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A desigualdade de gênero

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A desigualdade de gênero
A Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988 estabelece em seu artigo 5º, inciso I a relação jurídica de igualdade de gênero, na qual teoria que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
Nesse sentido, o que se pode extrair do texto legal é a confiabilidade na igualdade jurídica, ou seja, pautado no velho ditado que todos são iguais perante a lei. No entanto, o que se busca não é tão somente a igualdade formal, mas, sobretudo a igualdade material, isto é, a real igualdade de gênero nas relações sociais, na vida em sociedade.
A questão da desigualdade entre homens e mulheres é um fator histórico das sociedades ocidentais, sendo que desde a antiguidade a mulher era tratada como um ser inferior ao homem, devido a diversas crenças religiosas que legitimavam tal perspectiva e que se permeavam pelos costumes sociais, sobretudo na sociedade hebraica que era caracterizada pelo patriarcado e pela hierarquização das relações sociais. Aristóteles, um pensador do século III a.c. já dizia, contradizendo Platão, que a mulher deveria ser submissa ao homem e que tal submissão é um fator natural do gênero humano, não podendo ser modificado, sob pena de alterar-se a natureza.
No entanto, deve-se notar que a concepção aristotélica não há de ser aplicado à sociedade moderna, substancialmente após o período das duas guerras mundiais, momento pela qual as mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho e passaram cada vez mais a buscar sua independência do gênero masculino, tão subjugado em toda a história. Após isso, a libertação sexual contribuiu para o feminismo e para o pós-feminismo, representando a libertação da mulher de sua condição de objeto sexual aos homens.
Entretanto, o que ocorre atualmente não deixa de ser uma desigualdade. Mulheres estão cada vez mais se posicionando em cargos de chefias em diversas empresas do Brasil e do mundo, reassumindo e reafirmando sua posição social. Mas na grande maioria dos casos, as mulheres possuem uma jornada dupla, na qual trabalham fora e, além disso, devem também trabalhar em casa, o que se configura como uma grande desigualdade.
A emancipação feminina resultou na sua dupla exploração, na qual o discurso machista permanece como superficialmente libertador e progressista, mas a prática demonstra o conservadorismo e a hierarquização das relações de gênero.
Há a urgente necessidade de a sociedade repensar suas atitudes acerca das relações sociais e do espaço de cada um na sociedade. As mulheres devem tomar conta de sua situação de dupla exploração e lutar contra essa realidade, pois é somente desta forma que a real igualdade será possível.
A investigação sociológica no domínio das relações sociais de género centra-se em dois pressupostos de análise principais:
1) a posição ocupada na sociedade pelos homens e pelas mulheres não sãoapenas diferentes, mas também desiguais; 
2) a desigualdade social entre homens e mulheres resulta, principalmente, da organização da sociedade e não de diferenças biológicas ou psicológicassignificativas entre os mesmos. 
Em relação ao princípio analítico de que não há apenas uma diferenciaçãosocialmente construída entre homens e mulheres, mas também, e, sobretudo, uma desigualdade social, isto significa que os estudos em funçãodo género supõem que as mulheres têm menos recursos materiais, estatutosocial, poder e oportunidades de auto-realização do que os homens comquem partilham a mesma posição social. 
O género é, assim, considerado um elemento que condiciona a posição socialdos indivíduos, tais como a classe, os rendimentos económicos, a profissão, o nível de escolaridade, a idade, a raça, a etnia, a religião e a nacionalidade. Neste âmbito, têm-se desenvolvido estudos sociológicos centrados nadiscriminação e na diferenciação social, em função do género, em diversasáreas da vida em sociedade, tais como, por exemplo, as desigualdades noacesso ao poder e ao emprego e na atribuição de rendimentos salariais. 
No que respeita ao princípio de que as diferenças entre os dois sexos sãosobretudo socialmente instituídas e não predeterminadas, o conceitoexplicativo principal é o de "socialização". 
Por outras palavras, uma parte significativa dos estudos no domínio das relações sociais de género supõe que a diferenciação de comportamentos e de traços de personalidade consoante o género resulta de expectativassocialmente incutidas nos indivíduos desde a infância, pelas quais as criançassão socializadas no sentido de desempenharem diferentes papéis, "masculinos" ou "femininos". Basicamente, trata-se de investigar como é que, ao nível das interações entre os indivíduos, são construídas e recriadasde um modo permanente as dicotomias entre o homem e a mulher neste domínio são de salientar os trabalhos da socióloga feminista britânicaDorothy Smith (1987) e da teórica feminista francesa Luce Irgaray (1985), sobre o modo como as linguagens atuais estão dominantemente ancoradasem experiências e conceitos masculinos.
REFERÊNCIAS:
Sociologialegal.com.br
Infopedia.com
TRABALHO DE SOCIOLOGIA
TEMA: DESIGUALDADE DE GÊNERO
ALUNO: JOÃO VITOR FERNANDES NUNES
TURMA: 2002 /N° 33
PROFESSORA: RENATA

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