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18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/11 Resistência dos Materiais II Aula 5 - Flexão: tensões normais e cisalhantes INTRODUÇÃO Esta aula dá continuidade ao tema �exão de vigas isostáticas retas, iniciando com a apresentação e a análise das con�gurações deformadas, que nos levará ao modelo adotado para especi�cação da forma e da quanti�cação das tensões atuantes nas seções transversais (normais e cisalhantes). OBJETIVOS 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 2/11 Descrever a con�guração deformada de vigas isostáticas; Distinguir o modelo que avalia a intensidade e a forma das tensões normais nas seções transversais de vigas retas; Examinar o modelo que avalia a intensidade e a forma das tensões de cisalhamento nas seções transversais de vigas retas. 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 3/11 DEFORMAÇÃO POR FLEXÃO Nós vamos nos limitar a analisar vigas isostáticas retas, como já foi combinado anteriormente. Para entender como é a con�guração deformada de uma viga, precisamos entender os apoios que são os elementos que impedem os deslocamentos em pontos estratégicos. A essência se reduz a duas situações relevantes, o apoio simples, que permite o giro e impede o deslocamento vertical, e o engaste, que, além de impedir os deslocamentos, impede o giro. A seguir é apresentado um conjunto de situações em que podemos perceber a diferença entre o apoio simples e o engaste. Fonte da Imagem: A linha inferior descreve a con�guração deformada de cada caso. Uma viga jamais poderia ter uma con�guração deformada como as da �gura porque ela não estaria cumprindo seu papel, que seria, além de promover a condução das cargas aos apoios com segurança, passar a sensação de segurança. Isso somente seria possível com deformações imperceptíveis. Por isso, obviamente essas con�gurações deformadas estão exageradas para que possamos estudá-las. Uma forma interessante de estudo da con�guração deformada das vigas é utilizar material deformável, como neoprene ou espuma. Um modelo de viga com uma malha ortogonal desenhada conforme a �gura permite que possamos observar que, após carregada, as linhas horizontais se curvam e as verticais permanecem retas, mas sofrem rotação. MODELO MATEMÁTICO PARA REPRESENTAR ESSE COMPORTAMENTO Após essas observações, podemos tomar algumas decisões no sentido de construir um modelo matemático que possa representar esse comportamento: • O eixo longitudinal da viga que passa pelo centroide da seção transversal não sofre alteração de comprimento e passa a ser denominado eixo neutro, embora se curve; • As seções transversais permanecem planas e perpendiculares ao eixo neutro. Portanto, sofrem rotação; • As deformações da seção transversal no seu próprio plano serão desprezadas por não serem relevantes no contexto 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 4/11 das pequenas deformações. Agora vamos isolar um pequeno trecho de uma viga com seção transversal genérica, de comprimento Δx. GRANDEZAS NO ELEMENTO INDEFORMADO Vamos de�nir algumas grandezas no elemento indeformado: • Largura original Δx constante em toda altura; • Altura y medida a partir do eixo neutro; • Largura Δs medida em y vale Δx antes da deformação. ELEMENTO DEFORMADO Agora vamos analisar o elemento após a deformação. Temos que destacar algumas grandezas novas: • Centro de rotação O’; • Raio ρ de O´até o eixo neutro; • Nova largura do elemento em y vale Δs; • Ângulo referente à porção analisada é Δθ. Veja a situação da porção deformada: • A espessura do elemento acima do eixo neutro é inferior a Δx; • A espessura do elemento abaixo do eixo neutro é superior a Δx; • O encurtamento que ocorre acima do eixo neutro só pode ser proveniente de tensões normais de compressão; • O alongamento que ocorre abaixo do eixo neutro só pode ser proveniente de tensões normais de tração. Antes da deformação, a espessura do elemento em uma posição y era Δs e passou a