de 
Mulheres e Adolescentes
(promoção,prevenção 
e tratamento das das DST/Aids)
SAÚDE INTEGRAL 
DA MULHER
Redução da 
Morbimortalidade 
por câncer
Atenção Integral
 às Mulheres
 no Climatério
Atenção Obstétrica e Neonatal Qualificada e Humanizada Baseada em Evidências Científicas
Atenção às Mulheres e Adolescentes em Situação de Violência Sexual
Linhas de cuidado prioritárias
Dentro das linhas de cuidados são trabalhadas as especificidades.
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Existem vários conceitos sobre saúde da mulher, perpassando de concepções mais restritas, que abordam apenas aspectos da anatomia e biologia do corpo feminino, até concepções mais ampliadas, que interatuam com dimensões dos direitos humanos e questões relacionadas à cidadania.
A Saúde da Mulher foi incorporada as políticas públicas nacionais de saúde no início do Século XX, sendo que quando se pensava em “ Saúde da Mulher”, logo se associava aos problemas de saúde da mulher grávida e o principal interesse era proteção da saúde do feto.
SEGURANÇA NA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO
Nas Maternidades, implantar Alas/Centros de Parto Normal: 
Leito Pré-parto, Parto e 
Pós-parto (PPP):
Década de 50
 As ações de saúde sofriam forte influência dos chamados ‘Estados de Bem Estar’ (Welfare States), oriundos da Europa, que se direcionavam a grupos vulneráveis.
 No Brasil, especialmente em relação à saúde da mulher, o objetivo seria fazer das mulheres “melhores mães”, assim, a maternidade era o papel mais importante da mulher na sociedade; a criação dos filhos era para a mulher o papel mais relevante em relação ao desenvolvimento econômico. 
 
 Dessa forma, nesse período foram iniciadas medidas de combate à desnutrição e de planejamento familiar.
 
DÉCADA 70
 Na década de 70 há um enfoque maior às questões relacionadas à equidade, que foi tema na Conferência do Ano Internacional da Mulher (1975) e do Plano da Década da Mulher (1976 – 1985).
 Os objetivos eram integrar as mulheres no processo de desenvolvimento, preocupando-se com sua autonomia política e econômica e com a redução da desigualdade com os homens. 
Entre as décadas de 70 e 80 o SER MULHER se mostra uma presença expressiva nos movimentos sociais urbanos, essas mulheres constituíam um novo ser coletivo, passando a atuas no espaço público e levavam para esfera pública temas até então eram privativos, exemplo a SAÚDE.
Os movimentos feministas levantavam questões ligadas à desigualdade entre homens e mulheres e problemas associados:
 desigualdade salarial;
 violência contra à mulher;
 sobrecarga de trabalho (CASA/FILHOS);
 direitos à procriação;
 sexualidade e saúde;
 planejamento familiar;
 democratização da educação da saúde e outras medidas entendidas na esfera da saúde pública
Reivindicando sua condição de sujeitos de direitos, com necessidades que extrapolavam o momento da gestação e parto demandando ações que proporcionassem a melhoria se saúde em todos os ciclos de vida e que contemplassem as particularidades dos grupos populacionais e as condições sociais, econômicas, culturais e afetivas que estivessem inseridas.
Nos meados da década de 80 o interesse pela saúde da mulher cresceu no país e no processo de abertura política, as feministas e os profissionais da saúde iniciaram uma parceria com o Ministério da Saúde para elaboração de propostas de atendimento à mulher que garantisse o respeito a seus direitos de cidadã, que resultou em uma proposta concreta do estado o PROGRAMA DA ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM), como uma nova abordagem da saúde à mulher.
Juntamente com os movimentos feministas aconteciam os movimentos sociais e a Reforma Sanitária que lutavam pela democratização do país e pela melhoria das condições de saúde da população e no final da década de 80 ganhou bastante representatividade através dos profissionais de saúde, usuários, políticos e liderança de populares na luta pela reestruturação do nosso sistema de saúde.
MARCO – VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE em 1986
Que culminou na CONSTITUIÇÃO DE 1988 que garantia
“ SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVE DO ESTADO”
SUS: UNIVERSAL, IGUALITARIA E EQUITATIVA
ESTRATÉGIAS E AÇÕES NA ATENÇÃO À SAUDE DA MULHER
1975: PROGRAMA MATERNO-INFANTIL (PSMI)
1983: CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER – PAISM;
1996/2007: LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR Nº 9263/ POLÍTICA NACIONAL DE PLANEJAMENTO FAMILIAR;
2000: CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO – PHPN;
 
2004: POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER – PNAISM;
2004: PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL;
2007: POLÍTICA NACIONAL INTEGRAL À SAÍDE DA POPULAÇÃO NEGRA.
2011: REDE CEGONHA
PROGRAMA MATERNO-INFANTIL (PSMI)
Criado em 1975 o Programa Materno-Infantil, que continha delineamentos gerais sobre proteção e assistência materno-infantil e buscava englobar cuidados ao período 
pré concepcional
pré-natal
parto 
puerpério
O PSMI tinha dois focos de atuação
a intervenção médica sobre o corpo feminino por meio do uso da cesariana e da esterilização como método contraceptivo preferencial
redução da morbidade e mortalidade materna e infantil
 De fato, esse programa auxiliou na redução da taxa de mortalidade infantil, que passou de 100 em 1000 nascidos vivos em 1975, para 82,9 em 1980 (IBGE, 1999).
No que se refere ao controle da natalidade por meio da esterilização feminina, esse programa também teve sucesso, uma vez que a taxa de fecundidade total apresentou redução.
 
O índice que era de 6,2 filhos para cada mulher, em 1950, caiu, em 1970, para 5,8 e, em 1980, para 4,2.
Na tentativa de resolver os problemas sanitários e econômicos ocasionados pelo aumento populacional durante o governo anterior, é lançada, como estratégia principal, a esterilização feminina como método anticoncepcional. 
Nesse período, acreditava-se que a redução do número de habitantes seria a medida mais eficaz para melhorar as condições do País.
Apesar disso, os programas de saúde passaram a ser fortemente criticados pelo movimento feminista brasileiro, em função do aspecto reducionista que apresentavam.
 Assim, contribuiu-se para introduzir, na agenda da política nacional, questões como a desigualdade social entre homens e mulheres, sexualidade, dificuldades relacionadas à anticoncepção, doenças sexualmente transmissíveis e a sobrecarga de trabalho doméstico.
O movimento feminista, impulsionado pela percepção das desigualdades sociais existentes entre os gêneros e pela fragmentação da assistência prestada à população feminina, iniciou a busca por estratégias capazes de mudar o quadro existente na época. 
 As mulheres demonstraram, por meio de movimentos sociais organizados, sua insatisfação quanto à violência corporal sofrida em relação ao uso exagerado de cesarianas e esterilizações. 
Difundiu-se o entendimento de que a prática de castração era apenas uma tentativa ineficaz de solucionar os problemas sociais existentes.
PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM)
NOVA ABORDAGEM A SAÚDE DA MULHER
marcando, especialmente, uma ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde das mulheres e os critérios para escolha de prioridades nesse campo.
ATENÇÃO A MULHER DE FORMA INTEGRAL, BASEADA NOS PRINCIPIOS DO SUS
PROPONDO UMA ASSISTÊNCIA DE FORMA HOLÍSTICA, DANDO ÊNFASE EM TODAS AS ÁREAS DE SAÚDE DA MULHER.
PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM)
INCLUI AÇÕES EDUCATIVAS, PREVENTIVAS, DE DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E RECUPERAÇÃO, ENGLOBANDO ASSISTÊNCIA AO:
PRÉ-NATAL, PARTO E PUERPERIO;
 PLANEJAMENTO FAMILIAR;
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA E COLO DE ÚTERO;
CLIMATÉRIO;
DOENÇAS GINECOLÓGICAS;
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS DST/AIDS;
À MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA.
A partir de 1984, inicia-se a distribuição, junto às Secretarias Estaduaisde Saúde, de documentos técnicos que iriam nortear as “Ações Básicas de Assistência Integral à Saúde da Mulher”. 
O PAISM foi um dos maiores avanços na atenção à saúde da mulher e da criança. 