ser Δs´ após a deformação. Portanto, podemos nos organizar matematicamente e dizer que: Observando o elemento deformado, também podemos a�rmar que, como Δs é igual a Δx e Δx pode ser escrito como ρΔθ, é possível reescrever a expressão da deformação assim: Isso não nos ajudou muito, mas Δ𝑠´ é a espessura da seção em y e, portanto, podemos dizer que vale (ρ−y)Δθ. Assim, podemos novamente reescrever a expressão da deformação: 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 5/11 Cortando os Δθ: Um valor interessante é a deformação máxima. Como y é a distância medida a partir do eixo neutro, se consideramos c a distância máxima para chegarmos à superfície do elemento partindo do eixo neutro. Então, a deformação máxima será: DEFORMAÇÃO EM RELAÇÃO À DEFORMAÇÃO MÁXIMA As coisas podem até estar indo bem, mas ainda não temos ideia do valor de ρ. Logo, vamos trabalhar com a deformação em relação à deformação máxima para ver o que acontece. Se ε for a deformação em qualquer ponto da seção e εmáx for a deformação na superfície (máxima), podemos montar a seguinte relação: TENSÕES NORMAIS Analisando a Lei de Hooke, é fácil perceber que as tensões são proporcionais às deformações (a constante é o módulo de elasticidade), tornando possível a�rmar que: Como a seção está em equilíbrio, o eixo neutro pode ser localizado a partir da premissa de que a resultante das tensões na seção deve ser nula, pois não há esforço normal. Como temos certeza de que -σmáx / c é diferente de zero, então, obrigatoriamente ∫ ydA = 0. Isso signi�ca que o momento estático deve ser nulo, fato que nos leva a �rmar que: o eixo neutro passa pelo centroide da seção transversal. INDICAÇÃO DE LINK Clique aqui (glossário) para algumas questões vistas na aula anterior. DEFORMAÇÕES RELACIONADAS ÀS TENSÕES Relacionando as deformações com as tensões, podemos a�rmar que em uma seção sujeita a um momento M: • As tensões variam linearmente (de forma análoga às deformações); • A tensão no eixo neutro é nula; • A tensão máxima ocorre no ponto mais afastado do eixo neutro (c). Como a ideia é dispor de um modelo que avalie as tensões na seção transversal, temos que relacionar o momento M com as tensões. A resultante de um diagrama de tensões é uma força, que já sabemos que é nula. No entanto, podemos dividir o diagrama de tensões em duas porções. Uma acima do eixo neutro, também conhecido como linha neutra, que nos dará uma resultante de compressão, e outra porção abaixo da linha neutra, que nos dará uma resultante de tração. A 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 6/11 Como já vimos que a resultante é nula, a resultante de compressão (porção acima da linha neutra) deve ser igual em intensidade à resultante de tração (abaixo da linha neutra). Esse par de forças constrói um binário cujo efeito é exatamente igual ao momento �etor na seção. Vamos reconsiderar determinar o momento a partir das tensões. Como conhecemos o valor de M do diagrama de momentos, podemos reescrever a expressão assim: Genericamente (para qualquer y), podemos dizer que: Fonte: Shutterstock Assim conseguimos um modelo baseado nas observações e hipóteses assumidas que nos permite avaliar o valor das tensõesnormais em uma seção transversal de uma viga, conhecendo o momento �etor e suas características geométricas. INDICAÇÃO DE LINK Clique aqui (glossário) para entender na prática. TENSÕES DE CISALHAMENTO Uma visão exagerada das deformações causadas em uma viga em balanço por uma carga concentrada na sua extremidade nos mostra que as seções transversais não permanecem planas como havíamos admitido no estudo anterior. No entanto, como em projeto de estruturas, lidamos com pequenas deformações (imperceptíveis). Proporcionalmente, as deformações por cisalhamento não são relevantes podendo ser desprezadas. Dessa forma, as hipóteses admitidas anteriormente permanecem válidas. ISOLAMENTO DE UM PEQUENO TRECHO DE UMA VIGA COM COMPRIMENTO DX Vamos iniciar isolando um pequeno trecho de uma viga com comprimento dx. Se consultarmos o diagrama de momentos �etores, teremos um valor de momento na posição x e outro na posição x+dx. Agora vamos visualizar como seriam as tensões normais em x e em x+dx. 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 7/11 Apesar das forças resultantes do lado direito (dF´) serem diferentes das resultantes do lado esquerdo (dF), o somatório é nulo, pois os pares se compensam. No entanto, se considerarmos apenas uma porção desse elemento (do topo até uma posição y´, contada a partir da linha neutra), não teremos a mesma condição de equilíbrio. Como as tensões do lado direito são diferentes das tensões do lado esquerdo, o equilíbrio somente é possível pela tensão tangencial que surge na face inferior da porção estudada. CONSTRUÇÃO DE UMA VIGA ATRAVÉS DO EMPILHAMENTO DE VÁRIAS TÁBUAS Para visualizar essa tensão tangencial longitudinal, vamos imaginar a construção de uma viga através do empilhamento de várias tábuas, inicialmente soltas e posteriormente coladas. Veja o que ocorre ao carregarmos as vigas nas 2 situações: As tábuas, quando soltas, deslizam umas sobre as outras. Já, quando estão coladas, sofrem deformação, pois estão impossibilitadas de deslizar, gerando a tensão tangencial longitudinal que detectamos no modelo que estávamos desenvolvendo. DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO DAS EXPRESSÕES Voltando ao nosso modelo, vamos promover o desenvolvimento matemático das expressões que vão avaliar a forma e a intensidade das tensões de cisalhamento na seção transversal, avaliando a área A´ em destaque. 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 8/11 TENSÕES TANGENCIAIS LONGITUDINAIS Não podemos deixar de lembrar que estamos avaliando as tensões tangenciais longitudinais. No entanto, elas também são válidas para a seção transversal porque elas são complementares e, portanto, possuem o mesmo valor. Para entender isso basta isolar um elemento tridimensional in�nitesimal e veri�car que essa condição deve ser observada para que seja possível seu equilíbrio. DISTRIBUIÇÃO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO Vamos avaliar as tensões de cisalhamento em uma seção transversal retangular de uma viga. Diante disso vamos analisar o termo Q: A análise dessa expressão nos leva a perceber que as grandezas V, b e h são constantes e que apenas y nos dá a distância em relação ao centroide da seção. Também é possível observar tratar-se de uma função parabólica (2º grau), com valor nulo para y = ± h/2 e valor máximo para y=0 (centroide). INDICAÇÃO DE LINK 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 9/11 Clique aqui (glossário) para entender na prática. 1 – A viga da �gura suporta dois pilares circulares com 30cm de diâmetro e tensão de compressão de 12MPa. Sabendo que a viga possui seção retangular com base de 60cm, altura de 90cm e peso especí�co de 25kN/m , especi�que o valor da tensão máxima de tração imposta nas suas seções transversais: 25,1MPa 20,9MPa 23,0MPa 2,1MPa 17,3Mpa Justi�cativa 2 - Supondo uma limitação de tensão máxima de compressão para a viga da �gura de 10MPA, determine a altura máxima para a parede suportada para a viga. Dados: Viga: seção de 0,6 (base) x 1m(altura) e peso especí�co de 25kN/m3. Parede: peso especí�co de 20kN/m3 e largura de 0,6m. 1,15 m 3 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 10/11 1, 55 m 1, 90 m 2,15 m 2,80 m Justi�cativa 3- Sabendo que o mármore é um material linear elástico com ruptura frágil a uma tensão de 1,38MPa (tração) e com peso especí�co de 24kN/m , vamos analisar as suas condições de armazenamento. Quando você passa por uma marmoraria, como as placas estão armazenadas? Calcule a máxima tensão em cada caso e especi�que quantas vezes uma é maior do que a outra (considere 2cm de espessura). São iguais 5 10 15 20 Justi�cativa 3 18/08/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2047049&classId=982517&topicId=2723541&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 11/11 Glossário