Constituiu um MARCO HISTÓRICO de extrema importância para o Brasil, pois é a primeira vez que o governo deixa de pensar somente no tratamento individual e na cura de doenças e inclui, em seu programa, QUESTÕES REFERENTES À FAMÍLIA.
Esse programa foi uma das maiores conquistas do movimento feminista, resultante da mobilização das mulheres brasileiras em busca da cidadania, dos direitos e do acesso ao espaço público.
Primeiro programa lançado pelo Governo Federal com o propósito de planejamento familiar no Brasil
A esterilização deixou de ser o método contraceptivo mais usado e se passou a destacar a importância do planejamento familiar e de ações educativas de prevenção à gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis.
Passa a incluir a prevenção e o tratamento de agravos à saúde desde a adolescência até a terceira idade e não apenas durante o período gestacional.
Mesmo com a redução da taxa de mortalidade materna de 68,9 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos em 1980 para 45 óbitos em 1996 , o Brasil ainda permanecia com índices altíssimos de mortalidade materna quando comparado com os países desenvolvidos.
Após três décadas da implantação do PAISM, as condições das mulheres e crianças do nosso país ainda eram gravíssimas, tendo em vista a persistência dos altos índices de morbimortalidade materna e infantil.
Política foi bem estruturada, mas não foi efetivamente implantada em todo o território nacional.
LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR Nº 9263
ESTABELECE UM CONJUTO DE AÇÕES DE REGULAÇÃO DA FECUNDIDADE.
PREVÊ ESTERELIDADE EM DUAS SITUAÇÕES: 
HOMEM/MULHER ACIMA DOS 25 ANOS DE IDADE, COM CAPACIDADE CIVIL PLENA E PELO MENOS DOIS FILHOS VIVOS E
RISCO PARA A VIDA DA MULHER OU DE UM NOVO CONCEPTO.
A ESTERILIZAÇÃO É OBJETO DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓROA NO SUS E DEPENDE DO CONSENTIMENTO EXPRESSO DE AMOS OS CÔNJUGES.
POLÍTICA NACIONAL DE PLANEJAMENTO FAMIIAR (2007)
CONJUNTO DE AÇÕES PARA GARANTIR O ACESSO A INFORMATIZAÇÃO E MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS.
AÇÕES:
OFERECER OITO TIPOS DE MÉTODO CONTRACEPTIVOS GRATUITOS;
REDUZIR EM 90% OS PREÇOS DAS PILÚLAS ANTICONCEPCONAIS NAS REDES DA FARMÁCIA POPULAR;
INCULIR A PROCEDIMENTO DE VASECTOMIA EM AMBULATÓRIOS.
PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO (PHPN)
PORTARIA Nº 569/GM DE 01 DE JUNHO DE 2000
PRINCIPAL ESTRATÉGIA: HUMANIZAÇÃO DE ASSISTENCIA.
OBJETIVO: ASSEGURAR A MELHORIA DO ACESSO, DA COBERTURA E DA QUALIDADE DO ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL, DA ASSISTÊNCIA NO PARTO E PUERPÉRIO E AS GESTANTES E AO RECÉM-NASCIDO NA PERSEPECTIVA DOS DIREITOS DE CIDADANIA
REDUZIR A MORBIMORTALIDADE MATERNA E NEONATAL 
PROPORCIONAR ATENDIMENTO HUMANIZADO 
PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO (PHPN)
PRINCIPIOS E DIRETRIZES:
ATENDIMENTO DIGNO E DE QUALIDADE NO DECORRER DA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO;
DIREITO AO ACOMPANHAMENTO DE PRÉ-NATAL ADEQUADO;
SABER E TER ASSEGURADO ACESSO A MATERNIDADE EM QUE SERÁ ATENDIDA NO MOMENTO DO PARTO;
ASSISTÊNCIA AO PARTO E AO PUERPÉRIO E QUE SEJA REALIZADA DE FORMA HUMANIZADA E SEGURA;
DIREITO A ADEQUADA ASSISEÊNCIA NEONATAL.
Realizar a primeira consulta de pré-natal até o quarto mês de gestação.
No mínimo, seis consultas de pré-natal, preferencialmente uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação.
Uma consulta no puerpério, até 42 dias após o nascimento
Exames laboratoriais: 
a) ABO-Rh, na primeira consulta; 
b) VDRL, um exame na primeira consulta e outro próximo à trigésima semana da gestação; 
c) Urina rotina, um exame na primeira consulta e outro próximo à trigésima semana da gestação
Durante o parto é de suma importância que a gestante tenha um acompanhante, e também o livre acesso do pai ao hospital e ter pessoas capacitadas para prestar uma assistência de qualidade.
Lei no 11.108, de abril de 2005, que garante à parturiente um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
O SISPRENATAL foi desenvolvido para permitir o acompanhamento da gestante desde o início da gravidez até o puerpério.
Com a criação do SISPRENATAL foi possível fazer o monitoramento das gestantes em cada região do Brasil, o que facilitou o repasse financeiro de acordo com a necessidade de cada região.
A análise do PHPN, após uma década do lançamento, mostrou que o programa não teve a abrangência esperada, e manteve, em todo território brasileiro, cumprimento inferior das metas estabelecidas e um modelo biomédico de assistência.
Observou-se apenas um aumento no número das consultas de pré-natal e não uma melhora significativa da qualidade da assistência.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PNAISM)
INCORPORAM MEDIDAS QUE GARANTAM OS DIREITOS LEGALMENTE CONSTITUÍDOS E AMPLIAÇÃO DO ACESSO AOS MEIOS E SERVIÇOS DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO, ASSISTÊNCIA E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE EM TODO TERRITÓRIO BRASILEIRO, ABORDANDO A MULHER EM TODOS OS SEUS CICLOS DE VIDA;
PRINCÍPIOS: HUMANIZAÇÃO E QUALIDADE.
A HUMANIZAÇÃO E A QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE SÃO CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA QUE AS AÇÕES DE SAÚDE SE TRADUZAM A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS IDENTIFICADOS E NA SATISFAÇÃO DA USUÁRIA
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PNAISM)
OBJETIVOS:
PROMOVER A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE DAS MULHERES BRASILEIRAS;
 CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DA MORBIMORTALIDADE, ESPECIALMENTE POR CAUSAS EVITÁVEIS, EM TODO CICLO DE VIDA;
AMPLIAR, QUALIFICAR E HUMANIZAR A ATENÇÃO INTEGRAL Á SAÚDE DA MULHER NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Essa política reflete o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. 
Enfatiza a melhoria da atenção obstétrica, o planejamento familiar, a atenção ao abortamento inseguro e às mulheres e às adolescentes em situação de violência doméstica e sexual.
Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas nas suas especificidades e necessidades.
A PNAISM tem como premissa o direito à saúde e o respeito às diretrizes do SUS e se baseou nas seguintes questões para a sua elaboração: 
Conceituar as ações de saúde da mulher como política e não mais como programa, por entender que, conceitualmente, o termo política é mais abrangente que o termo programa, para ressaltar a resposta governamental a determinados problemas de saúde de certos grupos específicos, neste caso as mulheres;
Introduzir e visibilizar novas “necessidades” de saúde das mulheres, até então ausentes das políticas públicas; 
Introduzir ações para segmentos da população feminina, todavia sem visibilidade social;
Definir fontes de recursos e responsabilidades nos diversos níveis do sistema, de acordo com as diretrizes do SUS e os instrumentos de gestão adotados pelo Ministério da Saúde; 
Introduzir nas políticas a transversalidade de gênero, o recorte racial-étnico e as especificidades das mulheres que fazem sexo com mulheres. 
Dessa forma, a proposta é que a PNAISM seja um instrumento de apoio aos estados e municípios na implementação de ações de saúde da mulher que respeitem os seus direitos humanos e sua situação social e econômica, conforme definidos no seu Plano de Ação.
 Saúde Sexual e Saúde 
Reprodutiva, incluindo 
o Planejamento 
Reprodutivo
 e as DST/HIV/Aids
Câncer de colo de útero 
e mama
Atenção às Mulheres e Adolescentes em Situação de Violência
Atenção à Saúde de 
Segmentos
Específicos da População 
Feminina
Atenção Clínico 
Ginecológica
 Atenção Obstétrica
EIXOS DA PNAISM
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Dentro das linhas de cuidados são trabalhadas as especificidades.
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PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL
ESTATÉGIA CRIADA EM 2004 COM PACTUAÇÃO ENTREA UNIÃO, ESTADOS, MUNICIPIOS, QUE ARTICULA A PARTICIPAÇÃO DE ENTIDADES DE MÉDICAS, ENFERMAGEM (ABENFO, SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, FEBRASCO) E FUNDAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (UNICEF, ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE), O CONJUNTO DE AÇÕES QUE REDUZAM A MORTALIDADE MATERNA-INFANTIL
METAS: 
REDUZIR EM 5% AO ANO A MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL PARA ATINGIR OS INDICES ACEITÁVEIS PELA OMS, A MÉDIO E LONGO PRAZO.
PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL
O PACTO ENVOLVE AÇÕES:
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO;
ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL, AO PARTO E AO REÇEM-NASCIDO;
CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE;
VIGILÂNCIA DO OBITO INFANTIL ENEONATAL;
FORTALECIMENTO DO CONTROLE SOCIAL
OFERTA DE ATENÇÃO HUMANIZADA E QUALIFICADA À SAUDE DAS MULHERES NEGRAS.
PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL
ESTRATÉGIAS:
PROMOVER PARCERIAS/CO-RESPONSSABIDADES COM DIFERENTES INSTITUIÇÕES – para que estas ajudem os gestores em todas as esferas de governo na qualificação da atenção.
EFEETIVAR PACTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS – construir pactos locais agenda de compromissos.
ATENÇÃO QUALIFICADA E HUMANIZADA NO NASCIMENTO – atualmente caracteriza-se por excesso de medicalização e abuso de práticas invasivas iatrogênicas, deve-se promover a mudança da atenção ao parto. Desenvolver o apoio a especialização em enfermagem obstétrica, formação de doulas.
DIREITO AO ACOMPANHANTE E AO ALOJAMENTO CONJUNTO
GARANTIA DE ACOLHIMENTO NOS SERVIÇOS (PARTO É URGÊNCIA PREVISTA) – mulheres e recém-nascidos não podem ser recusados por nenhum serviço, se a instituição não disponibiliza de recursos para uma atenção qualificada, devem existir meios para que essa mãe possa ser transferida de forma segura 
ATENÇÃO HUMANIZADA AO ABORTAMENTO – uma vez que o abortamento é uma causa importante de mortalidade materna
EXPANSÃO DA ATENÇÃO BÁSICA – reorganizar o sistema para promover e ampliar a cobertura das ações realizadas nas UBS´s
PRIMEIRA SEMANA DE SAÚDE INTEGRAL - intensificar o cuidado com o RN e a puérpera na 1º semana, que é considerada a mais crítica, onde ocorrem os óbitos. Orientar quanto ao aleitamento materno, vacinas, teste do pezinho, contracepção, higiene e sinais de risco.
PACTO NACIONAL A ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE NEGRA
Incorpora o conceito de integralidade e propões a qualificação e humanização da atenção à saúde da mulher negra. Seguindo o que está na Constituição de 1988.
OBJETIVO:
PROMOVER A SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA, PRIORIZANDO AS DESIGUALDADES ETNICO-RACIAIS, COMBATENDO AO RACISMO E AS DISCRIMINAÇÕES NAS INSTITUIÇÕES E SERVIÇOS DO SUS.
 Reconhece o racismo, as desigualdades étnico-raciais e o racismo institucional como determinantes sociais das condições de saúde. Incorpora o conceito de integralidade. 
 Propõe a qualificação e humanização da atenção à saúde da mulher negra - assistência ginecológica e obstétrica e no climatério, bem como em situação de abortamento. 
 Incentivo técnico e financeiro para a organização de redes integradas de atenção às mulheres negras em situação de violência sexual, doméstica e intrafamiliar.
MULHERES NEGRAS APONTAM MAIOR VUNERABILIDADE PARA: MORBIMORTALIDADE MATERNA, DOENÇA FALCÊMICA, CÂNCER DO COLO DE ÚTERO MAMA, HAS, DM, DST/HIV/AIDS, TUBERCULOSE, HANSENÍASE E TRANSTOSNOS MENTAIS. 
Seis anos após a elaboração da PNAISM, a Portaria nº 1.459/GM/MS de 24 de junho de 2011 instituiu, no âmbito do SUS, a Rede Cegonha. 
REDE CEGONHA
a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes
o respeito à diversidade cultural, étnica e racial e às
 diferenças regionais
a promoção da equidade
a defesa dos direitos humanos
o enfoque de gênero
Estratégia do Ministério da Saúde que visa organizar uma 
rede de cuidados que assegure:
à mulher: o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério
à criança: o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis 
TENDO COMO PRINCÍPIOS:
a participação e a mobilização social
PRINCIPAIS OBJETIVOS DA REDE CEGONHA 
 Fomentar a implementação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses
Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade
Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal
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DIRETRIZES
Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL
Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro
Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao PARTO E NASCIMENTO
Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade
Garantia de acesso às ações do PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
COMPONENTE PRÉ-NATAL
 Ampliação dos exames realizados durante o pré-natal
 Apoio ao deslocamento para as consultas de pré-natal (“vale-transporte”)
 Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto (plano de vinculação)
 Apoio ao deslocamento para o local em que será realizado o parto (“vale- táxi”)
 Elaboração e implantação de Cadernos de Atenção Primária para qualificar o cuidado à mulher e à criança
 Desenvolvimento de Cursos de Educação à Distância (EAD), via UNASUS, para capacitação das equipes de atenção primária
Kit UBS, kit gestante, kit parteira, Política de Atenção Primária, testes rápidos
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Componente PRÉ-NATAL 
A partir da adesão regional, ampliação de recursos para:
TODAS AS GESTANTES
GESTAÇÃO DE RISCO
- Ultrassonografia 100% das gestantes
- Testagem rápida para AIDS/Sífilis 
- Teste rápido de gravidez
 reuniões educativas
 18 exames clínicos e laboratoriais
 1 exame Teste Coombs indireto para
 RH para 30% das gestantes
1 consulta no puerpério
 1 consulta odontológica
 3 consultas médicas (UBS)
 3 consultas de enfermagem (UBS)
 5 consultas especializadas
 teste de tolerância à glicose
 2 ultrassonografias
 ECG
 Ultrassonografia com Doppler
 Cardiotocografia
 Contagem de Plaquetas
 Dosagem de Ureia, Creatinina e Ac. Úrico
 1 Consulta Psicossocial
 Urocultura
 Dosagem de proteínas-urina 24h
Gestante fará visita prévia à maternidade onde será definido o parto 
Quase 90% dos Nascidos Vivos (NV) tiveram pelo menos 4 consultas de PN em 2009. Cerca de 63% dos NV tiveram 7 ou mais consultas de PN (padrão recomendado) em 2009
Componente PARTO E NASCIMENTO
 Construção/reforma e aquisição de equipamentos para Casas da Gestante, do Bebê e da Puérpera
 Construção/reforma e aquisição de equipamentos para Centros de Parto Normal Peri ou Intra-Hospitalares
 Adequação da ambiência das maternidades para o parto seguro e humanizado, de acordo com a RDC nº 36/2008 da ANVISA
 Qualificação de profissionais de saúde em boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento
 Suficiência de leitos (leitos obstétricos em maternidades que atendem gestantes de alto-risco, UTI adulto e neonatal, UCI neonatal e Canguru) de acordo com as necessidade locorregionais
 
 SEGURANÇA NA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO
 Realização de Acolhimento com Classificação de Risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal 
 Estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado nos serviços de atenção obstétrica e neonatal 
 Estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas maternidades, além de outros dispositivos de co-gestão
PARTO HUMANIZADO:
 Direito a acompanhante durante a internação 
 Oferta de métodos de alívio da dor
 Liberdade de posição no parto 
 Contato pele a pele mãe – bebê
 Acolhimento adequado às especificidades étnico-culturais
CASAS DA GESTANTE E DO BEBÊ 
 Gestantes que demandam atenção em serviços de alta-complexidade mas não exigem vigilância constanteem ambiente e/ou não podem retornar ao domicílio
 Mães que têm bebês internados na UTI/UCI ou em tratamento clínico que não exija internação hospitalar
Serão instaladas junto a todas as maternidades de alto risco. 
Abrigam:
 Recém-nascidos que demandam atenção diária da alta complexidade
Não podem retornar ao domicílio, naquele momento, pelo grau de risco do problema apresentado e pela distância e/ou dificuldade de deslocamento para o local de residência
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Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA:
 Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável 
 Acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento
 Busca ativa de recém-nascidos de risco e de crianças em situação de vulnerabilidade
 Busca ativa de puérperas de risco ou em situação de vulnerabilidade
 Garantia do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança na atenção básica
- Apoio à mãe com bebê internado em UTI neo
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 Garantia do acesso às vacinas disponíveis no SUS
 Fortalecimento do vínculo familiar com a UBS
 Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva
 Orientação e oferta de métodos contraceptivos
SEM RISCO
COM RISCO
Garantia de atendimento a todos os recém-nascidos:
 1 consulta na 1ª semana de vida
 Visita domiciliar ao recém-nascido na 1ª semana
 1º, 2º, 4º, 6º, 9º, 12º, 18 e 24º meses de vida
 Vacinação básica de acordo com protocolos
 Teste do pezinho até o 7º dia
 Teste da orelhinha - dependendo do diagnóstico, ré-teste com especialista
 Teste do olhinho: 4º, 6º, 12º e 25º meses
 Sulfato ferroso: Profilaxia dos 6 aos 18 meses
 Vitamina A: Em áreas endêmicas
 Consulta odontológica: a partir do 1º dente e aos 12 meses
 Acompanhamento dos egressos de UTI por - 24 meses
 Consultas com especialistas
 Garantia de exames
 Reabilitação
POPULAÇÃO ALVO:
3,2 milhões
2,25 milhões Dependem do SUS
Cobertura 100%
1 visita domiciliar/RN/ano
Baixa vinculação do RN, no momento da alta hospitalar, para a continuidade do cuidado na atenção primaria; baixa valorização do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças pelos serviços de saúde e falta de apoio social para gestantes, puérperas, nutrizes e crianças em situação de vulnerabilidade social. 
CUIDADO AO Recém-nascido
CUIDADO AO Recém-nascido
Promover o aleitamento materno
Garantir acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança na atenção básica
Fortalecimento as ações intersetoriais
Garantir o atendimento especializado para casos de maior risco
Busca ativa dos faltosos e vigilância dos recém-nascidos de risco
 Garantir acesso às vacinas disponíveis no SUS
Fortalecimento do vínculo familiar com a UBS
O desempenho das crianças nestes dois primeiros anos (crescimento e desenvolvimento) vai repercutir para o resto da vida do indivíduo, incluindo aquisição cognitiva e capacidade de trabalho
Componente SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO
 Transporte seguro: SAMU cegonha – ampliar as ambulâncias de suporte avançado com incubadoras e ventiladores neonatais
 Vaga sempre: elaboração e implementação, nas regiões de saúde, do plano de vinculação da gestante ao local de ocorrência do parto
Apoiar a implantação/implementação de Centrais de Regulação
A Rede Cegonha é, até então, o programa mais completo já elaborado pelo Governo Federal. Suas ações são voltadas para todas as etapas da vida da mulher e abrange estratégias que vão desde orientação em relação ao cuidado com o corpo, com o uso de métodos contraceptivos, atendimento da gestante, puérpera e recémnascido, até ações voltadas ao atendimento da criança até dois anos de idade.
No entanto, mesmo diante dos grandes avanços decorridos da criação da Rede Cegonha, percebe-se que esse programa pode ser considerado como uma junção dos programas anteriormente implantados acrescido de ações para o atendimento das necessidades atuais.
REFERÊNCIAS
Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988 .
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional a atenção Integral à Saúde Negra/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
MEDEIROS, Patricia Flores; GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER: A integralidade em questão. Rev. Estud. Fem. vol.17 no.1 Florianópolis Jan./Abril. 2009.
SANTOS, Joselito. ASSITÊNCIA À SAUDE DA MULHER NO BRASIL: aspectos de uma luta social. II Jornada Internacional de Políticas Públicas (UFMA), Agosto de 2005.
LEÃO, Estela Maria; MARINHO, Lilian Fátima Barbosa. SAÚDE DAS MULHERES DO BRASIL: Subsídios para as Políticas Públicas de Saúde. Rev. Promoção da Saúde (pag. 31 a 36)

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